Eu precisava arquitetar um plano pra deixar Beck boqui              aberto. Eu poderia colocar uma roupa provocante, mas Beck não gosta de nada que seja muito vulgar. Ah já sei! Vou mudar o local do trabalho pra que seja aqui em casa. Vou pedir para Beck vir uma hora antes de André e Cat. Quando ele chegar vai ter uma surpresinha...

Meu celular já está carregado e eu o pego para ligar para Beck. O número dele ainda está gravado como Beck s2. Isso me traz saudades e lembranças do passado. Ele atende em um tom bem-humorado.

-Jade!- Isso também é um tom sexy.

-Oi Beck. –Sou seca

-O que devo a honra a sua ligação? –Ah meu deus que voz linda!

-Eu só liguei pra dizer que ao invés de nós irmos ai para a sua casa, vocês vão vir pra minha casa.

-Hã.. tá, ok. –Ele diz confuso.

-Ok, tenho que ir. Vem pra cá as três. –Estou confiante que meu plano dará certo.

-Mas Jade, porque tem que setr na sua...

E eu desliguei. Já são suas e meia e eu ainda preciso ligar para a Cat e o André e me preparar... Resolvo ligar pra Cat primeiro... Fuço na agenda do meu celular e acho o nome Cat V. Ligo pra ela.

-CAT?

-Jadeeeeeeeey!

-Cat, mudamos o local do trabalho. Vai ser na minha casa agora, tudo bem? –Ela é infantil demais para desconfiar de alguma coisa.

-Ok Jade. Tenho que ir, minha mãe fez bolo...

-Cat espera! Vem pra cá as quatro!- Tentei dizer o mais rápido possível, antes que ela desligasse.

-Tá bom, tchau. –E ela desliga.

Ah, vou perder mais tempo se for ligar para o André, então mando um sms mesmo. Abro todas as minhas gavetas e escolho algo apropriado para a minha sabotagem. Sabotagem, essa palavra me anima. No final das contas, acabo escolhendo por não vestir nada. Ele não vai me ver completamente mesmo... Vou até o quarto da minha mãe. Ela está sentada na penteadeira procurando rugas na lisa pele da sua face.

-Mãe! –Grito, fazendo-a prestar atenção em mim.

-O que foi,  Jadelyn?- AH como isso me irrita.

-Mãe... É SÓ JADE, SÓ JADE. ENTENDEU? –Quantas vezes eu vou ter que gritar com ela pra que ela entenda que é só Jade?

-Tá !- Ela suspira, rendida pela minha teimosia.

-Quando o Beck chegar leve-o até o meu quarto. –Coloco autoridade na minha voz.

-Por quê? –Ela se anima de repente. –Vocês voltaram??

-Não, nós não voltamos. –Eu saio do quarto a tempo de sussurrar. –Ainda....

Vou direto para o meu banheiro, tiro a roupa e fico sentada esperando a campainha tocar. Pego uma revista e fico vendo o quanto todas as modelos são magras. Eu não sou magérrima, mas também não sou gorda. Não sei o que se passa na cabeça dessas modelos pra terem o corpo tão reduzido.

Estou imersa em pensamentos quando ouço a campainha tocar. Arrumo tudo no banheiro e abro a porta ligeiramente. Daqui dá para ouvir minha mãe elogiar Beck. AH MEU DEUS! Ouço passos pesados na escada e depois uns leves. Beck mais uma vez está com aquelas botas grandes que ele sempre usa. Minha mãe abre a porta e agora já consigo escutar com clareza.

-Beck, sinta-se a vontade. Jade deve estar no banheiro. – Ela diz num tom maternal.

-Obrigada Sr.West. Vou esperá-la. –Sinto que ele está perto da porta do banheiro. A voz dele está mais alta e nítida.

Minha mãe fecha a porta e depois disso não ouço mais nenhum barulho. Acho que ele se contentou em ficar parado, esperando eu sair do banheiro. Depois de uns cinco minutos, ele deve ter achado estranho o fato de eu não dar nenhum sinal de vida. Ele bate na porta.

-Jade?! Está ai? – Ele olha pela fenda que ficou entre a porta e a soleira. –Estou ouvindo sua respiração...

Mexo-me, enrolando a toalha, em volta do corpo. Saio do banheiro com uma expressão surpresa no rosto.

-Beck? –Falo, como se não o esperasse.

Ele olha meu corpo de cima a baixo e analisa bem a toalha. Ele anda pacientemente até mim e depois me beija. Um beijo feroz e intenso. Aos poucos ele vai tirando a toalha, que depois de alguns segundos já está no chão.