Zargatio escrita por Koda Kill


Capítulo 4
Uma pequena pausa


Notas iniciais do capítulo

Gente mil perdões pela demora, desculpinhas. Mas vou tentar voltar a postar. Espero que gostem desse capitulo. Eu sei que está curtinho, mas o proximo eu prometo que vai estar maior.



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‒ Tire outra unha. ‒ Mandou Jason ao carrasco de preto, posicionado próximo a um homem parrudo e fortemente amarrado a uma espécie de câmara de tortura. O homem negro armado apenas com um pequeno alicate, por hora, arrancou lentamente a una do dedão direito. O homem gritou e lutou contra as cordas tentando escapar, mas não conseguiu nada senão ficar ainda mais cansado. Jason se aproximou com um conta-gotas e pingou lentamente gotas de álcool em cima do machucado. ‒ Agora, que tal colaborar?

Ele esperou algum tipo de resposta da vítima. Claro que o homem estava completamente impossibilitado de responder qualquer coisa enquanto respirava sofregamente e não disse nada.

‒ Eu posso ser um marido muito ciumento às vezes sabia? ‒ O homem começou a chorar convulsivamente. ‒ Confessa! Eu sei que você está tendo um caso com ela... Confessa! ‒ Gritou no ouvido do homem.

‒ Você é louco! ‒ As lágrimas e os soluços atrapalhavam e confundiam a fala do torturado, irritando profundamente o torturador. O pobre homem apenas murmurava, repetindo sempre a mesma frase, ora de maneira audível, ora misturado entre engasgos. Jason pingou mais algumas gotas de álcool nos dedos mutilados, fazendo a carne sibilar.

‒ Eu odeio ter que fazer isso... ‒ Suspirou. ‒ Pegue o óleo quente. ‒ Ordenou Jason enquanto colocava uma grossa luva de pano, ou do quer que aquilo fosse feito. O carrasco trouxe uma bandeja contendo uma panela cromada com um líquido borbulhante e Jason enquanto cantarolava suspendeu a panela de óleo sobre o homem que balbuciava palavras ininteligíveis. ‒ Confesse! Você tem ou não um caso com minha mulher? ‒ Perguntou derramando algumas gotas de óleo em seu pé. O homem gritou por um longo tempo antes de se acalmar e voltar a chorar. ‒ Tem ou não tem?

‒ Tenho. ‒ Confessou ele sacudindo os ombros como uma criança enquanto soluçava. Jason pousou a panela em uma pequena mesa de apoio e tirou as luvas.

‒ Há quanto tempo?

‒ Um ano... ‒ Balbuciou ele. Jason o esbofeteou, abrindo um talho em sua bochecha. O sangue em suas mão porém foi sugado com uma pequena fita de cetim para dentro da pedra do anel que usava.

‒ Filho da mãe. ‒ Xingou Jason frio.

‒ Me desculpa cara... Eu juro que nunca mais chego perto dela... Por favor me deixe ir embora. Eu não chamo a polícia. ‒ Jason entortou a cabeça e o encarou com uma carregada dose de cinismo.

‒ Deixá-lo ir? ‒ Perguntou fazendo-se de confuso. ‒ Deixá-lo ir? ‒ Repetiu em tom de escárnio.

‒ Sim, por favor...

‒ Diga-me... Como tudo isso começou? ‒ Perguntou Jason se abaixando e apoiando o peso do corpo na ponta dos pés.

‒ Nós nos encontramos... sem querer, na academia e ela estava se insinuando para mim, então depois do exercícios nós fomos para um motel e... ‒ Jason deu um soco no rosto do rapaz e chamou o carrasco com a ponta de dois dedos.

‒ Apague ele.

‒ Não! ‒ O homem parrudo lutou ferozmente contra as amarras, todavia em vão. ‒ Felipe! Nós somos amigos, lembra? Felipe! Espera! ‒ Em poucos segundos o rapaz estava desacordado, seu corpo inerte e finalmente o sussurro de seu corpo tentando se libertar cessou. O carrasco tirou o capuz que trajava e voltou-se para Jason com o corpo jogado desleixadamente em suas costas.

‒ Ceifador, vou levá-lo. Você quer um homem ou uma mulher agora? ‒ Jason o encarou com o olhar cansado e esfregou os olhos. Parecia ter envelhecido muitos anos em apenas poucas horas.

‒ Uma mulher. ‒ Ele deu as costas ao soldado e sentou-se em uma cadeira, deixando sua cabeça pensa entre as mãos. Sua mente estava superlotada de informações, gritos, surras e pessoas e ele ameaçava apagar.

Jason, então, se deslocou para outro cenário sem parar para analisá-lo. Qualquer informação a mais e ele explodiria. Ele se sentou em uma pequena mesa de jantar e aguardou que a mulher chegasse, enquanto lia um pequeno papel que continha as supostas memorias a serem testadas. Um soldado a trouxe nos braços e a pousou na cadeira. Jason esperou que ela acordasse, entretanto antes que ela estivesse completamente desperta começou a chamá-la.

‒ Aline... Aline. ‒ A garota murmurou algo. ‒ Você está cochilando na cadeira.

‒ Não me diga. ‒ Disse sonolenta, porém com um sorriso nos lábios. Ele se levantou, colocou-a nos braços e a levou até um sofá que se encontrava por perto.

‒ Aline, acorda um pouquinho. A gente precisa conversar. ‒ Ela se espreguiçou e sentou abrindo espaço para Jason, sem dizer mais nada. ‒ Eu não sei como dizer isso, então vou dizer tudo de uma vez.

‒ Ok. ‒ Respondeu encorajando-o a continuar.

‒ Eu não te amo mais. Estou apaixonado por outra pessoa.

‒ O que? ‒ Perguntou atordoada e rindo nervosamente. ‒ Você está brincando né?

‒ Não Aline, não estou. ‒ Jason se levantou rapidamente e por alguns instantes observou o ambiente ao redor girar.

‒ Vitor? Você está bem? Você não está falando coisa com coisa. ‒ A garota tentou socorrê-lo, mas ele enxotou suas mãos. Sua visão embaçava e voltava ao normal, alternando-se entre os extremos. Jason observou os lábios da garota se moverem, mas as palavras não chegavam aos seus ouvidos, assim como também não escutou o baque daquele corpo feminino e frágil desabando no chão. As luzes se apagaram e por um instante Jason acreditou ter desmaiado, mas uma brecha de luz saia de uma porta próxima a ele.

‒ Mestre? ‒ Sussurrou Jason tentando manter-se em pé por mais alguns segundos, enquanto tentava distinguir a figura envolta em sombras que rumava a ele. Suas mãos foram as primeiras a tocar o debilitado corpo do Ceifador.

‒ Descanse Jason, hora de uma pequena pausa. ‒ A ultima coisa que o garoto conseguiu focar depois disso, foi um rosto apenas. Um rosto de relance que ele não foi capaz de gravar. Então as luzes se extinguiram novamente, desta vez sem brechas ou sombras. Apenas o vazio, a impressão de que todo o seu sangue abandonara o corpo, e a sensação de fraqueza que ele tanto odiava e que no momento o abraçava.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Comentem!



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