As Filhas De Calipso escrita por Liz Jensen, Laís di Angelo


Capítulo 16
Uma visita inesperada


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-nos a demora, estávamos ocupadas '-'
Chega de enrolação, recados no fim do capítulo
Enjoy!



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POV Violet


Assim que chegamos à Colina Meio-Sangue saímos correndo daquela van velha. Andrew, como sempre, ajudou Ellena com as bolsas, Mike e Beatrice andavam tão agarrados que pareciam uma pessoa só, Cristal e Dean conversavam felizes comigo e Nico.

– Esses dois ainda vão nos dar trabalho. – Nico falou apontando para Beatrice e Mike.

– Pois é. Que bom que se acertaram. – Respondi.

– Até que enfim Mike tomou coragem.

– Quem disse que foi ele? – Perguntei arqueando as sobrancelhas.

– E não foi?

– Beatrice deu o maior show berrando com ele. Acredite, só estão namorando por causa dela. – Respondi simplesmente.

– Também não é assim, Violet. – Discordou Nico. – Uma hora ou outra ele ia tomar coragem.

– Mas como nós, mulheres, somos bem mais desenroladas nesses assuntos, nos saímos melhor. Prova disso é a Beatrice. – Respondi

Cris e Dean apenas riam, nada de tomar lado.

Chegamos ao topo da Colina. Andrew já tinha roubado Ellena de nós e a levado para conhecer Quíron e o Sr. D e provavelmente mostraria o Acampamento pra ela também. Que novidade! Estou me sentindo a excluída com esse bando de casais se formando.

Nico abriu a boca para falar algo, mas um grito estridente o cortou. Me virei para o lado de onde ele tinha vindo e vi uma coisa que realmente me fez cair no chão de tanto rir. Dean tinha pegado Cristal no colo e corria com ela em direção aos chalés. Ela se debatia feito louca e gritava, mas Dean apenas sorria feito bobo.

– A prova de que você esta errada é a Cristal. – Nico revidou.

– Ta chamando minha irmã de quê? – Perguntei ficando com raiva dele. Fingindo, na verdade.

– Nada. Só tô falando que ela é a prova que garotas são mais enroladas que garotos nesse assunto. – Respondeu parando ao meu lado e olhando aquele bando de filhas de Afrodite que estavam saindo do Chalé e indo para a praia. Soube disso pelos minúsculos biquínis que estavam usando.

Comecei a andar mais rápido assim que percebi que elas estavam nos encarando. Uma delas até começou a andar em nossa...

– Ei, Vi! – Ouvi Nico me chamar, mas não dei bola. Foi quando ele segurou meu braço e me virou, obrigando-me a olhá-lo.

Estávamos a míseros centímetros um do outro. Podia ouvir meu coração bater mais forte só de olhar pra ele. Podia sentir sua respiração em meu rosto, seu hálito fresco...

– AAAHHH!!! Nico!!! Que saudade!

Nosso maravilhoso contato foi interrompido por uma certa menina, retardada. Nico me soltou com um susto e se virou. A garota passou o braço por seu pescoço e o abraçou.

– Oi... Sophia... – Ele disse retribuindo o abraço. Nico conseguiu me lançar um olhar “Por favor, me ajuda” , mas eu me limitei a dar um sorriso falso.

– Vou deixar vocês a sós.

Virei às costas pra eles com elegância e me dirigi ao Chalé de Atena para conversar com Annabeth.

Não gostei nem um pouco do que tinha visto. Eu e Nico estávamos tão perto e... Aí aquela chatinha filha de alguém chega e acaba com tudo! ARGH!

Bati na porta do Chalé de Atena e ouvi imediatamente a resposta.

– Entra! – Era a voz de Annabeth.

Entrei e vi Annabeth conversando com Cristal. Elas estavam rindo, o que significava que Annabeth não estava brava por nós sermos filhas da garota que seu atual namorado se apaixonou. Glória aos deuses!

– Percebi que não esta brava conosco. – Eu disse a abraçando.

– Com vocês não. Mas ainda odeio Calipso. – Respondeu ela com uma careta. – Sem ofensas. – Acrescentou rapidamente.

– Tudo bem. O importante é não ter você como inimiga. – Disse Cristal humildemente.

– Nosso chalé ficou pronto? – Perguntei fazendo carinha de anjo.

– Sim! – Respondeu Annabeth toda feliz. – Mas odiei fazê-lo. – Seu sorriso se transformou em uma careta.

– Por quê? – Perguntou Cristal.

– Apolo ficou dando palpites. Sabe, ele adora a Calipso e disse que é dever dele cuidar de vocês e coisa e tal. Na verdade, eu acho que ele tem outras intenções, mas tudo bem. E se tem alguma coisa que aquele deus não entende, é de decoração de chalé para duas patricinhas. – Respondeu Annabeth.

– Não sou patricinha! – Eu discordei. – Só a Cristal é!

– É nessas horas que eu conheço a verdadeira irmã que eu tenho. – Resmungou Cristal séria.

– Sabe que eu te amo, né maninha? – Falei sorrindo.

Num ato muito infantil, ela me mostrou a língua.

– Chata. – Revidou.

– Chega! – Annabeth se levantou. – Vamos! Vou mostrar o chalé a vocês.

– Antes vou pegar o resto das nossas coisas no chalé de Hermes. – Disse Cristal.

– Não precisa. Connor e Travis já levaram tudo. – Disse Annabeth abrindo a porta.

– Awn! Que fofos eles são... – Disse Cristal, mudando sua fase de garota irritada para garota afetada. - Temos que agradecer.

– Façam de uma vez. – Disse Annabeth. – CONNOR! TRAVIS! Venham aqui agora! – Ela berrou e as duas figuras que passavam em frente ao chalé pararam e olharam para nós.

– Hey! – Travis veio primeiro. Quer dizer, eu acho que era ele. – Voltaram e a primeira pessoa com quem falam é a Annabeth? – Perguntou me dando um abraço de urso. Os ossos da minha coluna estalaram.

– Pois é. Que decepção. – Completou Connor empurrando Travis. – Esqueceram das pessoas que te ensinaram tantas coisas?

– Que nos ensinaram como roubar lojas? Ou a carteira das pessoas? – Perguntou Cristal.

– Andou praticando? – Perguntou Travis a minha irmã com um olhar esperançoso.

– Vamos dizer que ela roubou uma coisa de certa pessoa... – Respondi olhando para ela com um olhar malicioso.

– O quê? – Perguntou a anta da minha irmã, que realmente parecia não ter entendido.

Até os irmãos Stoll já tinham sacado.

– O coração do nosso querido amigo... – começou Travis fazendo uma cena dramática.

– Dean. O felizardo filho de Nix. Aquele que se apaixonou por uma das garotas mais lindas do Acampamento. Foi o que ouvi por todo esse lugar. – Completou Connor.

– Ninguém acredita que o cara mais cotado do Acampamento tá a fim de você, sem ofensas. – Continuou Travis.

– Eu ia agradecer a vocês por levarem nossas coisas para o Chalé. Mas vocês não prestam e não vale a pena perder saliva com pessoas como vocês. – Respondeu Cristal.

– Uau! Travis! Nossa amiguinha esta mudando. – Zombou Connor fingindo chorar. - Ela vai ficar igual a uma daquelas garotas de filmes que depois que viram vampiras ficam cheias de atitude e só usam sapatos de salto fino e bem alto com calças apertadas e expressões revoltadas...

– Mas aí ela vai ficar mais alta que o Dean. Com os sapatos. – Disse Travis.

– Ah! Com licença! – Cristal empurrou os dois e saiu pisando fundo em direção a praia. Sabe se lá o que ela vai querer fazer lá...

Finalmente nossa amiguinha, Annabeth, parou de rir e se virou para mim.

– Vamos, vou te mostrar o chalé. Depois você mostra para a Cris, já que ela tá um pouquinho estressada. Não gosto da ideia DELA estar estressada.

– Na verdade, é uma das poucas vezes que isso acontece. – Falei pensativa. – Depois que viemos para cá que ela começou a se estressar por pouca coisa.

– Ué, já voltaram?! – Percy berrou bem ao nosso lado. Sério, precisa gritar? Se a Cris tivesse aqui, ela o teria esganado com essa paciência que ela está. – Como foi a missão, Violet? – Perguntou.

– Foi boa. Tirando a parte que ficamos presos no deserto. Se bem que se não tivéssemos parados, Beatrice e Mike não estariam juntos. – Acrescentei pensativa. Acho que foi bom por um lado, ter quase derretido.

– Sério? – Indagaram Travis e Connor. Em seguida saíram correndo em direção ao Chalé de Afrodite, onde provavelmente, o casalzinho lindo estaria se agarrando.

– Vamos logo, Annabeth! Antes que outra pessoa nos impeça!

Ela deu um selinho em Percy e recomeçamos a andar na direção do meu Chalé. Cristal também devia estar conosco. Mas ela é sempre do contra! Vai saber o que estava acontecendo com ela.

Então, finamente, chegamos ao lindo chalé de Calipso. A parte da frente era pintada de azul bebê, com uma enorme porta branca de vidro e duas janelas na lateral do mesmo estilo. Havia uma pequena varanda de entrada após os três degraus de gesso. Um pequeno muro de tijolos a cercava. Parecia uma casa de boneca.

– Que lindo! – Exclamei.

Tinha um espaço, assim que entramos no Chalé, com dois sofás, uma estante que tinha alguns livros e uma mesa de centro. Na parte de trás do Chalé tinha duas camas com colchas azuis e lilás e mais dois guarda-roupas pequenos de cor clara. Lindo! Era tudo espetacular!

– Obrigada, Annabeth! – Eu a abracei. – Eu amei!

– Que isso. Eu só preciso sair daqui, porque não sou muito a favor desse ambiente. – Ela respondeu com uma careta e apontou pra cima.

No teto, a ilha de Calipso se estendia. Era uma pintura linda e detalhada, com os jardins à beira do oceano e as ondas banhando a areia. Para alguns, um teto com estrelas e planetas seria o que esperariam; mas olhando para a ilha que eu apenas tinha visto em sonhos, eu parecia ter uma conexão maior com a mãe que eu poderia nunca mais ver.

– Até o jantar, Violet! – Annabeth saiu do chalé me deixando sozinha com pensamentos um tanto melancólicos. Que logo da minha mãe, passaram para Nico.

Será que ele e tal Sophia tinham alguma coisa? Será que ele gosta dela? Acho que não... Se não ele teria me contado, não é? Somos amigos... E se ele não me considerar tão amiga dele, assim?

Ah, Violet! Chega! Vamos pensar em arrumar as roupas. Anda! Proibi a mim mesma de pensar no Nico. Mas isso não seria nem um pouco fácil... Nem de longe. Por que, de alguma forma, eu ainda conseguia sentir seu cheiro em mim.


POV Nico


Já disse o quanto odeio a Sophia? Já deu em cima do Percy, do Dean, do Andrew... E a bola da vez sou eu. Depois de ela ter acabado com o clima perfeito que estava rolando entre mim e Violet e ter me agarrado, consegui me livrar da garotinha nojenta.

Peguei minha mochila que estava caída no chão e fui para meu Chalé. Vi Violet entrar no Chalé de Calipso, que, sinceramente, não era lá essas coisas. Entenda, eu sou do tipo de garoto que só gosta de preto e o Chalé delas era simplesmente o oposto: a porta era branca, assim como a janela que tinha; na varanda tinha vários vasos de flores de cores diversas e era rodeada por um muro de tijolinhos estilo castelo antiquado; a parede da frente era azul bem clarinho e as das laterais era um tom mais escuro. Era igual a uma casinha de boneca. Sou totalmente contra isso.

Virei as costas para o Chalé delas e fui para o meu. Estava muito cansado. A viagem tinha sido desgastante.

Fui imediatamente tomar um banho. Fiquei um bom tempo lá, apenas relaxando e deixando os pensamentos fluírem. Depois, me enrolei na toalha e saí do banheiro.

Um barulho estridente torturou meus ouvidos. Toda minha linha de pensamento sobre o que faria depois foi rompida.

– Tem alguém a...

Minha voz desapareceu assim que vi quem estava na minha frente.

– Olá, Nico.



POV Cristal


Caminhei lentamente até a praia, depois de sair de vista de Vi e Annabeth. Por que as pessoas nos infernizam tanto assim? Poxa, é tão difícil entender que eu e Dean somos apenas amigos? Não que eu queira isso, mas não depende só de mim. E isso tudo ainda é confuso. As pessoas te pressionando... Isso é ainda pior. Por que as pessoas não podiam simplesmente acreditar?

– Você acredita?

Me virei pro lado, sobressaltada e dei de cara com uma mulher linda, com imagem oscilante de alguém entre Scarlett Johanson e Natalie Portman. Ou as vezes, entre Angelina Jolie e Beyoncé... Ela era tão linda que era confuso.

– Responda, Cristal: você acredita nisso?

– Afrodite? – Ela assentiu. – O que esta fazendo aqui?

– Clareando seus pensamentos. - Ela balançou as mãos exaltada. - Responda: você acredita que gosta dele só como amigo? E vice-versa? Tem certeza disso? – Ela perguntou.

– Tenho...?

– Isso é uma pergunta ou uma resposta? - Ela insistiu.

Respirei fundo, vencida pela deusa.

– Quer mesmo saber? – perguntei. – Nem eu sei. É confuso. E... Nada seguro, ao mesmo tempo. Não posso me dar ao luxo de perder a amizade dele. É o mesmo blá-blá-blá dramático de sempre.

Ela sorriu tranquilizadora.

– Quando ajudei Calipso a sair daquela Ilha nunca pensei que ia gostar tanto de vocês... – Ela disse. – Eu fiz o que foi possível. Agora é a vez de vocês. Se tiverem medo nada vai dar certo. Só precisa confiar em si mesma.

Ela se levantou e completou:

– E no fundo você sabe, sim, a resposta. Só esta com medo dela.

Ela desapareceu me deixando ali com cara de tonta e com os pensamentos presos na pessoa que eu queria esquecer.


POV Dean


Eu dormia feito bebê até que alguém começou a me sacudir. Ignorei e me virei para o lado. Por um momento pensei que tinha me livrado dessa pessoa, mas a mesma foi até a janela e puxou as quatro cortinas. Entenda, sou filho de Nix. Não gosto de luz, principalmente quando estou dormindo. Aí já viu: a luz entrou no meu quarto e iluminou o suficiente para me irritar. Mas, ignorei novamente.

– DEAN BLAKE! Acorde agora!

Parecia a voz da Cristal... Mas como metade de mim ainda dormia, pensei que pudesse estar sonhando. Me chacoalhou mais uma vez e eu perdi a paciência.

– Que é Cris... – Minha voz sumiu quando a vi. – Mãe?

– Isso. Agora saia da cama e vá chamar sua amiguinha filha de Calipso!


POV Nico


– Olá, Nico.

– Hécate? – Indaguei surpreso. – O que a senhora faz aqui?

– Esperto e educado. Mas tenho certeza de que não foi isso que agradou minha neta. – Ela disse sorrindo. – Não esperava encontrar você nesse estado deplorável.

– Desculpe se estou confortável no meu Chalé. – respondi.

– Não significa que precisa estar seminu.

– Esteja a vontade para sair, caso esteja incomodada. – Eu revidei. Ter aquela deusa sombria no meu quarto não era boa coisa. – O que quer?

– Bem... Cristal, minha neta mais velha, deve ter mencionado que seu “querido papai” morreu. Não exatamente com essas palavras.

– Espera aí... Como? – Eu a interrompi. – Cristal não falou nada disso com a gente. E ela nem sabe quem é o pai. E nem sabe que ele está vivo! – Eu despejei. Estava abismado com a cara de pau de Hécate.

– Talvez. E certamente não. Cristal é uma ótima atriz. Puxou a avó. Estou orgulhosa dela. – Disse presunçosa. – Mas, não, meu caro Nico. Cristal sabe que ela e a irmã foram abandonadas e meu filho sempre mandava dinheiro pra que elas pudessem viver... “felizes”. – Ela fez aspas com os dedos. - E há alguns dias, Cristal percebeu que não tinha recebido o dinheiro que há quinze anos recebe. Ela estava curiosa sobre isso. Ainda está.

– Vá direto ao assunto, por favor? – Eu a cortei.

– Quero que me faça um favor. – Ela disse se sentando na minha cama. – Meu filho favorito e o mais poderoso que foi abençoado por mim...

– Que por algum acaso é o pai de Violet e Cristal...

–...tem uma casa em Miami. Ele a protegeu com todas as forças num feitiço muito, muito poderoso, abençoado por mim, e o selou com seu sangue. – Ela sorriu sem humor.

– Mas você é a deusa da magia, então, pode quebrá-lo, certo? – Arrisquei.

– Não. Quando fez o feitiço, Adam teve a ajuda de outros dois deuses.

– Provavelmente Melinoe e Nêmesis. – Eu a interrompi me lembrando da grande dívida que as três deusas ctônicas dividiam.

– Além de mim. O feitiço selou a casa e nenhum deus ou monstro pode passar pela porta. E eu preciso de algo que esta lá dentro. – Ela olhou para mim com seus olhos negros e perversos.

– Mande um semideus qualquer. – Dei de ombros.

– Não posso. O feitiço é especifico. Ninguém pode entrar, a não ser alguém com o sangue de meu filho e tecnicamente nem eu, nem meus outros filhos, temos o sangue dele.

– Está querendo dizer que você, Melinoe e Nêmesis ajudaram um semideus, que por um acaso é seu filho, a selar um feitiço que protegia uma casa e que agora ninguém, a não ser alguém que tenha o sangue dele pode entrar? Está dizendo que quer que Cris e Violet entrem nessa casa e peguem algo que você e essas deusas sem miolos, provavelmente, roubaram? Hécate... Você se superou. Além do mais, quem abençoa um feitiço em que o impede de fazer algo?

Ela sorriu pra mim.

– A morte de meu filho foi um acidente. Um terrível acidente que me colocou contra a parede. – Ela piscou seus olhos grandes e negros e desviou seu olhar do meu. - Cristal é um caso mais fácil do que Violet, em certas circunstâncias. Ela é mais fácil de manipular... Mas vou precisar das duas para quebrar o feitiço. Por enquanto quero pedir a você que convença Violet a entrar na casa. E ela não pode saber dessa conversa.

– Não vou colocar Violet numa suposta missão de resgatar um objeto que pode acabar com o mundo. Porque vindo de você deve ser isso. – Acrescentei.

Ela se levantou.

– Mas quero deixar claro que se algo acontecer com Violet, eu não vou me importar. – Ela chegou perto de mim com passos firmes e silenciosos. – Se for para jogar, eu jogo. Sei que você gosta dela, mas se quiser continuar vendo ela viva, é melhor você a convencer. Eu volto amanhã para ver seu progresso.

Num súbito movimento, ela desapareceu me deixando com meus pensamentos. Eu estava encrencado. Ela queria que eu a ajudasse a convencer Violet a entrar em uma casa pra devolver um objeto a ela! Que tipo de avó é essa? E é claro: um objeto que provavelmente ela roubou e tem um poder imenso! Mas são muito burras mesmo, né? Veja bem! Ajudaram um simples semideus a selar uma casa pra que nenhum deus ou monstro ou semideus pudesse entrar... Mas elas mesmas são deusas! Que coisa confusa! E para piorar ela ainda ameaça matar a Violet!

Repito: que tipo de avó é essa?

– Nico? – Fui tirado dos meus pensamentos. Fui até a porta e a abri. Esperava que fosse Sophia, então já fui com uma cara de mendigo para poder dizer que estava passando mal e fugir dela.

– O que... Cristal? – Indaguei.

– Ah, Nico! Já não basta vir de toalha, tem que vir com essa cara? – Ela sorriu.

Corei na mesma hora.

– É... Ahn... Dês... Desculpa! – Eu gaguejei. – Entra aí. Vou me trocar.

Peguei minha roupa que estava na cama e fui me trocar o mais rápido possível. Quando saí do banheiro encontrei Cristal olhando pela janela. Fui até lá ver o que a chamava atenção e encontrei Dean e uma mulher alta andando pela entrada da floresta.

– Quem é? – Perguntei a Cris

– Nix. Ela é bem legal, sabe?

– Conversou com ela?

– Sim. Ela pediu a Dean que me chamasse. – Ela respondeu sorridente.

– Mas, e aí? O que a traz no Chalé de Hades?

– Primeiro: Adorei a decoração. Segundo: Tenho uma proposta. Uma missão. – Ela se virou para mim. – Topa?

– Acabei de voltar de uma! - Eu disse.

– É a vida de semideus. – Ela se sentou no peitoril da janela. Menina abusada!

– Que missão? – Perguntei a olhando desconfiado.

– Resgatar o filho de Nix. – Ela sorriu ainda mais.

– Mas o Dean está bem ali! – Falou o débil!

– Burro! Outro filho de Nix! – Ela se levantou exaltada.

– Tá, calma... Quem vai?

– Eu, você e Dean. E você vai por bem ou por mal. – O sorriso dela desapareceu.

Pensei um pouco. Já vi que vou segurar vela a missão inteira e o coitado filho de Nix que se cuide.

– Eu aceito. – Respondi.

Ela foi até a porta e a abriu.

– Ótimo. Quer treinar, cunhadinho? – O sorriso dela reapareceu.

– Já disse pra parar com isso! – Peguei minha espada e fui para Arena com Cristal me irritando o tempo todo com piadinhas sem graça sobre emos e punks.

Essa com certeza seria uma missão e tanto!



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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Deixem um lindíssimo review, ok? Ok.
Feliz Natal pra todos e um excelente ano novo! Vocês são os melhores leitores do mundo! (:
Até o próximo capítulo, lindos!
Liz e Laís



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