Procuro Um Namorado! escrita por StardustWink


Capítulo 4
Tentativa 4:Evitando o inevitável.


Notas iniciais do capítulo

Oláaa~ Quem sentiu minha falta? Desculpem-me pelo atraso, eu estou meio ocupada estudando para testes~ além disso, bom... Eu fiquei meio traumatizada com o mangá. e3e' Quem leu o cap. 297 vai entender a minha dor.
DUAS SEMANAS.
Enfim! Muuuuito obrigada à todos que comentaram, favoritaram e seguiram essa fic! Prometo que tentarei realizar um bom trabalho ;v;



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Nunca tinha a garota de olhos cor chocolate sentido tanto medo na vida. Também, não era para muito - Por trás dela, o portal enorme que dava para uma queda de quase dez andares; à sua frente, um homem que certamente iria matá-la se ela ficasse por lá por mais uns segundos.

Não havia tempo para pensar, não tinha muitas opções - por isso, decidiu fazer algo totalmente inesperado.

Ela pulou.

Pulou... Pulou e fez o quê, hein?

– Argh! - Uma escritora em crise resmungou de sua cadeira em frente à escrivaninha, uma das muitas pessoas que preferem passar à tarde de domingo em casa aproveitando o tempo livre. Em seu caso, porém, isso traduzia para tentar avançar com seu manuscrito.

...O que não estava funcionando muito bem.

– Tudo bem Lucy, você vai conseguir. - Ela respirou fundo, tentando se concentrar. - O que ela pode fazer depois? Pode cair em cima de um pássaro gigante... Não, muito irreal. Pode descobrir um poder que a faça voar! ...Não. Pode...

Sabe o momento que as ideias desaparecem da sua cabeça e só sobram os malditos clichês dignos de novela das oito? Então.

– Quer saber? Desisto. - Por fim, ela afundou a cabeça na textura áspera do papel, apoiando-se nos próprios braços. Maldito bloqueio criativo.

– Desiste do quê?

E lá vem a única pessoa que poderia tirar ainda mais sua concentração!

– Natsu... - Ela levantou a cabeça, encarando o garoto que fechava a janela do quarto. - Quantas vezes eu tenho que te pedir para vir pela porta da frente?

– Mas a minha janela é ali! - O garoto bufou, ajeitando seu cachecol que sempre usava mesmo quando estava um inferno de quente. Deus,tinha vezes que ele cismava em ficar sem camisa e continuava com o maldito acessório!

Pelo menos era bonitinho. ...O cachecol, no caso.

– Não importa! Você acha mesmo que é sensato entrar pela minha janela sem nem avisar antes? - A garota pousou sua caneta do lado das páginas em branco, virando sua cadeira para poder dar uma encarada mortal decente para o garoto. - E se eu estiver me trocando na hora?!

– Qual o problema? - O rosado tombou a cabeça para o lado.

Ela ficou quieta. Quieta, vermelha de raiva e com uma aura de botar medo até no tal vilão da novela das oito.

– Me dê um motivo que preste para eu não te chutar para fora da minha casa. - Ela rosnou.

– Uh... - O rapaz teve de pensar por um momento antes de continuar. - A Mira me ligou hoje nos convidando para um jantar na casa dela e eu tinha de te avisar?

–Sério? - A garota piscou. - Mas espera aí, por que ela não ligou para mim para avisar isso?

– Ela disse que já que somos vizinhos e andamos o tempo todo juntos, não teria problema. - Ele deu de ombros. Lucy estreitou os olhos com isso, entendendo exatamente a indireta que a beldade tinha mandado.

– Maldita Strauss... - A loira murmurou, afundando a cabeça nos papéis novamente. Levy e ela deviam estar fazendo um complô esquisito para cima dela, só se pode.

– Enfim, só passei aqui para avisar isso mesmo. - Ele se aproximou um pouco mais, sentando na cama dela. - Tenho que ir até o apartamento do Gray dar uma surra nele.

Tradução das falas do Natsu número 1: Quando ele diz que vai dar uma surra no Gray, quer dizer que vai visitá-lo. É realmente difícil compreender como aqueles dois podiam ser tão amigos e ainda insistirem em brigar tanto.

Desde que ambos não quebrassem objetos de propriedade alheia, Lucy não se importava muito com a ideia.

– Ah! Fale que eu mandei um oi e dei parabéns no novo emprego dele. - Ela sentia falta do stripper, mesmo que seus hábitos não fossem lá muito bons. As complicações de faculdade e emprego tinham afastado um pouco o grupo, mas ainda eram grandes amigos.

– Tá, né. - O rosado olhou então para os papéis na mesa, arqueando uma sobrancelha. - Quê que você tá escrevendo?

– Err... O livro que eu estou fazendo... - Ela murmurou.

– Sério?! - Isso meio que animou o garoto. - Me deixa ver!

– N-não! - Ela berrou, trazendo os papéis do manuscrito para perto de si.

– Por que não?

– Não está pronto ainda! - Ela deu a língua para o garoto, que bufou.

– Eu não me importo! Vamos, agora eu tô curioso. - E estendeu o braço, tentando alcançar algumas das páginas. A loira desviou dele no último segundo, apertando ainda mais as páginas.

– Já disse que não, Natsu!

– Qual o problema de eu ver isso, estranha?

– Não sou estranha!

– É sim!

Não sou não!– Lucy vociferou, calando o garoto com eficácia. Resolvendo acabar com isso, ela suspirou novamente. - Só... Deixa eu terminar a primeira parte, ok?

– Tá! - Ele sorriu, feliz. A garota deixou-se sorrir com isso, também. - Bom, eu já vou então. Mira disse para você ir as seis para ajudar com as coisas se não estivesse ocupada.

– Tudo bem. A que horas você vai?

– Umas sete, por aí. - Ele acenou. - Bom, até!

E, com isso, ele foi até a janela e a abriu, pulando.

– Eu já disse para sair pela porta da frente! - A garota gritou pela janela aberta, vendo-o aterrissar na varandinha do prédio ao lado, rindo, e passar pela porta antes de acenar novamente.

Ela sabia que, se quisesse que ele não aparecesse por lá, poderia simplesmente fechar a maldita janela. Bom, mas... Lucy ainda sentia falda do melhor amigo de vez em quando, mesmo ele sendo um idiota.

– Idiota e estúpido. - Ela arfou. Olhando novamente para o manuscrito em suas mãos, estreitou os olhos.

Ela podia deixar a escrita para depois. Afinal, por que fazer algo hoje quando você pode fazer amanhã!

Lucy tinha quase certeza de que não era essa a frase, mas dane-se.

–-- x ---

Uma TV ligada num canal de esportes qualquer, um resto de sanduíche com um copo quase vazio de refrigerante, e um rapaz sentado no sofá com cara de sono: perfeita rotina de domingo.

Gray checou o relógio da parede mais uma vez, tirando a franja do rosto. Pelo menos ele teria um dia de folga, com todas as coisas que tinha feito durante a semana. E ainda tivera de entrar em outro emprego no aquário...

Pelo menos é melhor do que o último.– Sua mente o lembrou. Não que trabalhar como garçom fosse ruim... Se a dona do café não fosse sua amiga demoníaca que de fada não tinha nada.

Ele ainda lembrava-se das incontáveis vezes que tivera de ir até o hospital por causa de sua pequena mania de tirar a roupa sem perceber... Aqueles não foram dias muito bons para o rapaz.

Além disso, sua nova chefe parecia muito melhor do que Erza poderia ser. Ela não batera nele, não gritara nem o mandara lavar a louça como punição por fazer algumas clientes desmaiarem.

Bom, ela tinha sim se mostrado estranha quando correu para o banheiro. E também ficava encarando o horizonte por algum tempo ou fitando-o com um brilho estranho nos olhos...

Porém, sem dúvidas, o mais estranho de tudo aquilo fora Juvia ter o chamado de “Senhor Gray” o dia inteirinho.

Convenhamos, ele sabia que funcionários deviam manter uma pose formal um com o outro durante o trabalho e tudo, mas... Por Mavis, ele não era um velho caquético que precisava usar bengala e tinha cabelo branco!

...Mesmo que essa concepção de idade não fosse deveras efetiva quando ele tinha um meio irmão e amiga novos e de cabelo branco. Mas isso não vem ao caso.

E tinha mais outra coisa.

O rapaz não era burro nem nada; havia notado a leve atração que a bióloga marinha parecia sentir por ele. Ou era isso, ou Juvia corava muito facilmente e tinha obsessão por pinguins.

Podia até ser possível, mas não ao ponto da azulada se esconder no meio deles quando Gray por um descuido tirara sua blusa. E depois não conseguira encará-lo nos olhos pelo resto do dia!

...Realmente, ela tinha mesmo uma queda por ele, não tinha?

O moreno terminou o líquido do copo esquecido em sua mesa com uma gota. Essas coisas tinham de acontecer logo com ele. Primeiro uma chefe demônio ruiva que convenientemente é sua amiga de infância, e depois uma azulada stalker que está caidinha por você.

Não que a bióloga não fosse bonita; pelo contrário, ela podia atrair olhares facilmente se quisesse e ele tinha certeza disso. Só que... Quando seu meio irmão que te arranjou o emprego encontra-se caidinho por ela, as coisas ficam complicadas.

– Augh! É domingo, eu não preciso ficar pensando nessas coisas. - O jovem lembrou a si mesmo, livrando-se do iceberg gigante de problemas que parecia surgir em sua vida.

Afinal, com Lyon fora de casa e sua falta de compromissos, Gray poderia aproveitar todo aquele tempo relaxando e usufruir de sua liberdade pessoal.

Ah, liberdade. Doce, magnífica liberdade. Ele poderia não se preocupar com seu hábito estranho e com pessoas que ficariam incomodadas com isso...

– Ei, cérebro gelado, abre aí! - Uma voz um tanto familiar soou pela porta.

Seria uma longa tarde.

–-- x ---

Mira cantarolava uma música qualquer, tendo acabado de colocar o assado no forno. Adorava preparar refeições, ainda mais quando tinha um jantar com convidados. Ela ajeitou uma mecha no cabelo, olhando novamente para os ingredientes que pusera na mesa.

– Ai não. - Piscou. - Não tem ovos o suficiente! Mira, sua idiota, quem é que se esquece de algo tão óbvio?

Bom, agora não tinha mais volta. Ela suspirou, pegando seu celular e olhando para o relógio do canto da tela. Eram quinze para as seis. Discou um número e esperou até ouvir uma voz familiar.

– Lucy? - A mulher sorriu, reclinando-se na bancada da cozinha. - Oi! Já está vindo? ...Ah. Bom, eu acabei não comprando os ovos, e... Não precisa, eu vou com você! Acho que também comprarei mais coisinhas para servir de acompanhamento... É! Pode me encontrar lá, então? Ok!

Desligou. A beldade colocou o aparelho no jeans que usava - o que era raro, já que agora só vivia de vestido -, tirando o avental. Se fosse rápida o bastante, poderia comprar as coisas com Lucy e voltar a tempo.

– Ok, vamos lá! - Ela fez uma pose, sorrindo. Foi até o corredor, agarrando uma bolsa que tinha e tirando da carteira algum dinheiro. Despiu-se do avental que usava e colocou-o sobre a mesa, indo depois até o corredor.

– Será que eu aviso? - Murmurou para si mesma, espiando a porta fechada lá para o final. -...Não, melhor não.

Melhor deixar sua irmãzinha descansar, ela merecia depois da longa viagem. Era tão bom tê-la de volta! Mirajane fechou a porta do corredor, cantando mais uma vez. Esperava que ela gostasse do jantar.

Checou novamente os itens no balcão atrás de algo que pudesse comprar, e sorriu. Foi saindo pela porta, até sentir um cheiro leve de queimado.

– Ué... - Voltou, encarando o forno. Não, tudo normal. - Deve ser alguém que queimou a comida lá em cima. - Concluiu. Mas, de precaução, deixou o fogo bem baixo para não ter o risco de queimar.

Tinha de fazer a melhor festa de recepção possível para Lisanna! Afinal, ela tinha passado três anos longe de casa.

Com esse pensamento em mente, Mirajane saiu alegre pela porta.

–-- x ---

Levy tomou outro gole de sua caneca de café quente, os olhos grudados na tela em busca de uma pessoa em especial. E pensar que, alguns dias atrás, tinha se arrependido de entrar para algo tão supérfluo como um site de relacionamentos...

Realmente, a pequena bibliotecária não esperava que encontrasse uma pessoa como ele naquele site idiota. Porém, quando voltava seus olhos para o presente...

Ela suspirou, suas orbes gravitando de volta ao laptop.

Um brilho leve na área de chat foi o suficiente para fazê-la endireitar-se rapidamente, o entusiasmo de volta a toda força. Seus dedos se moveram por instinto, clicando no ícone e levando-a para ver o nick familiar na tela.

metalfist♥cats diz:

tá aí, fairy?

Abriu um sorriso; então ele tinha mesmo se apegado ao apelido. Parecia até meloso, chamá-la de “fada”. Digitou uma resposta e mandou-a.

scriptfairy diz:

Boa tarde para você também, metal.

Ou seria noite?

metalfist♥cats diz:

aqui já escureceu, então deve ser noite

desculpa aí pelo atraso, acabei de voltar com o lily do veterinário

A garota estreitou os olhos, curiosa.

scriptfairy diz:

Lily?

O gatinho que tem na sua foto do perfil?

metalfist♥cats diz:

É.

O maldito resolveu pular da janela outra vez

scriptfairy diz:

Pulou?? Mas ele vai ficar bem??

metalfist♥cats diz:

meu gato é forte, ele vai viver

E também, eu vivo no segundo andar, não é que ele vá se machucar por uma coisa dessas!

Uma sensação de alívio tomou conta de seu corpo. Levy bufou, aborrecida por ter se preocupado à toa. Depois, ficou curiosa.

scriptfairy diz:

Mas... Ele pulou da sua janela mais de uma vez?

metalfist♥cats diz:

É

Mas como eu disse, ele é forte! Lily não vai se machucar por uma coisa tão simples dessas, humph.

Ela abriu um sorriso ao ver que o rapaz fora ao ponto de escrever “humph” para demonstrar sua indignação.

Era... Qual a palavra? Adorável.

scripfairy diz:

Você parece gostar muito desse seu gatinho, não é? Mas... Por que será que ele pulou da janela? Desequilibrou-se?

metalfist♥cats diz:

ele se assustou com o barulho do trovão e caiu

acho que foi isso que aconteceu todas as vezes que ele caiu, na verdade.

Levy ficou com uma gota.

scriptfairy diz:

Que... Peculiar.

Seu gato pode ter fobia de trovões... Acho melhor tirá-lo de perto das janelas quando estiver trovejando, só por precaução.

metalfist♥cats diz:

eu faria isso, se ele não tivesse garras tão afiadas

você parece gostar muito de palavras complicadas, fairy... Escritora?

A azulada piscou, a pergunta a pegando de surpresa. Sorrindo, ela respondeu:

scriptfairy diz:

Não, só gosto muito de ler.

Gosto tanto, que cuido da minha própria biblioteca!

metalfist♥cats diz:

bibliotecária, huh? Interessante.

como você consegue cuidar de uma sozinha? Pensei que essas bibliotecas eram geralmente públicas, gigantes e precisavam comprar livros toda hora

scriptfairy diz:

hehe~ Não é bem isso!

Minha família tem essa biblioteca desde a época dos meus bisavôs, sabe. Ela é “mantida” pelo governo da cidade, mas na prática é a minha família que dá conta da manutenção e funcionamento.

Além disso, uma biblioteca dá dinheiro sim! Você tem que pagar para fazer uma carteira de membro, ou uma multa se atrasar na devolução de um livro... E também pode comprar livros!

metalfist♥cats diz:

Ah

Então você é meio que uma bibliotecária/gerente/economista dessa lugar aí?

parece complicado.

Ah, finalmente alguém que compreende sua dor.

scriptfairy diz:

Sim, mais do que você imagina! Eu tenho que tomar conta das contas, deixar toooodos os livros organizados, checar se todos os livros foram devolvidos, e ainda encomendar mais edições novas toda semana...!

É terrível!!!!

metalfist♥cats diz:

você parece frustrada.

Muito! Obrigada por notar.

metalfist♥cats diz:

por que não contrata alguém para te ajudar aí? Sei lá, pelo menos para deixar o lugar organizado

scriptfairy diz:

Eu já pensei nisso, mas... Por mais que seja o prefeito mantendo essa biblioteca, o dinheiro não é tão alto assim para pagar um salário decente.

E eu também tenho que pagar as minhas contas, sabia!

metalfist♥cats diz:

bom, se é esse o caso

boa sorte aí

Uma hora perfeita para o assunto acabar, óbvio.

Levy tentou lembrar-se de mais algo que poderia perguntá-lo, mas a antes turbulência de ideias parecia ter evaporado de sua cabeça. Sem mais opções, ela recorreu ao velho e simples...

scriptfairy diz:

Bom... Já que eu já contei bastante coisa sobre a minha vida..

Conte-me mais sobre você, Sr. Metal.

metalfist♥cats diz:

Sr? Só sou dois anos mais velho que você, fairy

e definitivamente mais alto. Tá brincando que tem só 1,55?

você é muito baixa!

Ignorando o fato de que ele estava lendo seu perfil, a azulada arfou com o comentário. Seu ego sempre era atingido quando comentavam seus míseros 1,55 metros de altura.

Não era sua culpa se seus pais eram baixos! Culpe a genética, oras!

scriptfairy diz:

Prefiro me referir como pequena e delicada, muito obrigada.

E também, você nem deve ser tão alto assim. Humph!

metalfist♥cats diz:

você sabe que quer dizer exatamente a mesma coisa, não sabe?

Muito engraçado, fairy. Tenho 1,85

Seu mundo parou. Ela quase derrubou a caneca de café ao lado do mouse, as mãos indo para a cabeça no mesmo instante.

– T-trinta centímetros... - Ela murmurou, ainda não aceitando o fato de ser tão, mas tão baixa assim. Imagina se ficassem um do lado do outro?! Ela ficaria minúscula, pareceria até um gnomo!

scriptfairy diz:

B-bom... Eu posso usar saltos! Melhor do que ser alta demais.

metalfist♥cats diz:

sempre vendo pelo lado bom, huh?

Enfim

Você queria saber mais sobre mim, então...

como aquele perfil ridículo que a minha amiga fez, eu to no 2º semestre de engenharia mecânica, toco guitarra, moro sozinho, tenho um gato de estimação, blá blá blá

ah, eu tenho alguns piercings e gosto de rock pesado

espero que isso não seja muito radical para você, fada da biblioteca

scriptfairy diz:

Humph! Como se isso fosse “radical”. Um cara de piercings que ouve rock não é grande coisa para mim, metal.

Principalmente se eu sei que ele tem um gatinho de estimação e gosta tanto dele a ponto de colocar isso no seu próprio nick de um site de relacionamentos!

Há, quero o ver rebater isso agora.– Pensou para si mesma, orgulhosa. A resposta demorou um pouco, mas veio.

metalfist♥cats diz:

touché, fairy

agora você me pegou

na verdade sou um romântico incorrigível que coleciona fotos de gatinhos e assisto àquelas novelas extremamente dramáticas que fazem qualquer um chorar

...só para esclarecer, eu estou sendo irônico.

Ela riu um pouco ao ler aquilo.

scriptfairy diz:

Tudo bem, metal, não precisa falar mais nada.

Prometo que levarei o seu segredo até o túmulo!

Mas, mudando de assunto... Se você ainda está na faculdade, como é que paga as contas?

metalfist♥cats diz:

trabalho numa mecânica aqui perto de casa

não é tão bom assim ,mas pelo menos dá para o gasto enquanto eu não me formo

eu já devia estar acabando a faculdade, mas o imbecil aqui era estúpido demais antes para perceber as coisas

scriptfairy diz:

Estúpido? Você não parece tão ruim assim.

O que você fez para achar que era tão idiota?

metalfist♥cats diz:

Não gosto muito de falar nisso

O importante é que eu não sou mais um idiota. Acho que eu tenho que agradecer à mulher da chuva por essa

scriptfairy diz:

Mulher da chuva?

metalfist♥cats diz:

minha amiga

aquela que me inscreveu

mora à um apartamento de distância, está sempre enchendo minha paciência

estou até surpreso por ela não ter invadido a minha casa hoje para falar da vida amorosa dela

scriptfairy diz:

Ela parece ser uma pessoa interessante, essa mulher da chuva.

E eu tenho quase certeza que já vi esse apelido antes!

metalfist♥cats diz:

pouco provável

onde você mora, falando nisso?

Ele não parecia uma pessoa ruim... Contudo, só de precaução, ela resolveu só falar o nome da cidade mesmo.

scriptfairy diz:

Hargeon, perto do litoral.

Conhece?

metalfist♥cats diz:

Hargeon?? Cacete mulher, eu moro na mesma cidade que você!

Espera... Quê?

scriptfairy diz:

Espera um segundinho aí!

Como assim você mora aqui?

Seria esse o destino pregando uma peça nela? Quando é que logo o cara que ela encontra num site gigante é da mesma cidade? Que ela soubesse, até o namorado sarado da chefe de sua melhor amiga morava em outra cidade!

Seja o que fosse aquilo, ela definitivamente não estava reclamando.

metalist♥cats diz:

moro

mas do outro lado, perto do centro comercial

sabe?

scriptfairy diz:

Não acredito! É bem do lado da cafeteria de uma amiga minha!

Você por acaso conhece?

Ela estava prestes a digitar o nome do tal lugar, quando uma mensagem um tanto estranha seguiu-se depois dela.

metalfist♥cats diz:

Espera aí, fairy

Tá dizendo na TV que um prédio perto da rua 255 tá pegando fogo

Em que parte do litoral você mora?

Ela piscou. Rua 255? Era longe de sua casa, e também da biblioteca, mas... Que sensação ruim era essa no seu estômago?

Espera aí. Aquela rua não era...

Ah, não.

scriptfairy diz:

Metal!

Onde isso tá passando? Rápido!

metalfist♥cats diz:

Canal 3

Que foi? É perto da sua casa?

Ela ignorou o chat por algum tempo, tropeçando até a sala para pegar o controle da TV. Quando finalmente conseguiu, ligou no canal certo assistiu horrorizada a uma construção familiar sendo engolida pelas chamas na parte de cima.

Aquele prédio... Era onde morava...!

Voltou correndo para o quarto atrás de seu celular. Trombou com a quina da escrivaninha, gemendo de dor e só então olhando outra vez para a tela.

metalfist♥cats diz:

ei, fairy?

garota???

Não me diga que é o seu prédio? Se for, você precisa mesmo checar o seu olfato...

Fairy, droga!

Com as mãos trêmulas, ela digitou uma resposta mais ou menos coerente. Suspirou fundo, tentando se acalmar, recomeçando a procurar pelo maldito aparelho.

scriptfairy diz:

Não, mas... Eu tenho uma amiga que mora láe

*e que ia fazer um jantar hoje, só que eu não fui...

O relógio do celular apitava sete horas, o que a acalmou um pouco. De acordo com o combinado, só agora as pessoas chegariam. Mas ela ainda teve alguns problemas para digitar o número certo.

– Vamos lá Lucy, atende... - Ela grunhiu de indignação, esperando por ouvir a voz da amiga. Contudo, só conseguiu bips e mais bips e isso não estava ajudando!

– Porcaria! - Meteu o aparelho no bolso, pegando o primeiro casaco que achou no armário e colocando-o rapidamente. Olhando mais uma vez para o laptop, fitou a tela.

metalfist♥cats diz:

assim você me mata de susto, garota!

Eles devem estar bem, calma. Já ligou para alguém que ia?

scriptfairy diz:

Já, mas ela não está atendendo!

Acho que vou até lá, não é tão longe de casa...

metalfist♥cats diz:

Você tá doida? Vai fazer o quê lá, fairy?

scriptfairy diz:

Sei lá, mas vou fazer alguma coisa!

Você não sabe o quanto é horrível ver o prédio da sua amiga em chamas e não saber o que está acontecendo?!

Não vou demorar, eu prometo. Se der eu te mando uma mensagem falando como foi.

Desculpa por sair assim, mas... Eu preciso ir.

metalfist♥cats diz:

Tá, tá, só não faça nada idiota

Ainda tem que me explicar como diabos nós moramos na mesma cidade e onde exatamente você mora.

Se cuida.

scriptfairy diz:

Ok, pode deixar.

Até amanhã... 6 horas, pode ser?

metalfist♥cats diz:

tá, que seja

só toma cuidado aí, ouviu?

scriptfairy diz:

Tudo bem, idiota, boa noite.

Até mais!

Não queria perder mais tempo. Levy deixou o pratinho e copo de seu lanche lá mesmo, indo em direção à porta rapidamente. Tentava pensar em coisas boas, mas um sentimento terrivelmente mal parecia corroê-la por dentro.

Algo estava acontecendo... E ela descobriria o que é.

–-- x ---



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Notas finais do capítulo

Espero que não tenha parecido muito vazio. O capítulo deveria ir até a parte que englobará o próximo, mas estava ficando grande demais, então resolvi cortar. Não se preocupem, eu postarei o outro... em breve.
Não me matem pelos clichés eternos, pls? <: E até o próximo cap~