- Hey, Tom, pensei que você iria ao parque... Não o encontrou? Acabou que parece que eles estão com um problema no sistema e não deu para fazer o orçamento hoje. Ainda quer ver os pontos turísticos da cidade?

Andrew observou o rosto de Tom, mais pálido que o normal, enquanto ele saía da loja de tintas e o via se aproximando.

- Não, acho melhor não.

- O que aconteceu?

Tom não sabia como seu rosto estava, mas sabia que não estava nada saudável para que o chefe lhe perguntasse aquilo enquanto fazia cara de preocupação ao encará-lo.

- Nada, não aconteceu nada...

- Você não está com uma cara muito boa, tem certeza que está tudo bem? Parece até que viu um fantasma.

Talvez eu tenha visto um.

- Então, vamos. Amanhã eu volto para tentar o orçamento novamente.

Eles estavam saindo da frente da loja quando alguém gritou um nome. Tom sabia quem era e sabia que era para ele. Estremeceu.

- Loki!

Involuntariamente, ele olhou para trás. Andrew viu quem se aproximava e imediatamente ficou tenso. O grandão se aproximou deles.

Olha o fantasma aí.

- Loki, por favor, não me evite. Heimdall não queria abrir o portal, mas mesmo assim eu vim. Por você, irmão. Nosso pai deve estar furioso, mas eu não ligo.

- Pare de me seguir. Eu já disse que não sou quem você pensa que sou. Eu vi as notícias, eu não sou Loki!

- Espere ai – Andrew entrou na conversa. – Você não é Thor? O que está querendo com Tom?

Tom ficou desconcertado. Novamente, as pessoas que passavam os encaravam, algumas até pararam para assistir a discussão baixa que acontecia entre os três, mas ninguém ousava se aproximar muito, sem saber o que estava acontecendo.

- Vocês se conhecem?

Andrew olhou para e explicou:

- Esse é Thor, um dos Vingadores, o grupo que ajudou a livrar o mundo de uma invasão alienígena! É um herói.

Tom já conhecia a história da invasão alienígena. Só não entendia porque isso tinha que ter algo a ver ele próprio.

- Irmão, por favor, eu sei que você deve estar confuso, mas acredite em mim, você é Loki, não... Tom. – Falou o nome como se fosse um palavrão. – Por favor, me escute.

- Não! – quase inconscientemente, Tom estava se afastando deles. Sentia um aperto no peito, uma vontade de gritar, chorar, fazer qualquer coisa, correr para longe...

Thor avançou para ele, que recuou ainda mais.

Andrew correu e se colocou entre os dois.

- Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui, antes que eu ou alguém que está vendo isso acabe por chamar a polícia?

- Ele fica dizendo isso, Andrew, que sou seu irmão e me chamando de Loki... Por favor, vamos embora.

- Loki? – Andrew olhou do moreno para o louro. – Você está dizendo que Tom é o cara que tentou dominar o mundo? – seu tom era de incredulidade, ao que o menor agradeceu. – Tom perde suas memórias, talvez em um acidente terrível, e você vem brincar com isso, deus do Trovão.

Thor suspirou. Parecia cansado daquilo.

- Eu só quero conversar com meu irmão. Agora, se me der licença, vou fazer isso agora.

Ele tirou Andrew do caminho, não muito delicadamente, e agarrou Tom, que se debateu enquanto ela erguido no ar e lançado sobre o ombro do maior. Era uma luta inútil. Quando viu, eles já não estavam mais no chão, mas voando para longe da cidade, que ficou cada vez mais para trás.

O medo e o desespero o dominaram.