Nina acordou no meio da noite ao sentir o lado da cama frio e vazio, a jovem vanir abriu os olhos e tateando pela cama a procura do marido, porém Loki já não estava mais lá. Embora tenha se assustado de inicio a jovem se acalmou e conseguiu perceber por sua intuição o que ele deveria estar fazendo. E ela esperava que ele tomasse a decisão certa pelo menos.

No castelo de Freyr, Odin e o rei de Alfheim olhavam surpresos pela aparição repentina de Loki ali.

- Irei para Asgard com você.

Odin quase esboçou um sorriso, eu disse quase porque Loki não deixou que o fizesse.

- No entanto há uma condição – ele falou.

- Que tipo de condição? – perguntou Odin.

- Quando tudo isso terminar – disse Loki – eu quero que devolva a minha liberdade, uma terra boa para morar e um castelo, quero recomeçar a minha vida, porém longe Asgard e longe de todos vocês. É pegar ou largar, do contrario não contará com a minha a ajuda, Odin.

- Vejo que pensou bastante – disse o velho, que embora não tenha gostado da proposta totalmente, pensou que seria mais prudente aceita-la no momento – parece-me justa a oferta. Então este será o nosso acordo filho de Laufey.

Estranhamente tanto Loki quanto Odin se sentiram desconfortáveis, tanto Loki por ouvir aquele nome, quanto Odin o pronunciando. Mas o pai de todos tinha que tentar ao menos parecer pouco sentimental.

- Quando partiremos? – disse Loki quebrando o silencio.

- Amanhã pela tarde – disse o pai de todos.

- Ótimo, irei avisar a minha esposa – disse Loki indo em direção a porta.

- Loki – Odin o chamou mais uma vez, o filho mais novo parou na porta – obrigado.

Loki olhou de lado com sua expressão fria.

- Não me agradeça Odin, afinal não estou fazendo isso por Asgard ou por ninguém.

Nina estava na varanda da casa arvore, sentindo a brisa fria cortando-lhe a pele, ela se abraçava a uma manta grossa, olhando o sol nascer, a jovem não havia conseguido dormir, muitas coisas lhe passavam pela mente, até que avistou o marido voltando, montado em um cavalo. A jovem desceu de lá e caminhou até o seu encontro, o asgardiano desceu do cavalo e encarou a jovem por alguns segundos enquanto o frio chicoteava o corpo de ambos. O rapaz chegou mais próximo à jovem esposa que sentindo toque da mão fria em seu rosto, a garota fechou os olhos sentindo o carinho.

- Voce foi lá? – ela perguntou.

- Já decidi – ele disse colando seu rosto no dela – Partiremos amanhã.

Aquilo pegou Nina de surpresa, ela então o fitou com os olhos arregalados.

- Iremos para Asgard?

- Sim.

A vanir apenas lhe deu um fraco sorriso.

- Vamos pra dentro, aqui fora está muito frio.

Dizendo os dois voltaram para casa de mãos dadas. Depois de algum tempo Nina foi preparar alguma coisa para tomar café, então pegou algumas ervas para esquentar o chá e alguns biscoitos que haviam sobrado da sua festa de aniversário. Loki apenas estava sentado na mesa, pensativo apenas ouvindo o ruído da louça de chá que esposa arrumava na mesa, Loki olhou para ela e notou que o seu cabelo se encontrava preso em uma longa e grossa trança.

Nina não se assustou ao sentir duas mãos brincando com seu cabelo que ia sendo solto aos poucos.

- Gosto do seu cabelo solto – disse ele em seu ouvido.

Ela apenas riu, ele então começou a beijar-lhe o pescoço, a jovem se arrepiou e esboçou um pequeno sorriso ao sentir as caricias do marido que lhe segurava por trás. Nina virou-se de frente para ele para beijá-lo nos lábios, ela deixou a manta cair no chão revelando apenas que estava com sua camisola de tecido fino, ignorando o frio deixando se leva por outro tipo de calor. Ele a segurava pela nuca sentindo a textura daqueles cabelos cor de cenoura que ele tanto apreciava. Colocou a garota sentando a na mesa. Tiverem que quebrar o beijo pela falta de ar. Loki fitou os olhos azuis que antes sempre eram inocentes agora mostravam desejo, desejo de mulher. O casal tornou a se beijar, ignorando o barulho da chaleira, o frio que vinha da janela e qualquer outra coisa que falhasse a sua concentração. Amaram-se ali mesmo.

No dia seguinte Nina se despediu das pessoas da loja, e de outras amizades que havia feito ali, Alvim mesmo chorava inconformado, queria ir a todo custo com ela, Nina sentiu certo pesar, Skinir e a esposa ficaram um pouco envergonhados pelo drama do filho. Loki também embora não demonstrasse sentia certa pena do garoto, já Odin apenas analisava a situação.

Loki pegou e se abaixou ficando na altura do garoto:

- Para com choro pivete – ele disse com a voz cansada – ou você quer deixar a Nina triste?

- Não – ele disse choroso – mas... por que que ela tem que ir embora com você? Deixa ela aqui!

- Não seja tolo, ela é  minha esposa, eu não posso deixa-la aqui – ele suavizou um pouco o olhar – preciso dela junto de mim, entende? E depois, isso não é um adeus, a gente volta pra visitar você.

- Verdade? – o menino o fitou esperançoso.

- Claro – disse Loki convencido.

- Não sei não – disse o menino.

Loki revirou os olhos e levantou, Nina apenas riu e pegou Alvim para dar mais um abraço apertado nele.

- Vou sentir sua falta – disse o menino elfo – quando eu crescer eu quero casar com um garota que nem você.

Nina riu.

- Quem sabe, tomara que você encontre essa garota... até breve Alvim.

- Até breve senhorita Nina, não se esqueça de mim...

- Não esquecerei – ela disse quase chorando.

Depois de despedidas, Loki e Nina seguiram com Odin até aguardar o sinal de Heimdall. Loki mal podia acreditar mais em poucos segundos ele estaria em Asgard novamente.