Capítulo 7

Já eram 9h da manhã quando Rose acordou. Ela espreguiçou na cama e, depois de alguns minutos enrolando, levantou-se e seguiu para o banheiro a fim de se higienizar. Sentindo-se limpa e completamente despertada, saiu do quarto e desceu as escadas. Na sala, avistou Pepper apressada e muito bem vestida, jogando várias coisas dentro de sua bolsa.

-Bom dia, Srta. Stark. – J.A.R.V.I.S anunciou sua chegada e Pepper virou-se para a menina, sorriu e andou até ela. Rose terminou de descer as escadas retribuindo o sorriso da Srta. Potts.

-Bom dia, J.A.R.V.I.S!  Bom dia, Pepper. – ela disse.

-Bom dia, querida. Dormiu bem? – Pepper perguntou dando-lhe um beijo na bochecha e a garota assentiu. – Desculpe-me não poder ficar com você, mas já estou atrasada para o trabalho.

-Tudo bem, Pepper. Eu me viro. – as duas se despediram e Rose se viu sozinha naquela enorme casa. Pensava no que fazer quando sentiu seu estômago roncar. Foi até a cozinha e fez o café. Decidiu fazer diferente do que tinha ontem. Fez um bolo de chocolate rápido, rezou para que todos gostassem de chocolate, e , enquanto o bolo assava, fez panquecas. Uma hora depois, tinha uma linda mesa de café posta na cozinha. Por mais que estivesse com fome, resolveu esperar um pouco até Tony e Bruce acordarem. Voltou até o quarto e trocou de roupa, vestindo algo confortável. Quando estava voltando para o andar de baixo, lembrou que ainda não tinha conhecido sua nova casa. Em ritmo lento, andou por todos os cômodos: salas quartos de hóspedes, oficina de Tony, que olhou apenas por fora, e parou em uma sala que despertou sua atenção.

No meio dela havia um piano branco de cauda, muito limpo e muito brilhante. Seus olhos brilharam ao olhar aquele maravilhoso instrumento. Aquele, juntamente com o violão, foi um instrumento que aprendeu a tocar sozinha no orfanato. Até agora, tinha sido o seu maior desafio, Sentia seus dedos formigarem desejando apertar aquelas teclas para formar uma melodia. Lembrou-se que ainda tinha pessoas dormindo e apenas se conteve em passar os dedos suavemente pelas teclas.

Foi desperta de seu devaneio quando sentiu seu estômago se manifestar novamente. Riu sozinha e não aguentou mais esperar. Voltou até a cozinha e se deliciou com quitutes que havia feito mais cedo. Comeu um pouco de cada coisa que tinha na mesa. Quando se levantou para colocar sua louça suja na pia, ouviu vozes e risadas vindas da escada.

-Bom dia! – disse Tony e Bruce juntos quando chegaram à cozinha e avistaram Rose.

-Bom dia! – respondeu ela.

-Você fez novamente o café da manhã sozinha? – perguntou Dr. Banner.

-Sim, estou acostumada a acordar cedo. Hoje acordei e Pepper estava saindo de casa. Como vi que não tinha muita coisa para comer, resolvi preparar algumas coisinhas. Espero que não se importe Tony.

-Importar-me? Sabe há quanto tempo eu não tenho uma refeição de manha completa desse jeito? Nem lembro mais a última vez que comi tão bem assim. Você chegou para mudar a minha vida, garota. Desse jeito vai me deixar mal acostumado! – Stark disse com os olhos brilhando ao olhar para a quantidade de comida que tinha em cima da mesa. Rose não conseguiu evitar e corou ao ouvir o que seu havia dito.

-Bom, então aproveite. E fique tranquilo que não devo parar tão cedo de cozinhar nessa casa. Sentem-se e comam!

-Pode continuar até eu arrumar alguém para cuidar da casa. Não gosto de colocar estranhos dentro de casa, mas devido às circunstâncias... – Tony disse antes de tomar um gole do café recém-preparado.

-Eu realmente não me importo de fazer o trabalho doméstico. Eu me sinto bem com as tarefas. – Rose respondeu enquanto lavava a louça.

-Não acho que seja necessário. E também não vou aceitar que você limpe essa casa enorme sozinha. Vou conversar com Pepper, contrataremos uma empregada apenas para limpar e ajeitar a casa. E você pode continuar cozinhando, não me importo de comer essa comida maravilhosa que você faz.

-Obrigada – Rose sorriu enquanto enxugava as mãos em um pano – Tony, você se importa se eu tocar um pouco de piano?

-Claro que não! Sinta-se à vontade – Tony respondeu desconfiado. Como era possível que aquela menina tivesse tantos talentos? – A casa é sua, apenas não a destrua. Somente eu posso fazer isso.

-Fique tranquilo. Não sou uma garota bagunceira. – ela respondeu sorrindo e dirigiu-se para a sala do piano, deixando Tony e Bruce comendo sozinhos na cozinha.

Ela sentou-se no banquinho e abriu o piano. Começou a pensar em qual música poderia tocar. Seu repertório era grande, mas optou por tocar uma que tinha aprendido recentemente a tocar. Não estava 100%, mas não era uma música difícil de tocar e nem de cantar. Na verdade, não era nenhum desafio para ela, já que sua voz é maravilhosa e ela realmente é uma pianista muito talentosa.

Ela respirou fundo, concentrando-se. Colocou as mãos em cima das teclas. Soltou o ar de seus pulmões e inspirou novamente. Quando expirou pela segunda vez, apertou as teclas iniciando a música.(N/A: coloque AGORA a música para tocar: http://www.youtube.com/watch?v=8AJcuJRLG7U . Tem que começar no exato momento que a Rose começa a tocar.) Suas mãos flutuavam pelo piano, criando uma melodia linda e suave. Ela começou a cantar.                                                                           

2 am, where do i begin

Crying off my face again

The silent sound of loneliness

Wants to follow me to bed

São duas da manhã, por onde começo?

Lágrimas escorrendo do meu rosto novamente

O som silencioso da solidão

Quer me seguir até a minha cama

Até agora nenhum erro, o que era muito bom. Tudo o que Rose fazia era com sentimento e cantar não podia ser diferente.  Sua voz era suave, por ela podia-se perceber que nenhuma nota saía forçada. Era natural.

Dancing slowly in an empty room

Can the lonely take the place of you

I sing myself a quiet lullaby

Let you go and let the lonely in

To take my heart again

Dançando lentamente em um quarto vazio

Será que a solidão pode tomar o seu lugar?

Eu canto uma tranquila canção de ninar para mim mesma

Esqueço você e deixo a solidão entrar

Para consumir meu coração de novo

Rose fechou os olhos ainda cantando. Ela podia sentir os sentimentos fluindo por todo o seu corpo, se dividindo entre as cordas vocais e os músculos das mãos. Sem enxergar podia sentir a música como ela realmente deveria ser sentida. Não tinha medo de errar, já que assim a melodia saía naturalmente. A menina podia se identificar com a música.

   Too afraid, to go inside

For the pain of one more loveless night

For the loneliness will stay with me

And hold me till I fall asleep

Com medo demais de entrar

Para a dor de mais uma noite sem amor

Pois a solidão vai ficar comigo

E me abraçar até eu adormecer

Ela era o fantasma de uma garota que ela mais queria ser. Alguém que tinha uma história. Alguém que não era tomada pela solidão.

Dancing slowly in an empty room

Can the lonely take the place of you

I sing myself a quiet lullaby

Let you go and let the lonely in

To take my heart again

Dançando lentamente em um quarto vazio

Será que a solidão pode tomar o seu lugar?

Eu canto uma tranquila canção de ninar para mim mesma

Esqueço você e deixo a solidão entrar

Para consumir meu coração de novo

A música ia chegando ao fim e lágrimas desciam dos olhos castanhos de Rose. Essa música, de alguma maneira, podia ser comparada com toda a vida que ela passou no orfanato. Por mais que tivesse as freiras e as crianças, não era a mesma coisa do que ter um pai. Muitas vezes a solidão tomou conta de si. Mas agora isso não iria mais acontecer. Agora ela tinha uma família, alguém importante na vida dela.

  Dancing slowly in an empty room

Can the lonely take the place of you

I sing myself a quiet lullaby

Let you go and let the lonely in

To take my heart again…

                  Dançando lentamente em um quarto vazio

Será que a solidão pode tomar o seu lugar?

Eu canto uma tranquila canção de ninar para mim mesma

Esqueço você e deixo a solidão entrar

Para consumir meu coração de novo...

Quando terminou, a menina abriu os olhos e enxugou as lágrimas. E só então, percebeu que tinha uma plateia. Tony e Bruce a olhavam com os olhos arregalados e a baça aberta, o que deixou a menina completamente envergonhada. Eles sorriram para ela, que retribuiu.

-Nunca mais duvidarei de seus talentos. Você é incrível! – Tony disse, ainda surpreso.

-Concordo completamente com Tony. Menina, você é muito talentosa! – Bruce disse e no mesmo momento o telefone tocou.

-Sr. Stark, o senhor Fury o aguarda no telefone. – J.A.R.V.I.S disse.

-Desculpe, tenho que atender. – Tony disse e saiu da sala indo atender ao telefone.

-Você definitivamente não herdou esses talentos do Tony – o Dr. Banner disse e riu, fazendo a menina rir junto.

-Às vezes me pergunto, como era a minha mãe...

-Por que não pergunta para Tony?

-Tenho medo de chateá-lo trazendo memórias do passado. Não quero nenhuma confusão. – Rose disse, fechando o piano e se levantando do banco.

-Eu realmente acho que ele... – Antes de Bruce terminar sua fala, Tony entra na sala com uma expressão de raiva.

-Bruce, temos que ir. Fury está chamando todos os Vingadores para uma reunião.

-Tudo bem – Bruce suspirou – Eu vou subir e trocar de roupa. Te vejo em 10 minutos.

-Certo, eu vou também. – Tony disse e olhou para Rose – O que acha de conhecer os Vingadores?

-Sério? Posso ir com vocês? – ela perguntou com os olhos arregalados e brilhantes.

-Claro! Vou trocar de roupa e te espero aqui em 10 minutos. – disse e subiu as escadas. Rose abriu um sorriso enorme e seguiu junto para a escada. Finalmente ia conhecer os Vingadores.