Naquele momento todos ali arregalaram os olhos e olharam para Eve. A ruiva entrou em transe. Faltou-lhe ar, ela não sabia mais como respirar naquele momento. Aquelas palavras foram como um tapa bem dado na cara dela. Ela estava grávida. E o pior de tudo. De quem era essa criança? Eve não fazia ideia. Ela queria se matar naquele momento. Isso só poderia ser brincadeira.

- Tem certeza disso?

A ruiva ouviu a voz do arqueiro. Ela piscou os olhos algumas vezes e finalmente respirou. Sua respiração ficou rápida. Natasha olhou para o amigo e pegou os papeis do chão e o entregou.

- Veja por você mesmo.

Clint começou a ler e viu que o teste dava positivo. Antes que ele pudesse ler tudo, os papeis lhe foram arrancados de sua mão por Bruce. Enquanto ele lia, Natasha falava sozinha andando de um lado para o outro. Parecia até que ela que estava grávida.

- Mãe, se acalme.

Eve tentou dizer de uma forma normal. Mas na verdade ela estava tremendo. Ela queria chorar, queria gritar, não sabia o que fazer. Ela sentiu uma sensação ruim ao ver Fury encarando-a. E ela sabia o porquê disso. A ruiva procurou por conforto nos olhos de Bruce. Ele era o único que poderia ajuda-la. E ela precisava saber de uma coisa, apenas uma: de quantas semanas esse bebê estava. Só poderia ser do Thor. Ela apenas nisso. Thor. Não poderia ser de Loki, ela havia dormido com ele há dois dias. Isso era impossível. A ruiva levantou da cama ficando em pé com dificuldade. Natasha ao ver sua filha de pé se segurou para não abraça-la e segura-la. Mas ela não podia encostar em sua filha. Isso era injusto.

- Bruce, eu preciso que faça um exame em mim.

O doutor olhou para ela ainda com aqueles papéis na mão. Ele nunca seria capaz de recusar aquilo. Ainda mais porque ele estava curioso para saber aquilo. Banner se levantou da poltrona e a chamou para que o seguisse. Ela assim fez e os dois saíram dali. Ele andava devagar para que Eve pudesse acompanha-lo. Ele queria poder ajuda-la. Mas não podia encostar nela. Eles andaram até a parte clinica da base. Ali haveria mais instrumentos de medicina. Como ultrassom. E era isso que ela queria. Isso ajudaria a descobrir de quanto tempo ela estava. Eles chegaram a ala de clinica um tempo depois. Ela olhou tudo que havia ali. Tinha várias coisas. Havias algumas pessoas trabalhando ali também. Eve olhou para Bruce que a chamou para o canto. Logo ela viu o aparelho de ultrassom.

- Você sabe como é o procedimento, certo?

Bruce disse ligando a máquina. Eve abriu um sorriso fraco. Ela tentava ser o mais normal que podia, suas costas ainda doíam por causa daqueles cacos de vidro. E pensar nos deuses apanhando de seu pai não era legal. A ruiva deitou-se a maca e levantou a sua blusa deixando sua barriga à amostra. Ela ficou encarando-a. Ainda estava normal. Não havia nenhuma elevação. Logo ela viu sua mãe entrando no cômodo com Clint e Maria Hill. Eles sorriram tentando passar conforto para ela. Natasha foi até sua filha e pegou em sua mão. Eve quase teve um infarto, mas percebeu que sua mãe estava com luvas. Ela sorriu para a mãe e logo sentiu uma coisa gosmenta e gelada na sua barriga. Era aquele gel. Ela pensou que teria que se acostumar com aquilo. Banner colocou luvas para que nada desse errado. Todos agora tinham que se acostumar a não encostar em Eve. Ela odiava isso. Era tão irônico como os únicos que podiam toca-la estavam longe e ela não os queriam por perto agora.

- Vamos logo com isso!

Foi à voz de Natasha que acordou ela de seus pensamentos. Ela viu Banner mexendo no aparelho ajustando algumas coisas. Eve rolou os olhos e esperou Bruce arrumar o que deveria. Natasha parecia estar mais nervosa que sua filha. Isso era um fato. O monitor então mostrou o interior da barriga de Eve. A ruiva olhava para a tela tentando ver alguma coisa, mas não conseguia ver nada. Eram tudo rabiscos e manchas pretas.

- Bruce... Você vê alguma coisa? Porque eu não vejo... Nada.

O doutor sorriu para ela. Ele estava prestando mais atenção na tela, pelo jeito dele, parece que ele via e entendia o que se passava ali. Eve apenas ficava apreensiva com aquilo. Banner via com cautela tudo que se passava no monitor, ele conseguia ver o que eles não viam, coisa de médico. Ele então o coração do pequeno feto e assim ele aumentou o volume saindo o barulho do coração. As batidas eram fortes. Eve ao ouvir aquilo sentiu uma sensação estranha. Ela não sabia decifrar. Ela olhou para sua mãe que escondia lágrimas. Coisa de mãe, ou avó. Banner naquele momento tinha todas as informações que precisava ali. O instrumento estava bem encima do coração do bebê fazendo com que as batidas parecessem precisas e fortes.

- Com esse coração batendo forte... Parece estar tudo bem, certo?

Natasha perguntou tentando esconder seu nervosismo. Eve riu da cara da mãe. Mas para falar a verdade, estava tão nervosa que mal conseguia processar o que estava acontecendo ali. A expressão de Banner passou de alegre a confusa. Fazendo todos ali terem uma cara de preocupação.

- Impossível...

A voz de Banner foi apenas um murmuro, mas todos entenderam. Natasha apertou a mão de sua filha que fez a mesma coisa. As duas eram as mais tensas ali. Maria observava tudo e Clint estava ao seu lado rezando para que o pai dessa criança não esteja morto a essas horas.

- Algo de errado?

Eve perguntou com receio na voz. Ela esperava que nada desse errado. Não agora. Bruce parecia estar confuso. Ele não acreditava no que via. O rapaz olhou para Eve como se precisasse decifra-la.

- Aqui mostra que a evolução da gestação é de quase 14 dias. Mas o coração de um feto é gerado apenas no 26º dia.

Todos ficaram confusos naquela hora. Eve estava aliviada em saber que sua gestação era de 14 dias. Assim não teria como aquele bebê ser de Loki. Todos passaram a ficar pensativos. Até que Natasha pensou naquele assunto.

- É o filho de um Deus, certo? Sua evolução deve ser mais rápida e poderosa. Por isso que Eve está se sentindo fraca e tendo esse descontrole de poder. O bebê gasta toda a energia dela.

Todos pareceram concordar com aquilo. Só poderia ser isso. Banner voltou a olhar para aquela tela onde ele via que estava tudo normal. Eles ainda ouviam o coração do bebê. Aquilo era uma situação estranha para Eve.

- Então, acho que é isso. 14 dias e contando.

Natasha sorriu apertando a mão de sua filha. Ambas estavam nervosas. Todos estavam quietos ouvindo os batimentos. Até que Banner deixou aquele aparelho deslizar para o meio da barriga de Eve e então as batidas mudaram. Todos olharam para a tela assustados. As batidas eram desorientadas e parecia que uma batida fazia eco para a outra. Não eram mais duas batidas sincronizadas, e sim quatro desorganizadas.