Nina, ou a doce punição de Loki escrita por Puella


Capítulo 7
A melancolia do deus da trapaça


Notas iniciais do capítulo

Considerem-se sortudos, pois eu consegui escrever mais um, já que a minha inspiração me permitiu!
Ele é um pouco triste, eu escrevi ouvindo essa música http://www.youtube.com/watch?v=jfQnqLbYET0 (caso queiram dar uma olhada)



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No dia seguinte Loki não encontrou Nina em nenhum momento, nem quando ia trabalhar e nem quando chegava em casa, tudo que ele encontrava era a sua refeição separada em cima da mesa, ele sabia que Nina estava trancada em seu quarto. Durante uma semana havia sido assim, até que um dia o deus da trapaça bateu a porta do quarto da vanir.

- Nina – ele falou tentando demonstrar paciência – abra a porta, preciso falar contigo.

Ninguém respondia.

- Abre logo a porta Nina!  

- Vá embora! – ela gritou do outro lado.

- Não vou embora – ele falou – vou ficar aqui até você abrir, nem que fique aqui dormindo!

A porta foi aberta e Nina apareceu armada com um arco e flecha, apontados bem no meio do rosto do asgardiano, ela tinha raiva e magoa em seus olhos.

-Eu atiro bem ... – ela sibilou fria – e não vou pensar duas vezes em acertar essa sua cara dissimulada.

- Não vim machucá-la – ele levantou as mãos em sinal de rendição.

- Você não vai me machucar, antes vou acerta-lhe uma flecha na cabeça...

- Por que não disse que você era aquela menina?

- E se eu não fosse?! Você teria continuado?! – ela falou com os olhos cheios de lágrima – TERIA?!

Loki não respondeu, apenas abaixou a cabeça, só escutava a respiração alta da garota.

- Por que estou perguntando isso? – ela riu fria – Você não daria à mínima, realmente, você não passa de um monstro...

- Não...

- Voce é mal, você não tem um coração...

- Não, pare... – Loki tampava os ouvidos com as duas mãos.

- Monstro!

- PARE! – ele gritou se encolhendo.

- NÃO LOKI! ESSA É A VERDEADE ESTAMPADA NA SUA CARA! MONSTRO!

- EU NÃO SOU UM MONSTRO! EU NÃO ESCOLHI SER ISTO! – ele segurou Nina pelos ombros – Eu só... – e depois a soltou.

Ele caiu de joelhos no chão, e pela primeira vez depois de algum tempo, uma lágrima solitária caiu de seus olhos, Nina tentou se manter impassível mas algo dentro dela começou a amolecer, e pela primeira vez ela o viu chorando, ele apertava a mão com tanta força que acabou por feri-la.

- Eu não pedi por isto – ele sussurrou - eu realmente não fui gentil com você, reconheço, fui um animal, me perdoe... me perdoe, por favor...

Nina se ajoelhou para olha-lo nos olhos, se antes ela achava que ele era um monstro, agora apenas via uma alma ferida. Ela colocou sua mão sobre a dele e ele a fitou, ela lhe sorriu.

- Me perdoe – ele pediu outra vez.

- Então me perdoe também – ela disse.

- Tudo bem – ele falou – você teve motivos para isso.

- Loki – ela segurou sua mão com firmeza – o que tanto lhe atormenta? Diga-me? As pessoas me contam tantas coisas, mas e você?

Ele então deixou de olha-la, encarando o chão.

- Você jamais entenderia, ninguém entenderia – ele apenas lhe sorriu triste, e se levantou, indo para o seu quarto.

Nos dias que se seguiram Loki quase não falava com ela, a não ser quando comiam juntos, Nina notou que ele parecia melancólico a cada dia, e que comia menos, e, estava bem dedicado as atividades no castelo, era pontual e ficava quase sempre depois do horário. De certa forma, Loki estava sentido finalmente o grande peso de seus erros em cima de seus ombros, nem mesmo nas horas de sono, sentia um resquício de sossego, a angustia era sua única companhia.

Nina não esteve errada em dizer que ele era um monstro, mas ouvir da própria boca de quem ele havia salvado a vida um tempo antes era de certa maneira, doloroso, e lembrar que estava vivo parecia um estorvo para sua consciência, morrer parecia mais fácil, interessante, bonito, viver era sofrível, um castigo.

Thor fez uma rápida visita a Nina, na loja de porções, queria noticias de seu irmão:

- E então como ele está? Está se comportando bem?

- Sim – Nina respondeu, não muito satisfeita, vendo como as pessoas sempre presumindo que Loki estivesse aprontando – ele é bem dedicado ao trabalho.

- Vocês se dão bem?

- Não nos falamos muito – ela tinha acabado de embalar uma porção – Ele não me parece ser uma pessoa má Thor, eu vejo muita tristeza em seus olhos. E vocês têm culpa nisso – ela disse olhando bem para o meio-irmão de Loki – ou vai me dizer que não?

- Voce não está errada, Nina de Vanaheim – Thor falou com um sorriso triste – por mim, eu pediria para Loki voltar para casa e esquecer tudo isso, mas as coisas não são tão simples, o que é uma pena.

Nina ainda conversou mais um pouco com ele, e não mencionou nada sobre o que havia acontecido naquela noite, e depois se despediu dele. No meio do caminho encontrou Loki voltando para casa, cabisbaixo, parecia cansado e muito sujo. Ele a viu e acenou formalmente, ela se aproximou dele e reparou que seu cabelo estava terrivelmente desgrenhado.

- Venha – ela lhe puxou gentilmente – vamos fazer algo diferente hoje, vou lavar seu cabelo.

Aquilo pegou Loki de surpresa, mas ele nada falou e apenas acompanhou. Enquanto um cozido cozinhava no fogo a lenha, Nina lavava os cabelo do rapaz no lavabo, uma boa sensação que fez Loki relaxar um pouco.

- Se senti melhor? – ela falou com um fraco riso, mas ele nada respondeu – Sabe, a higiene traz beleza a vida, se você não se limpar sempre, vai se sentir sempre sujo, incomodado, pronto. Agora você já pode enxuga-lo.

Depois os dois forma jantar, Loki não falou nada durante o jantar, mas comeu bem, parecia satisfeito. Levantou-se da mesa e colocou o prato sobre a pia, e caminhou para em direção ao seu quarto, mas no meio parou e disse.

- Obrigado.

E seguiu para o quarto, onde deitou e adormeceu de uma melhor forma que ainda não tinha adormecido desde que chegara lá.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam....?