Atônitos.

Era a palavra que poderia definir o estado de tantos asgardianos, onde se olhasse era possível ver naves caídas, casas destroçadas, corpos caídos no chão, nunca na história de Asgard ouve um ataque tão violento sobre a cidade dourada. Já dentro do castelo as curandeiras do palácio ajudavam a socorrer os feridos e em uma das alas se encontrava Nina. Assim que a jovem perdeu a consciência Loki fez a primeira coisa que lhe veio à mente: mantê-la viva com sua própria energia. O jovem príncipe levou a jovem às pressas até a enfermaria do castelo que ficava numa região bem protegida – ele teve, obviamente que se teleportar até lá - ao chegar lá pediu por ajuda, visivelmente desesperado, Gert a chefe das curandeiras foi logo ao socorro do príncipe.

Nina foi colocada em uma cama em forma de um esquife, Gert tratou logo de ativar uma válvula que emanava uma energia amarelada que ficou tomando conta do corpo da jovem, um tipo de mana mágico que detectava os males que afetavam o corpo da pessoa ferida.

Gert analisou os pontos que apareciam no corpo da jovem por meio da mana dourada, sua expressão não era das melhores.

– Ela está muito fraca – ela encarou Loki – fora o ferimento, há sinais de que ela sofreu um ataque provocado por algo que provavelmente matou a criança que ela esperava.... alteza, ao que os pontos indicam, foi magia proibida.

Loki abaixou os olhos e perecia perdido.

– Ela vai viver não vai? – ele disse não fio de voz.

– Não sei milorde, e a jovem também perdeu muito sangue, pode ser que ela não dure mais de um dia...

– Ela não pode morrer! – ele gritou assustando a mulher – ELA NÃO VAI MORRER! EU NÃO VOU DEIXAR!

– Príncipe Loki acalme-se – a chefe das curandeiras tentou colocar suas mãos nos ombros do jovem mago.

– Eu não quero ficar calmo!

Thor apareceu acompanhado de Sif após ouvirem os gritos de Loki. Logo depois Odin adentrou na sala junto dos outros dois pois ele havia deixado a esposa aos cuidados de uma das assistentes de Gert pois Frigga estava muito nervosa.

– Loki controle-se! – disse Odin autoritário – Ficar assim não fazer com que sua esposa fique boa.

Loki tinha a respiração ofegante, ele virou o corpo e encarou os demais que estavam atrás de si. O jovem estava suado, descabelado e lagrimas grossas lhe desciam pelos olhos, os olhos verdes miraram Odin, ressentidos.

– Se eu tivesse recusado... ela não estaria morrendo agora...

– Não seja tolo – o rei de Asgard lhe cortou – Isso não vem ao caso! Não adianta falar no que devia ser feito!

– Ela está morrendo! – ele gritou em plenos pulmões fazendo o velho se calar – Podia ser comigo! Comigo! Mas não ela... – sua voz embargou – ela não... ela não merecia passar por isso...

– Loki... – Thor andou até próximo ao irmão que parecia ter entrado em pânico.

O caçula de Odin se desequilibrou mas foi segurado pelo mais velho que então lhe abraçou.

– A culpa é minha.... a culpa é minha – o moreno repetia – eu não a protegi com deveria, sou um fracassado... é essa a minha punição?

– Não, não você não é um fracassado – Thor disse com certa firmeza – irmão!

Ele então fez com que Loki o encarasse.

– Loki olhe para mim – Thor segurou o rosto do mais novo – ela vai ficar bem, vai ficar tudo bem – disse de forma serena.

– Eu não posso ficar sem ela... não posso... eu enlouqueço – ele soluçou um pouco.

– Tenha fé irmão, ela vai ficar bem...

Loki acabou se desabando no irmão e chorou feito uma criança, o loiro passava uma de suas mãos grandes na cabeça do mais novo tentando lhe passar conforto, Sif também fez o mesmo e se achegou aos dois ficando então os três abraçados, a jovem também chorava pois tinha Sigyn como sua amiga e pelo fato de sentir o sofrimento pelo qual Loki estava passando.

Asgard, 2 dias depois.

Houveram vários funerais de guerreiros e outras pessoas que haviam morrido, outras tentavam levar a vida de forma normal, o reino inteiro estava de sobreaviso, todos temiam que Malekith retornasse, mesmo sabendo que os asgardianos haviam derrubado varias naves. Thor ficou no comando da operação, ele sugeriu que os soldados vasculhassem as naves, provavelmente poderia haver ali alguma coisa que pudesse ajudar os asgardianos, embora Thor estivesse com algumas incertezas ele não quis chamar pelo irmão, Loki não estava em condições de ajuda-lo, o filho caçula do rei não saia de perto da esposa que dormia serena e pálida com uma respiração bem fraca. O jovem ignorou inclusive os ferimentos do próprio corpo, resultantes do embate com Malekith, ainda usava a mesma roupa de quando entrara na enfermaria dias antes, estava sujo e não se alimentava há dois dias, mas a sede e a fome eram a última coisa que lhe importavam naquele momento.

Ninguém conseguia convencê-lo a sair para descansar, sequer pregara o olho, tinha olheiras profundas e marcas secas das lagrimas que havia derramado, de longe se parecia com o Loki orgulhoso, arrogante e cruel, de longe se parecia com aquele belo e imponente príncipe louco por poder, ali ele era apenas as sobras de si mesmo. Ele estava sentado de joelhos com a cabeça deitada ao lado do rosto da jovem, seus olhos estavam perdidos e ao mesmo tempos atentos e ansiosos para que ela abrisse os seus revelando as orbes turquesas que ele tanto amava.