Capítulo 12

Conhecer Sophia foi maravilhoso. Na primeira vez em que a vi, quando ela entrou pela porta junto com Tony toda alegre, já havia gostado dela. Depois, durante a semana, ajudando Pepper com os preparativos da festa que Tony insistiu em fazer, conversamos bastante e percebi que havia arranjado uma amiga. Apesar de ser minha tia, eu não a via desse jeito, para mim ela era minha amiga. E eu tinha certeza que nos aproximaríamos bastante conforme o passar do tempo.

Organizar uma festa me pareceu divertido. Tínhamos que escolher a local, quem convidar, a decoração, o convite... Realmente foi uma correria arrumar tudo em apenas três dias, mas, na quinta-feira estava tudo pronto. Sendo que a festa seria na sexta à noite, aproveitamos a quinta a tarde para escolhermos nossa roupa. Senti-me extremamente bem e feliz experimentando todos aqueles vestidos de gala com a ajuda de Sophia e Pepper. Eram todos lindos e escolher um foi muito difícil. Mas no final, todas saíram com os vestidos perfeitos.

Durante toda a semana não havia visto Tony direito, apenas no café quando todos se sentavam a mesa para comer.  E na hora que chagávamos em casa, exaustas. Por esse motivo, não sabia sobre aquela história do assassino em série que havia ouvido na SHIELD. Os Vingadores provavelmente estavam entretidos com o caso, mas não sabia a que pés andavam as coisas. E, bem, estava sentido falta de Tony. Mesmo tendo chegado há pouco tempo, eu já havia me apegado a ele. Na verdade, a todos. Estava sentindo falta das piadas e do constante bom humor do meu pai durante o dia. Pai. Ainda era estranho chamá-lo desse jeito.

Quando chegou sexta-feira, acreditava que poderia dormir até mais tarde para poder aproveitar a festa à noite. Ledo engano. Fui acordada por JARVIS às 8 horas da manhã para que pudesse tomar café e sair com Pepper e Sophia que já me esperavam na sala. Achei estranho, já que para mim tudo estava pronto e não precisava de mais nada para ser decidido. Mas, quando perguntei para Pepper e Sophia, elas me responderam que todas nós teríamos um dia de princesa.

Nós três tomamos o café rapidamente - Tony ainda não estava acordado, portanto não nos despedimos dele – e a saímos de casa. Trinta minutos depois chegamos a um local onde havia um grande letreiro escrito: SPA. Era a primeira vez que entrava em um lugar como aquele. Já tinha visto em filmes e sempre tive vontade de experimentar as massagens e os diferentes tipos de banho que existiam. E foi o que aconteceu. O tal dia de princesa se resumiu em: massagens, banhos, cortes de cabelos, hidratação, pintar as unhas e maquiagens. Todo o processo demorou o dia inteiro e quando saímos do SPA, faltava meia hora para a festa. A sorte foi que já saímos com os vestidos e os sapatos prontos do local ou, se não, nos atrasaríamos.

 Sophia, Pepper e eu estávamos lindas. Todas elegantemente vestidas: Sophia vestia um vestido roxo cintilante longo com um generoso decote em V e frente única, com uma faixa prata em baixo do busto, um sapato alto preto, uma bolsa-carteira preta também e um brinco de pedras prata; Pepper vestia um vestido rosa bem claro longo, frente única com detalhes em pedrarias, uma sandália com pedras também prata e com um laço que amarra no tornozelo branco, uma bolsa da mesma cor do vestido, um brinco de cristal e prata e um bracelete prata também; Eu vestia um vestido com comprimento no joelho vermelho com mangas, sem decote e um laço em um dos lados, um ankle boot preto, uma bolsa-carteira preta e colar e brincos de pérolas. Todas se ajudaram na escolha dos vestidos, mas o meu acabou sendo escolhido somente por Pepper e Sophia, já que eu não tinha noção do que escolher.

O espaço onde aconteceria a festa seria em um salão feito especialmente para isso na Torre Stark. Portanto, quando chegamos lá, Tony já estava pronto esperando os convidados, enquanto tomava uma dose de uísque e conversava com Bruce e Steve, o Capitão América. Meu pai levava o copo à boca quando adentramos o salão e ele parou o movimento no meio do caminho, nos olhando estático e fazendo os outros dois homens seguirem o seu olhar e imitarem sua expressão.

-Boa noite, rapazes! – Pepper disse assim que paramos ao lado dos homens. Eu fiquei mais para trás, envergonhada e ciente da mudança de cor em minhas bochechas. Sophia sorria abertamente para Bruce.

-Pepper... Meninas... Vocês estão estonteantes! – Tony disse abrindo um largo sorriso e dando um selinho em Pepper e depois se virando para Sophia. – Você está maravilhosa. Só acho que esse vestido está muito decotado, não acha?

-Estava demorando... – Sophy respondeu revirando os olhos. – Não precisa se preocupar Stark. Eu sei cuidar de mim mesma.

-Claro que sabe. – Tony disse irônico e virou-se para mim. – Você, menina... Você está a mais linda de todas.  – Ele disse sorrindo com um brilho extra nos olhos. Caminhou até mim e deu-me um beijo na testa. Fiquei mais embaraçada ainda, deixando meu rosto vermelho como um pimentão.

-Obrigada. – consegui responder, retribuindo o sorriso, mas de um jeito tímido.

-Bom, faltam vinte minutos para a festa começar. Como você vai querer fazer, Tony? – Pepper perguntou depois de uns minutos em silêncio.

-Ah, certo. Acho melhor esperar a imprensa toda chegar e eu dar a entrevista primeiro. – ele respondeu – Mas, não queria que Rose ficasse andando por aí antes de eu explicar a história. Todos os convidados são conhecidos pelos jornalistas, uma única pessoa que não é, chamará a atenção. Portanto, ela só aparece depois. Rose, tudo bem para você?

-Claro. – comecei a ficar nervosa. O propósito daquela festa era me apresentar para a sociedade, segundo Tony. E se a sociedade não gostasse de mim? Como seria?

-Você pode ficar naquela salinha particular, naquele canto direito. – ele apontou uma posta meio escondida no salão. – Mas não quero que fique sozinha...

- Eu fico Tony, pode deixar. – Sophia disse sorrindo e entrelaçando seu braço com o meu. Retribui o sorriso.

-Ótimo, então está tudo certo. – Tony disse e Pepper concordou com a cabeça.

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Meia hora havia se passado desde que a festa começou. Sophia e eu estávamos sentadas no sofá da salinha conversando sobre aleatoriedades e esperando a entrevista começar. Dentro da salinha havia uma TV, e como a entrevista de Tony seria transmitida ao vivo, deixamos a televisão ligada para saber quando começasse. Alguns minutos depois, o canal em que estava ligada a TV, anunciou a entrevista, mostrando Tony em um palanque aguardando os jornalistas se arrumarem e deixarem ele falar. Eu e Sophia paramos a conversa, deixando um silêncio que era apenas interrompido pelo barulho da TV.

-Boa noite, senhoras e senhores. –Tony começou­- Primeiramente gostaria de agradecer a todos pela presença. O convite para a festa foi de última hora, mas é de suma importância a presença de todos aqui. Gostaria de contar tudo diretamente como sempre fiz em todas as entrevistas. Mas dessa vez, será um pouco longa a história. Todos sabem que pessoas famosas, conhecidas mundialmente recebem cartas de mulheres que alegam estarem grávidas dessa pessoa. E, claro são mentiras que tais mulheres contam para se aproximar do famoso. Pois bem, eu sempre recebi cartas assim. Algumas vezes até fui processado por abandono de menor. Porém, há alguns dias atrás, eu recebi uma carta de uma antiga namorada. Não foi um namoro duradouro, por isso nenhum de vocês a conhece. Ficamos juntos quando fui com meu pai ajudá-lo em uma aula na Inglaterra. Eu conheci essa mulher e namoramos durante o tempo que permaneci lá, mas depois não tivemos mais contato. Na carta dessa mulher, ela dizia que tinha uma filha minha. No começo não acreditei, mas conforme fui lendo a história na carta, fiquei em dúvida. Eu recebi essa carta pelo advogado da mulher que estava cuidando de seu testamento, já que essa havia morrido. Seu nome era Emily Peterson. Ela havia descoberto que estava grávida um mês depois que fui embora. Segundo o que estava escrito na carta, ele decidiu não me contar, pois achou que eu não iria aceitar a criança, mas os seus pais não aceitaram. Eles achavam que ela devia me contar, não podia ser mãe solteira. Como ela teimou em entrar em contato comigo, seus pais a obrigaram a colocar o bebê para a adoção. E durante toda a sua vida, ela não viu sua filha. A única coisa que sabia era que estava em um orfanato em Essex. E quando decidiu procurar pela filha, descobriu que estava com câncer e acabou morrendo três meses depois, não sem antes me deixar a carta. Eu procurei pela menina. Procurei por toda Essex e achei.

-Parece que esta é sua deixa. – Sophia tirou minha atenção da TV, me levando até a porta e a abrindo. Ninguém reparou em nós, todos os olhares estavam focados em Tony.

-Hoje, a criança tem 16 anos.  – Ele continuou – E, bem, só de olhar para aquela menina, eu tive certeza que era minha filha. – Assim que terminou a frase, todos cochichavam sobre a tal descoberta. Minhas mãos tremiam e eu mordia minhas bochechas por dentro de nervoso, enquanto seguia até onde Tony estava ainda passando despercebida por todos. Quando estava próxima, Tony me olhou e sorriu vindo em minha direção, pegando minha mão e me puxando até o palanque. – Agora olhem vocês para esta garota. Esta é Rose. Rose Peterson Star, minha filha.

Muitos flashes me cegaram assim que Tony confirmou que eu era sua filha. Ele ainda segurava a minha mão, me passando segurança, enquanto eu tentava sorrir para todos os convidados. Os jornalistas estavam desesperados, todos falando ao mesmo tempo me fazendo várias perguntas. Olhei para Tony com os olhos arregalados. Ele saiu de perto do microfone para falar comigo.

-Você está bem? – ele perguntou franzindo a testa.

-Estou. É muita coisa de uma vez. Eu não sei o que devo fazer – eu disse olhando para os jornalistas.

-Espere alguns minutinhos até a euforia abaixar. Eles vão querer te fazer várias perguntas. Você quer respondê-las? – eu olhei para ele me acalmando. Eu não sabia lhe responder. Eu não sabia o que responder para os repórteres. Tony viu minha expressão e mudou a pergunta – Você se sente bem para respondê-las.

-Desculpe Tony, mas não. Não acho que vou conseguir respondê-las.

-Está tudo bem. Eu já imaginava isso mesmo. – ele sorriu. – Foi por isso que eu contei a história inteira. É tudo o que eles precisam saber. O que eles te perguntariam, seria desnecessário, coisa que só diz respeito a nós. Agora não se preocupe, está bem?

Eu concordei com a cabeça e ele me deu novamente um beijo na testa. Ele voltou a falar com os repórteres, conseguindo controlá-los e respondendo perguntas de alguns deles. Eu continuei ao seu lado e depois de um tempo ele se despediu dos jornalistas e os pediu para que se retirassem que a festa era particular. Todos eles caminharam para fora do salão sendo seguidos pelos seguranças. Quem restou foram os outros convidados. Depois que todos os repórteres saíram, Tony desceu do palanque, me ajudando a descer em seguida, me dirigindo um sorri e logo depois passando um dos braços por meu ombro.

A partir de agora a real festa começaria. Muitos vieram falar com Tony, o parabenizando por ter uma filha e depois vinham conversar comigo. Algumas pessoas eram simpáticas, me deixando confortável. Mas havia outras estranhas, grossas e que, mesmo Tony, respondia grosseiramente com elas. Eu não sabia o nome de nenhuma das pessoas que vinham falar comigo e continuava sem saber depois que iam embora, já que eram muitos nomes para eu assimilar. Eu realmente não era boa com nomes. Em determinado momento, Sophia me puxou para uma rodinha de mulher, onde Pepper estava também, onde rimos e conversamos até o fim da festa. Tony tinha razão, festas são maravilhosas. Espero que participe de mais.