Pov. Bella

Paramos em frente a uma casa magnífica. Eram três andares, as paredes tinham um tom claro que dava a construção à impressão de que era muito maior. As paredes do fundo foram quase totalmente substituídas por um vidro grosso. A sala era cheias de vasos com flores, mas o que me chamou atenção foi o piano de cauda, depositado no canto da sala.

–Esme, Carlisle, Rose, Jazz. Reunião de família. – Ela chamou em um tom baixo, mas tinha certeza de que todos tinham ouvindo-a. Ela conduziu-me até uma poltrona, e me vi entre mais sete vampiros. Uma tinha cabelos ondulados e o rosto com forma de um quase perfeito coração, suas curvas eram mais arredondadas. Ela era alta. A outra mulher era estonteante, tinha cabelos loiros, lisos, que desciam até a cintura. Ela era alta, e tinha as expressões indiferentes. Sua pele era pálida, e suas feições perfeitas. Havia dois loiros na sala. Um, que parecia ser o líder, tinha os cabelos curtos, lisos, e suas expressões paternais. Foi quando me permiti olhar para o outro, no mesmo minuto fiquei alerta. Seu rosto parecia ser saído de um filme, mas não isso que me deixou assim. Seus braços, seu pescoço, seu queixo, estavam cheios de marcas de mordidas. Quantos o atacaram? Trezentos, quinhentos, mil? A mesma quantidade que morreu tentando. Respirei, tentando manter a calma e desviei os olhos dele concentrei-me na fadinha que havia começado a falar.

–A encontramos na floresta enquanto caçava. Ela não nos atacou então nós não o fizemos. Ela perecia fugir de algo para não nos percebemos. Percebi que o braço dela tem feridas demais para um visitante normal. Além disso, o Ed não consegue ler a mente dela. – Lembrei-me das minhas marcas de mordidas, uma em cada braço, para ser mais exata. Não se comparava aquele loirinho presente na sala. As minhas são somente lembranças do meu primeiro encontro com os Volturi. Estremeci com a lembrança.

–Bella, por que você estava correndo daquele jeito? – As perguntas da Alice me fizeram retornar a realidade.

–É uma longa história Alice. Tem a ver com a minha própria história. É confusa, triste, sem pé nem cabeça. Se você estiver disposta a ouvir... – Ela sentou-se e concordou com a cabeça. Eu engoli o nó que estava na minha garganta. Respirei fundo antes de começar a minha história.

“Eu ainda nao conseguia me acostumar com a ideia de morar com vampiros e ser a unica humana da casa. Quando meus pais eram humanos eu nao era a unica, mas agora depois do acidente eu passei a ser a unica humana da casa e a unica adolescente que tem um namorado sobrehumano que mal pode te beijar. Desde que descobri que Alec era um vampiro venho pedindo para ele me transformar, agora que meus pais viraram vampiros também encho o saco deles.

–Mas nao é so por causa do Alec é por vocês tambem. Não quero ser a unica garota que tem pais anormais e nao é anormal.

–Já falamos sobre isso nao vamos te condena-la so por causa de capricho.

Uma semana depois, eu estava sozinha em casa com o Alec cozinhando enquanto ele assistia a um jogo. Estava fazendo o jantar, quando peguei uma faca de todo tamanho e fiquei observando-a durante um longo tempo. Devo ter ficado por muito tempo, pois Alec percebeu e veio até mim.

–Voce esta bem?

Eu precisava fazer aquilo era a minha unica chance eu nao sabia quando teria outra, e essa nao seria a primeira vez que eu iria me machucar, já tinha cortado o pulso varias vezes. Entao sem pestanejar peguei a faca e a enfie em meu estomago. Enfie com tanta força que quase que a faca me atravesou. Comecei a sentir uma dor ensuportavel e comecei a gritar. Depois de um tempo não senti mais nada e tudo ficou escuro.”.

“Quando acordei, meus pais exalavam alegria: eles tinham salvado sua filha como tambem a ganhado por toda a eternidade. Meus primeiros dias foram alegres, uma esperiencia de meus novos poderes. Fazia um mês que eu havia sido transformada, quando eles chegaram. Era cinco vampiros, cada qual usava um manto vermelho que lhes cobria até os pés. Meus pais ficaram estranhos quando perceberam que eles se aproximavam, foi quando eles finalmente me disseram o porquê, dos outros vampiros, a realeza, como meu pai os chamava vir atrás de nós. Eu não podia ter sido transformada. Eram tempos de guerras No interior da Itália. Foi uma guerra breve, durou três meses até que os Volturi interferissem. Quando finalmente a varredura terminou, eles proibiram que por um ano, qualquer vampiro criasse outro por aquelas terras, independente da finalidade. Eu havia sido criada no periodo proibido, assim digamos. Os Volturi descobriram o que significava que meus pais deveriam ser mortos e eu ou me juntasse à guarda ou talvez ganhasse misercordia por ignorância. Meu pai não queria correr o risco. Assim passamos um mês fugindo, até que foi inevitavel, eles nos encontraram. Ganhei duas marcas de mordida, uma em cada braço. Por fim, Aro deu a escolha a meus pais, ou eles me matavam no periodo de três meses ou eles se juntavam a guarda. Meus pais disseram que iriam decidir. Passou-se o periodo e meus pais não cumpriram o trato. Resultado: Meus pais me mandaram fugir com um amigo meu enquanto eles conversavam com a guarda. Eles me prometeram que caso não conseguissem, iriam se juntar a guarda e eu continuaria foragida. Fim da história.”.

Contei toda a minha história para aqueles estranhos de olhos dourados. A pequenina com feições de fada me disse que eles me ajudariam se eu contasse a verdade. E se a ajuda que necessitava custava apenas contar a verdade de minha triste história, disso nada valeria em comparação. Pois afinal o que estava em jogo era a sobrevivência de minha família e a minha própria. Se eles me ajudassem, de nada a eternidade valeria, pois nada significaria comparado ao quanto eu lhes deveria. Tanto a minha sanidade quanto a minha sobrevivência dependiam disso.