Nina, ou a doce punição de Loki escrita por Puella


Capítulo 12
O pedido


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Era de manhã cedo quando Nina e Loki saíram de casa, por precaução os dois acharam que seria mais seguro ir e voltar para casa juntos. O castelo de Freyr era rodeado por uma cidadela onde haviam casas, lojas e corporações de oficio, elfos iam e vinham de um lado para outro. Um midgardiano diria que aquele lugar era muito similar a uma cidade medieval ou ao lar dos elfos dos livros do Tolkien.

Na hora de se separarem, Loki notou que havia segurado a mão de Nina por todo o percurso, ficou um pouco constrangido ao se despedir dela:

- Bem, a gente se separa por aqui, depois eu te encontro perto da saída da cidade. Até logo.

- Até logo! – ela disse dando um beijo rápido em sua bochecha e depois se afastou. Loki corou.

Ele ficou observando a jovem caminhando em direção  a loja de porções. Loki logo tratou de seguir em direção ao castelo de Freyr, porem no meio do caminho ele foi interceptado por alguém que ele não gostaria de ver:

- Ei Loki! – era Melvim, o elfo gordo – Espere! – Loki tento disfarçar, apressando o passo, mas o elfo conseguiu acompanha-lo – Vamos juntos pra lá, afinal trabalhamos no mesmo posto.

- Infelizmente – retrucou Loki azedo.

- Hein?

- Nada.

Durante o caminho o elfo tagarelava coisas e mais coisas, e Loki, aparentemente, ouvia mas sem dar a mínima atenção.

- Todos dizem que você é um herói!

- Nossa – disse Loki com ironia – é mesmo?

- Claro! O rei Freyr vai até mesmo condecorá-lo!

- Hum, me condecorar? Eu? Um criminoso que carrega e despeja o seu penico real pela janela – Loki riu sardônico – me conte outra novidade.

- Voce não acredita?

- Lógico que não.

- Voce é esquisito hein? – Melvim disse olhando para um pedaço de carne que estava pendurado no açougue ao lado – Puxa o que será que vai ter no almoço?

- Melvim.

- O que foi? – ele perguntou sorridente.

- Cala a boca!

    Ao chegar ao castelo Loki reparou que haviam olhares diferentes direcionados para si, as pessoas lhe sorriam e lhe cumprimentavam com um aceno. Ele achou estranho, pois, geralmente os elfos olhavam para ele com certo receio, mas naquele momento a situação era diferente.

- Aí está você! – disse Skirnir aparecendo pelo corredor – O rei lhe aguarda!

- Fiz algo de errado? – disse Loki.

- Apenas siga-me e não fale nada.

O deus da trapaça deu os ombros e apenas seguiu o homem de confiança de Freyr, Loki está sendo levado a ala privativa do rei. Os dois pararam em frente a uma imensa porta que foi aberta, Loki se deparou com Freyr, a esposa e uma mesa farta, com diversas delicias que o jovem asgardiano não comia há um bom tempo, não que ele não gostasse da comida caseira de Nina, a jovem era muito prendada.

- Venha Loki, sente-se – disse Freyr fazendo um gesto para que se aproximasse.

- Mas, o que significa isso? – perguntou o asgardiano desconfiado.

- Não se acanhe, sente-se – disse o rei amistosamente.

Loki sentou, olhando para a mesa intrigado, depois olhou para a mulher de Freyr, ela era bem atraente, mas parecia ter mais de dois metros de altura, e Freyr era menor em relação a ela. “Como será que eles...” Loki preferiu pensar em  outra coisa que não fosse isso.

- Pode se retirar Skirnir – disse Freyr para seu assistente – quando eu precisar eu chamo você.

- Sim majestade – Loki reparou que o assistente de Freyr soltou um muxoxo ao sair pela porta.

- Enfim – disse Freyr – podemos ficar a vontade, agora me diga Loki – ele colocou um pedaço de pão na boca – como é quase morrer?

- Não tenho a mínima ideia – ele falou pegando uma uva do cacho - só sei que não sou bem vindo nem em Hel e nem em Valhala.

Freyr apenas riu do comentário.

- Você realmente não parece se importar com os últimos acontecimentos não é mesmo? Pode não parecer para você Loki, mas para nós todos, você mostrou uma faceta muito interessante  meu rapaz.

- Você se arriscou por uma donzela – disse Gerda pela primeira vez – e isso mostra que você tem um pouco de sentimento.

Loki revirou os olhos.

- Por que vocês se importam tanto com isso, não é nada de mais.

- Nada de mais – Freyr falou comendo outra fatia de pão – não foi o que eu vi quando vi aquela jovem senhorita chorando sobre o seu corpo moribundo, eu tenho a certeza de há algo muito forte entre vocês...

- E mesmo que tivesse isso não é problema de vocês – disse Loki visivelmente desconfortável, imaginar Nina chorando por sua causa era algo nada agradável.

- Tenha calma Loki – disse Gerda – eu sei bem que insegurança é essa que você tem, eu senti a mesma coisa quando me apaixonei por Freyr.

- Me apaixonar? Do que você está falando?

- Eu sei o que você é – disse Gerda com um pequeno sorriso – não se apavore, afinal nós dois sabemos da onde viemos .

Loki gelou. Olhou para aquela mulher alta, de olhos azuis e lindos cabelos dourados era...

- Você... é uma...

- Jotun? Sim, Loki eu sou – ela disse bebericando um pouco de café – eu vivia em uma parte de Jontuheim que vocês de Asgard desconhecem, sabia que nem todos os jotuns tem pele azul?

- Já ouvi falar, mas nunca tinha visto – ele falou impressionado – então esta é a sua pele original?

- Não necessariamente, a minha pele é branca, mas graças a um feitiço de Freya eu pude ficar com a pele mais rosada e esses cabelos loiros.

- Mas eu acho mais linda na forma original – disse Freyr para a esposa com um olhar apaixonado.

- Você tem sorte pelo menos. A minha pele original é horrível, e pior, eu não sabia que ela existia há pouco tempo atrás – Loki que com certa magoa em sua voz – e ninguém iria gostar de mim com ela, mínimo, viriam pra cima de mim com uma foice.

- Compreendo seus receios Loki – disse Gerda – mas as coisas ficam um pouco difíceis se você não se aceitar por completo e... acho que ela não iria se importar se ela soubesse sobre a sua verdadeira origem.

- Hã? Não do que está falando? – o deus reclamou visivelmente corado.

- Ora, não vamos poupar trabalho – disse Freyr fazendo uma mágica para a porta abrir, Loki arregalou os olhos.

Do outro lado da porta estava Nina.

- Nina?

- Loki?

- O que faz aqui?

- Eu mandei meus guardas trazerem-na  pra cá, vamos aproveitar e resolver logo esta situação?

- Situação? – a jovem perguntou confusa – O que houve? Fiz algo errado?

- Isso está ficando ótimo – Gerda batia palminhas.

- Antes de mais nada, queremos ser os padrinhos – disse Freyr – eu faço questão!

- Padrinhos? – Nina perguntou ainda sem entender nada – Do que estão falando?

- Vai ter musica, hidromel e muita festa – disse Gerda com os olhos brilhando.

Falatório deu continuidade, Nina estava tão perdida e confusa quanto Loki. O deus das travessuras se irritou.

- EI!! MAIS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI!!! – ele gritou tão alto que os três olharam para ele assustados.

- Oras, estamos vendo as coisas da cerimônia – disse Freyr recém-recuperado do susto.

- Cerimônia? – os dois jovens falaram ao mesmo tempo.

- Vocês dois precisam se casar meus queridos – disse Gerda com seu sorriso numero um.

- Casar? – Nina arregalou os olhos.

- C-casar – Loki empalideceu, sentiu o corpo amolecer.

E desmaiou.

- LOKI! – foi a ultima coisa que ouviu.

Seus olhos abriram lentamente, e notou que estava deitado em um sofá e Nina estava ao seu lado.

- Graças aos céus! – ela falou aliviada – Você está bem?

O caçula de Odin piscou um pouco os olhos e lembrou do que havia acontecido, sentiu um embrulho em seu estomago.

- Loki... – Nina o fitava preocupada.

- Eu... estou bem – disse agora notando que Freyr e Gerda estavam ali.

- Que bom que acordou Loki – disse o rei de Alfheim – agora acho que poderíamos falar sobre o assunto...

- Com todo respeito majestade – disse Nina se pronunciando – acho que esse assunto só se diz respeito a Loki e a mim.

- Então você admite que há algo entre vocês – disse o rei.

- E mesmo que tivesse, acho que isso seria uma decisão nossa mais não é o caso, Loki não me forçaria a nada, há menos que eu quisesse.

- E você iria querer? – disse Gerda com um pequeno sorriso.

- Eu – Nina corou, sentiu que seu coração iria subir pela garganta, ela notou agora que todos olhavam para ela, inclusive Loki – eu... – ela fitou os olhos dele – eu... bem eu me casaria, sim.

- E você Loki? – perguntou Gerda.

Ele ainda estava impressionado com a resposta da garota. Ele se levantou do sofá e caminhou em círculos.

- Eu... não sei – ele respondeu – eu posso fica a sós com ela.

O casal real se entreolhou e resolveu sair, Freyr e Gerda saíram e ficaram do lado de fora colados na porta, mas ouviram do outro lado.

- E disse a sós! – berrou Loki irritado, os dois soltaram um muxoxo e saíram.

     

   Nina e Loki pareciam está a sós, finalmente.

- Eu não queria contar na frente deles – o jovem engoliu em seco – é, Nina você se casaria comigo?

- Sim – ela respondeu um pouco rosada.

- Tem certeza? – ele falou incrédulo – Pense bem, você é boa demais, merece alguém muito melhor do que eu – ele baixou o rosto.

Sentiu uma mão suave lhe acariciar o rosto.

- Eu te amo, Loki – Nina disse com suavidade no olhar – por acaso não sente nada por mim?

- Eu sinto sim... gosto de tê-la ao meu lado, - ele segurou delicadamente uma mecha dos cabelos da jovem inalando o seu perfume – eu não costumo sentir afeto, talvez por Thor no passado, mas você... você é completamente diferente de tudo, me faz sentir algo que eu nunca tive antes, eu não sei como explicar...

- Isso é amor seu bobo – Nina apertou de  leve sua bochecha.

- Então é isso que as pessoas sentem quando estão amando – disse Loki intrigado – por um momento achei que estivesse doente.

A jovem riu do comentário, ele também lhe sorriu, mas logo depois tornou a ficar sério.

- Tem algo que você precisa saber – ele falou com certo medo – tem certas coisas sobre mim que você não sabe...

- O que é Loki? Me diga – ela falou segurando a sua mão.

Porem ele hesitava.

- Temo que depois disso... você deixe de gostar de mim...

- Loki – Nina lhe deu um pequeno sorriso – seu pai já me contou sobre isso...

- Então você já sabia? – ele falou incrédulo, ela confirmou com a cabeça – Você não sentiu nojo de mim?

- Nojo? Por que eu sentiria nojo? – ela riu ainda acariciando o seu rosto – Tudo que eu imagino é que você é um gigante de gelo bem bonitinho... Eu ia adorar ver a sua pele azul.

- Não se importa com o fato de eu ser um jotun?

- Não. – ela disse com toda a sua inocência.

- Mesmo? – ele disse chegando perto da jovem.

- Mesmo, mesmo.

Loki sem pensar duas vezes se ajoelhou diante da jovem segurando sua mão, a menina o olhava surpresa.

- Nina de Vanaheim, aceita ser minha esposa? Aceita este homem complicado para ficar ao seu lado?

Ela apenas sorria com algumas lagrimas que teimavam em sair.

- Aceito.

De repente a porta é aberta bruscamente.

- Viva! – disse Freyr abrindo a porta.

Loki se levantou bruscamente, ele e Nina encaravam o rei assustados.

- Como eu já disse, faço questão de casá-los - o rei mudou sua feição risonha para séria – SKIRNIR!!!

Em poucos segundos surge o seu assistente que entrou na sala, esbaforido.

- Chamou-me majestade? – ele disse com a língua praticamente do lado de fora

- Sim seu tratante, quero marque uma festa.

- Uma festa senhor? Para quando?

- Duas semanas estão boas para vocês? – disse Freyr risonho para o casal.

- Duas semanas! – Loki e Nina disseram em uníssono.

- Lógico! Os dois se amam pra que esperar? – disse Gerda com enorme sorriso – em duas semanas estarão casados!

No final daquele turbulento dia, Nina e Loki estavam na mesa, ele catando alguns feijões e ela temperando um peixe para os dois.

- Duas semanas... – falou o deus das travessuras.

- Pois é – disse Nina – você não acha que eles exageraram um pouco?

- Acho – ele disse – bom... não que eu esteja inseguro, mas pelo menos ele me garantiu que seria algo bem reservado...

- É, eu também prefiro assim.

Alguém bateu a porta, Loki bufou, quem seria? Nina fez menção de ir lá, mas ele disse que iria atender. Ao abrir a porta deparou-se com Alvim, ele segurava uma flor nas mãos.

- O que faz aqui seu pivete? – ele disse franzindo o cenho.

- Ei asgardiano! Não fale assim com meu filho! – o pai do menino surgiu logo em seguida.

- Skirnir? –Loki piscou um pouco os olhos.

- É bom você se comportar rapaz – disse o assistente de Freyr ao trapaceiro.

Nina apareceu na sala para dar as boas vindas.

- Boa noite! – ela olhou para Alvim abrindo um sorriso – Alvim! Que bom vê-lo!

- Senhorita Nina! – o menino a abraçou tristonho – é verdade que a senhorita vai se casar?

- É sim Alvim – ela falou acariciando o rosto do menino – mas, por que você ficou triste?

- Obvio, - disse Loki com sarcasmo – ele achou que tinha esperanças. Mas, como eu havia dito ela não era pro teu bico.

- Loki! – Nina o repreendeu.

- Não entendo – disse Alvim – como a senhorita aceitou se casar com esse cara? Sinceramente, a senhorita tem um péssimo gosto para homens!

- Como ousa! – disse Loki indo para cima do menino.

- Alvim! – disse Skirnir – Eu não lhe eduquei assim!

O garoto se escondeu atrás de Nina, que apenas ria da situação.

- Eu vou arrancar a sua língua e cortar as suas orelhas seu pivete!

- Ei seu louco! Não ouse encostar no meu filho!

Por pouco não aconteceu uma confusão, pois Nina calmamente pediu para que todos se aquietassem. Ela educadamente convidou os dois para jantar mesmo sob os protestos de Loki. Ao final o casal se despediu de Skirnir e Alvim, que ainda parecia desconsolado.

- Até que enfim – disse Loki sentando na cadeira – garoto abusado.

- Pobrezinho – disse Nina – ele ficou sentido. É só uma criança...

- É – disse Loki com ironia.

- Você precisa ser mais sociável Loki – ela disse sentando ao lado dele.

- Você quer dizer “falso” – ele falou fazendo aspas com as mãos – não obrigado, já fui assim por muito tempo...

- Você não muda mesmo heim? – ela disse segurando a sua mão.

- Ninguém muda, Nina.

- Muda se quiser – ela falou – você, por exemplo, apesar de meio antipático com todo mundo me pareceu muito diferente ultimamente. Por quê?

- Porque eu gosto de ficar com você, me sinto a vontade e você me aceita com todos os meus defeitos, você gosta de mim pelo que sou, assim como eu gosto de você.

Nina ficou corada, ele sempre sabia com deixa-la assim tão boba.

- Eu não queria me casar daqui ha duas semanas, mas só aceitei... porque é com você... – ele falou puxando a garota para sentar em seu colo. Nina ficou mais vermelha ainda, ela então reparou em como ele apesar de magro era grande e ela tão pequena e franzina. Deitou sua cabeça no peito dele.


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Notas finais do capítulo

Alguns avisos paroquiais:
- semana que vem eu não poderei postar pois estarei ocupada com alguns afazeres e também porque vou para um acampamento no feriado, por isso peço sua paciencia e não me deixem de acompanhar.
- Sobre a fic: vou dividí-la em duas partes, ou seja, esta que vocês estão lendo é a primeira parte da história, que já está se encaminhado para a reta final (deve ter pelo menos mais dois ou três capítulos) enfim, acho que era só isso! Então em breve a gente se fala, Beijos e até lá!
Comentem viu!