You Had My Heart And You Still Have. escrita por thayna30, Paula Vengeance


Capítulo 17
An' I don't really care If ya think I'm strange


Notas iniciais do capítulo

E qual foi sua maior bagunça? Você já tentou deixar as cobranças de lado? De vez em quando o errado deve ser feito, porque às vezes nem mesmo a verdade pode fazer isso pela gente: libertar-nos.



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Música Tema: Bad Reputation - Joan Jett

Por mais estranho que seja acordei antes do despertador e muito antes de Ali. Tomei um banho e coloquei um vestido larguinho com all star. Desci tomei café e resolvi acordá-la:

– Acorda vadia, anda.

– Mas o que? Você? JÚLIA? Acordada há essa hora?

– Pois é, também não entendi, mas vamos, arruma logo porque hoje é sexta e quero me livrar de vez dessa escola… Ah, droga!

– O que?

– Hoje tem aula a tarde.

– Até que é legalzinho.

– Até que é legalzinho… - a imitei- Só porque o Baker está fazendo com você!

– Se mata, Jú.

– Na escola faço isso.

Ali se aprontou rápido, estava com shorts jeans e uma regata bem larguinha, quase tampando seu short inteiro. Chegamos na escola e cumprimentamos os meninos, mas logo tocou o sinal.

As aulas passaram rápido, resolvemos que iríamos todos almoçar no apartamento… Acredito que todos queriam as comidas brasileiras gostosas que só Alice sabia fazer e agora com um ajudante, bem futuro namorado ou o caralho a quatro: Zacky. Bem e estava na hora da Val conhecer as delícias do Brasil…

Chegamos lá e nos jogamos no sofá como todas às vezes, de menos Ali, seu fiel companheiro Zacky e Val que foram para a cozinha.

– Jimmy arreda pra lá seu merda. - Eu disse tentando o empurrar.

– Manda o Brian arredar. - Ele retrucou.

– Eu nada, sai a pirralha daqui. - Brian disse me batendo.

– Mas a casa é minha.

– Foda-se. - Os dois falaram.

– Ah é? Então tá. - Pulei em cima dos dois e fiquei deitada.

– Nossa que peso Júlia, assim você vai me matar. - Jimmy falava enquanto ria.

– O gordo aqui é o Zacky, agora vocês dois tratam de fazer uma massagem na lindeza aqui.

– Sai daqui. - Os dois me empurraram numa força que cai no chão forte.

– Nossa seus educados que me amam, vou sentar do lado do Matt porque ele é o único que presta nessa merda.

Ficamos assistindo TV até que os três apareceram avisando que a comida estava pronta. Almoçamos e ficamos conversando até dar a hora de ir para a escola, ninguém estava afim então resolvemos para em um bar e beber.

Como sempre ficamos bêbados demais até que:

– Que tal comprarmos uns sprays e pichar a escola?- Jimmy disse.

– Cara tu é foda, vamos pintar aquela porra. - Disse Matt.

– Estamos esperando o que? - Brian completou.

Aqueles três eram bagunceiros de plantão, qualquer dia iríamos ser presos.

– E vocês meninas estão de acordo? - Jimmy disse.

– Hey se fode, não sou viado Jimmy. - Zacky resmungava.

– Então vamos as compras. - Eu disse puxando Val e Ali.
Compramos muitos sprays e mais cervejas ainda. Bebemos o dobro do que já tínhamos ingerido, chegamos na escola gritando, quebrando janelas. Sempre que aparecia uma pessoa ou escutávamos barulhos saíamos correndo que nem loucos. A escola estava realmente destruída. É incrível como a bebida nos ajuda a ter comportamentos loucos e dar coragem para tudo.

ALICE POV

Hoje a Jú acordou bem antes de mim então eu meio que já sabia: definitivamente não ia ser só mais um dia qualquer. Algo iria acontecer. E o pior é que eu não conseguia identificar se era uma sensação boa ou ruim.

Fomos pra escola e as aulas foram entediantes como sempre. Zacky não faltou dessa vez, mas ainda retorcia um pouquinho a cara quando ia sentar o que fez a turma toda zuar ele de viado, falando que ele podia sair do armário que todo mundo já desconfiava e depois dessa de não poder sentar eles já sabiam. Até a Jú mexeu ele porque ele também não estava andando 100%:

– Que isso Zacky? Tá fazendo cosplay de pinguim ou tá cagado mesmo?- ok eu admito, eu ri horrores.

Fomos para o nosso apartamento depois da aula. Tempero tipicamente brasileiro de novo! Pelo visto eles realmente gostaram.

– Peraí que eu te ajudo Ali!- Valary falou indo comigo para a cozinha e Zacky nos seguiu.

Valary era realmente extremamente prestativa e tinha curiosidade de saber sobre as receitas, a quantidade dos temperos, e tudo mais. Já Zee, bom, acho que perdi a conta de quantas vezes bati na mão dele para impedir dele levar o dedo na comida.

– Ai, Ali! Isso dói, sabia?

– Que bom porque é exatamente essa a intenção! Para de tentar beliscar a comida, seu… Porpeta!- Val morria de rir da situação.

Almoçamos e ficamos jogando conversa fora até dar o horário para irmos para as aulas extras. Deixamos o apartamento e nós até estávamos indo para a escola como bons meninos, mas sabe quando seu lado capetinha tá tão forte que você simplesmente não consegue resistir?!

– Caras, eu não sei vocês, mas eu não estou com vontade nenhuma de ir nessa merda!- Zacky falou parando e todo mundo parou com ele.

– É quer saber, você tem razão!- Brian falou e olhou a sua volta parando seu olhar num ponto fixo um momento depois – Aquele bar! É pra lá que eu vou! Quem é que está comigo?

– Eu!- todos responderam em coro. É e parece que só é preciso um capetinha estar mais atentado para todos os outros ganharem força.

Entramos no bar e ele era um pouco caidinho, até meio sujo eu diria, mas quem se importa? A gente estava ali para beber. Carteiras falsas em mão e nada de maiores problemas.

Depois de um tempo bebendo já não estávamos mais muito, vamos dizer, ok! Ficávamos cantando alto músicas horríveis que fizeram sucesso quando éramos menores e Rev com a ajuda do resto dos meninos entoavam canções que ele falava serem de marinheiro, mas cá entre nós, eu ainda acho que ele inventava aqueles músicas ali mesmo, na hora! Até que sem mais nem menos surgiu a ideia:

– Que tal comprarmos uns sprays e pichar a escola?- Jimmy disse.

– Cara tu é foda, vamos pintar aquela porra. - Disse Matt. Acho que já comentei que de santo ele só tem a cara, né?!

– Estamos esperando o que? - Brian completou.

– E vocês meninas estão de acordo? - Jimmy perguntou incluindo o Zacky no grupo das meninas!

– Hey se fode, não sou viado Jimmy. - Zacky resmungava.

Nós obviamente aceitamos! Quem disse que não somos bagunceiras? Quem disse que somos o modelo perfeito de garotas, daquelas que são super certinhas e só servem para serem bonitas? Não somos meras samambaias, não servimos só de enfeite. Eu, a Jú e a Val não somos perfeitas, na verdade somos bem ogras mesmo, mas e daí? Eu tenho a consciência de que pelo menos eu não pareço ser de plástico como algumas.

– Então vamos as compras. - Júlia disse me puxando e também a Val..
Compramos várias tintas spray e também lenços para cobrir nossos rostos. Eu amarrei meu cabelo com um elástico qualquer que eu havia encontrado para que o cabelo não me incomodasse e todos fomos para a escola entrando pelos fundos, onde a gente sabia que não haveria ninguém a essa hora. Quando eu vejo Matt simplesmente pega uma pedra e joga contra uma das janelas fazendo o vidro em pedaços e inicia assim oficialmente uma das maiores loucuras da minha vida! Saímos correndo por toda escola pichando cada canto dela, mas tendo cuidado: sempre que alguém se aproximava a gente saia correndo e geralmente quebrando algo que estivesse perto para espantar ainda mais essas pessoas.

Praticamente a escola toda já esta pichada e não me admirava que a esse ponto o diretor já estivesse ciente dos arruaceiros. Estávamos todos juntos fazendo um belo trabalho na área onde ficavam os banheiros até que ouvimos um apito soar forte atrás da gente. E lá estavam correndo em nossa direção o diretor do colégio e o zelador idiota que tinha apitado. Puta idiota, por causa desse “aviso” dele deu pleno tempo de todos nós corrermos o mais rápido que nossas pernas permitiam, nos separando, o que tornava ainda mais difícil pra eles nos perseguirem já que eram apenas dois.

Corri o máximo que pude com Zacky ao meu lado xingando compulsivamente por causa da bunda que doía ainda mais quando ele corria. E, bom, tudo o que eu conseguia fazer era rir, rir muito, rir forte, rir alto, rir do fundo da minha garganta. Minhas supra- renais não paravam de secretar adrenalina no meu sangue e acho que Zacky estava  se sentindo do mesmo jeito porque logo ele começou a me acompanhar na risada. Tiramos os lenços e demos para um mendigo que estava deitado na calçada indo em direção a praia.

Encontramos Matt, Valary. Eles riam muito e nós ficamos lá contando as loucuras que tínhamos feito até que:

– Peraí! Cadê a Jú, o Brian e o Jimmy? – falei preocupada. - Eles estão demorando demais…

ALICE POV of/

Saímos correndo que nem loucos, Brian me chamou para ficar perto dele. Entramos em uma sala pequena e toda empoeirada, nunca soube que existia. Não sei para onde Matt, Val, Zacky e Ali foram, mas só sei que Rev estava fudido.

– Mas que lugar é esse Brian, nem luz tem direito e fede.

– Era isso ou iríamos levar suspensão. O que prefere?

– Levar suspensão.

– Então vamos. - Brian ia saindo até que o puxei para dentro de novo. - Que foi dessa vez Júlia?

– Ficou louco?

– Não, por que?

– Está querendo levar suspensão?

– M-m-mas o que? Você acabou de falar que… - O interrompi.

– Que o que Brian? Está doido?- garoto que não intende ironia é foda! Será que eu tinha que levantar uma placa?

– Esquece, Jú. Esquece.

Continuamos naquela salinha quente, mal iluminada até que Brian pulou em cima de mim e começou a gritar que nem um louco:

– BARATA, BARATA, BARATA, MATA, MATA, MATA.- ele gritava como uma bichinha afetada.

– O que? VOCÊ BRIAN? COM MEDO DE BARATA?

– MATA LOGO PORRA.- agora resolveu voltar a falar grosso é?

– BRIAN COM MEDO DE BARATA? PUTA QUE PARIU, ASSUMIU QUE É GAY, AGORA VOU TER QUE CONTAR PARA O MUNDO QUE O BRIAN É UM VIADINHO.
Saí da sala gritando, ainda com os sprays nas mãos e Brian veio atrás.

– BRIAN HANER TEM MEDO DE BARATA, ESCUTEM ESSA GALERA. BARATA, ELE É UM GAY. TEM MEDO DE BARATA, AGORA SÓ FALTA ELE ASSUMIR QUE DA O CU TODAS AS NOITES.

– Cala a boca Júlia e vamos voltar para lá.

– Mas não é que encontrei mais dois vândalos que estavam destruindo minha escola. Para a minha sala agora, suspensão para os dois ou vão querer ser expulsos igual seu amigo James? - O diretor disse furioso.

Eu não sabia o que fazer, mas Brian me pego no colo e saiu correndo que nem um louco. Caímos na metade do caminho, eu machuquei todinha, mas continuamos a correr. A escola era grande e o diretor já tinha avisado paras os tios que trabalhavam lá para ir atrás da gente. Brian levou um belo de um tombo (de novo) o que me fez rir mais ainda.

– Corre Jú, se salva, eu vou ficar por aqui mesmo. - Brian dizia com uma cara de drama enquanto estava no chão.

– Para de show, levanta daí e corre seu fudido.

– Vá Jú.

– Chega de gracinhas Brian, levanta e vamos.

– Tudo bem, só queria fazer igual esses filmes de terror uma vez na minha vida.

– Tá, tá.

Saímos da escola e paramos duas ruas depois, sentamos na calçadas quase mortos.

– Será que ele reconheceu nós dois Brian?

– Não seja idiota, olha como estamos. Com capuz e pano na cara.– Olhei para ele e estava parecendo um marginal, comecei a rir.

–O que foi?

– Estamos parecendo ladrões.

– É verdade Jú. Vamos tirar isso, que tal irmos à praia?

– Tudo bem.

JIMMY POV

Quando o zelador tocou aquele apito num senso coletivo de autopreservação todos começaram a correr pra diferentes lugares, mas quer saber? Eu não estava com a mínima vontade de correr e queria muito terminar de desenhar um pênis bem grande na porta do banheiro feminino. Aposto que a maioria das vadias iam aprovar a ideia.

– Pare agora o que está fazendo, delinquente!- o diretor disse arrancando o spray da minha mão e retirando o meu lenço. – O garoto Sullivan! Como porque será eu já sabia que você estava metido nessa? – ele falou sínico.

– Saber senhor, Smith?! O senhor devia largar o magistério e se dedicar ao circo! Você além de trabalhar como um médium podia trabalhar como um palhaço também. Perfeito pra você, já que você é uma farsa e sabe, esse bigode sempre me deu muito medo! – falei. Esse cara implicava comigo desde o momento que pisei na escola, mesmo quando eu não fazia nada, o que tá, eu admito que era raro, mas acontecia, especialmente quando eu era mais novo e mesmo assim era sempre tudo culpa do Jimmy!

– Já chega, rapaz! Você está expulso! Leve o Sullivan para minha sala e ligue para os pais dele!

O zelador fez o que foi mandado fazer. Fiquei sentado lá naquelas cadeiras de couro mega desconfortáveis que ficavam de frente para a mesa do diretor. Ele não demorou muito para aparecer.

– E então, Sullivan! Você realmente acha que vai chegar à algum lugar assim? Acha mesmo que aquela bandinha de merda que eu sei que você e ou outros garotos tem vai realmente vingar? Banda de rock? Isso é patético. – o diretor disse segurando meus ombros com força.

– Se o senhor – eu disse a palavra com o máximo de nojo que pude – encostar em mim mais uma vez você vai se arrepender.- eu sabia ser assustador quando queria, não gostava muito disso, mas às vezes era preciso.

Pouco depois meus pais chegaram e foi oficializada a minha expulsão. O diretor tentou me convencer de todas as formas a falar quem eram as pessoas que estavam comigo, mas eu nunca, nunca mesmo faria isso. Além disso, minha mãe convenceu o diretor à não envolver a polícia no assunto e em troca eu repintaria todas as áreas pichadas e eles pagariam os vidros quebrados. Eu aceitei o acordo unicamente porque eu sabia o quanto minha mãe estava horrível com toda essa situação, eu era dor de cabeça demais pra ela que não merecia isso. Ah, e é obvio que eu também estava de castigo!

JIMMY POV of/

ALICE POV

Logo ficamos sabendo da tragédia, notícia ruim sempre chega rápido! Jimmy fora pego e expulso, não que ele se importasse muito com isso também. Todos nós insistimos para que ele nos deixasse contar que éramos nós junto com ele e assim aliviar um pouco a barra dele dividindo a culpa, mas ele não quis nem saber, negou de todas as formas e disse que se alguém fizesse isso nem precisava voltar a falar com ele.

Tá, bagunçar uma escola toda, mesmo que ela seja de merda, cheia de gente de merda, como ela era, não é algo pra se sentir orgulho, mas eu não podia evitar me orgulhar de Jimmy. A hombridade e sinceridade encontrados nele não poderia se comparar a ninguém mais no mundo. Eu amo o Jimmy! Aliás, TODOS AMAM O JIMMY!

ALICE POV of/


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