As Filhas De Calipso escrita por Liz Jensen, Laís di Angelo


Capítulo 18
Saindo em missão


Notas iniciais do capítulo

Hellooooooooooooooooow! Tudo bem, galera?
Aqui é a Liz.
Por favor, leiam as notas finais.
Enjoy!



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POV Cristal

Acordei mais cedo do que deveria naquele dia. Tomei um rápido banho, me troquei e peguei a mochila que deixara pronta no dia anterior. Violet continuava dormindo e eu não ousei acordá-la. Embora ela tenha até entendido o fato de que não tinha nada entre mim e Nico, ela ainda se recusava a falar comigo normalmente dizendo que eu a havia traído com essa coisa de missão... Com o Nico. Vá entender.

Deixei um bilhete a ela dizendo que voltava em alguns dias e que a amava, para puxar o saco e ver se ela me desculpa logo por algo que não fiz.

Caminhei até a colina e me joguei no chão observando os semideuses loucos que gostavam de acordar cedo. Na verdade nem eu sabia porque tinha acordado tão cedo se só sairíamos dali lá pelas oito, devido ao gracioso sono de Dean.

Por que tudo o que eu penso leva a ele?

Tenho que confessar que por causa disso o tenho evitado a dois dias e meio. E por mais que doa admitir, ele parece fazer o mesmo. Eu sabia que de algum jeito daria nisso.

Passaram-se mais de quarenta minutos, até que finalmente os dois cavalheiros chegaram.

- Pensei que teríamos que esperar por você. – Nico disse, visivelmente surpreso.

- Bom dia, meninos. – Falei ignorando o comentário.

- Bom dia. – Responderam em uníssono.

- Como é que nós vamos? – Perguntei.

- Argos vai nos levar até um aeroporto. Depois é só pegar um ônibus, a casa do meu irmãozinho não é muito longe de lá. – Respondeu Dean de mau humor.

A ideia de ter um irmão o chateava completamente, qualquer sabia disso. E eu tinha que me segurar para não rir da situação.

- Afinal – comecei enquanto me levantava – quantos anos ele tem?

Tentei não olhar pra ele diretamente. Fingi estar arrumando alguma coisa na minha mochila.

Dean suspirou.

- Não faço a mínima ideia. Na verdade, minha mãe não falou nada sobre ele , além do endereço.

- Que tal uma aposta? – Nico perguntou, um pouco mais entusiasmado.

- Cinco dólares. – Dean decidiu. – Aposto uns doze anos.

- Menos que dez. – Nico levantou a mão.

Eu bufei.

- Eu desejo que tenha dezesseis. – Sussurrei para mim mesma.

- O que disse? – Perguntou Nico.

- Nada. – Respondi rapidamente. Afinal porque eu disse aquilo?  – Eu desejo que tenha uns cinco. Está faltando um neném nesse lugar.

- Não. Pirralhos são terríveis. – Dean estremeceu.

Sorri para o chão. Na verdade, era Violet quem gostava de nenéns. Os pirralhos do orfanato me causaram trauma.

- E lá se vai meu reino. – Disse Dean antes de entrar na van.

Nico parou e esperou que eu entrasse, mas eu fiz um sinal discreto do tipo “entra nessa van agora ou arranco sua cabeça”. Ele entendeu.

Suspirei, entrei na van e fechei a porta.

POV Ellena

Era incrível como eu não cansava de ficar naquela estufa. Os filhos de Deméter preferiam ficar nos campos de morango e nas hortas, raramente iam para lá. Nas duas primeiras vezes em que estive ali tive o maior trabalho para restaurar tudo. Agora se parece muito mais com uma estufa do que antes.

Encarei por alguns uma muda de rosa, meio morta, confesso. Eu já tinha feito flores crescerem sozinhas em casa. Era raro já que meu pai não gostava que eu fizesse isso, mas eu levava jeito. Ainda bem, porque não teria como pedir exame de sangue para saber se Perséfone é mesmo minha mãe.

 Fechei os olhos e me concentrei na flor. Imaginei cada pétala, cada centímetro do caule, os espinhos...

Um leve estalo e então abri os olhos. Tinha ficado enorme e excessivamente vermelha.

- Haha! Eu sabia! – Gritei dando pulinhos.

- Bonita flor – uma voz grave disse atrás de mim. Dei um salto com o susto, acabei jogando três vasos de flor no chão.

Me virei, atônita e encontrei Andrew.

- Desculpa, não queria te assustar. – Ele disse dando um meio sorriso de desculpas. As covinhas apareceram e eu me perguntei como um cara como ele (daquele tamanho, com aquela voz grave, aquele corpo divinamente musculoso...) podia ter covinhas tão fofas e um sorriso como aquele.

Obrigada a todos que me trouxeram para esse lugar! Esse garoto é um gato!

- Tudo bem. – Falei e me virei para limpar a bagunça. Andrew fez o mesmo. – Não quero parecer, nem nada, é mais porque filhos de Ares não gostam daqui, mas, que mal lhe pergunte, o que está fazendo aqui?

Ele alargou o sorriso.

- Fiquei preocupado. Você não apareceu na Arena e...

- Ah, meu Deus! – Eu levei as duas mãos à testa. Não foi uma boa ideia, estavam cheias de terra. – Eu esqueci completamente do treino. Me desculpa?

- Não tem importância. – Respondeu ainda rindo da terra espalhada pela minha cara. – Imaginei que você estivesse aqui e tomei coragem pra vir.

Eu bati algumas vezes na minha própria cara para tentar tirar a terra.

- Acho que se um dia eu for sequestrada o primeiro lugar que vão me procurar é aqui. – Falei.

- Você é uma filha de Perséfone, é de se esperar. – Ele pegou os cacos dos vasos de flores e colocou em cima da mesa.

Olhei para ele.

- Meu pai nunca me deixou ter nada disso. Ele não queria que eu me ligasse a Perséfone, para não sofrer quando descobrisse que eu só estou aqui para que ela pudesse dar o troco a Hades. – Eu disse com um pouco mais de amargura que deveria.

- Sinto muito.

Foi quando percebi o quão melancólica tinha sido.

- Não sente nada. – Joguei terra nele. – Não seja mentiroso. E nem eu sinto. Apenas a agradeço por ter me dado um pai perfeito. Com exceção do “nunca teremos um jardim”, óbvio.

Ele limpou a camiseta.

- Então, este é outro motivo para gostar daqui.

- Provavelmente.

Chutei o resto da terra para debaixo da mesa e observei enquanto Andrew observava toda a estufa.

- E você? – Indaguei.

- O que tem? – Ele perguntou ainda encarando as paredes.

- Você... tem família?

Ele se sentou no banco de madeira no fim da estufa e esticou as pernas.

- Tenho um chalé cheio de irmãos grandalhões que batiam em mim quando era mais novo e irmãs problemáticas. Clarisse costuma levar isso a outro nível.

Eu continuei encarando-o. Acabei de contar uma coisa pessoal para ele e jogar terra nele e ele foge das minhas perguntas dessa forma?

Sim, também me pergunto onde esta o sentido disso aí em cima.

- Andrew...

- Minha mãe está morta. Não a conheci.  – Ele respondeu sem alterar um músculo do corpo. Aliás, os músculos dele são... – Morei com minha tia até os sete anos. Fui atacado, expulso da escola, e ela e meu tio simplesmente não conseguiam segurar um garoto como eu sendo expulso constantemente de escolas e se envolvendo em tantas brigas com menos de dez anos. Eu desafiava a todo mundo. Foi quando dois outros filhos de Ares apareceram para me buscar. Agradeço muito a eles, porque por mais que meus tios tenham me dado um teto e comida, eu sabia que os colocava em perigo e também a mim mesmo.

Engoli em seco.

- Você os visita? – perguntei.

- Sempre que posso. Uma vez a cada estação, quero dizer. – Ele sorriu.

Continuei no mesmo lugar. Nunca tinha parado para pensar no que trouxera os semideuses para cá. Com certeza não foi um bando de semideuses loucos que até te levam para um resort.

- Você está bem? – Ele perguntou.

Sacudi a cabeça.

- Sim. Vamos treinar?

Ele se esticou e levantou do banco.

- Claro.

Andrew veio até mim com passos largos e se aproximou antes que eu pudesse recuar.

A questão é: eu lá recuaria nessa situação? Santo deus, claro que não!

- Não vai sair suja assim, vai? – perguntou ele.

Em seguida, passou lentamente suas enormes mãos no meu rosto e tirou a terra que ainda teimava em ficar ali, delicadamente. O sorriso em seu rosto desapareceu e ele olhava em meus olhos como se eu tivesse feito algo terrível.

- Esta me assustando. – Murmurei.

Ele voltou a sorrir.

- Você é tão linda.

Meu coração martelou na garganta. Andrew se aproximou ainda mais.

E antes que eu pudesse chegar ao paraíso, três garotos do chalé de Deméter entraram gritando e rindo na estufa.

- Ellena, você... – A voz de um deles sumiu.

Andrew se separou visivelmente relutante e encarou os meninos com um ar homicida.

- Oi, meninos. – Falei, tentando ser gentil. – Como posso ajudar?

- Katie quer falar com você. Sobre a caça a bandeira. – Ele respondeu rapidamente.

- Já estou indo. – Sorri.

Os três se viraram e saíram correndo. Ainda pude ouvir o mais novo perguntando: “o que eles estavam fazendo?”. Eu mereço!

- Eu preciso ir. – Falei.

Andrew assentiu.

- Eu te procuro para podermos treinar. – Acrescentei.

- Estarei no meu chalé. – Ele respondeu sorrindo de lado.

- Ótimo. Até mais.

Acenei para ele e saí correndo da estufa.

POV Dean

Meu reinado estava chegando ao fim, o que era péssimo. Do nada minha mãe aparece, joga uma bomba no meu colo e vai embora antes que ela exploda. Era assim que eu me sentia em relação ao meu irmão.

Para ser sincero, a ideia de ter um irmão me assustava mais que o normal. Fala sério! Isso ia ser um saco. Agora eu não sou O Filho de Nix e sim mais um filho de Nix. Eu teria que aprender a dividir tudo, dar o exemplo e essas coisas chatas. Cristal pelo menos cresceu junto com a irmã, é bem mais fácil não ter que se acostumar com isso e simplesmente...

Lá vou eu pensando nela de novo. Por que todos os meus pensamentos param nela?

Eu olhei de relance para o lado e a observei. Ela estava olhando pela janela, distraída. Fazia dois dias que nós não conversávamos direito e eu sentia falta disso, mas sabia que era necessário. Meus sentimentos estavam confusos. Eu realmente gostava dela, mas e se o sentimento não fosse recíproco? E mesmo que fosse... Não daria certo. Provavelmente perderia a amizade tão rápido quanto ganhei...

Desviei esses pensamentos.

Nico estava do meu lado, girando seu anel de caveira, sem prestar atenção no que fazia. Com certeza estava pensando em Violet. Mas o Nico é burro demais! Eu disse pra ele ir falar com ela antes de nós irmos, mas ele disse que queria deixá-la pensar, que era melhor falar com ela depois da missão. Vai entender.

Argos finalmente nos deixou na porta do aeroporto. Entramos imediatamente no lugar lotado.

- Eu vou fazer o check-in - disse Nico, já indo na direção da fila.

Eu e Cristal ficamos parados, sem saber o que fazer. Um grupo de turistas passou entre nós dois. De repente, parecia que todas as pessoas que estavam no aeroporto estavam passando por ali. Eu já não conseguia ver Cristal. Nico sinalizou para nós, chamando para embarcarmos. Passei no meio das pessoas e encontrei Cristal tentando sair dali. Agarrei sua mão e a conduzi na direção oposta das pessoas. Saímos do meio da multidão, notei que ainda segurava sua mão e a soltei, notando que Cristal estava corada.

- Vamos? - perguntou Nico.

- Claro - disse Cristal, suspirando. Suspirando aliviada, pelo que notei.

Embarcamos no avião e eu meio que obriguei Nico a ficar entre Cristal e eu. Seria melhor pra todos.

Me virei pra janela e adormeci, pensando em Cristal, como sempre.


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Notas finais do capítulo

Então, galera, fiquei muito chateada :( só recebemos um review no último capítulo. Eu sei que demoramos um pouco, mas mesmo assim...
Merecemos reviews?
Só pra avisar, agora as postagens vão demorar um pouco mais, pois agora eu estou no 1º colegial e não vai dar pra ficar postando com tanta frequência, mas pelo menos teremos um capítulo por semana, ok? Então não se preocupem.
Reviews? Recomendações?
Beijos&Queijos
Liz



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