Elise seguiu a menina mais velha para dentro do Instituto. O lugar era grande e feito de pedra, e lembrava um pouco o instituto de Londres. Uma mulher veio andando rápido na direção deles.

-Clara, preciso que você venha comigo. –Ela falou. As marcas de batalha estavam recém-marcadas na sua pele, e ela parecia com pressa.

-Mas Maria eu... –Clara tentou contestar, confusa, mas a mulher chamada Maria a cortou com um gesto de mão.

-E nós? –Perguntou Demitri.

-Vocês ficam. Vamos Clara. –Ela falou, puxando a menina alta pelo pulso.

-Por que a gente fica? Eu não quero ficar.

-Calado Demitri. –Diana falou. –Tranque esse bicho em algum lugar.

-E o que fazemos com ela? –Ele perguntou, apontando para Elise, que estava prestes a dar uma resposta nada educada quando Diana a cortou.

-Eu vou mostrar o Instituto para ela.

-Por que você? –Jordan perguntou.

-Por que vocês dois são uns malas e eu ficaria com pena da menina se tivesse que aguentar vocês.  –Elise segurou um risinho.

-Por que você não segura Neve por um minuto enquanto eu... –Demitri falou, tentando entregar o gato para Diana, que gritou assustada. Demitri caiu na risada e o outro menino, Jordan, se contentou em assistir a cena, com um sorriso de canto de boca.

-Vamos Demitri. –Ele falou, colocando a mão sobre o ombro do menino.

-Fazer o que? –Ele perguntou.

-Não sei, mas vamos. –Demitri deu ombros e virou as costas, seguindo Jordan com o gato nos braços.

-Ah eu ainda mato aquele... ARHG.

-O gato ou Demitri?–Elise perguntou e Diana soltou uma risada.

-Demitri. Primeiro ele, depois o gato. Se bem que matar o gato primeiro não seria uma má ideia.- Elise riu. -Vem comigo loira.

-Loira? –Ela pergunto confusa.

-Blond.

-Ah, got it. (Entendi)

-Não fala português muito bem?

-Eu entendo, mas falar não. –Ela as guiou até um quarto branco, muito parecido com os quartos do Instituto de Londres, fazendo Elise ficar com mais saudades de casa.

Ela jogou a mochila em cima da cama e um pedaço de papel caiu de um dos bolsos. Diana o pegou.

-Quem é? –Ela perguntou curiosa, apontando para o menino que estava comigo na foto.

-Adrian, um amigo. –Elise murmurou. –Ele está em casa, quero dizer, London.

-Posso te fazer uma pergunta, sem querer parecer rude? –Elise concordou. –Por que veio para cá? Posso ver que não foi por escolha própria.

-Tive um... problema.

-Entendo. Ele é seu namorado? –Ela perguntou.

-Sorry?

-Boyfriend?

-Oh, no. –Elise pareceu envergonhada.

-Irmão? –Elise negou novamente. –Parabatai?

-Só um amigo. E você, tem um Parabatai?

-Não. Aqueles dois são. Parabatai, quero dizer. Dois chatos, se quer a minha opinião.

-A quanto tempo está aqui? –Diana olhou para ela. –No Rio.

-Faz anos. Eu era bem nova Eu morava aqui com Clara, que é minha prima, e nossa avó, que cuidava do Instituto daqui.

-E os meninos?

-Curiosa você. –Diana soltou uma risada. –Jordan nasceu em Idris. Quando o pai dele morreu, a mãe resolveu que não ia aguentar ficar por lá, e veio dirigir o Instituto do Rio, quando a minha avó morreu. Quando ela morreu, faz uns 4 ou 5 anos, chamaram Maria para vir pra cá. –Diana explicou. –Se eu estiver falando muito rápido, ou se você não entender, por favor, fale.

-Está bem.

-Demitri veio do Instituto de São Petersburgo quando tinha 4 anos. Ele morava lá com o pai, que morreu. Acharam melhor mandar ele para cá. E a sua história?

-Vivi no Instituto of London minha vida inteira. Fui deixada there quando era a baby.

-Vamos ter que treinar seu português.

-Muito quente aqui. –Elise murmurou, se abanando com as mãos. –Muito sol, muito calor. Como aguenta?

-Você acostuma, com o sol e tudo mais.

-Prefiro London days. Frio e cinza.

-Tenho certeza que você vai mudar de ideia.