POV Violet

Eu estava muito irada com Zeus. Tá legal, não posso expressar a minha raiva publicamente, mas mesmo assim. Eu já tinha ficado irritada quando ele quis nos matar, agora não deixar minha mãe contar sobre meu pai... Eu devia quebrar alguma coisa... Assim, só acho mesmo.

Acordei antes das sete. Tomei um banho rápido, me vesti, penteei meu cabelo e saí do banheiro. Eu estava um pouco ansiosa por causa da missão, admito.

Ninguém tinha acordado, exceto Cristal que procurava uma roupa na mala dela. Nossa mãe tinha nos dado várias roupas novas, o que eu e Cristal simplesmente adoramos.

– Bom dia. – Sussurrei.

– Bom dia. – Respondeu de mau humor.

– Ei, que isso? Vamos numa missão para trazer a única semideusa que o mundo não quer matar.

– Eu sei. Só que eu acabei de acordar e não sou feliz até duas horas depois de ter acordado. – Ela entrou no banheiro e bateu a porta fazendo alguns filhos de Hermes acordarem.

– Duvido... Daqui a pouco encontra o Dean e melhora. – Falei pra mim mesma.

– EU OUVI! – Cristal gritou de dentro do banheiro.

Enfim, acabei de me arrumar e esperei Cristal. Minutos depois ela saiu já vestida.

– Serio que você vai a uma missão assim? – Perguntei incrédula.

– Não tem nada de mais. E pra que está toda arrumadinha desse jeito, Violet? – Ela fugiu do assunto.

– Tudo bem... – Me rendi sabendo que se falasse qualquer outra coisa ela iria começar a falar sobre... Bem, ele. - Já arrumou sua mochila?

– Por que você faz o papel de irmã mais velha? – Ela disse irritada e pegou uma mochila que estava em cima da cama.

– Por que eu tenho mais juízo que você. – Respondi pegando minha mochila.

– Ah, tá! Acredito. – Foi a única coisa que ela disse enquanto saía do Chalé. Ela sabia que era verdade.

Pedimos alguma coisa para comer a algumas ninfas que – por motivo que desconheço - nos adoraram. Assim que saímos do refeitório avistamos Nico, Dean e o outro menino indo para a Casa Grande. Nico me viu e sorriu, os olhos brilhando, como se ele estivesse assistindo sua banda de rock favorita pela primeira vez. Dean olhou pra Cristal, com a mesma cara de bobo. O garoto que estava com eles olhou pros dois e depois pra nós, com uma expressão do tipo Acho que vou vomitar.

– Oi, lindas. – Disse Dean saindo do transe e dando um beijo no meu rosto e depois no de Cristal.

– Olá. – Respondi.

– Oi, Vi. – Disse Nico beijado meu rosto.

Quase que eu derreti. Como ele podia ser tão lindo? Tão gentil?

Depois de Oi’s pra lá e pra cá, fomos apresentadas ao garoto.

– Meninas, esse é Andrew Stone. Andrew, essas são Cristal e Violet Kane. – Dean nos apresentou.

– Oi. – Disse Cristal com uma cara idiota.

- E aí? - falei.

– Olá. Vocês são as filhas de Calipso, certo? – Disse Andrew.

Ele tinha cabelos castanhos avermelhados e curtos. Os olhos eram castanhos escuros, a pele branca e corpo digno de filhos de Ares. Se eu disser que a Cristal quase babou, vocês acreditam? Pois é, estar apaixonada por alguém (mesmo que ela não admita isso) não a impede de babar em garotos bonitos.

– Sim. – Respondeu Cristal. – Por que todo mundo fica impressionado?

– Por que ela não devia ter filhos?! – Respondeu Andrew irônico, e todos nós rimos da cara de Cristal.

Andrew finalmente parou de rir.

– Desculpa. - disse ele, mas ainda sorria com a piadinha. Mesmo que fosse sem graça, legal era a cara da Cristal. - É simples: Era para ser um castigo, Calipso ficar solitária, mas agora ela tem filhas... Para os deuses isso é desaforo. – Respondeu.

– Tanto faz. – Eu disse. – Nós nascemos e vocês têm que dar gloria aos deuses por isso. – Falei sorrindo.

– Tudo bem. – Falou Nico com aquele sorriso lindo no rosto. – Agora temos que ir falar com o Quiron e Rachel.

– Quem é o líder da missão? – Perguntou Cristal enquanto andávamos em direção a Casa Grande.

– Andrew. – Respondeu Nico.

– É. Vocês estão indo por diversão. – Completou Andrew.

– Pois é... Las Vegas... – Falou Cristal sonhadora estendendo os braços como se fosse tirar uma foto, provavelmente imaginando como seria Vegas. - Tudo de bom! 

– Então se formos rápido podemos aproveitar melhor. – Cortou Dean. – É uma rara folga que temos que aproveitar. Quer dizer... Tenho certeza de que nenhum monstro vai atacar uma filha de Perséfone e um filho de Hades.

– Isso aí. – Concordaram Nico e Andrew.

Corremos até a Casa Grande. Sr.D e Quiron estavam jogando aquele tal de... Como é mesmo o nome? Pinóquio? Ah, não! Pinochle.

– Bom dia, Quíron. Precisamos da Profecia. – Falou Cristal, direta.

– Bom dia, crianças. – Respondeu.

– Educação... Onde está sua educação, Cristina? - Resmungou Sr. D.

– É CRISTAL! – Disse Cristal entre dentes fazendo todos rirem, menos Sr. D.

– Que seja!

Quiron foi até o pé da escada e gritou.

– Rachel! Venha aqui, por favor!

Segundos depois uma ruiva desceu as escadas. Aí, fomos descentemente apresentadas com o Sr D reclamando... Enfim, a parte importante é quando ela começou a falar como se fossem três Rachels falando, ganhou um certo brilho verde e ficou esquisitona. Me arrepio só de lembrar.

Para a cidade das perdições sete irão

Buscar a filha da primavera com a perdição

No meio do deserto irão parar

Novos inimigos irão arranjar

E um beijo inesperado acontecerá

E para casa poderão voltar

Palavras profundas e esquisitas.

Silêncio total. Até que os resmungos de Sr D recomeçassem.

– Por que Afrodite sempre se intromete nessas coisas? Meu Zeus... Como é enxerida, essa chata! – ele não parecia preocupado com a parte sobre os novos inimigos que iríamos fazer.

– Por que você é tão chato, Dioniso? – De repente surgiu no meio da sala uma linda mulher. Linda mesmo. Sua imagem oscilava... Uma hora loira com olhos azuis, outra hora uma ruiva de olhos verdes... – Olá queridos! Sou Afrodite. A chata e enxerida. – Ela lançou um olhar mortal a Sr. D que apenas deu de ombros.

Nos curvamos diante dela e Rachel subiu as escadas dizendo que ela iria falar de amor e que ela não estava podendo ouvir nada sobre isso devido a abstinência do Oráculo. Não, mentira, essa ultima parte eu meio que deduzi.

– Só vim dizer a vocês boa sorte. – ela falou sorrindo. – Boa sorte. – Realmente lhe faltavam parafusos. – Coloquei na mochila de vocês coisas que realmente vão precisar.

– Mexeu nas nossas coisas? – Perguntei incrédula.

– Não. – Ela disse ofendida. – Apenas estalei os dedos e mudei as roupas que estavam aí dentro.

Suspiros irritados vieram de todos, mas a deusa apenas deu de ombros e se virou para mim e Cristal.

– Vocês duas não precisam se preocupar com nada. Tudo isso é um pedido de desculpas em nomes de todos os deuses que gostam de vocês. E devido a seus encantos meio ninfádicos...

- Ninfádicos? – indaguei.

- ... Muitos deuses amam vocês. Até demais, pro meu gosto. – Ela bufou. - Tenham uma ótima viagem. Mandem um beijo pra minha filhota. Até logo. – Ela desapareceu em fumaça com cheiro de perfume de grife. Quase engasguei.

– Ahn... Então ta. Fazer o que? – Murmurei, ainda confusa por causa do cheiro do perfume de marca. – Vamos?

– Sim. – Responderam todos.

- Ninfádicos? – Cristal indagou.

– Vamos logo, antes que outro deus resolva mexer nas nossas coisas. – Completei, me referindo ao Sr. D.

- Não sou a deusa da beleza, Virgínia. – Resmungou ele. – Sou muito melhor.

- Virgínia? – Questionei ofendida.

– Não quero nem mexer na minha mochila. Fiquei com medo. – Completou Cristal.

Demos adeus a Quiron.

- Não vai desejar boa sorte a eles? - Perguntou Quíron, com um sorriso forçado, tentando fazer o Sr.D ser educado.

O diretor suspirou.

- Boa sorte, a todos vocês. E uma viagem turbulenta, já que ainda acho que Constance e Virginia deviam ter sido executadas.

Xinguei Sr. D mentalmente. Cristal devia fazer o mesmo.

Saímos da Casa Grande murmurando um "obrigado" desanimado ao Sr. D e fomos para a van velha do Acampamento. Dean iria dirigindo já que tinha carteira.

- Anda, Virgínia! – Me apressou Cristal.

- Cale a boca, Constance.

Todos rimos e fomos entrar na van. Suspirei extremamente feliz.

Até que finalmente me lembrei de algo extremamente importante e que ninguém havia percebido