As Filhas De Calipso escrita por Liz Jensen, Laís di Angelo


Capítulo 8
O julgamento


Notas iniciais do capítulo

Hello, people! Sou eu, Liz!
Tudo bem com vocês?
Pessoas, divulguem a fic, ok? Por favor. É um grande favor que vocês farão por nós, pobres escritoras.
Bem, aqui está o capítulo.
Apreciem com moderação e divirtam-se!



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POV Cristal

 Quando você desarma um dos garotos mais fortes do Acampamento na frente de um monte de gente, o que você pensa é: uau, eu sou incrível. E quando você dá um golpe nesse garoto e o faz cair, você pensa: wow, sim, eu sou maravilhosa.

    Mas, enquanto eu ajudava Dean a se levantar, não foi exatamente isso que passou pela minha cabeça.

    - Como fez isso? – ele sussurrou pra mim.

   Apenas engoli seco. Uma nova onda de adrenalina começou a brotar em meu corpo. Meu coração batia cada vez mais forte e eu pensava que ele fosse explodir a qualquer momento. Meu sangue fervia, literalmente e minha visão chegou a ficar ainda mais embaçada.

   E Dean não ajudou. Como se quisesse descobrir o que estava acontecendo comigo (já que eu tentei inúmeras vezes treinar e nunca consegui) ele agarrou novamente sua espada e investiu contra mim. Agi por impulso: me abaixei, girei e acertei o cabo da lança em seu ombro. Ele deu um passo pra trás devido a rapidez do ataque e me atacou pelo mesmo lado, novamente. Ele usou a cabeça e descobriu que eu realmente não conseguia defender com a lança do lado direito. Porém, atacar era bem melhor. Desviei do golpe, girei ao redor do corpo dele e o acertei na cintura. Ele se virou para mim já com a espada apontada para meu pescoço. Fui ainda mais rápida e bati com a lança na espada com força que eu nem sabia que tinha. A espada voou ainda mais longe.

    Não sei porquê, mas eu fui até ela e a peguei do chão, voltando para entrega-la a Dean, sob os olhares de quase vinte semideuses. Olhares curiosos e desafiantes.

    - Me desculpa... – eu murmurei.

    Talvez Dean até expressasse alguma reação, mas não o deixei. Saí de cabeça erguida da Arena e fui caminhando até o Chalé.

    Como eu fiz aquilo? Eu treinei inúmeras vezes! Tentei com espada, adaga e até arco e flecha, mas eu nunca, jamais, consegui nem interceptar um ataque. E agora... Santo deus do Olimpo!

    Respirei fundo e entrei no Chalé de Hermes. Mesmo reclamada eu teria de ficar ali, já que não havia chalé para filhas de Calipso... E como Quíron nos disse: os deuses ainda vão resolver o que fazer conosco...

   - Ei, Cristal! – Mike me chamou.

Juro que saltei quando o vi.

   - Você me assustou – falei.

   -Você foi incrível, lá na Arena!

   Eu me virei pra ele, atônita.

   -O que foi o que eu fiz? Quer dizer, você viu? Dean é um dos melhores campistas, ele já lutou até com a Clarisse, e eu já vi ela lutando. Como... Como eu consegui?

   - Não faço a mínima ideia. Mas se quer saber, você e Violet perderam o respeito quando foram reclamadas por Calipso... Quer dizer, vocês são frutos proibidos e...

    - ...obrigada.

    - Mas quando Violet fez aquela coisa maluca pra vencermos na Captura a Bandeira, todo mundo ficou com medo dela. E agora você deu aquele show...

    - Eu só quero saber como.

    Ele me encarou por alguns segundos, antes de fazer a próxima pergunta:

   - O que você sabe sobre seu pai?

   Fechei os olhos por um breve momento.

    - Absolutamente, nada. Por que?

    - Bem, talvez vocês tenham herdado isso dele.

   Assenti. Tinha que perguntar a Violet, já que ela provavelmente deveria saber.

   - Fomos largadas no orfanato quando eu tinha dois anos. Violet mal tinha feito um. Éramos uma das poucas do orfanato que tinham roupas melhores e essas coisas, sabe? Anos depois eu descobri que alguém depositava dinheiro em uma conta e ele era terceiramente administrado pela nossa governanta. Quando eu fiz quinze anos comecei a tomar conta eu mesma, Violet não sabia disso. A única coisa que eu aprendi era que quem nos dava isso era meu pai, o dinheiro era enviado do estado da Flórida. Eu tentei rastrear de todas as maneiras, até fiz certos amigos apenas com intuito de achá-lo, mas nunca consegui.

   Mike ficou alguns segundos em silencio. Eu nunca havia falado sobre isso com ninguém, mas era legal conversar com ele.

   - Bem, quando o verão terminar, eu te levo até lá, ok? E nós tentamos achá-lo.

   - Sério? – indaguei.

   - E eu lá sou menino de mentir?

   - Você é filho de Hermes.

Ele deu de ombros.

   - Esquece, vamos almoçar.

   Soltei uma risada e o acompanhei para fora do Chalé.

    POV Violet

    Depois do acontecido na Arena, só fui ver Cristal durante o almoço. É, só vi mesmo, porque ela não falou com ninguém, só trocava algumas palavras com Mike. E devo dizer que isso deixou o Dean um tanto irritado...

   Enfim, o chalé de Hermes não é tão ruim de conversar, afinal, eles não estão nem aí pra nada. Eram um dos poucos campistas que não ficavam nos encarando e fazendo comentários maldosos. Eles nos encaravam e faziam gracinhas, na nossa cara. E isso não me irritava muito.

    Mas, um almoço normal não seria normal se não houvesse algo extremamente chocante e constrangedor rolando comigo e Cristal.

   - Alguém aí sabe onde está o Sr. D? – indagou Connor.

   - Não o vi o dia todo – completou Travis.

   Olhei para a mesa dele e vi que apenas Quiron estava sentado, até os sátiros anciões haviam se retirado.

   - Que coisa estranha – falou Mike.

   Coisa estranha... Isso resume o resto desse episódio.

    As portas do Refeitório se abriram num estrondo. Um enorme homem de terno entrou. Seus olhos frios pareciam ser a cópia de um céu em tempestades, tive a impressão até de ver raios nele. Ok, devo estar ficando louca.

   Logo atrás dele, vi várias outras pessoas entrando. Inclusive senhor D., que usava um traje formal. Entre elas, uma mulher um pouco mais baixa e menos amedrontadora, me chamou a atenção. Tive a impressão de ter visto Cristal, mas ela continuava do meu lado.

    A mulher abriu espaço entre todos e se colocou no meio do refeitório, varrendo-o com os olhos. E então ela me encarou, abriu um lindo sorriso que parece deixar todos estonteados. Ela subiu o olhar mais um pouco e encarou Cristal.

   - Olá, queridas – ela disse.

   Entrei em estado de choque. Percy tirou as palavras da minha boca.

   - Calipso.

   - Olá, Percy. É bom vê-lo novamente. Em outras circunstancias – ela sorriu ainda mais, como se eles compartilhassem uma piada interna.

   Meu coração deu um pulo. Mas antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa, Zeus se pronunciou:

    - Cristal e Violet Kane, viemos julgá-las.

   POV Nico

   Quando Violet e Cristal se levantaram indo em direção a mãe, eu tive o instinto de gritar para fazê-las parar de andar. Mas Zeus fez isso por mim.

   - Se sobreviverem podem colocar a conversa em dia.

   - Se sobrevivermos? – Cristal indagou.

   - Mas é claro! – Sr.D gritou. – Temos que mata-las! Menos duas campistas!

Violet o encarou, incrédula.

- Pow, cara! Valeu. – murmurou, mas ninguém deu atenção à ela.

- Cale a boca, Dioniso – gritou Poseidon. – Eu acho essa história uma grande pirâmide de...

   - Poseidon! – Atena o repreendeu. – Zeus, vamos leva-las ao Olimpo.

   - Não. Quero julgá-las aqui, para todos verem o que acontece quando me desrespeitam.

   Uma corda dourada envolveu Cristal e Violet, enquanto Calipso foi jogada em uma cadeira no centro do Refeitório. Todas as mesas foram empurradas para longe por algo invisível, e doze tronos apareceram no meio do Refeitório. Ninguém ousava pronunciar nada.

   - Se me permitem, vão nos julgar, exatamente, porquê?

   O que Cristal estava pensando?

   - Por acabar com o castigo – respondeu Zeus. – Calipso foi presa como um castigo por se opor à nós, os deuses, e então, ela me aparece com duas filhas e sabe-se lá como ela conseguiu tê-las!

   Ele lançou um olhar sugestivo a Afrodite.

   - Era o certo – a deusa gritou. – Ela o amava!

   - Quero ouvir a história com as palavras dela.

   Calipso encarou as filhas num breve segundo e se virou para Zeus.

   - O senhor sabe. Não sei porque esta agindo dessa maneira.

   - Apenas conte-nos sua história romântica – ele sorriu sarcástico.

   Calipso suspirou.

   - Bem... Há anos um semideus caiu em minha ilha. Mas ao contrário de todos os outros, ele não ia embora. Seu nome era Adam Kane.

   Por algum motivo, houve um resmungo da mesa de Atena e eu tive certeza que vinha de Annabeth.

   - Mas – continuou Calipso -, não seria um castigo, não acha? Hera então o levou embora da Ilha. Dias depois descobri que estava grávida de Cristal e pedi ajuda a Afrodite. Ela e Apolo acobertaram-me no dia do parto e Apolo levou minha filha para seu pai, na Flórida. Dois anos depois, eu tive de sair da ilha quando o Senhor Zeus me pediu para olhar os passos de meu pai, já que diziam que ele estaria armando uma revolta juntamente com Hécate. Foi nesse tempo que me encontrei com Adam novamente. Meu instinto foi fugir com ele, não me importava o fato dele estar ajudando Hécate, apenas queria ir embora com ele e minha pequena filha.

   - Depois disso ela engravidou de novo, mas você a levou embora! – gritou Apolo para Zeus. – Não existe porque matá-las! Olhe só para estes rostinhos lindos!

   Houve um burburinho em concordância, mas Zeus calou a todos quando agitou os céus.

   - Calipso está em castigo eterno! Ela não pode ter filhos...

   - Ela já teve – Poseidon agitou as mãos.

   - Cale a boca, Poseidon. Vamos ver o que os outros têm a dizer.

POV Violet

Sério, aquelas cordas eram mesmo necessárias? Zeus achavamesmo que nós íamos fugir? Francamente, Ja-hooty, não somos idiotas!

Zeus me encarou e sustentei seu olhar, desafiadora. Se ele vai me matar, eu quero pelo menos dar motivos para que ele o faça.

- Afrodite! – disse ele encarando os deuses. – Levante-se e nos dê sua versão da história.

Afrodite fez o que foi pedido.

- E então? – disse Zeus, impaciente.

A deusa do amor revirou os olhos.

- Eu acho isso aqui completamente inútil! Mas já que eu estou aqui, vou contar a minha versão. É o seguinte: Calipso se apaixonou por Adam e eu apoiei esse romance, porque, bem vocês não são tão idiotas quanto parecem, sou a deusa do amor. Apolo me ajudou, pois ele também achou que era o certo a fazer, e eu podia confiar nele. Fiz tudo pelo amor.

- Certo. – disse Zeus, com cara de poucos amigos. – Pode se sentar. Apolo?

- Eu! – disse o gatíssimo deus do sol. Ele se levantou e tirou os óculos de sol. – É isso aí que Afrodite disse! Era o certo a fazer. Calipso merecia uma chance! E quando Afrodite me disse que ela estava grávida, e eu ajudei. E fiz um bom trabalho – ele deu uma piscadela na direção de Cristal.

- Certo. – assentiu o Senhor dos Céus. – Pode se sentar. Agora vou pedir que as, ahn... Acusadas, se defendam. - Senti que ele ia usar uma palavra menos gentil do que acusadas. - Cristal Kane, um passo a frente.

- Eu ainda to amarrada, sabia? – disse Cristal, emburrada.

Zeus estalou os dedos e as cordas que envolviam Cristal desapareceram e ela fez o que foi pedido.

- O que tem a dizer em sua defesa? – perguntou o deus dos céus.

- Bem – começou ela. -, eu acho que minha mãe é inocente, pois ela viveu uma vida inteira em poucos dias, ao lado de nosso pai. E acho que o senhor não devia nos matar, a mim e a minha irmã, pois não é nossa culpa também.

Revirei os olhos. Cristal só estava falando desse jeito pois corria o risco de morrer. Ás vezes ela era certinha e educada demais. Não que eu não seja educada.

Zeus assentiu, sério.

- Violet Kane, sua vez.

Ele estalou os dedos, mas não me mexi.

- Um passo a frente, garota! – Ordenou Zeus, impaciente.

Olhei-o com cara de tédio e fiz o que ele pediu.

Ele continuou me encarando, as narinas bufantes.

- E então? – disse ele com os dentes trincados.

- Já é pra falar? – perguntei me fazendo de tonta.

Decidi não discutir com o olhar mortal que ele me lançou.

- É o seguinte! – falei. – Eu e Cristal somos inocentes, assim como minha mãe. Mamãe viveu o quanto ela pôde e fez o certo. Ficar preso em uma ilha deve ser realmente entediante. E além do mais, por que o senhor quer nos matar? Não somos culpadas. E também podemos ajudar, sabia?

Zeus me olhou como se eu tivesse acabado de xingar a mãe dele e ainda tivesse pisado no caixão dela, no dia do enterro.

- Certo. – disse ele e fez um gesto, fazendo eu e Cristal sermos presas novamente pelas cordas malditas. – Agora quero ouvir pessoas que acompanharam as duas nos últimos dias.

O Sr. D se levantou e chamou:

- Dean Blake, filho de Nix. Nico di Angelo, filho de Hades. Travis e Connor Stoll, Micheal McKingdonn, filhos de Hermes. Beatrice Tunner, filha de Afrodite.

Nossos amigos se colocaram diante do senhor dos céus. Dean assumiu a narração da história. Ele contou tudo, desde o dia que nos conheceu, até o show que Cristal dera na Arena. Nico, Mike, Beatrice e os Stoll interviam de vez em quando, acrescentando detalhes que Dean deixava passar. Foi realmente constrangedor quando Nico e Dean delataram a noite do Capture a Bandeira. O jeito como eles me descreveram, como valente e corajosa, me deixou constrangida. Eu não era nada daquilo.

Os deuses não pareciam tão espantados quanto pensei que ficariam. Acho que já tinham visto tudo com a TV à Cabo Olimpiana. Mas os detalhes os surpreenderam, eu acho. Assim que eles acabaram, Zeus parecia pensativo.

- Vamos fazer uma votação. – decretou ele. – Os que são à favor da execução, levantem a mão.

Ele ergueu a mão, assim como Dionísio.

- Os que são contra, agora.

Todos os outros deuses levantaram a mão. Suspirei aliviada.

Zeus grunhiu.

- Então, caso encerrado.

Ele desapareceu de seu trono e todos os campistas deram vivas. As cordas que nos envolvia desapareceram.

Apolo piscou para nós e Afrodite bateu palminhas. Atena assentiu como se nos parabenizasse. Poseidon soltou um grande grito de alegria. Até Ártemis parecia contente. E os deuses desapareceram.

No começo fiquei sem saber o que fazer... Fiquei apenas encarando a linda figura a minha frente. Quanto tempo esperei por aquilo... E como se lesse meus pensamentos, ou a falta deles, ela abriu os braços e veio ao nosso encontro.

Nós corremos para abraçar nossa mãe enquanto alguns campistas davam vivas. Vamos dizer que eu não me importei. Não conseguia dizer nenhuma palavra, apenas chorar. Cristal estava em uma situação um pouco melhor, não estava soluçando tanto...

Depois de abraçar os Stoll, Mike e Beatrice, além de Nico e Dean, obvio, eu e Cristal fomos passear com nossa mãe, para recuperar o tempo perdido. Mesmo que fosse por apenas uma tarde.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Por favor, deixem comentários lindos u.u
Se tiverem alguma sugestão mandem pra gente.
Beijinhos&Queijinhos
Lizz