POV BELLA

Eu estava ansiosa. Aliás, todas nós estávamos. A ousadia de Lauren em vir confrontar Alice só serviu para nos incitar a por o plano em prática o mais rápido possível. Liguei para Katherine, a fim de confirmar o Banner que acabaria definitivamente com as malditas antas nordestinas.


–Bells? – a voz dela era rouca, de quem havia acabado de acordar.

– Está tudo certo, Katherine? – perguntei aos sussurros. Estava na sala do Sr. Filipe, um Francês muito egocêntrico e neurótico. Se me pegasse no telefone, certamente receberia uma advertência e não estou com cabeça para bater boca com o professor.

– Sim sim! Não deixe ninguém sair para o recreio. Ok? Ele vai ir aí colocar o Banner...
Interrompi-a, nervosa.

–O que? Ele vai vir colocar o Banner? Como... – ela me interrompeu.

– É. Não deu para ele ir aí de madrugada, houve alguns imprevistos. Mas não se preocupe cabritinha, o plano vai sair conforme o planejado. Ok? – suspirei aliviada – E, ah, fale para Rosalie que vou descer o cassete na filha dela. Tchauzinho! – dito isso, a maluca desligou o celular.


Franzi o cenho. Que ótimo! O bendito do Mike não havia aparecido na aula e, era ele quem havia ficado encarregado de colocar o banner no pátio. Estou apreensiva. E se o plano for por água abaixo, por causa da Katherine? E se não conseguíssemos nos vingar daquelas vadias?

Obviamente, nós temos um plano B. E caso esse falhar também, ainda temos as demais letras do alfabeto...

– Que sorrisinho é esse, Swan? – a voz da cobra soou atrás de mim. Não me virei para encara-la, simplesmente me limitei a encará-la de soslaio.

(Agora vai ficar no canto e pensar sobre o que você fez)

(Ha... é hora de uma pequena vingança)

– Não é da sua conta, mas... Se quiser saber – agora sim tive que me virar – Eu vou ser garota propaganda de uma cantora aí... – sorri, jogando os cabelos para os lados – Sabe como é... – me interrompi. Gargalhei e logo em seguida, tentei concertar a gafe – Ah. Desculpa você não sabe como é. Não é mesmo? – sorri desdenhosa – E algo me diz que nunca vai saber. Muak! – mandei-lhe beijos.

A cobra virou-se para frente, ainda bufando de tanta raiva. Não consegui evitar um risinho de deboche. Com, que diabos, Edward se envolveu com uma sonsa como ela? Claro, não que seja da minha conta nem nada... Mas a Tânya é realmente sem graça.

Alice e Rosalie não haviam aberto a boca durante a aula, apesar das minhas inúmeras tentativas de falar com elas. Também não responderam nenhum dos meus SMS.
Aparentemente, a vingança estava deixando minhas irmãs mais tontas do que elas já são. Sendo assim, só restou-me o tapado do Cullen.

– Ei, Edward! – exclamei, cutucando-lhe o ombro. Que lindo Isabella! Você chamou-o pelo primeiro nome... Retardada.

Ele me olhou de um jeito esquisito, provavelmente assustado.

– V-você me chamou do que? – perguntou ainda incrédulo. Revirei os olhos. Eu queria zoar alguém e o idiota não estava facilitando.

– Edward é seu nome, não é? – perguntei sarcástica. Ele assentiu, desconfiado.

– O que você quer Swan? – O idiota não pegou o espírito da coisa. Ou seja, não adianta uma conversa civilizada com ele. – Por que esse sorrisinho?

Eu ri. Eu iria me arrepender disso? Provavelmente. Mas, ainda sim...

[...]

Foi bom aprontar uma pegadinha com o Cullen. Confesso que foi bastante divertido; só acho que o professor de Francês não vai gostar muito não.

– E então – Alice surgiu atrás de mim e Rosalie, com um sorriso tão grande que quase rasga as bochechas. – Preparadas?

Eu e Rose sorrimos perversas.

– Como diria Claire: Eu nasci pronta – dissemos em conjunto e, logo em seguida começamos a rir.

Eu sei que isso o que estamos fazendo é bem sujo, mas, precisam entender que foram elas que começaram. Nós só estamos terminando... Algo que devíamos ter feito anos atrás.

Ela vive a vida como se fosse uma festa e ela está na lista
Ela olha para mim como se eu fosse uma tendência que ela já superou
Eu acho que seu olhar severo sempre presente é um pouco preocupante

E então, aconteceu; Nós estávamos descendo a rampa quando nos deparamos com uma surpresa. Era o Banner. A bendita da Katherine havia me trollado!

– Bandida – sussurrei, rindo.

Eu confesso que nem eu esperava por aquilo! O Banner cobria metade do refeitório e chamava a atenção por diversos motivos e os principais era, primeiramente, a frase “AULAS EXTRAS! DENALI FAZ LIÇÃO DE CASA MUITO BEM... diz professor de Espanhol” e como se isso não bastasse, havia algumas fotos (umas duas ou três que, foram o suficiente para traumatizar metade do Ensino Fundamental e Médio) comprometedoras dela com o tal professor.

E com isso, vieram risos histéricos; vaias, piadinhas e alguns aplausos – por parte dos trogloditas do futebol. A escola estava eufórica.

– Não acredito! – exclama Alice entre risadas – Ela... Ela... – nós gargalhamos.

Rosalie retocou o batom e então disse venenosa.

– Isso porque ela não é vadia, hein? – nós rimos.

Enquanto minhas irmãs soltavam algumas piadinhas envolvendo o sobrenome das cobras, eu fiquei a procurar Tânya e suas irmãzinhas com o olhar... Mas foi ainda melhor. Ela estava descendo a rampa, atrás de nós. E sei disso porque eu e as Bads nos viramos, quando escutamos um grito enfadonho.

Nossos olhares se voltaram para a rampa; e lá estava ela, desesperada, com lágrimas nos olhos. O corpo tremulo me lembrou uma galinha com frio... O batom estava borrado e não precisava ser um gênio para notar que ela estava humilhada. Ah, e como estava!

Eu te disse
Eu te disse
Eu te disse querido, querido

Não há nada que eu faço melhor do que vingança (Ha ha)

– AÍ TÂNYA! – um moleque gritou – Se precisava tanto assim de aulas extras, podia ter falado comigo, cara...

O pessoal gargalhou. Minhas irmãs falaram algo que demorei a entender; atrás de Tânya e suas irmãs, estavam os Cullens. E para a surpresa (ou o espanto) de geral, estavam sorrindo.

– O que significa isso? – Rosalie sussurrou tão ou mais surpresa que eu – Eles estão gostando disso? Dessa baixaria?

Assenti com a cabeça, ainda incrédula com o que meus olhos viam.

– Aparentemente sim... – sussurrei, sem tirar os olhos de Edward. Jasper e Emmett riam, mas, meu foco era Nele. Sim, Edward estava gostando. O que não fazia o menor sentido, mas...

– VOCÊ! – uma voz gritou. Pisquei os olhos rapidamente, saindo de meus devaneios – Foi você, não foi Swan? – gritou Tânya desesperada, puxando-o meu braço.

Eu e minhas irmãs gargalhamos.

– Confesse! – exigiu, com a voz esganiçada. Sorri orgulhosa de meu feito.

– Eu o que? – perguntei sonsa – Que dormiu com o professor para ganhar nota extra e passar de ano? – gargalhei e em seguida, encarei-a fixamente, com as mãos na cintura – Desculpe querida. Essa não sou eu. É você – soprei-lhe a face.

Se porta como louca
Achata bem a boca
Parece uma bruxa
Um anjo mau
Detesta todo mundo
Não para um segundo
Fazer maldade é seu ideal

Ela me olhou, embriagada de ódio. As lágrimas deslizando pelo seu rosto.
Não pude deixar de sorrir. Acaricie-lhe a face e exclamei:

– É duro ser vadia, não é Tânya? – minhas irmãs gargalharam.

Ela não respondeu. Apenas retirou minha mão de seu rosto, completamente enojada e humilhada. Antes que pudesse sair correndo dali, fora surpreendida por uma luz. Holofotes? Eu franzi o cenho e olhei na direção de onde vinha as tais luzes.

Sim, eram os Cullens. Emmett tinha na mão um microfone e um sorriso de orelha á orelha. Edward sorria de forma presunçosa e Jasper... Bem, esse não vale a pena mencionar. Parecia uma prole de lagartixa com hiena se contorcendo e rindo.

– Boa tarde, alunos de Forks High! – começou Emmett – Eu sempre soube que você era uma aluna dedicada, Denali. Mas... – fez uma careta engraçada, que fez com que todo mundo risse – Não tanto assim. Né? – ele mesmo riu e então continuou a falar. Só depois de uns minutos que fui perceber que, em sua mão esquerda, estava o que parecia ser um controle de projetor de imagens – Mas sabe... – tossiu.

O refeitório estava uma loucura e nenhum sinal da diretora ou de qualquer inspetor. As portas haviam sido trancadas, assim como as janelas. O que será que aqueles benditos vão fazer?

Mordi meus lábios, voltando a fitar Emmett.

– O que eles estão aprontando? – perguntou Alice curiosa.

– Eu não faço a mínima ideia! – exclamei – Vamos nos sentar porque isso tá bom demais!

Entrando no clube
Me esperando na parte de trás
Sentindo tão bem
Parecendo tão mau
Arrasando com essa saia
Arrasando neste clube
Levanto o meu dedo do meio
Eu realmente não dou a mínima

Nós três demos uma risadinha e fomos nos sentar numa mesa, que tinha uma visão privilegiada dos Cullens. Os demais alunos fizeram a mesma coisa.

– Estou me sentindo tão poderoso com esse microfone – Emmett ria divertido. Mas parou no instante seguindo, o semblante fechado e misterioso – E meio cafetão também... – sorriu desdenhoso. Os olhos estavam presos fixamente em Putânya e suas irmãs – Como o colégio inteiro já deve saber Tânya não é a única vadia da família Denali. Apesar de ser a que mais chega perto de ser um travesti... – provocou. Pronto! A escola inteira ria que não se aguentava. Emmett e os irmãos também riam – Antes que, qualquer uma de vocês possa retrucar... Aqui estão as provas – disse, deu um clique no controle.

As luzes do refeitório haviam sido estrategicamente apagadas e, o projetor de imagens havia sido ligado. Há principio, parecia que se tratava de um slide (já que continha um texto um tanto quanto ofensivo as irmãs...) Mas, depois de alguns segundos, começou, então, a sessão de filme mais traumática de todos os tempos.

Para ser o que você é você tem que estar onde você está
Uma vez puta, você não é nada mais, me desculpe, isso nunca vai mudar
E sobre perdão, ambas imaginamos ter trocado
Me desculpe, querida, mas eu estou passando por cima, agora olhe para cá.

Primeiro, foram exibidas imagens de Irina em umas posições pra lá de constrangedoras! Depois, fotos dela com algumas garotas (acho que nunca mais vou conseguir dormir direito depois dessa) e, por último, um videozinho um tanto quanto... ”caliente” dela com Emmett. E estava mais do que claro, que Emmett não se importava com a sua imagem ou com a sua fama. Ele queria derrubar as Denali tanto quanto nós.

E conseguiu! Mas, não parou por aí não, para a nossa alegria; a bomba maior ainda estava por vir... Depois das fotos e dos vídeos – sim, havia mais de um. – exibidos, Emmett apertou o pause.

Pegou o microfone e, um pouco satisfeito com o resultado das suas revelações, disse.

– Infelizmente, colegas. Isso ainda não é tudo – suspirou teatralmente e em seguida riu – Estão preparados? – após escutar os demais gritarem, eufóricos um “Sim”. Emmett prosseguiu com o “dossiê das vadias”, mas não antes de avisar – Isso pode ser um pouco pesado. Mas... – e, então, apertara o play.··.

Apenas veja os meus sonhos mais loucos se tornarem realidade
Nenhum deles envolvendo você!

Acho que... Por essa NINGUÉM estava esperando.

– Oh... Meu... Deus! – Rosalie arregalou os olhos. O motivo, obviamente, eram as fotos
da Lauren deitada na cama do diretor... Junto dele e da mulher! – Eu não acredito nisso.

A voz de Emmett tirou-nos á atenção por um momento.

– Tânya e as irmãs não pagam a mensalidade da escola por falta de dinheiro. Só continuam na escola por uma razão bem óbvia: em troca da permanência delas aqui, em Forks High School, elas transam com qualquer professor ou professora. Ou... Até mesmo diretor! – suspirou – É realmente triste. Mas é a família delas veio a falência. O pai vive de favores e, a mãe, fugiu com um tenista qualquer.

Não confie em uma vadia,
Nunca confie em uma vadia,

– Eu... Eu... – Alice balançou a cabeça, atordoada – Como Emmett sabia disso tudo? – perguntou com a sobrancelha arqueada.

Dei de ombros. Aquilo era bom demais para ser verdade e, independente da maneira com que Emmett descobrira aquelas coisas todas, continuava a ser bom demais!

Fim do Capítulo.