Eu estava nervosa. Quem em sã consciência e no meu lugar não estaria? Eu estava namorando o Rob, e raramente me lembrava que ele e o Robert Pattinson eram a mesma pessoa, dada as circunstâncias de ele sempre se desvencihar do trabalho e de sua agenda superlotada para ficar comigo. Pelo menos, durante minhas férias em Los Angeles era assim. Eu não estava preparada para toda essa repercussão.

O show estava lotado, como eu previra. Pude reconhecer alguns repórteres, mas a segurança do evento contratada por mim estava advertida para não permitir que nenhum deles ultrapassasse as barreiras do show. Se quisessem assistir, ótimo. Nada de invasões aos backstages. Eu precisava trabalhar.

Desde que eu havia aberto minha própria produtora de eventos, eu tinha aparecido diversas vezes em jornais e revistas, mas nunca dessa forma. É claro, isso se devia à tal foto minha com o Rob.

Ao término do show, cumprimentei a banda, preparei tudo para que se sentissem à vontade e fui embora. Estava muitíssimo cansada. No caminho, o motoqueiro novamente me perseguia. Percebi que não havia volta.

O mundo de Robert Pattinson era um mundo que eu conhecia bem. Como produtora de eventos há anos, eu podia ver diversos artistas tendo problemas com fãs, fotógrafos, jornalistas, etc. Talvez fosse por isso que eu tinha compreendido tão bem o Rob, e visto como ele realmente era.

E agora minha vida tranqüila estava prestes a se tornar um deus-nos-acuda.

Quando cheguei em casa, tomei um banho e fui para a cama. Massageei minha nuca e minha testa tentando relaxar. O telefone tocou.

Dei um salto, apreensiva. Droga. "Nem em minha casa!"

Atendi com uma voz péssima, o mais rude possível.

"Alô"

"Acho que estou ligando numa hora péssima."

A voz tranqüila e aveludada acabou com minhas defesas.

"Oh, Rob! É você!"

"Sim, meu amor. E eu soube o que aconteceu. Você está bem?"

"Estou, eu só tive um dia cheio."

Ele suspirou do outro lado da linha.

"Sinto sua falta. Los Angeles não é mais a mesma sem você. A minha vida não é mais a mesma sem você."

Suspirei também.

"Eu sei, e para mim é a mesma coisa."

Ficamos um pouco em silêncio. E foi ele quem o quebrou.

"Quero que você volte pra mim."

"Eu sei, Rob, mas como vou fazer isso? Eu não posso me ausentar da produtora. Eu já estive fora por um mês inteiro, e agora ela está com um movimento muito alto. Não posso deixar tudo aqui."

 "Mas eu não estou pedindo para você deixar tudo por mim. Eu tinha planejado outra coisa."

"O quê?"

"Bem, eu tinha pensado em você abrir uma filial da produtora aqui, em Los Angeles."

"Como é? Abrir uma filial de minha produtora no berço das produções cinematográficas? Rob!"

"Veja bem. Aqui não há só produções cinematográficas. Tem muitas bandas que não têm chance de serem produzidas. Novos talentos que você pode ser a pessoa que vai descobri-los e torná-los públicos."

A proposta dele parecia tentadora.

"Mas eu não tenho capital pra isso, Rob. E como eu administraria duas produtoras em países diferentes?"

"Eu posso te ajudar."

A idéia de Rob me emprestar dinheiro era constrangedora. Mas ficar com ele era tentador demais. O que eu deveria fazer?

"Rob, eu não posso aceitar..."

"Por que que antes de você tomar uma decisão você não vem até aqui para ver alguns projetos que eu fiz pra você? São apenas algumas sugestões, que eu queria que você visse..."

"Rob... como eu poderia ir aí, assim de repente, depois de já ter vindo? Eu estou louca pra ir..."

"E já tem uma desculpa também..."

Eu sorri.

"A propósito..." ele continuou "as passagens de avião para o próximo fim de semana estão na sua caixa de correio."

O quê? Ele já estava certo de que eu iria, ou não quis deixar dúvidas em mim?

"Rob, você..."

"Sim? Você ia dizer alguma coisa?"

"Sim. Eu te amo, seu bobo."

Ele riu alto. Bem, vamos ver o que acontece, sendo a famosa "garota do Rob". Enfim, o show tem continuar, não é mesmo?