Nina, ou a doce punição de Loki escrita por Puella


Capítulo 16
Interrupção – parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, recebi alguns comentários (embora poucos), e pensei em continuar a fic por aqui mesmo, então estou passando todos os capítulos da segunda parte para cá agora (fato que divia ter feito há muito, eu acho) quem já tinha lido, vê de novo, se quiser é claro!

Beijocas e boa leitura!



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“Muitos acreditavam que antes da origem do universo, nada se havia. Estavam errados, havia trevas.”

A árvore dos mundos esconde um reino frio, obscuro, muito pior do que a crueldade dos Gigantes de gelo, este reino temível age sem que saibamos seus passos, seu poder vem da magia das sombras, a magia proibida capaz de por em perigo até mesmo o equilíbrio das raízes de Yggdrasill.

Svartalfheim é o reino ao qual me refiro.

Alfheim, margens do lago Glomma.

– Ai... – dizia Alvim – tá muito pesado! Eu não vou conseguir!

– Pare de reclamar pirralho – disse Loki escorado em uma árvore vendo a pobre criança se matando para puxar a pequena rede de pesca com vários salmões dentro.

– Me ajuda aqui Loki! Assim não vale!

– Não foi você que disse a Nina que era um bom pescador, agora prove – o deus respondeu com riso divertido nos lábios.

Alvim bufou de raiva devido ao peso da rede logo escorregou para dentro do lago, o menino gritou em desespero, Loki se levantou do chão e foi até a beirada do lago e, calmamente foi puxando o menino e a rede cheia de peixes.

– Um isso aqui vai dar um belo jantar – disse ele largando o menino “delicadamente” no chão enquanto segurava a rede com a outra.

– Não se esqueça do nosso acordo! – falou Alvim se levantando.

– Sou um homem de palavra, pirralho – Loki disse debochado.

Alvim olhou para Loki em sinal de descrença.

O deus e o menino elfo caminharam de volta para a casa arvore. Agora os dois pareciam se entender um pouco, na verdade, em parte porque Alvim tinha muito carinho por Nina como se ela fosse a sua irmã mais velha, então ele seria obrigado a aturar Loki.

Tudo na vida tinha o seu lado difícil.

Naquele dia Loki estava de folga, por isso aproveitou a manhã para pescar com Alvim, ele queria fazer um belo almoço para sua esposa que faria 17 primaveras.

Quando os dois chegaram à casa, Loki colocou os peixes sobre a mesa, ele estava maquinando que tipo de comida fazer.

– Entende alguma coisa de comida, pirralho?

– Como assim?

– Sabe cozinhar alguma coisa?

– Não. Eu só como – respondeu a criança.

– Você é mesmo um inútil!

– Ei! – Alvim respondeu irritado – Eu te ajudei a pescar os peixes seu ingrato!

– Nossa – Loki falou de um jeito dramático – você foi de grande ajuda! Nem conseguia segurar uma rede de pesca direito!

Alvim franziu lhe o cenho e inchou as bochechas vermelhinhas dele.

– Que foi? – disse Loki com um falso tom maternal – Vai chorar?

– Nunca! – o menino esbravejou – eu não sou homem de chorar!

Loki riu com gosto, mas logo, parou. E mudou de assunto.

– Ei garoto – ele disse – vá à horta e pegue os legumes.

– Você vai cozinhar? – ele falou incrédulo.

Loki o olhou com aquela cara “o que você acha que eu to fazendo?” e respondeu:

– Quem mais seria? A sua avó? Anda logo, que ainda vou ter que buscar a Nina depois!

O menino correu para fora, logo depois voltou cheio de legumes. Em alguns minutos viu Loki fatiar os peixes e os legumes com maestria, ele faria um belo ensopado de salmão. Nina adorava ensopados. Alvim olhava admirado para o semideus.

– Onde aprendeu a mexer com as facas desse jeito?

– Muito treino.

– Uau! – disse o menino – Como aprendeu a cozinhar?

– Sozinho, vendo as cozinheiras do castelo – na verdade Loki adorava pregar peças nelas – Eu era quem costumava preparar a comida nas minhas antigas aventuras – ele falou, sem querer se lembrou do meio irmão, e de quando os dois eram apenas Loki e Thor, os aventureiros que arrumavam encrenca por entres os nove reinos.

Alvim estranhou quando fitou Loki que aparentava um semblante nostálgico, triste. O garoto então havia se lembrado das palavras de Nina.

“Ele não é mal como você pensa, eh que o Loki não gosta de mostrar para os outros que ele se senti triste, só isso”.

– Ei Loki?

– Que é pirralho? – ele não tirava os olhos do enorme panelão que cozinhava no fogo a lenha.

– Você não sente saudades de casa? – o menino perguntou se se sentando à mesa.

Loki ficou ereto ao ouvir tal pergunta. Sentia falta de casa?

– Não – ele disse com frieza.

Alvim notou que o deus estava desconfortável.

– Mas, é a sua casa. – o menino falou inocente.

– Era minha casa, agora é não mais. Minha casa é aqui agora – Loki falou agora fitando o garoto – Por que está me perguntando essas coisas?

– Porque eu queria entender, você tinha tudo, era um príncipe, um mago poderoso, mas só fez coisas erradas e perdeu tudo isso. Você não se arrepende?

Loki deu um suspiro.

– Vida não é tão fácil assim pirralho. Ter tudo não é sinônimo de felicidade. E depois, você não entenderia. Agora se não se importa, eu gostaria de mudar de assunto.

O menino viu que não adiantaria falar sobre aquilo, então resolveu ficar em silencio. O garoto queria conversar, mas não tinha nenhum assunto.

Nina estava saindo da loja, o patrão havia lhe liberado por causa de seu aniversário. A jovem ficou esperando por Loki que disse que viria busca-la. O problema era que ele estava demorando, e a garota parecia um pouco impaciente, estava com fome e queria logo chegar em casa.

– Cansada de me esperar?

A jovem se assustou dando de cara com o marido que lhe sorria, travesso.

– Você demorou – ela falou se recompondo do susto – o que é isso que você está segurando?

Ela se referia há um pacote que Loki segurava em uma das mãos.

– Tem um cheiro muito bom – ela falou – É pra mim?

– Não posso dizer – ele falou dando um pigarro – agora vamos – ele a puxou delicadamente, e os dois caminharam para a saída da cidade. Nina o olhava com desconfiança. Loki apenas olhava para frente com um único pensamento em sua mente.

“Espero que aquele pirralho não tenha deixado o peixe queimar”.

Asgard – Pátio do Palácio real

Odin caminhava a passos largos, estava visivelmente preocupado. Havia acabado de sair de uma audiência como Mimir, o vidente do poço que ficava nas raízes da arvore dos mundos.

– Então a visão de minha esposa é verdadeira? – questionou o pai de todos.

– Sim – disse o velho homem de barba longa e negra – e, eu realmente não sei dizer quando, eu aconselho que o senhor se prepare o quanto antes, mas, para isso o senhor deve ajeitar primeiro a sua casa.

Odin sabia que quando ele fala em ‘casa’ ele estava se referindo a sua família.

– O que minha família tem a haver com isso?

– Uma família rachada não tem base sólida, pai de todos.

Odin caminhou em direção ao trono, pensativo, ele sabia o deveria fazer, mas também sabia não seria uma tarefa fácil. Os asgardianos não poderiam vencer sem “ele”.

– Tenho que trazer Loki de volta para casa.


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