A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 15
Ele voltou! (Rebeca)


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEE!
ainda não dormi, então pra mim é domingo, portanto a postagem está no prazo.
tô com a música dos smurfs na cabeça, véi. '-'
Assisti A Lenda dos Guardiões no sábado, dá licença, eu sou criança u.u
hm.... é.
ATÉ LÁ EMBAIXOOO!
aproveitem o capítulo.



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-Quer uma carona para a escola, querida? - perguntou meu pai na porta do meu quarto.

-Não, obrigada, eu vou de ônibus mesmo.

Ele riu.

-Não entendo porque você insiste em andar naquilo. - disse, vindo em minha direção.

-Gosto de me sentir normal. - afirmei - Mas se faz você se sentir melhor, eu pego um táxi, até prefiro, na verdade.

-Certo. - deu-me um beijo na testa - Boa aula.

-Obrigada. - terminei de calçar os tênis e me levantei - Boa viagem. - eu disse. Meu pai teria uma reunião com o diretor de alguma grande empresa alemã e, para isso, teria que viajar até a Europa. Teria me levado junto, ele disse, se eu não tivesse fugido para a Inglaterra há dois anos.

Saí de casa e esperei o elevador. Observei uma pequena mosca pousando na planta que ficava entre os elevadores e esfregando as patas dianteiras. Lembrei-me da época em que achava que bolavam planos malígnos e ri comigo mesma. A mosca, agora, passeava pela planta, sem levantar voo, então, de repente, uma aranha papa-mosca pulou em cima dela, matando-a brutalmente durante seu passeio feliz. Continuei olhando enquanto a aranha comia a mosca. Que nojo.

Quando o elevador chegou, desci até a portaria, ainda pensando naquela cena, tive vontade de vomitar o café-da-manhã. Cheguei a portaria. Quando estava saindo do prédio, Pedro, o porteiro do prédio, me chamou.

-Srta. Cortez, João te passou a mensagem ontem à noite? - perguntou. João era o porteiro noturno. Um incompetente, devo admitir.

-Não, nada. - Pedro bufou, provavelmente irritado com João.

-Ontem um jovem passou aqui, perguntando pela Srta. Quando eu disse que não estava pediu que eu te avisasse que o show dessa sexta-feira foi adiado para o próximo sábado, sem ser o dessa semana.

Ah, o show do primo do Hugo, eu havia esquecido.

-Certo, obrigada, Pedro. - agradeci com um sorriso gentil. Virei-me para ir embora.

-Ah, Srta., tem mais uma coisa. - voltei-me para ele.

-Sim?

-Quando cheguei hoje de manhã - começou, indo até seu balcão na portaria - João me entregou uma coisa, uma caixa. Disse que um sujeito de sotaque engraçado passou aqui, disse seu nome, deixou a caixa e foi embora, sem se despedir nem nada. João disse que esqueceu de entregar quando a Srta. voltou. Aqui. - disse, entregando-me a caixa.

Era bonita, simples. Não muito grande. Retangular, preta e de madeira, com o desenho de uma flor de lótus rosa na tampa. Abri-a. Pétalas de rosa vermelha cobriam o fundo e nelas repousava um envelope azul marinho. Imaginei ser algum presente de Hugo. Fechei a caixa, estava atrasada para a escola, mais tarde eu abriria o envelope.

-Obrigada, Pedro. Tenha um bom dia.

Corri para o ponto de táxi mais próximo, pois esquecera de ligar para a cooperativa. Cheguei à escola doze minutos atrasada, então corri para a sala.

-Desculpe o atraso. - eu disse, entrando na sala.

O professor de português olhou para mim desconfiado.

-Você sempre foi uma aluna tão pontual! Esse namoro com o Hugo está te estragando. Aliás, estragando vocês dois. - ele disse, entregando-me o resultado de meu teste.

Tive uma parada cardíaca ao ver minha nota.

Cinco.

Em Português.

Eu. Rebeca Cortez. Tirei cinco. Em português.

Cinco!

Eu, que nunca tiro notas abaixo de nove, tirei cinco em português.

Em português! A matéria mais fácil para mim!

Decepcionada e morrendo lentamente dirigi-me até meu lugar, ao lado de Hugo, que também não se sentia tão feliz.

-Eu esperava nota maior de vocês dois. - disse o professor.

Hugo suspirou.

-Quanto? - perguntou.

-Cinco. Você?

-Também.

-Vinícius Ribeiro. - chamou o professor. Vinícius era o pior aluno da turma, sua média em português no primeiro período fora três. Não que aquilo me servisse de consolo, mas pelo menos alguém com certeza tinha tirado nota mais baixa que eu. Vinícius era esse alguém.

-Tirei sete! - gritou Vinícius ao receber sua nota, recebendo aplausos de toda a turma.

Eu simulei me suicidar com um tiro na cabeça e Hugo, que apoiava a cabeça com as mãos, deixou-a escorregar, batendo com o rosto na carteira. Algumas pessoas atrás de nós riram. Não gostei. Não era engraçado. O professor olhou para nós dois, ainda reprovando nosso desempenho no teste. Quis morrer.

-Mas ele está certo. - disse Hugo, sorrindo para mim - De certo modo, você me distraiu.

-Eu?

-É, insistiu em ficar nos meus pensamentos.

Eu provavelmente corei ao ouvir isso, mas não tenho certeza. Poderia dizer a ele o mesmo, mas não conseguiria mentir. A verdade é que me distraí pensando nos filhos de Hanaggan, foi, possivelmente, por isso que tirei nota baixa.  Senti-me mal por Hugo, ele parecia tão apaixonado por mim e eu não fazia ideia se ao menos sentia o mesmo. Lembrei-me da caixinha que ele deixara lá no prédio.

-Ah, eu recebi sua caixa, mas não tive tempo de abrir o envelope. - avisei.

-Caixa? - perguntou confuso - Que caixa?

O professor pigarreou e começou a explicar a matéria nova. Decidida a tirar dez no próximo teste, virei para frente, sem responder Hugo. Estranhei sua reação. Como assim "que caixa"? Não foi ele quem deixou-a lá? Mas então... Quem?

Depois de um tempo, esse pensamento acabou abandonando minha mente, então pude prestar devida atenção às aulas. Decidi que perguntaria a Hugo sobre a caixa no intervalo.

Depois de quatro tediosos tempos de aula, o sinal do intervalo finalmente tocou, para alívio de todos. Já lá embaixo, na fila da cantina, encontrei com Alice.

-Você está sozinha. - ela disse.

-Lucas não fala comigo com tanta frequência, só Deus sabe a razão. - escondi o quanto aquilo fazia eu me sentir mal. A ideia de estar perdendo Lucas me aterrorizava, e não poder fazer nada contra isso era ainda pior - Como ele está em casa?

-Vive trancado no quarto. Não fala com ninguém. Bom, outro dia ele recebeu a visita de um cara, um argentino, eu acho. Sei lá, não era brasileiro. O cara ficou para jantar, até. Durante o jantar, Lucas estava tenso, pensei que fosse mandar o argentino embora, mas não. Eles ficaram no quarto do Lucas, jogando videogame, rindo. Pareciam duas crianças, na minha opinião. Ficou até tarde.

-Foi embora que horas?

-Sei lá, tarde. Pegou um táxi e foi embora. "Até mais", ele disse. Ficaram de sair no sábado. Até se abraçaram. Papai não gostou muito disso. Eu ri, achei engraçado. Ele ficou com medo de Lucas também ser gay.

Ri com a imagem.

-E como vão as coisas entre vocês? - perguntei, mudando de assunto. Não queria mais falar de Lucas.

-Eu e meu pai? Tensas. Ele não fala comigo direito, fica desconfortável. Às vezes parece que quer perguntar uma coisa, mais fica calado. Paula me olha estranho quando eu estou no telefone com a Julia. Aquela mulher é muito chata. Entrou no meu quarto outro dia enquanto eu assistia The L World. Ficou desesperada. Mandou eu desligar aquilo ou ela contaria pro meu pai. Lucas me ajudava no começo, mas agora que está todo estranho, viu e não fez nada. É como se eu tivesse perdido um aliado. Papai nem percebe, eu e Paula estamos em guerra.

-Tenso.

-Pois é.

Alguém me abraçou de repente.

-Se importa se eu ficar aqui? A fila está grande demais. - era Hugo.

-Não, tudo bem.

-Seu porteiro te passou o recado? Sobre o show?

-Sim, passou. Você poderia ter me ligado.

-Meu celular quebrou. - avisou. Então virou para a Alice - Você gosta de rock. - afirmou.

-É, eu sei. - seu tom era sarcástico.

Ele riu.

-Meu primo vai fazer um show semana que vem. Se você quiser ir, ainda tem alguns ingressos.

Ela levantou as sobrancelhas.

-Olha, alguém não me odeia. - ela disse, brincando. Hugo sorriu.

-Eles não te odeiam, só não se acostumaram com a ideia. Bom, se você quiser ir, fala comigo depois, eu te passo a localização e tal, ok? Leve Julia se quiser, acompanhante paga metade.

-Ok. Obrigada. - havia chegado nossa vez. Ela comprou um biscoito e foi procurar a namorada. Coloquei a mão no bolso, para pegar a carteira. Que não estava lá.

-Minha carteira! - exclamei, voltando correndo para sala, sem explicar nada a Hugo. Torci para que ninguém a tivesse roubado.

Chegando lá, encontrei Lucas, sentado em meu lugar e segurando minha carteira.

-Você demorou. - disse ele, levantando-se e vindo até mim.

Sorri. Ele estendeu a carteira para mim.

-Obrigada, Lucas. - tentei pegá-la, mas ele desviou e sorriu para mim.

-Não, não. - disse sorrindo.

Chegou mais perto de mim e aproximou os lábios de meu ouvido.

-Peça a seu namoradinho que não se meta onde não foi chamado. Vai ser melhor para todos. - sussurrou.

-O quê? Hugo fez alguma coisa?

Entregou-me a carteira e alargou o sorriso.

-Ambos sabemos que não estou falando de Hugo. - fiquei confusa - Não se faça de desentendida, Rebeca. Miguel me disse que ele estava de volta.

-Quem? Do que você está falando?

-Largue o teatrinho, ok? Claire viu ele saindo do seu prédio ontem à noite, então não finja não saber que James está de volta.

Minhas pernas enfraqueceram e minha respiração ficou irregular. Sentei-me na cadeira mais próxima, lentamente absorvendo suas palavras. Não vi quando Lucas saiu, só pensava em uma coisa: James está de volta.

Ele está de volta!

Depois de todo esse tempo, ele voltou! James está no Brasil!

James estava no Brasil.

E eu o faria pagar por me fazer sofrer.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo!
O que acharam?
Ficou legal? Não?
Tava lembrando da Marie *momento aleatório*
Ok...
Ah, é, não sei se vou explicar isso em algum capítulo, então vai aqui:
A escola que eles estudam é muito foda, por isso, apesar de morarem longe um do outro, estudam no mesmo lugar.
Além de ser fictícia.
E... é, acho que é isso. Ok, then.
ATÉ MAIS!!!



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