Sigyn corria em meio a escuridão, seus pés sangravam depois tanto tempo que a jovem corria por aquele lugar. Algo a fez tropeçar fazendo com a menina batesse forte contra o chão, ofegante a menina começou a chorar, não gostava de se sentir sozinha daquele jeito, desempareda, estava suja de sangue, abraçou-se sozinha tremendo levemente.

Passos leves alertaram a jovem.

– Q-quem está aí?

Em meio a penumbra, uma silhueta feminina surgiu caminhando em direção. Nina se encolheu ainda mais tornando a perguntar outra vez.

– Quem é você?

– Não tema – disse a mulher misteriosa – vim lhe ajudar. Me diga, o que aconteceu?

– Eu não sei – disse a menina – eu só quero voltar pra casa....e ficar com meu marido...

– Loki?

– Como sabe? – disse a jovem desconfiada.

– Foi ele que a abandonou, foi por causa dele que você ficou assim – disse a mulher de forma triste.

– Não, não – a jovem repetia – não... é mentira, mentira!

A mulher se aproximou da jovem lhe ajudando a levantar.

– Venha – disse a mulher de rosto desconhecido – eu posso a ajuda-la a voltar.

Hesitante, Sigyn aceitou a ajuda mulher e se levantando.

– Obrigada – disse a jovem dando um fraco sorriso, porem de repente Sigyn sentiu uma dor aguda em seu abdômen, e quando olhou para baixo viu uma faca cravada em seu corpo, o sangue escorria abundante mente, a dor era tanta que a jovem mal podia gritar. Sentindo –se fraca foi aos poucos caindo desfalecida no chão e olhando para cima viu a tal mulher lhe sorrir de forma diabólica.

– De nada, querida.

– Sigyn! – a jovem acordou com a voz de Frigga que lhe acodia nos ombros.

A jovem acordou completamente suada e ofegante, sentiu um embrulho no estomago virou o rosto para o lado e vomitou no chão, Frigga segurou uma de suas mãos forçando a jovem a encara-la.

– Pelos deuses minha menina! O estás sentindo? Não parava de te debater na cama – a rainha gentilmente limpava o rosto suado da jovem.

– Tive... um sonho ruim… – disse a jovem com dificuldade.

– Tente relaxar querida....

– Não.... não – ela balançava a cabeça de um lado para o outro – não posso.... não posso.... Loki... onde ele está?

– Eles está bem querida, tente se acalmar, logo, logo ele estará aqui, tente relaxar, mantenha a calma, se tu ficares tensa será tanto pari ti quanto para o bebê...

– Bebê? – a jovem encarou a rainha com uma expressão confusa.

– Sim.... ele tem só algumas semanas, é bem pequeno – Nina ainda a encara sem entender, Frigga riu – Você está esperando uma criança, minha menina.

–

Loki saiu da Bifrost as pressas, a ideia de chegar com as boas noticias a Odin havia ido para o espaço assim que Heimdall lhe contou que sua esposinha não estava passando bem. O trapaceiro saiu voando literalmente com Thor até o castelo. Os dois irmãos correram pelos corredores do castelo, por muito pouco Loki não arrebentou a porta quarto. O moreno caiu de cara no chão, e se levantou de forma desajeitada.

– Onde ela está? – ele respondeu ofegante com um corte no lábio.

Frigga o encarava ainda assustada com a toalha na mão, logo atrás da rainha Nina o encarou, estava pálida e suada, Loki caminhou até a jovem que em fração de segundos fechou a cara ao fita-lo.

– Nina...

– Nem comece – ela cortou zangada, fazia o maior esforço para não chorar, no fundo queria abraça-lo e dizer que seria pai, mas estava tão confusa e irritada que não sabia o que fazer, primeiro acorda sem o marido no quarto, depois descobre que o mesmo havia se enfiado em Jotunheim onde era jurado de morte, em meio a isso sente enjoos e tonturas e finalmente descobre que ficou gravida.

– O que aconteceu? – ele perguntou.

– Eu é que deveria fazer essa pergunta! – disse a jovem zangada.

Nina inflou as bochechas e virou para o lado.

– Seu malvado... o que você achava que estava fazendo? Sabia que eu ia ficar preocupada...

Loki riu sem graça, e passou a mao na nuca em puro sinal de constrangimento.

– Estava resolvendo algumas coisinhas.... ora vamos minha pequena! Eu já estou aqui, não estou?

Ela o encarou ainda séria.

– Gostaria de ficar a sós com meu marido, por favor.

Frigga, Thor e as demais servas deixaram o quarto. Assim que ficaram finalmente a sós Sigyn deu um apertão no nariz de Loki.

– Como é você me faz uma coisa dessas!

– Ai... isso dói – ele se queixou afastando, a jovem o encarava ainda brava, sem querer Nina deu uma fungada – Nina...

Loki segurou a mão da jovem e notou que ela estava um pouco gelada.

– O que houve com você pequena? Isso foi por minha causa? – ele a fitava preocupado.

– Mais ou menos... – ela respondeu – eu também tô bem confusa... tenho medo da sua reação....

– Pelas crinas de Sleipnir! O que aconteceu Nina? Você está doente?

Ela negou com a cabeça.

– Então me diga o que é?

Ela suspirou e depois disse.

– Loki, eu estou grávida.

Loki piscou os olhos rapidamente.

– Grávida? – ele disse devagar tentando processar aquela informação.

– É – disse a jovem – sua mãe disse que o bebê tem algumas semanas. O que houve? N-não gostou de saber?

– N-não – ele se apressou em se corrigir – é que foi tão inesperado...

Ele então entristeceu o olhar sem encará-la, Sigyn porem lhe acariciou o rosto fazendo com que ele a encarasse nos olhos.

– Acha que eu seria um bom pai? – ele falou.

– Você está com medo?

– É... um pouco – ele disse – não se alguma criança teria orgulho de ter a mim como pai...

– Claro que teria! – a jovem falou com veemência – Loki, eu sei que você errou muito antes de ficar comigo, mas agora é diferente, esqueça o que fez de errado, tente se focar no que você está sendo agora... eu tenho certeza que nosso filho ou filha vai ter muito orgulho do pai que tem...

Loki deu um fraco sorriso.

– Obrigado, Nina.

Os então deram um abraço apertado.

– E você será uma mãe maravilhosa.

A jovem sentiu o rosto corar, se sentia melhor agora, apenas uma coisa a incomodava: o que seria aquele sonho perturbador que ela havia tido?

– Nina?

– Hum?

– Está sentindo alguma coisa – ele tornou a encará-la, a garota apenas lhe respondeu com um beijo rápido nos lábios.

– Está tudo bem! – ela sorriu, embora soubesse que no fundo não era tão verdade assim.