Capítulo 36 – Fantasma

Já se tinham passado duas semanas e ainda nada de Klaus. Nem um único telefonema.

O que valia era Kol, que graças a ele, Teresa quase nunca se sentia presa numa fortaleza. Ora iam dar um passeio turístico á cidade, ora passeavam na enorme propriedade, ora alugavam filmes e faziam pipocas.

-Quando achas que Klaus vai voltar? – indagou ela, enquanto bebiam um Moccha e passeavam pela Ponte Vecchio.

-Não sei. Mas se fosse a ti, não ficava preocupado. Klaus costuma cumprir as suas promessas – tranquilizou Kol.

-Kol… achas que Rebekah podia vir visitar-me? – perguntou ela, com medo da resposta.

Kol simplesmente encolheu os ombros.

-Não sei. Tens que perguntar a Klaus quando ele voltar.

-Mas sabes se ela está bem?

Kol sorriu debochado para Teresa.

-Darling, Rebekah não podia estar melhor.

-Ah, então sabes onde ela está! – acusou ela. – Kol, conta, conta, conta!

Ele suspirou e apoiou-se no parapeito da ponte, observando o pôr-do-sol.

-Brasil.

-Não! – exclamou ela. – Sério?

O telemóvel de Kol tocou e ele atendeu. Não disse nada, apenas ouviu e por fim afirmou:

-Está bem, vamos a caminho.

Assim que colocou o telemóvel de volta no bolso, começou a andar e Teresa seguiu-o silenciosamente. Sabia pelo semblante dele que não seria boa altura para fazer perguntas.

-Teresa?

Os dois pararam quando avistaram a morena alta de olhos tão escuros como os seus cabelos.

-Quem é ela? – perguntou Kol.

Teresa engoliu em seco.

-Maria.

Kol virou-se para Teresa.

-Tu conhece-la?

-Sim.

-Raios – murmurou ele e aproximou-se da morena que estava de olhos pregados em Teresa, como se tivesse visto um fantasma. – Olha para mim. Vais esquecer que nos viste aqui.

De seguida, pegou em Teresa e sem deixar espaço para ela ripostar, andou na sua velocidade vampírica até ao carro.

-Entra no carro – mandou ele e ela assim fez.

O moccha há muito tinha saído das suas mãos, que naquele momento estavam trémulas.

-Kol… - murmurou ela, deixando por fim uma lágrima escapar dos seus olhos.

-Oh, não, não quero que chores – apressou-se ele a dizer, abraçando-a com força. – Lamento, mas nem ela pode saber que estás aqui.

Teresa acenou. Ela sabia o que tinha abdicado quando tinha ido embora com Klaus e sabia que fingir que estava morta seria uma nova prova para ela. Se ela não deixasse definitivamente a sua vida para trás, seria acusada, não só de assassinato, mas também de fingir a sua morte.

-Vai ficar tudo bem, prometo.

-Quando, Kol? – indagou ela, sentindo as suas forças esvaírem-se, os muros que a protegiam da dura realidade ruírem. – Estou sozinha no mundo.

-Não, não estás – contradisse o Original. – Tens-nos a nós.

O híbrido parou o carro no aeroporto.

-Onde vamos? – perguntou Teresa, olhando em redor em pânico.

-Portugal – os olhos verdes dela arregalaram-se. – Aconteceu uma coisa que precisas de saber.

-O que é?

-Liliana morreu.

©AnaTheresaC