P.O.V Madu.

Abri meus olhos, com um pouco de dificuldade devido a claridade. Assim que observei melhor o quarto branco, vi que estava no hospital, o mesmo em que estive a uns dois meses e meio atrás, percebi que estava sozinha no quarto, e que havia soro inserido em minha veia, me lembrava perfeitamente de tudo que havia acontecido, estava saindo junto com a Camila do banheiro quando desmaiei, e provavelmente aqueles exagerados me trouxeram para cá, demorou mais alguns minutos até que Helena entrou no quarto ,com uma cara não muito boa, arrastando pelo braço, isso mesmo arrastando, Matheus junto de si, atrás Jhon e Camila, também com cara de assustados, eles não estavam mais fantasiados o que me deu certeza que já fazia um tempo que eu estava ali.

– você esta bem? – Helena perguntou acariciando minha mão.

– estou sim, mas o que aconteceu?

– Madu eu tenho uma noticia, e que sei que você precisara de pessoas boas do seu lado, é por isso que Jhon e Camila estão aqui. – ela estava sendo muito doce e escolhendo a dedos as palavras o que me deu um pouco de medo.

– certo, e o que ele esta fazendo aqui?. – falei apontando para o energúmeno sentado no sofá, que bufou diante do comentário, Helena o fuzilou com os olhos.

– bom Madu, você teve um desmaio, então fizemos um exame de sangue, e o resultado apontou que você está grávida. –  meu cérebro parou de processar o que ela dizia quando ouviu a frase “ VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA”.

– Grávida – repeti perplexa, por um momento, levei as mão em minha barriga por reflexo. – eu ainda não entendi o que esse idiota esta fazendo aqui. – apontei novamente para o idiota no sofá.

– Madu a Helena estava nervosa, não sabia o que fazer, achava que o pai fosse eu, então eu tive que contar TODA a verdade pra ela. – disse Jhon dando ênfase na palavra toda, e sentando ao meu lado.

– tudo bem, eu realmente não sei se teria coragem pra isso. - falei secando algumas lagrimas teimosas. – Mas isso não justifica a presença dele aqui. – disse seca.

– Como não? Ele é o pai. – indagou Camila.

– não, não e não, ele pode ser o progenitor desse feto, mas nunca ele será o pai do Meu filho. – gritei deixando bem claro que era Meu e não nosso.

– a jura, estamos resolvidos então né. – se pronunciou tal idiota. – porque eu também não faço questão nenhuma dessa coisa. – disse apontando minha barriga. – por mim o aborto é uma opção.

– para mim não, você não quer esse filho melhor pra ele, entre um pai estúpido feito você, e pai nenhum é melhor que seja nenhum, agora some da minha frente. – gritei o enfrentando.

Dito e feito o estúpido saiu na mesma hora, deixando todos, menos eu, indignados sinceramente um filho agora nunca tinha passado pela minha cabeça, mas não estava com medo, pelo contrario agora eu teria alguém por quem viver, teria uma família novamente, mesmo que uma família de dois, eu tinha como criar esse filho e podia muito bem o fazer sozinha, sem ajuda daquele traste, e assim eu faria, teria esse filho independente dos preconceitos, e do modo como ele foi gerado, os três membros ainda presentes naquele quarto me encaravam com certa curiosidade.

– você sabe que isso é um peso muito grande para se carregar sozinha, não sabe? – Jhon perguntou me fitando nos olhos, e eu apenas assenti, sabia que teria muita dificuldade da li em diante, mas eu superaria. – e você também sabe que estarei aqui pra tudo que precisar não é, pode ter certeza que sozinha você nunca estará. – completou e apenas sussurrei um obrigada, deitando minha cabeça em seu ombro.

– só tem uma coisa. – falou Camila fazendo bico.

– o que? – perguntamos Jhon e eu ao mesmo tempo.

– não quero ser apenas tia, quero ser a madrinha também. – todos rimos daquela doida.

– Claro que sim, vocês dois serão os padrinhos. – sorri. – mas agora eu já posso ir embora, não é Helena?

– vai sim, bom não tem motivo pra continuar aqui, e bom amanhã a gente precisa conversar. – Helena não parecia nem um pouco brava, pelo contrario estava com um tom muito carinhoso.

Saí do hospital junto com Jhon e Camila, que por sorte levou uma roupa dela pra eu vestir, mas pelo que tinha dito a festa ainda rolava na chácara, os primos dela estavam cuidando de tudo, eu queria um tempo sozinha, porém não queria ir para casa de Helena, e também não estava em clima de festa.

– Madu. – chamou Camila.

– Oi.

– Você não quer ir pra casa da Helena, não é mesmo?

– Não mesmo. – suspirei.

– Toma. – disse me entregando um molho de chaves. – fica lá em casa, nós temos quer ir pra festa, mas fica em casa quitinha cuidando da minha sobrinha.

– é sobrinho. – Jhon disse, e os dois começaram uma briga pelo sexo do bebê.