As pessoas costumam dizer que você pode ter tudo o que você deseja, basta ter pensamento positivo. Honestamente não acredito nisso acho que só cheguei onde estou porque batalhei muito por isso, nunca tive nada fácil, desde sempre tive correr atrás do que eu queria.

Eu sou correspondente de uma revista brasileira aqui na Inglaterra, vim pra cá eu tinha vinte anos pra fazer intercambio e estudei  jornalismo, quando eu estava estudando há quase um ano por aqui uma professora me perguntou se eu estava procurando um trabalho.

-No momento não, eu estou trabalhando no jornal daqui da universidade.

- Eu estou falando de trabalho de verdade, com salario de verdade.

-Como assim?

É que eu soube que uma revista brasileira esta procurando um correspondente na Inglaterra, e como você é brasileira e mora aqui achei que talvez quisesse tentar a vaga.

-Para falar a verdade é uma ótima idéia, mas eu ainda não terminei a faculdade e não tenho nenhuma experiência na área ainda. Acho que não dariam essa vaga para alguém como eu.

-Na verdade acho que estão procurando alguém como você. Tenho uma amiga que trabalha em uma revista daqui que tem contato com eles e foi ela que me perguntou se eu não tinha nenhuma aluna prodígio para indicar. Pensei em você na hora. Até já mandei aquele curriculum que eu te pedi, lembra daquele que você me deu a semana passada?

-Lembro sim, mas o que eles disseram?

-A responsável ficou de ligar para você essa semana, mas acho que ela gostou do que viu.

- Será? Seria ótimo trabalhar para uma revista de verdade.

-Com certeza seria ótimo para sua carreira. Qualquer novidade você ma liga. Ok?

- Pode deixar vou grudar no celular e qualquer noticia te aviso. Obrigada pela indicação.

-Imagina você é a minha melhor aluna, se eu tinha que indicar alguém tinha que ser você.

-Mas obrigada mesmo assim.

- Até mais

-Até mais

Eu não podia acreditar um trabalho de jornalista de verdade, pra uma revista de verdade. Será que eu ia conseguir a vaga, será que eles iam me ligar?

Passei o resto do dia grudada no celular e olhando para ele a todo momento. Impaciente e a ponto de ter um ataque de nervos, os dois dias seguintes foram assim eu não conseguia me concentrar em nada, nem na aula, nem no trabalho. Até quase fui atropelada porque não olhei o semáforo antes de atravessar a rua. Era sexta-feira quase fim de semana e nada nenhuma ligação, nenhum torpedo. Eu já tinha perdido as esperanças.

Sai do trabalho e fui pegar o metro pra casa, sentei desolada naquele banco gelado, não sei como eu ainda não tinha chorado agora meus olhos estavam transbordando. De repente ouvi uma voz um tanto rouca.

-Posso me sentar aqui?