A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC
Notas iniciais do capítulo
Capítulo dedicado à Raquel Geovanna! Obrigada pela recomendação, flor!
Céus, duas recomendações numa só semana! E a semana ainda nem acabou!
Volto a dizer, se querem capítulos, devem recomendar, senão, só aos domingos.
Aproveitem a leitura.
MÚSICA DO CAPÍTULO: Muse - time is running out: http://www.youtube.com/watch?v=ZrujXrB1_aE
Capítulo 28 – Donzela em perigo
-Vou sair e não sei a que horas volto – disse Teresa, enquanto abotoava o seu casaco.
-Onde vais?
-Ter com as minhas amigas. E… com Wren – acrescentou ela, envergonhada. – Mas primeiro, eu preciso de saber o que sentes por mim.
Klaus arregalou os olhos e pegou-a pela cintura.
-Não fui claro a noite passada?
-Klaus – murmurou ela, olhando naqueles olhos verdes azulados. – Preciso que mo digas.
-Como queres que eu te diga, se tu mesma não o consegues?
Ela suspirou.
-É justo. Eu gosto de ti. Demasiado. Este mês que passaste fora… eu não conseguia parar de pensar em ti. Mas por outro lado, quando nos conhecemos, tu foste bastante claro: eu tenho que morrer.
Klaus acenou. Ela já tinha chegado à mesma conclusão que ele.
-Teresa, eu também senti a tua falta. Tu fazes-me sentir… nem eu mesmo consigo explicar – disse ele, beijando a testa dela. – Vai. Quando voltares, terás o melhor jantar italiano que eu consigo fazer.
Ela riu e beijou-lhe delicadamente os lábios. A decisão dela estava tomada: ela iria acabar com Wren e experimentar as coisas com Klaus, mesmo que no fim ela acabasse por morrer. Ao menos, ela morreria sabendo que experimentou todas as coisas que a vida lhe tinha para oferecer.
Teresa saiu de casa e foi andando a pé até ao café onde combinou encontrar-se com as suas amigas. As cinco divertiram-se bastante, enquanto estudavam algumas matérias e falavam das próximas provas de natação que seriam em dezembro. Mal podiam esperar para defender a sua escola nos campeonatos interescolares.
Então todas se foram embora e ela esperou quinze minutos por Wren. Ele chegou, com o seu sorriso de orelha a orelha e os olhos brilhantes de felicidade por a ver. Porém, este estado de espírito desapareceu quando viu o rosto tenso de Teresa.
-Oi, amor – disse ele, sentando-se ao lado dela e inclinando-se para lhe dar um beijo, mas ela desviou-se. – O que aconteceu?
-Wren… não há uma maneira fácil de dizer isto... – ela olhou para a caneca de latte que estava à sua frente. – Eu quero acabar.
-O quê? Porquê?
-Eu… eu já não gosto de ti como gostava.
-Mas isso é normal…
-Eu conheci outra pessoa – interrompeu Teresa, querendo simplesmente acabar com o assunto o mais depressa possível.
Houve um silêncio desconfortável entre os dois, e Teresa só pensava quando é que ele se iria embora e jamais voltaria.
-É aquele Kol, não é?
-O quê? – Teresa estava horrorizada. Kol era apenas um amigo. – Não!
-Então é aquele teu tutor, não é? Ele voltou e de certeza que te prometeu este mundo e o outro e tu caíste na conversa dele!
-OK, estás a ser infantil. E baixa o tom de voz comigo porque eu não sou uma qualquer.
-Eu sabia! Segunda vou fazer queixa dele ao Conselho!
-Isto já passou dos limites – disse Teresa, pegando na sua mala e saindo do café, num passo apressado.
As lágrimas ameaçavam brotar a qualquer momento, felizmente que o ar frio do dia que já estava escuro, não deixava isso acontecer, congelando-as. O nó na garganta de Teresa era enorme, de tal maneira que até lhe custava a engolir.
Ela olhava para o chão, com as mãos dentro dos bolsos do casaco que tinha sido oferecido por Rebekah. Não queria saber de nada, só queria chegar a casa sã e salva. Queria abraçar Klaus e poder chorar um pouco em silêncio enquanto os braços musculados dele a envolviam.
-Isto ainda não acabou! – ela foi empurrada com força contra a parede de um beco, que estava ao seu lado. Teresa não se tinha apercebido, mas para além de ter estado aquele tempo todo a ser seguida por Wren, ela tinha-se enganado no caminho para casa e não fazia a mínima ideia de onde estava.
-Wren! – exclamou Teresa, surpresa pela atitude dele e furiosa.
As suas costas doíam devido ao impacto, mas a adrenalina tinha começado a fazer efeito.
-Isto ainda não acabou! – gritou ele, na cara dela e Teresa fechou os olhos, sentindo a vibração daquela voz fora do controle fazer efeito nos seus ossos. Um arrepio percorreu-lhe a espinha.
Ela não sabia onde estava, mas estava num beco com o rapaz com quem tinha acabado e que por sua vez estava furioso com ela. Aquilo não iria dar bom resultado.
-Diz alguma coisa! – gritou ele na cara Teresa.
-O que queres que eu diga? – interrogou Teresa. – Que lamento? Sim, lamento. Se gostei de ti durante todo aquele tempo em que estivemos juntos? Sim, isso também. Não te posso dizer mais nada.
-Vadia! – gritou ele e num golpe rápido e eficiente, bateu-lhe com as costas da mão direita no rosto.
A bochecha de Teresa ardeu e doeu. Ela colocou uma mão em cima da sua bochecha que naquele momento estava vermelho vivo. Nunca se tinha sentido tão humilhada em toda a sua vida.
-Como te atreves?! – disse ela, encarando um Wren furioso.
Então Wren atingiu-a com um golpe de gancho no estômago e ela caiu no chão, sentindo a dor abdominal e o seu latte ameaçar vir em forma de vómito.
Outra pancada no diafragma atingiu-a, desta vez o culpado foi o pé de Wren. Ele estava furioso, fora de si. Não tinha histórico de violência e nada previu aquilo. Sempre se tinha mostrado cavalheiro e educado, nada denunciava que por baixo daquela faceta tinha aquela violência reprimida.
Teresa cuspiu sangue para o chão e a visão dela ficou turva. Mas ela tinha fibra, era resistente, jamais sequer pensou em fechar os olhos e deixar-se levar para a inconsciência.
-Cobarde – murmurou ela e Wren pegou-a pelos cabelos. Teresa gritou de dor, mas fitou Wren sem medo. Ela tinha, e muito, mas jamais deixaria o seu agressor ver isso.
-Tu é que és a cobarde aqui. Acabares comigo do dia para noite.
Atirou-a contra a parede e Teresa gemeu de dor. Wren levantou a mão para a voltar a agredir com um estalo, mas foi atirado para o fundo do beco.
E Teresa viu o seu salvador, ou melhor, salvadores: Klaus, Elijah e Kol estavam ali. Foi Klaus que atirou Wren para dentro do beco.
Kol e Elijah criaram uma barreira entre ele e Teresa.
-Não te voltas a meter com ela – disse Klaus, pegando pelo colarinho da camisa de Wren e atirando-o contra a parede.
Ele caiu no chão, mas voltou a levantar-se.
-Queres mesmo morrer, não é? – disse Kol, aproximando-se do agressor.
-Claro. Os dois estão apanhados pelo feitiço dela. Mas fiquem a saber: ela vai largar-vos assim que tiver o que quer que seja de vocês – ele olhou para Teresa, que estava protegida pelo corpo de Elijah. – O que querias de mim, vadia? Nunca me disseste. Diz-me! O que querias de mim?
Teresa negou com a cabeça, aconchegando o seu cachecol ao pescoço, com lágrimas grossas a escorrerem pelo seu rosto.
-Estás a entender tudo mal, Wren – disse ela.
-Sua vadia! – gritou ele e correu na sua direção, mas Kol e Klaus juntaram ombro com ombro, e juntos pegaram nele, não medindo a força que tinham. – Eu quero que morras!
Os olhos loucos dele estavam fixos em Teresa, e isso fê-la chorar ainda mais.
-Não a deixes ver isto, Elijah – falou Klaus, apertando com força o braço de Wren.
Klaus não olhou sequer de relance para Teresa, ele sabia que ela conseguiria ler os seus pensamentos e jamais permitiria isso. Ela era demasiado pura, nunca o iria perdoar.
-Anda, Teresa – Elijah tapou-lhe a visão e com uma mão na sua cintura indicou-lhe o caminho que deviam tomar.
-Elijah…
-Simplesmente anda – pediu ele, seguindo ao lado dela.
Teresa ouviu um grito de dor. Parou instantaneamente e tentou olhar para trás, mas Elijah pegou-lhe no antebraço com delicadeza e obrigou-a a seguir em frente.
©AnaTheresaC
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Capítulo cheio de ação, não foi? Estou a imaginar o Klaus e o Kol com caras de quem vão matar alguém e dão uma sova (muito bem dada ao Wren)? Eu estou a imaginar isso na minha cabeça, e digo-vos, eu não queria lá estar para assistir.
O próximo cap. será um pouco mais calmo e romântico.
XOXO