"Meu pai! Como assim? – Gritou Megan com cara de espanto"

Não, isso seria de mais, eu não merecia isso, meu pai não é o meu pai e o meu novo pai é pai da Megan, eu aceitaria muito melhor se meu pai fosse um macaco.

Eu não sabia o que fazer e como sempre quando não sei o que fazer eu corro chorando. Então, eu corri, mas nenhuma lagrima desceu, era uma raiva.

Fui enganada por anos, odiei meu pai sendo que ele não é meu pai, minha própria mãe me enganou, meu namorado.

Liguei para Matt e pedi que me buscasse em um lugar próximo de onde eu estava.

Fiquei esperando um pouco e quando finalmente ele chegou entrei em seu carro.

_Aonde vamos? – Ele perguntou.

_Eu não sei. – Disse.

_Você esta bem?

_Não! –Eu ainda estava em uma espécie de transe, sem acreditar.

_Me leva embora, mas não me leva para casa!

_Onde eu posso te levar?

_Eu não sei! Eu não sei se o verdadeiro nome da minha mãe é aquele, e muito menos se sou verdadeiramente filha dela, eu não sei se tenho pais, ou ao menos alguém! Eu não sei... – Uma lagrima deslizou sobre minha face. – Eu só sei que estou tentando ser forte!

Ele apenas ouviu tudo calado e ligou o carro.

_Chegamos! – Ele disse.

Sai do carro e estávamos em frente ao lugar onde Matt treina. Entramos e eu me sentei no canto, e eu conseguir parar para pensar, com o silêncio. O lugar estava vazio, escuro e frio.

Entrei em choque. Se o pai da Megan é meu pai, eu sou irmã dela, e se eu sou irmã da Megan e filha do pai da Megan e do Drack, então, eu acho que... Peguei meu irmão, odeio minha irmã e estou brigada com os dois.

Lagrimas foram descendo e não conseguia me controlar, por tudo... Como ser forte?

Mesmo no escuro senti que Matt havia sentado ao meu lado.

_Por que tudo acontece só comigo?

_O que aconteceu?

_Há muito tempo Megan esta me ameaçando, e isso esta acabando com minha vida, e agora eu descobrir que sou sua meia... Irmã.

_Ela esta te ameaçando com o que?

_A mãe de Justin trabalha com seu pai, se eu continuasse com ele, ela pedia seu pai para demiti-lo!

_Como você consegui ser tão ingênua e burra? – Perguntou ele levantando. – Você ainda não percebeu, você tem uma chance, você pode mudar tudo, pode virar o joga e ganhar! – Disse ele pegando em minhas mãos e me puxando, me deixou levantada e ligou as luzes.

_Como assim? – Limpei minhas lagrimas.

_Se ela esta te ameaçando faça o mesmo!

_Como?

_O pai dela pelo o que eu entendi é seu pai, se ela pode pedir para ele demitir a mãe do menino,você pode pedir para não demitir! É questão de estratégia, não basta aceitar, tem que aprender a jogar!

_Não é fácil assim! Minha vida esta uma confusão, acabei de descobrir que meu pai não era meu pai e que o meu verdadeiro pai também é pai da Megan, eu não posso simplesmente chegar e o pedir!

_Para! Chega. – Ele gritou. – Sua vida esta acabando por que você esta deixando! Você apenas fica sentindo a dor e chorando, você pode mudar tudo! Você tem escolha! – Ele gritou. – Você pode escolher e você não muda nada, ficar parada não resolve, chorar não alivia! A gente só supera perdas totais.

_Não queira me ensinar o que você não faz! – Disse já alterando a voz.

_O que você quer dizer? – Ele perguntou.- Se eu tivesse a metade da sua chance eu saberia ser feliz, mas eu não tive, e eu tive que superar por que era o único jeito, agora você não precisa superar, só lutar pelo o que você quer!

_Para de tentar ser o machão, você não sabe superar, você não sabe o que é ajudar! – Eu tentei alterar minha voz mais do que a dele.

_Você acha que uma tentativa de humilhação vai me destruir? Eu já me acostumei com você, mas eu estou falando isso para o seu bem! Você não precisa superar que nem eu!

_Você não superou! – Gritei.

_Você não sabe da minha historia, então cala a boca! – Ele gritou mais alto.

_Sei sim! – Alterei mais ainda.

_Não, você não sabe! Só eu sei o quanto é doloroso não ter escolha e ter que superar.

_Você superou mesmo? – Perguntei.

_Sim! – Disse ele se acalmando.

_Ok, se você superou mesmo volta a participar de campeonatos! – Ele apenas ficou calado. – Viu, você não superou! – Continuei.

_Superar é diferente, superar eu superei, mas não quero ter lembranças, ou tentar fazer aquilo que sem ela eu não vou consegui.

_Você nunca tentou! Eu estou aqui... Com você! Eu não posso ser ela ou te conhecer como ela, mas eu vou te ajudar, sempre! – Sai andando e peguei um par de luvas de boxe. – Vem! – Subi no ringue e coloquei as luvas. - Vai ficar ai parado e não aceitar uma luta campeão?- Perguntei.

_Campeão, ela me chamava de campeão! – Disse ele.

_Ela não morreu em você! E eu sei que ela gostaria que você ganhasse mais alguns campeonatos.

Ele subiu no ringue e colocou suas luvas.

_Não vou bater em uma mulher! – Afirmou.

_A gente não vai lutar, eu apenas vou descontar minha raiva!

_Fique a vontade! – Disse ele, comecei a dar vários socos que pareciam doer mais em minhas mãos do que nele.

_Ela não morreu! – Dei uma pausa. – Ela esta viva dentro de você! – Disse dando mais um soco.

_Eu volto a lutar... – Disse ele. – Se você correr atrás de seu verdadeiro amor! – Terminou a frase depois de uma longa pausa.

_Feito. - Disse tirando as luvas.

_Mas, eu não sei se posso me apaixonar de novo! Não sei se isso eu supero...

_Você não vai a deixar, ou para de ama-la... Apenas vai seguir em frente, começando agora! – Joguei as luvas no chão e me aproximei rapidamente o beijando.

Não que eu quisesse o magoar, iludir e nem o amo em questão de relacionamento, foi um beijo amigo, para que eu o ajude começar a seguir em frente, eu o devo, ele esta me ajudando.

Minhas mãos se envolveram em volta do seu pescoço e seus braços se lançaram com força sobre minha cintura me aproximando...

{...}

_Quer que eu te leve em casa? – Disse ele tomando mais um gole do seu drink.

_Nao, Matt! O que mais preciso é um tempo de todos... – Disse dando um gole na minha dose de vodka.

_Eu sou um péssimo exemplo! Você não deve encher a cara! – Disse Matt.

_Eu preciso, pelo menos hoje! Talvez assim ganho dez segundos de coragem.

_E quando sairmos daqui? O que você vai fazer? – Ele perguntou. – Se quiser ficar na minha casa.

_Não, vou para casa e correr para meu quarto, me trancar e ficar horas e horas pensando nas palavras que direi ao meu pai velho, minha mãe, Megan, Drack, Justin e meu pai novo! – Disse o encarando.

_Vamos? – Ele perguntou.

_Vamos beber mais uma! Por favor! – Pedi.

_Não, chega por hoje. – Disse ele entregando dinheiro para um homem.

Sai cambaleando para um lado e para o outro. Colê Rebecca nem bebeu tanto, só uma dose de vodka com limão, um pouco de tequila, e um pouco de uísque... Ah também alguns goles escondido no conhaque do Matt quando ele foi ao banheiro.

Entrei no carro quase caindo e me joguei na poltrona. Minhas vistas começaram a embaçar, estava com sono e tudo começou a ficar preto.

{...}

Acordei com um pouco de dor de cabeça, olhei para todos os lados e eu estava no meu quarto. Como eu vi parar aqui? O que aconteceu comigo?

Levantei normalmente e me arrumei com uma dor de cabeça, desci para tomar café da manha.

_Bom dia! – Disse sentando na mesa. – Bianca me passa o suco!

_Rebecca... Sobre ontem, precisamos conversar! – Disse minha mãe.

_Conversar sobre...? – Eu realmente não sabia do que ela estava falando.

_Não, não seja imatura agora! Eu sei que errei de não ter te contado a verdade dês do começo, mas...

_O que você quer dizer com isso? – Eu a interrompi.

O que ela estava dizendo, não me lembrava de nada. Então aos poucos lembrei:

“_Se acalme senhorita Marry, se não serei obrigado a pedir que se retire! – Disse o Juiz.

_Não, ela não pode o escolher, por que ele não é seu pai! – Quando ouvi aquilo simplesmente paralisei, a verdade veio à tona. – Seu verdadeiro pai é Willian Brown Parker.

_Meu pai! Como assim? – Gritou Megan com cara de espanto.”

Minha raiva volto então apenas peguei minha bolsa e sai correndo de casa.

Tudo aquilo que lembrava era um rui e aos poucos fui lembrando mais coisas que aconteceu ontem, melhorei o humor e continuei a andar ate a escola.

Quando cheguei à escola peguei meu celular e enviei um sms para Megan, já que eu ainda tinha suas mensagens de ameaça no meu celular:

“Me encontre no ginásio, agora!”– Enviei e fui ate o ginásio.

Entrei e esperei um pouco ate que vi Megan entrar.

_O que você quer? Orfãzinha de pai! – Disse ela na ironia.

_Se eu fosse você não debochava!

_Quer que eu tenha medo? – Ela riu.

_Acho que vai ser preciso.

_Nossa, agora to preocupada. –Debochou mais.

_Acho melhor você ficar mesmo, já que agora sou filha do seu pai, sabe... Eu posso pedir seu pai, ou melhor, meu pai para... Não demitir a mãe do Justin!

_Você não pode fazer isso!

_Posso e vou fazer! Vou recuperar o que é meu do mesmo que jeito que você me tirou.

_Esta tentando fazer uma vingança Rebecca? - Ela usou a ironia.

_Apenas estou quebrando as regras do jogo... Que nem você!

_Pois bem, eu tenho uma peça coringa! Você não vai tirar o Justin de mim!

_Que vença o melhor, irmazinha! – Disse saindo do ginásio e indo para sala.

A aula foi normal e chata, resolvi conversar com meu novo pai primeiro antes de contar toda a verdade para o Justin.

Quando finalmente o sinal bateu comecei a recolher minhas matérias.

_Oi...- Disse Josh.

_Tchau! – Disse saindo.

_Espera! – Ele segurou minha mão. – Queria saber se você esta bem.

_Estou ótima! Por que a preocupação do nada?

_Você ainda não sabe? – Ele perguntou.-

_Do que?

_Rebecca, você não sabe mais acho melhor te contar agora... Ah Megan...

_O que tem ela? – Perguntei.

_Ela esta grávida do... Justin!