Capítulo 4

Rose’s POV

Subimos as escadas e viramos em um corredor à direita, cheio de portas. Andamos alguns passos e paramos em frente a uma porta branca. Pepper se virou e disse:

-Este é seu quarto – ela abriu a porta e me deu passagem. Meus olhos se arregalaram no momento em que coloquei meus olhos naquele cômodo e seus móveis. Tudo era perfeito e enorme. Pepper me mostrou cada canto do quarto, incluindo o banheiro e o closet, que já estava com minhas malas dentro. Não pude deixar de notar um case próximo ás minhas malas. Estranhei, eu não tinha um violão, apenas usava o do orfanato de vez em quando. Dirigi à Pepper para perguntar.

-Hm... Pepper? – chamei-a – De quem é aquele violão?

-Não é seu? – ela perguntou, franzindo a testa e andou até o case. De lá, tirou um papel dobrado, que aparentemente estava grudado no lado de fora – Acho que é seu, querida. – ela me entregou o papel, com meu nome escrito nele. Desdobrei-o e li o bilhete.

“Querida Rose,

Acredito que este instrumento tenha mais utilidade junto com você do que aqui, já que, por todos esses anos, você foi a única que se interessou por ele. Aproveite e use-o bem. Seja feliz nessa sua nova vida.

Que Deus lhe abençoe,

Irmã Carmem.”

-Acho que agora ele é meu. – disse quando terminei de ler e entreguei o papel para Pepper. Ela leu e sorriu.

-Então, você toca. – ela disse.

-Sim, há alguns anos atrás resolvi aprender a tocar sozinha, para passar o tempo.

-Quero te ouvir tocar um dia. – ela pediu e eu concordei com a cabeça. – Mas agora vou deixá-la descansar. Boa noite.

-Boa noite, Pepper. E obrigada. – ela saiu do quarto, sorrindo e fechando a porta atrás de si. Andei até minhas malas e comecei a arrumar as roupas dentro do closet. Como eram poucas as coisas, arrumei rapidamente e depois, pegando o meu pijama e minhas coisas de banheiro, fui tomar um banho. Tirei minha roupa e tomei um banho rápido e relaxante. Depois, peguei o livro que estava lendo e deitei na cama. Não muito tempo depois, meus olhos se fechavam lentamente e a escuridão tomava conta de mim. Estava cansada, afinal, dez horas de viagem pode ser bem desgastante, por mais que tenha dormido a maior parte do voo.

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(Narrado em 3ª pessoa)

Rose acordou com uma claridade incomodando seus olhos. Ela se virou para o relógio, que marcava 7h15min da manhã, e se assustou. Não costumava acordar antes das 8h com tanta facilidade. Achou muito cedo para levantar e remexeu-se na cama tentando voltar a dormir. Desistiu quando percebeu que de nada adiantaria. Levantou-se e foi ao banheiro fazer sua higiene. Depois, saiu do quarto, desceu as escadas e caminhou até a cozinha. No caminho, ouviu barulhos vindos do cômodo e quando chegou à porta, avistou Pepper.

-Bom dia – Rose disse e Pepper virou-se para ela sorrindo.

-Bom dia. – Srta. Potts respondeu – Já ia pedir para J.A.R.V.I.S. te acordar. Temos que ir até o laboratório fazer o exame.

-J.A.R.V.I.S. ? – a menina perguntou confusa, enquanto sentava ao lado e Pepper no balcão.

-Bom dia, Srta. Stark. – uma voz masculina computadorizada tomou conta da cozinha.

-É, bom, este é o J.A.R.V.I.S. Ele é o sistema operacional inteligente da casa. – Pepper riu.

-Ah, sim. Acho que já li alguma coisa sobre ele em algum lugar. – a morena disse – Bom dia, J.A.R.V.I.S, é um prazer conhecê-lo.

-O prazer é todo meu, senhorita. – a voz novamente respondeu.

-Enfim, qualquer coisa que precisar é só falar com ele. – Pepper continuou. – Já que você acordou, agora tenho que me preocupar com a outra criança. J.A.R.V.I.S, acorde Tony, por favor.

-Sim, Srta. Potts.

-Você deve estar com fome, não é? Sente-se, que farei algo para você comer.

-Não se incomode, eu posso fazer sozinha. Não me importo. – Rose respondeu impedindo Pepper de se levantar.

-Não é incomodo nenhum, querida.

-Por favor, prometo que não colocarei fogo em sua cozinha.

-Está bem. Já que insiste. – Pepper voltou a se sentar e Rose se dirigiu até a geladeira para ver o que podia fazer para o café da manhã. Reparou que a Srta. Potts também não havia comido, já que tinha nenhuma louça suja na pia. Resolveu fazer café para todos. Enquanto cozinhava, contou tudo de interessante sobre a sua vida à Pepper, que lhe parecia muito interessada. Enquanto isso, Tony descia as escadas atraído pelo cheiro maravilhoso de ovos mexidos, torradas e bacons. Estranhou isso, já que Pepper nunca tinha tempo de fazer café e de fins de semana, eles iam até a padaria tomar café. Quando se aproximou da cozinha, ouviu risadas. Não resistiu e abriu um sorriso.

-Que cheiro maravilhoso! Pepper, é algum milagre que aconteceu e você está cozinhando ou contratou uma cozinheira – Tony começou a dizer antes de entrar na cozinha, mas parou quando viu Rose terminando de colocar uma jarra de suco em cima do balcão.

-Acostume-se Tony. Parece que sua filha tem muitas habilidades. – Pepper disse sorrindo. Tony, ainda surpreso andou até a mulher e deu-lhe um selinho – Bom dia.

-Bom dia – ele respondeu e depois se virou em direção à Rose. – Bom dia.

-Bom dia – Rose respondeu sorrindo. – Sente-se, o café já está pronto.

-Está cheirando divinamente – ele disse enquanto se sentava ao lado de Pepper, com Rose sentada em sua frente. – Como aprendeu a cozinhar?

-Tinha muito tempo livre no orfanato e não gostava de gastá-lo sozinha ou com os outros, então virei muito amiga das cozinheiras, que me ensinaram tudo o que eu pedi.

-Ela estava me contando de suas atividades em Essex – Pepper, animada, falou. – Sabia que ela toca violão?

-Sério?

-É, outra coisa que aprendi por falta do que fazer. Era a única pessoa que tocava e cantava lá no St. Thomas. – a conversa se estendeu por todo o café, Tony queria conhecer mais de sua filha. Até agora, sabia que ela era simpática, um pouco tímida, super inteligente, artística... Todas as características que ele mais admira em uma pessoa. Quando terminaram de comer, os três subiram para trocar de roupa, deixando um pouco de comida para o Dr. Banner, que ainda não havia acordado.

 Pepper disse à Rose para se arrumar rapidamente, pois quanto mais cedo chegassem ao laboratório, mais cedo eles liberavam o resultado. O casal tinha certeza que Rose era uma Stark, porém para fazer os novos documentos da menina, o exame de DNA era necessário. Ainda hoje eles mostrariam à todos que duvidavam que aquela menina de dezesseis anos, com sotaque britânico e criada como se fosse órfã, era herdeira de Anthony Stark.