After You are Gone escrita por Jennifer Borges, Tayla Zafir


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, está uma capitulo enorme pra vocês. Esperamos que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/256712/chapter/41

       E quando você pensa que tudo está melhorando, só está começando a piorar. Não, eu não deixaria Harry lá precisando de mim para fazer uma viagem de negócios, ainda mais que agora eu poderia ajudar. Eu doaria meu sangue para ele, todo se ele precisasse. Eu não aguentava mais essa sensação de impotência, só poder sentar naquela sala de hospital e esperar por notícias, que eu sabia que não eram boas.

      Ligação On

- Olá Jennifer, ainda bem que você ligou! A Catarina deve ter te dado o recado. Essa viagem é importantíssima. Você poderia vir aqui no escritório antes de ir para o aeroporto, para pegar alguns papéis. – Charlie disse sem pausas.

- Oi Charlie, eu não vou nessa viagem. – Disse séria.

- O que Jennifer? Você não vai? – Ele disse incrédulo. – Você sabe a oportunidade que está perdendo? Está esquecendo-se do quanto isso é importante para sua carreira, para o nosso escritório?!

- Charlie... Eu não posso e não quero ir! Eu estou no hospital... – Disse pausadamente.

- Eu sei. A Catarina me contou que você estava com ela, pois o namorado dela estava internado lá. Mas por que você não pode ir? – Charlie disse ainda sem entender. Talvez na hora do desespero, Catarina não tenha contado que Harry também estava no acidente.

- Charlie... – Respirei fundo procurando forças para contar para ele. Eu não conseguia pensar no estado de Harry naquele hospital. Desacordado e a beira da morte, alguém precisava ajudá-lo. – Olha, não foi só o Niall que sofreu acidente, era o Harry que dirigia o carro. O estado do Niall é estável. Já o do Harry... Ele está em coma induzido e precisa de sangue. Na hora que a Catarina me avisou da viagem, eu tinha acabado de receber a notícia que poderia doar sangue para ele.

- Me desculpe, eu não sabia da situação. Eu fui um completo insensível. – Ele parecia completamente envergonhado.

- Não tem problema Charlie. Você só não sabia o que estava acontecendo. Mas eu não vou à viagem, eu preciso ajudá-lo. Eu tenho que fazer alguma coisa, estou cansada de não poder fazer nada para ele melhorar. E além do mais, até agora só conseguimos dois doadores. Eu e a Gemma, irmã dele.

- Ok Jennifer. Eu vou à Nova York no seu lugar, vou tentar explicar para nosso cliente que você está com problemas pessoais muito graves.

- Obrigada Charlie. Agora eu tenho que desligar. Tchau.

- Tchau. Melhoras para o Harry e o Niall.

Ligação off

       Eu, Gemma e Anne seguimos para uma pequena sala acompanhadas de um médico e dois enfermeiros. Na saleta havia duas poltronas reclináveis e os aparelhos necessários para a transfusão. Gemma e eu sentamos e esperamos os enfermeiros prepararem tudo. Anne nos observava atentamente, ela disse que queria nos acompanhar em todo o processo. Os meninos preferiram ficar na sala de espera, com a desculpa de que “alguéns” (bom, eles inventaram até uma palavra pra desculpa esfarrapada) deveria ficar com a Catarina. Bando de medrosos. Sendo que ela estava ficando o tempo todo no quarto em que o Niall estava internado, só saindo para comer alguma coisa e indo em casa para tomar um banho, mas voltando rapidamente. Acho que o hospital vai contratá-los como seguranças do quarto do Niall e da sala de espera.

       Depois que a transfusão acabou, nós três voltamos para maldita sala de espera. Eu estava totalmente inquieta. Sentava-me naqueles bancos desconfortáveis e tentava esperar, mas não conseguia ficar ali nem por cinco minutos. Logo me levantava e começava a rodar pela sala. Eu estava louca por notícias. Minha cabeça estava estourando e eu estava com um pouco de tontura, pois não tinha comido nada depois da transfusão. Anne e Gemma até tentaram me fazer comer um pouco, mas a impressão que eu tinha era que ia ficar pior se comesse.

- Jenni, vai para sua casa descansar um pouco, tomar um banho ou até mesmo comer qualquer coisa. – Anne disse.

- Não, eu estou bem. Eu não vou conseguir descansar sem saber qualquer notícia dele.

- Eu estou começando a ficar preocupada com você. Você não tem comido e nem dormido desde o acidente. Você tem que estar bem quando ele acordar. – Ela disse apreensiva. – E você também tem que trabalhar. Eu sei que você não foi a uma viagem importante para ajudar o meu filho. Eu serei grata a você pelo resto da minha vida. Vai pra casa, descansa e tenta trabalhar um pouco. Amanhã você volta.

- Ok Anne. Mas promete que se ele acordar você me liga imediatamente. Não importa se for de madrugada ou se eu estiver no trabalho, pode ligar. – Disse desesperada.

- Tudo bem Jenni. Fica tranquila, eu te ligo. – Ela disse tentando me acalmar.

     Peguei minha bolsa que estava em cima do banco e sai. Dirigi até minha casa e nem sei como consegui fazer isso. Depois que sai do hospital, senti um cansaço imenso. Parecia que eu não dormia há semanas.  

     Ao chegar em casa, joguei minha bolsa no sofá e fui direto para o banho. Fechei meus olhos e deixe a água levar todos os meus problemas, mas isso nunca deu muito certo. Sempre que eu saía de lá, eles já estavam esperando para me enlouquecer novamente. Deitei em minha cama e imaginei que Harry estava ali do meu lado. Sã e salvo. Ao alcance do meu toque. Tentei lembrar de tudo que já tínhamos vivido juntos, mesmo que em tão pouco tempo. Em meio aquelas lembranças eu adormeci.

     Dias se passaram. Eu estava presa naquela rotina de novo. Casa, trabalho, hospital e casa. Logo após o trabalho eu ia para o hospital visitá-lo, mas os médicos como sempre não tinham nenhuma notícia significativamente boa. O estado dele ainda era instável, e isso era perturbador. Charlie já havia voltado de Nova York e nós realmente tínhamos perdido credibilidade com esse cliente. Isso era horrível, mas se eu tivesse a oportunidade de voltar atrás, eu faria tudo de novo. Meu trabalho é muito importante para mim, mas Harry conseguia ser milhares de vezes mais importante.

        Os médicos explicaram para mim e Anne que Harry estava saindo da UTI e seria colocado em um quarto, pois eles já tinham parado com a medicação do coma induzido. Eles disseram que a situação dele tinha melhorado um pouco, mas ainda era bastante delicada. Ele continuava desacordado, mas pelo menos já poderíamos visitá-lo.

    Eu estava parada em frente à porta do quarto dele. Criando forças para entrar. Meu coração estava acelerado. Abri a porta e entrei. Ele estava lá deitado naquela cama de hospital completamente desacordado. Um soro estava ligado em seu braço e ele ainda estava respirando por aparelhos. Havia um hematoma enorme em seu braço direito, ocasionado pela transfusão.

     Pensei em uns boatos que ouvi uma vez. De que pessoas em coma conseguem ouvir tudo o que está acontecendo a sua volta. Por isso a visita da família é importantíssima para a recuperação. Olhei para ele e senti uma vontade enorme de chorar. As lágrimas escorriam descontroladamente pelos meus olhos. Anne falou que me acompanharia até aqui para ver ele, mas eu falei que ela podia entrar primeiro com a Gemma. Eu preferia entrar sozinha, já sabia que desabaria em lágrimas e não queria que ninguém me visse daquele jeito.

     Toquei seus cabelos delicadamente. Ele parecia totalmente frágil, como se ao meu toque ele fosse se quebrar. Eu queria mais do que tudo, que aqueles olhos cor de esmeralda se abrissem e me encarassem novamente. Queria dizer tudo pra ele, agradecer por ter salvado minha vida diversas vezes, por ter sido sempre tão compreensivo com os meus flashes de insanidade e também por ter me ajudado a superar uma das fases mais complicadas da minha vida. Mas a única frase que eu realmente consegui dizer foi um sussurrado: Eu te amo muito!

    Os olhos de Harry começaram a tremer freneticamente como se ele estivesse se forçando a acordar. Seus lábios se abriram e ele murmurou: Jenni...  Meu coração acelerou novamente e um grande sorriso surgiu em meu rosto. Não podia acreditar que ele estava acordando. Rapidamente apertei a campainha para chamar as enfermeiras, que em segundos chegaram ao quarto. Expliquei o que tinha acontecido e elas me disseram que aquilo era normal. Quando elas saíram fiquei mais uns minutos no quarto, mas ele não deu mais nenhum sinal. Tinha voltado a ter aquela mesma expressão no rosto de quando eu cheguei. Despedi-me dele e fui embora.

       Chegando em casa, tomei um banho e fui descansar. Depois daquela reação dele, eu fiquei mais feliz e esperançosa. Agora parecia realmente que ele estava reagindo; que estava lutando.

       Mais alguns dias se passaram e eu seguia com minha rotina. Fui novamente para o hospital. Niall já tinha ganhado alta, mas ainda tinha que fazer fisioterapia. Entrei no quarto de Harry e coloquei as flores que tinha trago em uma mesinha próxima a sua cama. Ele estava tomando remédios muito fortes, então ainda continuava apagado.

      Como eu fazia todos os dias, sentei na beirada de sua cama e comecei a conversar com ele. Eu segurava a mão dele enquanto fitava a janela. Mesmo estando dormindo, eu tinha a impressão que ele gostava de me ouvir falando. Então contei como fora meu dia, falei das coisas que fiz no trabalho, que Niall estava bem melhor a cada dia e que os meninos estavam loucos para que ele acordasse. Harry simplesmente apertou minha mão. Quando olhei para seu rosto, ele estava acordado e seus olhos me encaravam. Ele simplesmente disse meu nome.

- Hazza. – Disse completamente emocionada. – Você acordou meu amor.

- Jenni... – Ele disse com certa dificuldade.

- Eu vou chamar as enfermeiras. – Disse levando a mão na campainha.

     O médico chegou rapidamente acompanhado das enfermeiras. Ele examinou Harry e disse que ele ter acordado tinha sido um grande avanço, mas ainda teria que ficar no hospital por mais alguns dias. Harry pediu para o médico dar licença para podermos conversar.

- Como é bom ter você de volta Hazza. – Disse ainda sem acreditar que era verdade. – Cada dia que eu vinha aqui e via que você continuava apagado era uma tortura. Eu não aguentava mais aquilo.

- Jenni, o que aconteceu? Por que eu estou aqui? Há quanto tempo eu estou aqui? – Harry perguntava apavorado.

- Calma, se você ficar nervoso só vai piorar o seu estado. – Tentei acalmá-lo. – Você e o Niall sofreram um acidente quando estavam indo buscar eu e a Catarina. Fique tranquilo, ele já está bem melhor e até recebeu alta. A sua situação não foi tão simples como a dele, você se machucou bastante e está aqui há dias. Sua família está na sala de espera, você quer que eu chame alguém?

- Claro, mas daqui a pouco. – Ele disse com a voz fraca. – Meu corpo todo dói. Eu estou confuso. É como se eu tivesse morrido e ressuscitado. E se eu tivesse morrido mesmo?! Como você ficaria sem alguém para cuidar de você? Como meu filho que nem nasceu ainda ficaria?

- Calma Harry. – Ele parecia ficar cada vez mais desesperado.

- Jenni, me promete uma coisa? – Ele suplicou.

- O que?

- Que vai ajudar a Caroline com essa gravidez enquanto eu estiver nesse hospital? Ela é meio louca. Não quero que ela faça uma besteira. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Merecemos reviews? Recomendações?