Ayesha Loveless escrita por Lua


Capítulo 12
Capítulo 11 Suicídio cerebral em massa


Notas iniciais do capítulo

Let's get these teen hearts beating. Faster, faster!!(8) *cantando que nem uma louca*
Certo, aqui está um capítulo para fazer seus corações bater mais rápido (só que não, o máximo que acontece é a Ayesha ficar sem neurônios, mas ok)
Espero que gostem desse capítulo:3



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Lá estava eu, em plena sala da diretora com os pandas à mostra. Após a crise do Solzinho no rio culpado de tudo, a diretora expulsou todos os alunos e nos enfiou em seu carro preto e fedido a borra de café. Sim, fui obrigada a aparecer na escola com menos panos que habitualmente se usam e sim, todos me comiam com os olhos. Era assustador. Tipo, eu nem tenho peito, cacete. É muita falta de videos pornos mesmo. Mas era engraçado ver as putas se contorcendo de inveja pelos olhares sobre mim. Tavam quase arrancando as roupas para mostrar seus peitos - e com toda a certeza mais fartos que os meus - e ganharem atenção. Como se a culpa de está na escola naquele momento e estado fosse escolha minha. Querem trocar putas? Tiração de roupas e mais uma advertencia de brinde!

Quando sugeri à diretora a possibilidade de vestir uma camisa antes de irmos a escola para que ela pagasse o sapo, sua resposta foi simples, direta e, com toda a certeza que um chimpanzé boxeador de um país chamado Certeza do planeta controlado por formigas roxas pode ter, inesperada:

- Não é necessário, essa roupa já define você.

Boquiaberta, fui arrastada por um Sun carrancudo até o tal carro.

- Isso é um des-res-pei-to à escola, aos seus colegas e... - a diretora vermelha à minha frente foi interrompida pelo comentário indevido do garoto ainda de cara fechada ao meu lado.

- Não creio que isso foi um incomodo aos nossos colegas, mas que foi um desresPEITO, não posso discordar... - um dia eu ainda defenestrarei um Sol, juro.

- Você também ficará encrencado, homúnculo.

- Homúnculo?! - gritamos em sintonia. De que época essa diretorassaura veio? (Pera, melhor... Qual é a época dos dinoussaros?)

E é assim que uma diretora/mulher das cavernas pira:

- Diminutivo de homem! Afinal, por qual motivo estão na escola?!

- Pode ter certeza que não foi para ver a exposição gratuita de pandas da Loveless... - o Sun sussurrou alto o suficiente para que qualquer um presente naquela sala escutasse. Ou seja, a diretora e a minha avó.

- Agora chega! - já havia chegado ao estopim (Viu? Aula de história serve pra alguma coisa na minha vida. Estopim da terceira guerra mundial: Sun me atacando por causa de pan-das.) de tudo aquilo. Levantei-me e encarei o Sun que também se encontrava em pé ao lado de minha avó. – Ta com raiva de quê? Antes de sermos encontrados, não parecia tão incomodado com esse fato assim!

- O quê?! - acho que a minha avó entendeu no sentido errado. - Ayesha Schultz Loveless, o que vocês fizeram naquela floresta enquanto ninguém via?

- Nada! Fizemos absolutamente nada! - o rosto do Sun mostrava certa incredulidade.

Fiquei vendo embasbacada a minha avó e o Sun discutindo sobre nada com nada - a minha avó pedindo para ele confessar e ele jurando de pés juntos que não tinha rolado nada. Rolado o quê? Eu era encontrada boiando quando a diretora mandou a minha avó se calar caso quisesse continuar no emprego.

Aí a ficha do que a minha avó tinha dito finalmente caiu. É, posso ser chamada daquilo que chamamos de retardatária. Ou retardada, também serve.

- Vó?! - exclamei incrédula. - Você pensou essas coisas de mim?! Como pode? Ainda mais com alguém como o Sun!

- Como assim alguém como o Sun? - o citado me encarou. Fiquei calada e novamente todos nos sentamos.

Pegamos nada mais nada menos que três dias de suspensão e mais uma semana de detenção.

É... meu pai não ficou feliz ao ouvir a noticia. Mas ele nem deu tanta bola. Quem cuidava realmente de mim era a minha avó. E ela presenciou minha suspensão. Muito legal. Demais. Yupiii! Não, a ironia não existia em minha pessoa. Sou uma pessoa que nem utiliza da ironia, falou?

- Mas que butsona... - bufei,  rolando na minha cama de tédio, fone nos ouvidos, escutando minha playlist preferida (ou, como eu gosto de chamar, Top 23. Sim, 23! Quem disse que listas precisam ter números redondos?) e praguejando  toda a geração futura de Sun.

Me levantei e fui ver minha cara no espelho. Tava acabada.

- De fazer nada, só pode. - comentei pra ninguém. Talvez pra bruxa refletida na minha frente. Eu já devia estar no terceiro dia de suspensão. Ou seja, no dia seguinte a escola teria o ar da minha graça. Teria. O dia seguinte era sábado. Pro meu desespero. - Não aguento mais! Não saio de casa faz uns mil anos!!

Desci correndoas escadas e cheguei a cozinha. Peguei um iogurte qualquer, uma colher e segui pra entrada de casa. Sentei na soleira da porta e coloquei o iogurte numa distancia segura. Peguei meus coturnos ainda jogados ali desde a minha chegada em casa raivosa há tres dias. Estavam meio umidos do orvalho, mas dava pra usar. Calcei os coturnos, peguei meu iogurte e comi tudo em duas colheradas. Joguei a colher com a embalagem usada no canto do jardim, peguei meu casaco no varal e sai daquela prisão.

Realmente não sabia aonde iria. Só sabia que pra algum lugar eu teria que chegar. Talvez pro bar para rokeiros otakus safados? A música era boa, mas tinha traumas de lá. Foi lá que minha vida foi pra culatra.

Tá, talvez eu estivesse apenas exagerando. Minha vida não era um pedaço de restos defecados por chihuahua. Apenas tinha um pai que não ligava para minha existencia, uma avó que me culpava pela morte da minha mãe não sei porque, minha melhor amiga me odiava, na verdade, a sala inteira, provavelmente vou tirar zero em inglês pelo resto da minha vida e a minha escola inteira sabia o que tinha debaixo daminha camisa. Só isso, né? Sem contar minha suspensão. E o meu coturno molhado.

Quer saber? Para ficar pior só um raio cair na minha cabeça naquele momento!!

Continuei andando em direção a cidade. "Vamos ver o que a vida prepara para mim...", pensei, não muito animada. Peguei meu celular e pus o fone. Se vamos passar a tarde caminhando, tenho direito a música, não?

Realmente não sei quanto tempo caminhei. Mas eu não escutei todas as minhas músicas, o que indicava que demorei menos de 420 músicas para chegar ao nada. Ao nada acompanhado. Pelo Sun.

- O que tá fazendo aqui?- perguntei, me sentando na beira da estrada, ao lado dele.- Hein, homúnculo?

- Ia te perguntar a mesma coisa. - ele retrucou e, sem aviso prévio, pegou um dos meus fones e pos emseu proprio ouvido.

- Mas é folgado... - comentei indignada e ele riu, simplesmente.

E lá estavamos nós. Dois loucos sentados no meio da estrada que dava pro nada (lê-se: minha casa, floresta atrás dela e bar na floresta) cantando como se não houvesse amanhã e fazendo os solos de guitarra com a boca e mãos fingindo que tocam alguma coisa. Normal...

- Eu toco guitarra. - comentou Sun, no meio do nosso dueto feito por guitarras imaginárias.

- Sério?!!! - meus olhos provavelmente brilharam. Sou GA-MA-DA em guitarras. E em quem as toca, mas ignore esse fato.

- É... - e ele voltou a balançar a cabeça no ritmo da música. - Não sabia que gostava de Led Zeppelin.

- E eu não sabia que você tocava guitarra. - dei de ombros. - Vivendo e aprendendo.

Mas um rápido momento de "sinta a música e fale nada". Aí ele falou:

- Você não respondeu o porque de você está aqui.

- Nem você. E eu perguntei primeiro. - respondi.

- Caminhando por aí. - ele apoiou o cotovelo no chão como se fosse deitar e ficou olhando pro céu nublado.

- E veio parar fora da cidade? - fiz carade descrença e me virei, ficando com o peito pro chão e encarando ele. - Essa desculpa não cola. Eu posso dizer isso. Eu moro ali. - indiqueia direção de casa com a cabeça. - Você não.

- Eu ía para aquele bar lá. - ele ainda não tirava os olhos do céu. - Mas me toquei que beber até a morte não me faria esquecer.

- De quê? - com os braços doendo, cedi e deitei no chão.

- De você. - me assustei e arregalei os olhos. De mim?! Olhei para ele deitado agora no meu lado. Ele não observava mais o céu. Observava a mim. - Mas passar na frente da sua casa não ajudaria.

Quer dizer que só da pra chegar naquele bar passando na minha casa? Isso explica cada maluco que já apareceu no meu quintal.

- Ótimo estilo musical.

-Por que esquecer de mim? - ignorei o elogio dele e perguntei de olhos cerrados.

Ele virou, se apoiando nos cotovelos, e ficou com o rosto sobre o meu.

- É meio dificil esquecer seus pandas. - tá, por que eu não soquei ele naquele momento mesmo? Ah, sim. Tava ocupada demais ficando vermelha.

- Idiota. - sussurei. Ele soltou uma risadinha pelo nariz e chegou mais perto. - Po-por falar nisso... Por que você surtou quanto o Potter apareceu lá no rio? - "Não pense o quanto ele está perto. Não pense o quanto ele está perto. Não pense... ELE TÁ MAIS PERTO AINDA!", minha conciência me deixava louca.

- Ah... - ele suspirou. - Acho que não gostei do fato de não ser o único. - ele chegou mais perto... E na minha cabeça já tinha ocorrido suicídio em massa dos meus neurôneos, tudo se joagando. Culpa da falta de espaço entre mim e o Sun naquele momento. - Sabe, ser o único a precenciar sua expossiçãode pandas. - Terra, me engole!! Ele tava a milímetros. Qualquer movimento, seria perigoso. Quem iria se jogar agora era eu! - Bem, acho que é minha hora. - ainda a milímetros de distancia, ele retirou o fone de seu ouvido e pos no meu. E se levantou.

Sim, ele se levantou. Mas foi tarde demais. Meu cerebro já tinha pifado a muito tempo, há poucos milímetros de distancia. Eu continuava no chão ainda imaginando um suicídio em massa de neurôneos se jogando de um canyon/cérebro. Seria um suicídio em massa meio engraçado.

Ele estendeu a mão pra mim e me ajudou a levantar. Eu devia estar tão vermelha quanto  o nariz do Bozo. Apertou minha bochecha e disse:

- Até segunda, Loveless. -e dessapareceu na névoa.

Ok... O QUE ROLOU AQUI?!


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Notas finais do capítulo

Cometários? Recomendações? *---*