Please, Peace! escrita por Mieolchi


Capítulo 5
Contravenção


Notas iniciais do capítulo

Ok... ok... Eu não estou conseguindo me segurar para publicar os capítulos!
Aproveitem!



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Entramos e JongHyun subiu para seu quarto. YooRa já me esperava na sala para a aula e me recebeu com um abraço bem apertado. Sentamos ao redor da mesa e começamos a estudar. De vez em quando eu olhava para cima e via um garoto espiando a aula da escada, mas ele se escondia rápido. Eu ria da situação, mas ao mesmo tempo aquilo não era confortável para mim. Eu realmente estava começando a gostar dele também.

Não sei bem o que eu sentia naquele momento, acho que eu não estava preparada para manter qualquer relacionamento – ainda mais com um estudante birrento. E também acho que sou imatura demais para me prender numa coisa tão séria quanto o casamento. Eu sempre soube das intenções do oppa comigo – sobre casar e tudo mais –, por isso eu nunca dei chances para ele, apesar de ele ser tudo o que uma mulher deseja. Entretanto, eu não cresci ainda.

Eu explicava as coisas para Yoora mas não conseguia prestar atenção direito no que eu falava. Eram muitas coisas na minha cabeça que atrapalhavam – não só na minha cabeça, realmente aquele garoto me atrapalhava enquanto espiava –, até que JongHyun desceu as escadas e foi para a cozinha. Yoora o observou caminhar e virou-se para mim, aproximando-se.

— Unnie, sabe... o Oppa anda um pouco diferente...

— Ah, é? O que ele aprontou dessa vez?

—Não! Nada! Ele ‘tá feliz o tempo todo, anda cantando pela casa e é carinhoso comigo e com a Omma. Acho que ele ‘tá voltando a ser o que era antes, ou até melhor.

— Agora está tudo bem, querida! Não se preocupe. – eu disse, abraçando-a.

— Eu acredito em você, Unnie. Ah! Lembrei-me de uma coisa! Espere aí, eu vou buscar! – ela disse, correndo até as escadas.

— Você é boa com as crianças, noona. – uma voz atrás de mim disse. Era JongHyun trazendo lanche numa bandeja. Ele se ajoelhou ao meu lado e beijou minha bochecha. – Fiz para você. – colocou a bandeja na mesinha, afastando os livros. Tinha três sanduíches com sorrisos, suco, biscoitos e frutas. Ele se aproximou um pouco mais do meu ouvido e disse, sussurrando: – Sempre farei lanchinhos para você... ou o que mais você quiser.

— JongHyun... n-não faça coisas assim! – eu disse, me arrepiando inteira com o sussurro do garoto. Ele riu e continuou me olhando.

Yoora voltou do quarto descendo as escadas rápido e trazia consigo um caderno de desenhos. Ela deu um beijo no seu oppa e sentou-se à nossa frente, olhando maravilhada para o lanche em cima da mesa.

— Uau! Foi você que fez, oppa? Você é o melhor oppa do mundo! – ela disse animadamente. – Unnie, veja isso! – entregou-me o caderno para que eu pudesse ver.

Abri o caderno e JongHyun aproximou-se de mim, sentando mais perto, de modo que pudesse ver também. A primeira página tinha o desenho de uma menina pequena, que logo reconheci ser a Yoora. Na segunda, tinha um desenho meu, inconfundível com o cabelo vermelho. Na terceira era um desenho da sua família: JongHyun, sua Omma e ela. Na quarta ela desenhou uma coisa que me deixou encabulada: eu sentada num balanço e JongHyun empurrando. Ele me olhou de soslaio e sorriu. O próximo era um coração bem grande escrito o meu nome.

— Uah! Yoora, você é uma artista! Desenha muito bem! – eu disse, entregando o livro a ela, que foi puxado das minhas mãos por JongHyun.

— Yoora, esse desenho... – ele disse, folheando as páginas até encontrar o desenho do balanço. – Por que você fez ele?

— Ah, eu não sei direito, deu vontade de desenhar vocês dois, assim, como namorados, sabe.

— Yoora, não pense besteiras! – eu disse, enquanto JongHyun me olhava e sorria.

— Não, não. É só que eu gosto muito de vocês dois. – ela disse, inocentemente.

— Ah, Yoora! Você é muito boa nisso. Desenha muito bem. Será que consegue prever o futuro nos desenhos? – o garoto disse, rindo. – Seria bom se a sua unnie me quisesse como namorado, não acha?

— É verdade, oppa. – ela disse, rindo junto com o irmão. – Noona, por que você não quer namorar o oppa?

— Parem com isso vocês dois! – eu disse, nervosa. – Vocês não sabem o que dizem! Yoora, eu sou mais velha que seu irmão, acho que isso não seria possível. Vê? Eu sou professora e ele é um estudante ainda.

— Não vejo problema nisso, mas já que insiste... A omma era 10 anos mais velha que o appa! Acho que eles não viam nada de errado nisso, né oppa? – disse a menina.

— Verdade, Yoora. – o garoto disse, enquanto se aproximava de mim. – Noona, não acha que está exagerando nas desculpas?

— Parem já os dois! – gritei, enquanto me levantava bruscamente e ia até o banheiro.

Não acreditei no que JongHyun estava fazendo. Acabei perdendo a cabeça ao invés de fingir que nada acontecia, mas ele gostava de brincar comigo, de mexer com a minha sanidade. Eu não sabia o que exatamente ele sentia por mim, mas não descarto a possibilidade de ele simplesmente querer ver como eu reajo nessas situações, mexer comigo de verdade, brincar com meus sentimentos. Eu queria acreditar que era só isso. Eu precisava me livrar disso tudo antes que fosse tarde demais.

Saí do banheiro e JongHyun estava parado na frente da porta. Ele me olhava aflito e segurava minhas mãos. Murmurava um “desculpa” enquanto fazia cara de culpa.

— Desculpa, noona... Eu não queria que isso ficasse assim, eu não sabia que isso te perturbava tanto.

— Perturba sim, JongHyun, mas não vai mais perturbar. Precisamos conversar. Tem um tempo hoje à noite?

— Tenho, tenho sim. Depois conversamos então. Termine a aula com a Yoora, ela ficou preocupada. E coma o lanche, fiz para você. – dizendo isso, ele saiu do corredor e subiu para o quarto.

Voltei para a sala e encontrei Yoora lanchando. Sentei-me com ela e comi também. Estava delicioso, JongHyun havia preparado muito bem todas as coisas. Revisamos mais algumas coisas de inglês após o lanche e, um pouco antes de eu sair, JongHyun aparece novamente.

— Noona, vou te acompanhar até em casa.

— Ok.

Despedi-me de Yoora e da Ahjumma, que tinha acabado de chegar, e saímos. Não falamos muito durante o caminho. Ao invés de ir para casa, paramos numa lancheria que ficava no caminho e sentamos numa das mesas para conversar.

— Ah... Jonggie... Eu... – eu disse, sendo interrompida pela mão do garoto encostada nos meus lábios.

— Não diga nada agora, sou eu que preciso me explicar. – sentou-se mais confortavelmente na cadeira e firmou os cotovelos na mesa, apoiando o queixo. – Desde a primeira vez que eu te vi... ah, como posso dizer... – abaixou a cabeça, rindo sem jeito. – Eu percebi que você não seria apenas a professora da minha irmã, que entraria na minha vida de algum jeito. Por isso te tratei tão mal, me perdoe por isso. – segurou minha mão que estava na mesa. – Vou tentar ser breve com isso, ok? – respirou fundo. – Eu gosto de você, noona. E gosto como nunca gostei de ninguém antes. – fiz menção de falar alguma coisa, mas fui interrompida novamente pelos seus dedos nos meus lábios. – Não diga nada, deixe-me terminar. Eu tive muitas namoradas na cidade onde eu morava. Não senti nem metade disso por nenhuma delas. Eu sinto uma necessidade de te proteger, de ficar do teu lado, de te fazer feliz. – ele sorriu docemente. – Eu estou completamente apaixonado por você, noona. – dizendo isso, ficou sério. Aproximou-se mais de mim, olhou para os lados e beijou minha bochecha. – Era isso que eu tinha pra dizer. Ah! Não, espera, tem mais! Eu quero fazer tudo do seu modo. Eu sei que ficou balançada por mim também, você não sabe esconder. – riu maliciosamente. – Então, como um bom aluno, eu quero fazer do seu jeito. Faço tudo o que você quiser para sermos namorados. A gente pode esconder nossa relacionamento até que tudo fique mais claro para você ou até que eu me forme e... – interrompi-o.

— Jonggie... não é tão simples assim. As coisas não são nada simples. Não é confortável essa situação. De um modo ou de outro eu sou a professora e você é o aluno, e isso não é algo aceitável.

— Por isso estou dizendo que a gente pode esconder! É só continuar como estamos! Você nega o tempo todo que temos algo e, quando tenho uma chance, eu te beijo de novo e você não foge. - ele riu. - E, veja só! Você nem reclamou quando eu falei que você gostava de mim! – olhou-me com aquele sorriso malicioso novamente e mordeu o lábio inferior. – Vai ser divertido, vamos! – riu. Aproximou-se do meu ouvido, quase subindo na mesa, e disse, sussurrando: – Eu te amo, SoYoung.

Senti até meus ossos estremecerem. Ele tinha feito uma declaração de amor para mim e essa era a única coisa que faltava pra eu me entregar completamente. Mas aquilo não estava certo ainda. Eu tinha medo de estar fazendo alguma coisa errada. Mas uma coisa era certa: eu estava completamente apaixonada por aquele moleque – e ele sabia disso.

— Jonggie, eu não sei o que te dizer. Eu tenho medo do que o Oppa pode fazer, ele é muito ciumento e possessivo.

— Fale a verdade para mim, você tem algum sentimento pelo velhote, né?

— Não, Jonggie. Nenhum. Como você mesmo disse, eu não sei disfarçar, fiquei realmente balançada com a situação...

— Balançada comigo. – ele me interrompeu.

— Isso, isso...

Ele sorriu e segurou minha mão novamente. Pegou o cardápio que estava em cima da mesa e começou a analisá-lo, sem soltar minha mão. Eu já estava ficando encabulada com aquilo, fiz até menção de soltá-la, mas ele segurou mais forte e me olhou, balançando a cabeça em sinal negativo.

— Você quer comer alguma coisa? Já que estamos aqui, podemos pedir algo. E não se preocupe, o seu namorado vai pagar. – ele disse, sorrindo e piscando um olho.

— Ahm... ok, Jonggie. Mas acho que vou querer só um chocolate quente. Lanchei tarde. – eu disse. Ele riu quando falei com ele. – O que foi? O que eu fiz de engraçado?

— Nada, noona. É a primeira vez que uma namorada não me chama de oppa. Mas eu gosto assim. Meu apelido na escola é JR, mas eu gosto mais do que você me deu. – piscou. Levantou-se devagar. – Vou fazer nosso pedido ali, já volto. – mandou-me um beijo.

Sorri. Achava tudo o que ele fazia tão doce e delicado. Parece tão diferente de quando o conheci. E... ei! Esse garoto me paga! Eu não aceitei o convite de namorar escondido! Ah, ok, ele sabe como manipular as pessoas... mas ele vai ver. Olhei para os lados e me deparei com o professor de matemática. JiHo estava sentado algumas mesas atrás de mim e aparentemente não tinha me visto. Estava com um outro homem, um pouco mais baixo que ele, loiro (tingido, lógico), aparentava ter a mesma idade de JiHo e muito bonito, tão bonito quanto ele. Evitei olhar para trás novamente para não chamar atenção e voltei meus olhos pra o balcão, onde JongHyun pagava os pedidos.

Escutei alguém chamando JongHyun e olhei para a porta. Lá estava uma garota da idade de JongHyun, ainda com o uniforme da escola onde estudavam. Certamente era uma colega dele, pois lembrava de tê-la visto antes. Ela correu até ele e gritou novamente o seu nome.

— JR! Ah, que bom te encontrar aqui!

— Ahm? Ah, MinAh. O que faz aqui? – ele tratou-a com indiferença, olhando para mim de vez em quando. Ela o abraçou.

— Oppa! Eu estava com saudades. Passei aqui na frente e te vi. Resolvi entrar e te abraçar. – ela disse, ainda agarrada nele.

— MinAh! Solte-me! – ele segurou os braços dela e a afastou. – Já disse para você que não gosto desse tipo de coisa. – Deixou-a ali e foi para o outro balcão pegar os pedidos.

— Oppa! Você está acompanhado aqui? – ela disse, seguindo o garoto. – Tem dois copos de chocolate aí...

— Sim, sim. – ele parou. – MinAh, não quero ser grosseiro, mas não quero ser incomodado agora, preciso ter uma conversa séria com a minha companhia. Tudo bem se você for para casa agora, né? – ele disse, enquanto a garota desviava o olhar e procurava alguém, provavelmente a companhia de JR.

— Ah! Veja! É aquela professora lá da escola! E o professor de matemática também está aqui!

— Sim, sim, MinAh... Ah, faça como quiser. Não vou te dar atenção hoje. Preciso conversar. – seguiu na direção da minha mesa com um rosto preocupado. Colocou a bandeja sobre a mesa e sentou-se na minha frente.

— Desculpe-me, noona. Não consegui evitar a garota.

Antes que ele pudesse terminar a frase, a garota praticamente se jogou por cima dele, sentando ao seu lado. Olhou para mim e estendeu a mão para me cumprimentar. “Olá, professora, sou a MinAh do terceiro ano!” – ela disse, sorrindo de maneira odiosa.

— Vejo que seu assunto particular é com a professora, oppa.

— Sim, é. Agora você já pode sair. – ele disse.

— Ah, mas o que um aluno poderia conversar em particular com uma professora? – olhou para cima, pensativa. – A não ser que vocês dois...

— MinAh! Chega de besteiras, ok? O assunto é particular mesmo! Minha irmã tem aulas com ela e está com alguns problemas, agora saia daqui! – empurrou-a do banco, quase deixando-a cair. Ela olhou para ele com um bico de desaprovação e cruzou os braços.

— Oppa, eu vou acreditar em você. Deve ser um assunto muito sério mesmo pra você me tratar desse jeito. Há um mês atrás você que corria atrás de mim. – virou as costas e saiu.

— Uhm, você corria atrás dela? – eu disse.

— Não não! Ela é uma garota estranha que estuda comigo. Desde que eu entrei nessa escola ela me persegue.

— Ela é bem bonita.

— Não mais que você, SoYoung! – falou uma voz atrás de mim. – Desculpem-me, não pude evitar de ouvir a movimentação aqui!

— JiHo! Que surpresa! Como vai? – eu disse, enquanto JongHyun olhava para ele desconfiado.

— Vou bem! Já estou de saída, te vejo semana que vem na escola! Até mais! – afagou meus cabelos e afastou-se, afagando os cabelos de JongHyun também. – Cuide melhor dela, JR.

— O-o que foi isso? Por que o professor tem essa intimidade toda com você? – ele disse.

— Fique quieto, JongHyun, ele é só meu amigo. Vamos tomar nosso chocolate, parece bom!

— Sim, noona, tem razão. Esse chocolate é muito bom!

Não demoramos muito para comer. Entre um gole e outro de chocolate ele piscava para mim, mandava beijos e até mordia o lábio inferior, me deixando desconsertada – e maluca, sim, confesso. Deixamos a mesa e ele me levou até em casa. Antes de entrar, ele me abraçou forte, quase me tirando do chão.

— Não é bom aqui na rua, Jonggie...

— Então eu posso entrar um pouquinho?

— Só um pouquinho...


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Notas finais do capítulo

Uma nota muito importante é que me inspirei em algumas pessoas para fazer o Oppa, o JiHo e a companhia dele na mesa.
Oppa = Kang Ji Hwan
JiHo = Jang Geun Suk
companhia do JiHo = Lee Hong Ki
Espero que gostem ;)



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