As Duas Faces De Johanna 2 - A Nova Era. escrita por Lina Pond


Capítulo 4
Não me afaste de você.




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- Me desculpe pelo meu surto – Annie já estava melhor e linda como sempre. Os cabelos castanhos avermelhados lhe caiam sobre os ombros e mesmo com a bolsa de bebê no ombro, ela parecia uma adolescente.

- Tá tudo bem – eu disse enquanto esperava Erick chegar com nossas malas – não queria me despedir de vocês.

- Nós também não queríamos que você fosse né Mike?

- Eu amo vocês – disse enquanto os abraçava – se cuidem e qualquer coisa me chame. Eu volto no primeiro trem que aparecer.

- Pode deixar – Annie disse e me deu Mike pra que eu pudesse me despedir enquanto ela abraçava Erick.

- Se cuida príncipe – disse pra Mike – logo eu volto pra te contar tudo sobre seu pai.

Eu e Erick subimos no trem, ele animado pela viagem, eu triste por ter que deixar as únicas pessoas que eu amava no mundo.

- Vai ser legal – Erick disse enquanto se sentava ao meu lado.

- Quem sabe.

- Eu prometo.

- Você promete muitas coisas Cresta.

- Você devia confiar mais em mim Mason.

- Faça por merecer – disse enquanto me levantava e ia em direção ao quarto – Qualquer pessoa que gosta da Capital, entra na minha escala duvidosa.

- Como se você não me amasse Mason.

- Não se ilude Cresta – e bati a porta.

Eu não estava com fome e os vagões agora eram divididos. Nada de Avox nos servindo. Apenas pessoas que trabalhavam e recebiam pelo serviço. Nada de adoração, luxo ou comidas que custavam milhões. Tudo era bem normal e eu amava aquilo. Tirei a roupa da viagem e entrei no chuveiro. Lá fiquei lembrando das pessoas que conheci. Das que ainda viviam e das muitas que já haviam partido. Fiquei pensando em tudo que fiz e considerava errado e chorei mais um pouco. Fui pra cama apenas com as roupas de baixo e chorei até dormir. “O que está acontecendo com você Johanna?” minha mente ecoava e me perturbava. Eu estava voltando pra Capital, o que me lembrava de quem eu era lá. Eu não sabia quem eu ia encontrar, mas tinha que colocar em minha mente que atacar a Enobaria não era uma boa ideia. Nem ficar perto de facas. Apenas por precaução. Nos meus sonhos, Finnick apareceu. Diferentes dos pesadelos que eu costumava ter, ele ficava repetindo que estava orgulhoso de mim. Aquilo fez com que eu acordasse bem. Me levantei, coloquei um vestido florido (coisa do meu estilista, certeza) e fui tomar meu café.

- Cresta, acordou cedo.

Erick ficou me encarando enquanto me media com os olhos. Não abriu a boca o café inteiro, mas quando me sentei no sofá do nosso vagão, ele veio conversar.

- Você já se apaixonou antes Jo?

- Sim...

- E o que aconteceu?

- Ele me deixou. Depois da Arena.

- Não faz muito sentido.

- Digamos que eu não tive a sorte da Annie. Ninguém me amou como Finnick a amava.

- Ainda há tempo, sabia?

Deitei em seu colo, enquanto ele mexia em meu cabelo. Eu não pretendia me apaixonar por alguém ou ter alguém da maneira que eu tinha Cody, não tão cedo. Mas eu queria a segurança e o acalento que Erick me passava.

- Você está com medo? – Erick perguntou enquanto seus dedos passeavam pelos meus cabelos.

- Muito.

Então ele beijou minha cabeça e sussurrou:

- Fica comigo Jo.  Eu protejo você.

Finnick me protegia. O tempo inteiro. Desde a primeira vez que nos conhecemos. Peguei no sono e sonhei com meu primeiro encontro com Finn:

- Ano passado – entoava Snow – nós tivemos um vencedor novo. Um orgulho para o distrito quatro. Agora ele é um de vocês. Vai treinar tributos pra arena. Seja bem vindo Finnick.

Meus olhos passeavam pela sala até encontrar o garoto. Um menino bonito, com uns quinze anos, assustado demais pra fazer qualquer coisa. Ninguém se voluntariou pra ir cumprimentá-lo.

- Oi bonitinho – disse enquanto chegava perto dele – no começo é meio assustador, mas passa. Eu prometo.

- Eu matei o tributo do seu distrito – ele disse com a voz falha.

- Eu sei... E você foi incrível.

Ele sorriu. Eu sorri. Foi ali que eu soube que Finnick Odair seria a pessoa que faria minha vida voltar a ter sentido.

- Jo. Johanna. Acorda. Você estava sonhando. – a voz de Erick martelava em meu cérebro.

Levantei e me esforcei pra abrir os olhos. Nos sonhos as coisas eram muito melhores. Nos sonhos, meu melhor amigo ainda estava vivo.

- Está tudo bem? – ele disse enquanto mexia em meu cabelo e segurava um de meus braços.

- Tudo sim – eu me sentia tão culpada por pensar em ser feliz enquanto meu melhor amigo não tinha sobrevivido nem pra ver seu filho – eu vou pro meu quarto Erick.

- Jo – ele se levantou e correu em minha direção. Com um dos seus braços entrelaçou minha cintura e com o outro segurou meu rosto, pra que eu pudesse olhar diretamente em seus olhos. E então me beijou. Senti um calafrio e coloquei minhas mãos em seu peito, pronta pra o afastar de mim. Mas algo mais forte que eu fez com que meus braços subissem até seu pescoço, entrelaçando meus braços, bagunçando seu cabelo. Eu não queria sair dali nunca mais. Era melhor do que com Cody. Era como se eu já soubesse o que fazer. Eu beijei Cody milhões de vezes, mas nada foi como aquilo. O calafrio, como se eu precisasse daquilo mais do que precisei de um machado nos Jogos. Sentia as mãos de Erick cada vez mais apertadas em minha cintura, o que me acordou do transe. Me soltei e sorri.

- Não me afaste de você – ele disse e me beijou novamente.

Mexi em seu cabelo e respondi:

- Não vou.


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Notas finais do capítulo

Preciso saber se vocês estão gostando do Erick, então falem comigo. Também me dêem idéias. E pra quem tá sentindo falta da emoção, logo logo nós teremos um pouco disso. Beijos