A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC
Capítulo 30 – Alguém intervém
–Temos de intervir – falou uma voz feminina. – É o nosso dever ajudar Esther.
–Sim – sibilou a outra. – Aquele rapaz é capaz de atrapalhar os nossos planos.
–Ou ajudar-nos – falou uma terceira voz.
Teresa acordou, sobressaltada. Ela tinha jurado que aquele sonho tinha sido real.
–O que foi, love? – perguntou Klaus, ensonado. Ele tinha notado o sobressalto de Teresa porque tinha um braço em redor dela.
–Nada. Acho eu – gaguejou ela, despertando a atenção de Klaus.
–Um sonho?
–Sim. Mas parecia tão real – disse ela. – Deixa estar. Volta a dormir.
–Já me despertaste – falou ele, beijando o ombro de Teresa. – Dormiste bem?
–Sim. Que horas são?
Klaus gemeu. Ele não queria sair daquela cama se isso significava encarar o mundo que tinha sido injusto com eles os dois.
–Nove.
Teresa desenvencilhou-se do braço dele e saltou da cama para o chão. As dores eram ainda maiores do que a noite passada, ela precisava de um comprimido para as amenizar.
–Tens comprimidos para as dores cá em casa, certo? – disse ela, entrando na casa de banho dele para ver qual era o real estrago. Se na noite anterior as manchas já estavam a escurecer, ela nem queria pensar no aspeto delas naquele momento.
Klaus levantou-se rapidamente e entrou na casa de banho.
–Deixa-me ver – pediu ele, pegando na barra da camisola dela.
–Klaus…
Ele levantou devagar a camisola e enrugou a testa. Teresa fechou os olhos e respirou fundo.
–Estão assim tão más?
–Um pouco de sangue de vampiro iria curar isto bem rápido, mas demoraria vinte e quatro horas a sair do teu organismo, e não queremos arriscar, certo?
Ela acenou. Já era mau o suficiente estar conectada ao sangue dele através de bruxaria, quanto mais ser vampira, ou até mesmo híbrida.
–Vou á farmácia comprar alguma coisa bem forte – disse ele, beijando o topo da cabeça dela. – Fica aqui, eu já volto.
Vestiu-se em menos de um segundo e saiu de casa, deixando Teresa sozinha. Ela virou-se para o espelho e mordeu o lábio inferior. Estava aterrada de medo. Com os dedos a tremer, levantou a barra da camisola e baixou-a logo de seguida. Toda a sua parte abdominal era uma enorme nódoa negra.
–Não… - murmurou ela, sentindo as lágrimas quentes nos seus olhos.
Foi para o seu quarto e ligou o computador, procurando distrair-se. Liliana estava online. As duas iniciaram uma conversa no Skype.
–Amiga! Conta coisas! – exclamou Lili, sempre com um sorriso no rosto.
–Ai, amiga! Nem queiras imaginar a minha vida agora! Mudou tudo em menos de dois dias. Dois dias!
–O que aconteceu? – perguntou a loira, preocupada.
–Bem, Klaus chegou e… nós… nós envolvemo-nos.
–Vocês fizeram o quê? Teresa, amiga, vocês fizeram aquilo que eu estou a pensar? Aquilo que eu e o Carlos fazemos desde que temos dezassete anos?
Teresa fechou os olhos e mordeu o lábio inferior. Acenou com a cabeça e Liliana deu um guincho, seguido de palminhas.
–Aleluia! Agora posso compartilhar contigo coisas pervertidas.
–Ei! – alertou Teresa. – Nem sonhes!
Liliana revirou os olhos.
–E mais?
–Bem, acabei com o Wren, como é óbvio. O problema, é que ele não reagiu muito bem e… agrediu-me.
Liliana abriu a boca de espanto.
–Estás bem, amiga?
–Agora estou mais ou menos. Mas Lili, não sei o que me teria acontecido se Klaus e os irmãos dele não tivessem aparecido.
Liliana arqueou as sobrancelhas.
–Para tudo, eu ouvi bem? Irmãos? No plural? Patrícia irá ficar muito interessada nisso…
–Não, nem penses em contar-lhe! São os dois vampiros, por isso…
–Fora do radar – completou Liliana. – E o que lhe fizeram?
–Não sei. E bem cá dentro, sei que não quero saber.
Liliana acenou.
–Amiga, tenho que ir. Tenho um trabalho de grupo para a Faculdade. Ficas bem?
–Sim, fico. Falar contigo é sempre bom.
As duas sorriram uma para a outra.
–Tenho saudades tuas, amiga.
–Eu também. Mas só faltam mais dois meses para o Natal! – exclamou Teresa, sabendo que Lili iria ficar automaticamente mais alegre, já que o Natal era a época festiva favorita da amiga.
As duas despediram-se e Teresa sentiu um vazio atingi-la. Ela sentia falta da amiga, mais do que tudo.
Tocaram á campainha e Teresa vestiu o seu robe. Só podia ser um desconhecido, para tocar á campainha, o que não era muito normal.
Abriu a porta de casa, e um senhor vestido com um sobretudo preto, cabelo curto castanho e olhos azuis, apresentou-se:
–Bom dia, Miss Marques. O meu nome é Robert Castle e sou detetive da Covent Yard. Conhece Mr. Wren Edinson?
Teresa engoliu em seco. Rebekah abriu a porta do apartamento dela, que era ao lado do de Teresa, interessada.
–Sim, conheço. Algum problema?
–Mr. Edinson foi encontrado morto esta manhã.
©AnaTheresaC
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Uh-ou. A bomba nuclear acabou de cair aos pés de Teresa. O que irá acontecer a seguir?
E quem eram aquelas vozes no início do capítulo? Algumas apostas?
XOXO