Estavamos na casa de praia novamente. Eu estava na praia com o Markin, tomando banho e ele cavando a areia sob seus pés. Até que cansei de ficar lá sozinha e
virei-me em direção a ele.

-Você não vai entrar na água?

-Quero não!

-Ah, tudo bem. Então eu vou sair.

Saí da água, vesti minha saída de praia e calcei minha
sandália. Percebi o olhar do Markin sobre mim.

-Não gosto quando me olham desse jeito, sabia?

-Estava reparando como você é linda.

-Obrigada. Você também é um lindo!

Estava corada. Ele estendeu um dos seus braços para mim e eu
entrelacei nossos dedos e puxei ele para mais perto, enroscando-me em seu
corpo. Eu deitei a cabeça em seu ombro e disse:

-É muito bom quando você estar comigo.

-Imagino.

-Você é um bobo, seu convencido.

-Eu sei que você me ama.

-Não é bem assim.

Ele ficou um bom tempo olhando pra mim. Fomos caminhando até
em casa, quando começou a chover e relampejar. Desenrosquei-me do Markin antes
de chegar a casa, minha mãe e minha irmã não poderiam ver aquela cena. Tomei
banho e desci para comer e o tempo ainda não tinha melhorado em nada. Agora já
estava trovejando.



-Se continuar assim, a gente vai embora amanhã, é mãe? – eu perguntei.

-Não. Vamos ficar mais uns dois dias. Se realmente não melhorar, aí sim, a
gente vai embora...

Eu não queria ir, ainda podia aproveitar bastante lá, ainda
mais com o Markin ao meu lado. Passei o resto do dia ajudando minha irmã com
palavras cruzadas, até anoitecer. A chuva só havia aumentado, mal dava para
ouvir a televisão do meu quarto. Eu não tinha sono, como sempre, e acho que
todos já dormiam. Usava apenas um baby-doll e lá no meu quarto só tinha lençóis
finos. Lembrei que os cobertores ficavam no quarto onde o Markin estava. Fui
até lá, de fininho, e empurrei a porta. A televisão estava ligada e de repente
a lâmpada acendeu e eu virei rapidamente, assustada, e me esbarrei nele. Nossos
rostos estavam a apenas alguns poucos centímetros e eu podia sentir sua
respiração.·.

-Desculpa se eu te acordei, eu vim pegar um cobertor, porque
do frio.

-Eu não estava dormindo.

-Ah,ok.

Fui até o guarda-roupa e peguei um edredom, virei e colei o
corpo no do Markin... Que perseguição à dele. Os olhos dele percorreram todo o
meu corpo, parando na região da minha barriga, minhas coxas e subindo para a
minha boca. Eu soube o que ia acontecer imediatamente... Esperei... Não foi o
que eu estava pensando. Ele ainda me olhava com um sorriso lindo no rosto.

-Para! Não me olha desse jeito...

-Que jeito?

-Pervertido!

-É que eu já não aguento mais. Morar com você, te amar, saber que você está a
apenas alguns centímetros de mim, mas não poder te tocar, te beijar. Pode até
parecer meio possessivo, mas é que é maior que eu, incontrolável. Acho que eu
tenho sede de você, de te ter comigo. É agoniante, eu não aguento fingir que
você é indiferente, que eu não sinto nada...

Coloquei meu dedo indicador em seus lábios, pedindo
silêncio.

-Não precisa falar mais nada.

Ele já sabia o que tinha que fazer. Deixei o edredom cair da
minha mão. Ele me prendeu entre seu corpo e a parede atrás de mim e colocou
suas mãos em volta da minha cabeça, me deixando sem saída. Selei os nossos
lábios em um beijo quente, feroz, faminto, decisivo. Desci minha boca pelo seu
pescoço e ele arqueou as costas para traz, soltando um gemido leve.

-Apaga essa luz!

Eu pulei em seu colo e ele me segurou pela coxa. Apagou a
luz e me deitou na cama, sem parar de me beijar. Eu estava em cima dele,
“sentada em sua cintura”. Ele me pegou pelo cabelo e me puxei mais para ele. Beijou-me
até a altura dos seios e deslizava as mãos pelas laterais do meu corpo e pelas
minhas costas, até a minha você sabe... bun@#. Eu passava minhas mãos em suas
costas e em seu abdômen, por dentro da sua camisa de moletom. Ele levantou a
minha blusa de baby-doll com a boca e beijou a minha barriga. Um arrepio correu
pelo meu corpo e eu serrei o dente, fazendo barulho de sucção. Tive uma vontade
enorme de arrancar minha blusa ali mesmo, mas tirei a dele primeiro e quando
percebi que ele ia fazer a mesma coisa comigo, protestei.

-As coisas estão indo longe de mais. Paramos por aqui?

-Não acredito que você vai quebrar o clima agora...

-Ei espera aí, a gente não tem nada ainda.

-Ah, tem sim. A gente tem um sentimento um pelo outro e mesmo que você negue isso,
eu sei que você sente o mesmo. Qualquer um pode ver!

-Me desculpa, mas é que estamos indo longe demais. A gente fica se agarrando
pelos cantos, de vez em quando. Temos um sentimento sim, mas só que precisa ter
um relacionamento, precisamos ter certeza do que sentimos, se é isso que nós
queremos. O que a gente é? Amigo? Namorado? Ficantes? Eu sinceramente não
sei... Vamos esperar e quem sabe a gente não leva a coisa mais a sério.

-Tá, tudo bem, eu te entendo. Até acho melhor assim, mas eu já sei o que eu
quero!

Levantei-me. Era isso que eu tinha dúvida, era essa a
questão. Finalmente eu coloquei pra fora e fiquei feliz com a resposta. Na
verdade, não teve resposta, mas prefiro achar que somos amigos. Só nos beijamos
duas vezes. Tá tudo bem EU AMAVA ELE, ELE ME AMAVA, mas ainda não sei, não
sei... Peguei o edredom, vesti minha blusa e ele segurou minha mão. Eu já sabia
o que era.

-Ah, não. Deixa-me ir!

-É só pra você não se esquecer de mim.

-Você sabe que eu não vou esquecer-me de você, ainda mais da noite pra o d...

Ele me deu um selinho rápido.

-Sonhe comigo...

Sorri! Não respondi nada, porque fui pega de surpresa.
Nessas horas eu não sabia o que fazer. Quando era algo que eu já sabia que ia
acontecer, era normal, mas quando era de surpresa eu ficava sem graça. Agarrei
bem o edredom e minha mão deslizou da dele.

Alisei seu cabelo. Achei que se não falasse nada, ele entenderia. Dei um beijo
em sua bochecha. Sai do quarto com um meio sorriso no rosto e fechei a porta
atrás de mim.

“Chegamos perto, mas não aconteceu nada demais. Somos só
amigos, é... não vai mais acontecer, mesmo que eu queira. Isso é um juramento!
Somos só AMIGOS!”