– NÃO PEETA! –Eu berrava, a idéia de deixar ele partir me deixou desesperada. – VOCÊ QUE TEM QUE ENTENDER! EU TE AMO! – Fui beijá-lo, mas ele impediu.

– Mas Katniss eu não...

– Você não me ama. É isso?

– É por isso que eu preciso fazer isso. – sai correndo. Não podia suportar a idéia de perdê-lo. Estava chorando e correndo. Entrei em minha casa, subi as escadas e me joguei em minha cama. Na verdade a casa era de Peeta e a cama era nossa, mas eu não conseguia pensar, eu não conseguia fazer nada. Fiquei chorando com a cara no travesseiro. Escutei a porta do quarto abri, mas não tinha coragem de olhar.

–Katniss... – Era Peeta. Ele parecia cansado, provavelmente ele veio correndo, pois estava respirando rápido. – Amor... – só tive coragem de olhar quando ele me chamou de amor.

– Peeta eu não entendo. Se você me ama por que vai me deixar?

–Eu só quero te proteger. Olhe o que eu fiz para você!

– Peeta olha o que EU fiz para você!

–É diferente... – Ele falava olhando para o chão.

– Claro que não! Por minha culpa seu pai esta morto, por minha culpa sua família inteira esta morta, por minha culpa você perdeu sua padaria. Peeta por minha culpa você perdeu TUDO!

– Mas eu te ganhei, e não quero te perder. – Finalmente ele olhou em meus olhos. - Katniss, eu não quero mais te machucar, você é tudo para mim!

– E com nosso amor a gente vai superar qualquer coisa. – eu tinha parado de chorar. Agora estávamos conversando civilizadamente.

– Mas e se eu fizer alguma coisa...

– Sei que quando você acordar, você vai me proteger, não me machucar e sei também que você vai cuidar de mim.

– Que lindo... – não era a voz de Peeta. Estava escutando alguém batendo palmas, mas não sabiam de onde vinham. – Docinho, se você olhasse bem para seu punho, pensaria duas vezes antes de dar essa resposta. – Ele estava horrível, Haymitch e meus punhos.

Peeta era realmente muito forte. Meu punho estava roxo e inchado. Não podia demonstrar dor, não podia SENTIR dor, por que isso iria magoar muito Peeta. Tentei sorrir, mas não deu muito certo.

– Não está doendo docinho?

– Não Haymitch, não está. O que está doendo é esse seu cheiro de álcool. – Peeta sorriu. Mas era verdade o que mais doía era meu nariz. O cheiro estava tão ruim que quase vomitei. Haymitch continuava a ser uma pessoa nojenta em minha opinião. – Por que você não vai para o banho e coloca uma roupa que de preferência não esteja rasgada?!

– Docinho eu estaria mais preocupado com seus... – Nessa hora Peeta levantou e fechou a porta na cara de Haymitch.

– Bem melhor assim – ele disse e voltou a sentar do meu lado. – Desculpe, eu pensei que seria melhor se...

– O melhor para a gente será quando ficarmos juntos.

– Desculpa...

– Tudo bem, não tenha mais nenhuma ideia estúpida como essa, ta legal?

– Vou tentar. – Ele disse sorrindo.

– Não vamos mais falar sobre isso. Que horas sai o trem?

– Às onze horas... A gente tem uma hora e meia.

– O que você quer fazer?

– Acho que vou cuidar dos seus punhos.

– Mas Peeta, não está doendo. É serio.Vou passar uma água e daí encerrou esse assunto certo? –Ele concordou e dei um selinho nele. Fui em direção ao banheiro, mas antes de eu chegar fiquei tonta e me encostei na parede. – Pee...

Não consegui chamar por ele. As coisas estavam escuras e confusas. O que eu me lembro é que tudo se apagou e eu não entendia nada do que estava acontecendo.