In Love With Her escrita por naty


Capítulo 21
All About Us


Notas iniciais do capítulo

gentee, eu sumi por zilhões de meses, eu sei! mas estou voltando a postar e postarei capítulos semanais, isto é, se ainda tiver alguém lendo...
peço desculpas pelo sumiço


Link da música do capítulo

obs: leiam ouvindo

http://www.youtube.com/watch?v=DgqwSxkHIHQ

Boa leitura *-*



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MANUELA

 

Acordei sentindo um peso sobre meu corpo na região do abdômen. Lentamente abri os olhos, piscando devagar devido à claridade ofuscante que me envolvia.

Quando consegui focar os olhos o suficiente para ver alguma coisa, sorri largamente, constatando que o que pesava sobre a minha barriga era o braço da minha namorada. Duda me envolvia em um abraço enquanto dormia tranquilamente.

Mal podia acreditar que tínhamos tido a nossa primeira vez. As lembranças da noite passada voltavam aos poucos:

A surpresa das velas por toda a casa, o jantar romântico, a nossa pequena e desajeitada dança na sala... O tombo de Duda que deu início a tudo...

Tudo voltava à minha mente como pequenos pontos de luz, que só faziam aumentar o sorriso em meu rosto.

Lembrei da inocência de Eduarda ao me dizer, envergonhada, que não sabia “como fazer aquilo”...

Lembrei da intensidade e do amor contido em seu olhar antes de me tornar sua...

Lembrei de sua preocupação em ter feito tudo certo...

Soltei uma pequena gargalhada ao lembrar a sua reação quando eu disse ser a minha vez de fazer com que ela sentisse prazer, mas me interrompi, com medo de acordá-la.

Encontrava-me em estado de êxtase, radiante de felicidade pela noite inesquecível que tinha passado ao lado do meu lindo anjo. Foi tão perfeito e tão mágico que eu não poderia imaginar um jeito melhor para que tudo acontecesse.

Naquela noite Duda tinha me mostrado, com seu jeito inocente de ser, o que era amar de verdade. Foi com ela que eu pude realmente viver e entender o que é fazer amor. Não só o significado da expressão, mas todos os sentimentos e sensações por trás dela.

Fui arrancada de meus devaneios pelo meu estômago, que clamava desesperado por uma porção de comida.

Fechei os olhos contrariada, tentando voltar a dormir e esquecer a fome. Sem sucesso! O meu pequeno monstro de estimação não me deixaria ficar ali, desfrutando do calor e do aconchego que sentia nos braços de Duda.

Acariciei seu rosto de leve, passando as pontas dos dedos em seus contornos antes de depositar um suave beijinho em seus lábios e, cuidadosamente, afastar seus braços para me levantar.

Só quando saí da cama foi que me lembrei que estava nua, o que provavelmente me rendeu um rubor pela face. Vasculhei o quarto à procura de minhas roupas, mas ao olhar para o vestido, optei por pegar emprestado algo de Eduarda.

Fui ao banheiro fazer a minha higiene matinal e segui para a cozinha para preparar o nosso café da manhã.

Ao passar pela sala, aproveitei para ligar o som em um volume baixo e deixei o CD que já se encontrava lá dentro tocar, me fazendo companhia enquanto cozinhava.

Estava distraída, fazendo ovos mexidos, quando senti braços fortes envolverem a minha cintura.

—- Bom dia, meu amor – sussurrou em meu ouvido, me dando vários beijinhos pelo rosto enquanto eu sorria

—- Bom dia, dormiu bem?

—- Maravilhosamente – exibiu seu sorriso branco que me derretia toda

—- Que bom, eu não me perdoaria se tivesse essa noite incrível e você não tivesse dormido tão bem quanto eu

—- Não se preocupe com isso, tive a melhor noite da minha vida, como não dormiria bem? – perguntou e logo em seguida completou – E pra começar o dia com o pé direito, encontro a minha garota vestida apenas com uma calcinha e a minha blusa do AC/DC

Ruborizei-me, me virando de frente para ela.

Puts, Manuela, que mancada! Você sabe que ela tem o maior ciúme de suas camisetas de banda e veste logo a que ela mais gosta?

—- De-desculpa, Duda! Se você quiser eu tiro – falei sem jeito

Ela arqueou a sobrancelha, me olhando com um sorriso malicioso nos lábios.

—- Proposta tentadora – gargalhou ao me ver mais vermelha do que já estava quando me dei conta do duplo sentido das minhas palavras

—- Nã-não foi isso que eu quis dizer, só quis dizer que... Eu quis dizer que eu posso trocar de roupa se você não gostou que eu tenha vestido a sua camiseta do AC/DC

—- Ah, que pena – suspirou – Eu realmente estava esperando que você tirasse a minha camiseta, mas não para vestir outra – disse puxando-me para um beijo, enquanto me encostava ao balcão e apertava seu corpo contra o meu.

Separei-me dela com a respiração ofegante.

—- Uau, levantou com a corda toda, hein?

—- Você nem imagina – afirmou maliciosamente, beijando-me mais uma vez, enquanto suas mãos passeavam por meu corpo, me deixando sem fôlego e sem juízo algum, me acendendo completamente.

Quando nossas bocas se desgrudaram, comecei a apalpá-la, como se estivesse revistando-a à procura de algo. Levantei um braço, olhando debaixo dele, e depois fiz o mesmo com o outro, enquanto Duda me olhava com uma interrogação no rosto. Continuei minha análise em silêncio, girando ao redor de seu corpo, apalpando-a como um policial revistando alguém.

—- O que cê tá procurando? – por fim perguntou confusa

—- A sua timidez. Onde foi parar? – gargalhei, mas ela não deixou barato

—- Acho que perdi, acredita? Sabe como é, né! Ontem tava meio escuro, e não sei onde ficou, mas suspeito que tenha perdido lá no quarto, junto com outra coisa. O que acha de a gente ir lá procurar? – falou com a cara mais inocente do mundo.

—- Duda! – dei alguns tapas em seus braços e fingi uma repreensão, fazendo-a rir como uma criança.

Dessa vez fui eu quem a beijou. Puxei-a pela blusa que usava e avancei para a sua boca, passando meus braços por seu pescoço. Novamente, ela me tirou do chão, e rapidamente cruzei minhas pernas por trás de seu corpo enquanto nossas mãos exploravam tudo o que achavam pelo caminho.

Alguns gemidos já podiam ser ouvidos quando ela separou nossas bocas de repente, com uma expressão de alarde.

—- O que foi?

—- Acho que o nosso café da manhã virou fumaça. Literalmente – disse, apontando para o fogão, onde vi alguns pedacinhos indecifráveis de cor preta na frigideira onde antes havia ovos mexidos.

Bati em seu ombro para que ela me deixasse descer de seu colo e fui desligar o fogão. Só então notei que a cozinha toda cheirava a queimado.

—- Bela cozinheira essa minha namorada – zombou Duda

—- Nós teríamos o que comer se você não tivesse me distraído

—- Eu? Eu te distraí? Agora a culpa é minha se você fica tão linda e gostosa só com a minha camiseta do AC/DC e essa calcinha? - a sua voz foi mudando rapidamente de indignação para um tom mais rouco enquanto ela terminava a frase.

—- Sabe de uma coisa? Você não era assim, Eduarda – falei rindo

—- E, mais uma vez, eu não tenho culpa se você desperta a minha libido em um nível que eu não consigo controlar – deu de ombros, tentando justificar-se

—- E desde quando a senhorita sabe o que é libido?

—- Manuela, eu podia ser virgem até ontem à noite, mas isso não quer dizer que eu não saiba nada sobre nada.

—- Posso saber onde e como você soube o significado dessa palavra?

—- Livros! O que seria de mim sem Freud?

—- Porque eu não estou surpresa? – disse dando-lhe um selinho e logo me afastando para limpar a bagunça que tínhamos feito por culpa da “energia que está na base da agressividade e da criatividade humana”, segundo a minha namorada e, claro, Sigmund Freud, o pai da psicanálise.

Quando terminei de lavar a frigideira da minha sogra - que me mataria se eu deixasse no estado em que se encontrava - depois de abrir a janela da cozinha para deixar sair aquele cheiro de queimado, olhei na direção de Duda, que estava sentada em um banco e encostada na bancada, me observando.

—- Tá com fome? – perguntou quando me virei para ela

Inconvenientemente, meu estômago roncou de novo, e Duda riu, me deixando embaraçada.

—- Claro que tá, né, amor? A desnaturada da sua namorada te fez perder o café da manhã. O que acha de tomar café naquela padaria que tem aqui perto? – perguntou

—- Por mim tudo bem, eu amo o pão de queijo de lá – falei, e ela riu

 

 

EDUARDA

 

Acordei com alguns raios de sol que batiam em meu rosto, me incomodando. Virei para o lado e tentei voltar a dormir, mas estava sem sono algum, apesar da noite agitada que tive. Falando em noite agitada, apalpei a cama à procura da minha baixinha e abri os olhos, vendo que ela de fato não estava ali.

Escutei o meu CD tocando ao longe e sorri ao me levantar da cama. Custava a acreditar que a noite passada não havia sido apenas um sonho. As roupas de Manuela e as minhas jogadas pelo quarto eram provas do que tinha acontecido horas antes.

Eu tinha perdido a virgindade...

Eu tinha perdido a virgindade com uma garota...

Eu tinha perdido a virgindade com a minha namorada, a garota que eu amava mais que tudo, e tinha sido a melhor noite da minha vida.

Podia jurar que ainda sentia seu toque em minha pele, seus beijos, seus sussurros... seus gemidos...

Parecia estar saindo de um conto de fadas, onde só existíamos eu e a minha princesa. As sensações que Manu me proporcionou estavam frescas na memória.

Fui para o banheiro e tomei um banho rápido, me vesti e fui atrás de Manuela, ver o que ela estava aprontando.

Cheguei à cozinha no momento em que começou a tocar uma das minhas músicas preferidas naquele CD, que eu mesma havia feito com músicas de vários estilos musicais.

 

 

 

Take my hand, I'll teach you to dance.
(Pegue a minha mão, vou te ensinar a dançar)

I'll spin you around, won't let you fall down.
(Eu vou te girar, não te deixarei cair)

Would you let me lead, you can step on my feet.
(Me deixa guiar? Você pode subir nos meus pés)

Give it a try, it'll be alright.
(Tente, vai ficar tudo bem)

 

 

 

Fiquei parada na porta, observando-a ir de um lado para o outro da cozinha, ora mexendo na geladeira, ora mexendo no fogão ou no armário. Ela estava tão distraída que nem notou a minha presença.

 

 

 

The room's hush, hush
(O ambiente está silencioso)

And now's our moment.
(E agora é o nosso momento)

Take it in feel it all and hold it.
(Sinta isso e segure)

Eyes on you, eyes on me.
(Olhos em você, olhos em mim)

We're doing this right.

(Estamos fazendo isso certo)

 

 

 

Demorei a admitir, mas Manuela mexeu comigo desde a primeira vez que nos vimos, era inegável a força que aquela garota exercia sobre mim. Desde o primeiro momento em que vi aqueles olhos tão lindos, algo mudou dentro de mim, mas no começo, eu não sabia como explicar essa mudança.

Com o tempo fui percebendo – e me desesperando por isso – que estava me apaixonando por aquela garota. Não queria, nem por um único momento, acreditar naquilo, mas não podia continuar negando a mim mesma o direito de amar e ser feliz.

Eu nunca tinha sentido nada nem remotamente parecido com a avassaladora e inegável necessidade que eu tinha de estar junto de Manuela. Existíamos apenas eu e ela quando estávamos juntas.

 

 

Cause lovers dance when they're feeling in love.
(Porque amantes dançam quando estão apaixonados)

Spotlight shinning, it's all about us.
(Holofote brilhando, é tudo sobre nós)

It's oh, oh, oh, oh, all about uh, uh, uh, uh, us.
(É tudo sobre nós)

And every heart in the room will melt,
(E cada coração no lugar vai derreter)

This is a feeling I've never felt but,
(É um sentimento que eu nunca tive mas)

It's oh, oh, all about us.

(É tudo sobre nós)

 

 

 

 

Se eu olhasse para trás, talvez percebesse que nunca havia me imaginado ao lado de algum garoto, não de verdade.

Aos doze anos, eu era a única entre as minhas amigas que não tinha um menino por quem caía de amores. E estar ali com Manuela parecia tão certo para mim, tão natural, que eu soube que a minha felicidade era ao lado dela.

Fiquei tanto tempo parada, encostada ao batente da porta da cozinha, que, quando dei por mim, a música já tinha trocado.

Balancei a cabeça e fui em direção a Manuela, sem deixar de observar como ela estava sexy vestindo apenas uma camiseta minha e uma calcinha.

Só de vê-la daquele modo as lembranças da noite passada voltaram com tudo, e eu tive vontade de fazer amor com ela novamente, ali mesmo, e o fogão, a geladeira e os móveis da cozinha seriam testemunhas.


Depois de brincar com Manu, provocá-la e quase colocar fogo em casa, fomos para o meu quarto para que ela se arrumasse para irmos tomar café da manhã na padaria.

— Amor, você espera enquanto eu tomo um banho? Prometo que não demoro!

— Claro, meu anjo, vai tomar seu banho enquanto eu dou um jeito nisso aqui – respondi, fazendo um gesto amplo com as mãos, englobando todo o meu quarto.

Nós duas rimos com cumplicidade, enquanto olhávamos ao redor do cômodo, que parecia ter recebido a calma visita de um tornado. Sinceramente, não me lembrava de ter feito tudo aquilo durante a noite, porém, eu era suspeita para falar, uma vez que a felicidade que sentia ofuscava todo e qualquer detalhe que não envolvesse Manu e eu em nossa explosão de amor, paixão e desejo.

— Boa sorte! - disse Manu de forma zombeteira, enquanto me dava um selinho nos lábios e se encaminhava para o banheiro, fechando a porta atrás de si.

Estava terminando de dobrar as roupas e colocá-las sobre a cama quando percebi que só havia encontrado um pé da sandália de Manuela. Dei mais uma olhada ao meu redor e dei de ombros ao não encontrar nada.

“A gente deve ter deixado lá na sala”

Estava indo resgatar a sandália perdida quando um grito estridente me fez ir correndo até o banheiro.

— Eduarda! Duda, vem aqui! Socorro, Duda! - Manu gritava apavorada

Por sorte, a porta estava apenas encostada, então não tive dificuldades para adentrar naquele ambiente abafado e pouco visível devido ao vapor de água vindo do chuveiro quente.

— Amor? O que houve? - perguntei alarmada ao ver Manuela encolhida em um canto do banheiro, com os olhos fixos no teto.

Segui seu olhar e soltei uma sonora gargalhada ao ver o monstro pavoroso e horripilante.

A lagartixa, alheia a todo o medo que estava causando em minha namorada, direcionou-se calmamente à janela e saiu do banheiro ao som das minhas risadas.

— Pronto, minha medrosinha mais fofa do mundo, não tem mais nenhum Abominável Homem das Neves para te incomodar enquanto você toma banho – falei, provocando-a.

— Ah, não enche, Eduarda! Você viu o tamanho daquela coisa?

— Na verdade eu vi – continuei com a provocação, mostrando uma curta distância entre o meu polegar e meu indicador enquanto ria – Au! Isso dói! - recebi um dolorido beliscão na barriga.

— Que bom que dói! Pra você aprender a não me provocar

— É mais forte que eu, amor - defendi-me e tive que segurar Manuela antes que ela caísse quando tentou avançar para me bater novamente e escorregou no chão molhado do box

— Por pouco, hein? - Manu falou, mas eu não conseguia prestar atenção, muito menos assimilar o som das palavras para traduzir o que ela dizia – O que foi, Duda? - eu ainda não ouvia nada, minhas mãos permaneciam imóveis em volta de sua cintura, onde tinham ido parar quando a segurei para não cair.

Desci meus olhos por seu corpo perfeitamente moldado, e ela então percebeu o que havia causado o meu estado de letargia. Ela estava nua. Ela estava ali, na minha frente, linda e completamente nua. Eu ainda não tinha percebido aquilo, e, pelo visto, nem ela.

Os cabelos negros caindo em grandes cachos que cobriam os seios, o abdômen liso e a pele bronzeada eram convidativos demais para que eu conseguisse me afastar de Manuela. E, num ímpeto, puxei-a, colando nossos lábios em um beijo cheio de desejo.

Quando dei por mim, Manu já estava prensada entre a parede de azulejos e meu corpo. A água que caía do chuveiro, encharcando minhas roupas, nem foi notada, uma vez que não fazia parte da redoma de vidro que separava Manuela e eu de qualquer outra coisa quando estávamos juntas.

Minhas mãos já criavam vida própria, desenhando as formas do corpo de minha namorada. As dela, me arranhavam a nuca e os ombros, me fazendo soltar pequenos gemidos.

Manu afastou-se e, olhando-me nos olhos, tirou a camiseta que eu usava, jogando-a em um canto do banheiro, para em seguida dar o mesmo destino ou meu short jeans e me deixar apenas de calcinha, já que não estava de sutiã.

Sem rodeios, ela puxou-me novamente para si, e voltamos a nos beijar. Suas mãos foram subindo por minhas costas, arranhando-as, e logo seguindo um novo destino.

Gemi alto ao senti-la massageando meus seios com carinho enquanto sua boca descia lentamente pelo meu pescoço, sugando com força e mordendo até tomar o lugar de uma de suas mãos.

Tudo que eu conseguia fazer era apertá-la ainda mais contra mim. Não satisfeita apenas com os meus seios, Manu nos trocou de posição, fazendo com que minhas costas batessem contra a fria parede, e voltou a descer sua boca por meu corpo.

— Você é muito gostosa, Duda! - disse, abaixando-se e se ajoelhando no chão enquanto mordia a minha barriga.

Apertou minhas pernas com força, afastando-as um pouco. Logo pude sentir seus lábios beijando a parte interna das minhas coxas, subindo em direção à virilha, onde passava a língua, enlouquecendo-me completamente.

Enquanto Manu permanecia ali, tomando posse do meu corpo inteiramente rendido aos seus toques, eu percebia que já pertencia a ela há muito tempo. Sempre pertenci.

Cada olhar cúmplice que trocávamos, cada beijo carinhoso, cada abraço de conforto me mostrava o quanto eu amava Manuela, e, surpreendentemente, o quanto ela também me amava. Todas a vezes que olhava em seus espetaculares olhos azuis, ele estava lá, explícito e inegável. O amor, que encontrava em meus olhos um espelho perfeito dele mesmo.

Tínhamos apenas um mês de namoro, no entanto, a intensidade do amor que sentíamos uma pela outra não me deixava dúvida alguma de que eu pertencia a Manuela, tanto quanto ela pertencia a mim.

E fazendo jus à veracidade dos meus pensamentos, minha namorada me tomou para si, com a propriedade de quem já conhecia não só os caminhos do meu corpo, como também todos os mistérios da minha alma.

Gemi languidamente ao sentir sua boca, língua e lábios, deixando a cabeça pender para trás, recostando-me ainda mais à parede. Manu me guiava pelo caminho de todo aquele prazer com maestria e perícia, me revelando sensações indescritíveis. Estava tão perdida com o que Manuela fazia comigo que não vi nem a hora que ela retirou minha calcinha.

Não demorou mais muito tempo para que ela me levasse ao ápice gritando seu nome. Lentamente retirou seus dedos de dentro de mim e escalou meu corpo, voltando a beijar-me a boca.

A minha dificuldade para respirar evidenciava o que havia acabado de acontecer ali naquele banheiro, mas de forma alguma decretava o fim daquele momento. Aos poucos fui me recuperando, ganhando força nas pernas, que estavam bambas, e voltei a beijar Manuela.

— Eu te amo... Amo... Amo muito... Muito mesmo – dizia entre um beijo e outro, até que o desejo tomou conta de nossos corpos novamente, e as palavras tornaram-se dispensáveis diante das ações.

Todo a apreensão que eu sentira na noite anterior agora dava lugar à paixão ardente daquele momento. E ali, olhando-a nos olhos, reafirmei que Manuela era minha. Minha namorada, de corpo e de alma, meu amor, meu ponto fraco, minha felicidade.

Beijei-lhe o pescoço com devoção, as mãos passeando por seu corpo. Cada gemido que saía de sua boca me causava ainda mais prazer, eles soavam como melodia aos meus ouvidos. Acariciei suas coxas, insinuando meus dedos pela virilha e fazendo com que retornassem novamente às pernas, cintura, bumbum. O instinto, meu constante companheiro quando estava com Manu, me incentivava.

— Pa-para... de... p-pro-vocar – Manu sussurrou ofegante no meu ouvido

Atendi a seu pedido, me afastando dela, que gemeu em protesto. Acho que a sua intenção não era me mandar parar. Fiz menção de sair do banheiro e chamei-a, mas percebi seu olhar apavorado voltar-se novamente para o teto enquanto ela paralisou no lugar.

Soltei uma risada enquanto Manuela continuava encolhida contra o azulejo da parede quando entrei no box novamente e fechei a pequena basculante, logo depois que a dona lagartixa, que nada havia feito de errado, saiu.

— Vem, amor, ela já foi - puxei-a pela mão em direção ao quarto

— Ainda bem, estava começando a achar que era uma lagartixa voyeur

— Agora você ri, né? Mas na hora que a dona lagartixa entrou no banheiro quase desmaiou de medo – falei rindo, e ela me mostrou a língua – Não faz assim que eu apaixono! - gracejei

— Acho que vou fazer muito mais vezes então

— Boba

— Sou mesmo uma boba, bobamente apaixonada por você! - falou, fazendo um lindo biquinho que eu não resisti em beijar

— Vamos nos trocar, senão a gente não consegue mais sair daqui hoje – falei desvencilhando-me dela quando o beijo começou a ficar mais urgente

—- Acho que não quero mais sair

—- Mas você não estava com fome, Manuela?

—- Não estou mais. Vamos ficar só mais um pouquinho, amor, tá tão bom aqui

— É? E por que tá tão bom assim? - beijei-lhe a nuca, passando os braços por sua cintura

Manu virou-se, e ficamos nos encarando nos olhos por longos minutos, sem dizer uma única palavra, não era necessário. Sorria facilmente só de olhar para aqueles olhos. Esqueci de tudo à nossa volta, afinal, era tudo sobre nós. Apenas eu e ela.

Nos aproximamos devagar, sem quebrar o contato dos olhos. Acariciei-lhe a face, e ela fechou os olhos, recostando a cabeça em minha mão. Virou a cabeça e me deu um beijo estalado na palma. Quando ela voltou a abrir os olhos, eles estavam com o brilho esverdeado que tanto me encantava.

Beijei-a como se fosse a primeira vez, e, aos poucos, a urgência transformou a delicadeza e o carinho em chama, um fogo que nos queimava a ambas com labaredas incontroláveis de amor.

Logo encontrei a cama e fiz com que Manuela se deitasse sobre ela, ficando por cima dela. Nem nos importamos com o fato de ainda estarmos molhadas. Beijei cada pedaço do seu corpo, mostrando o quanto eu a desejava.

Nos movimentávamos em total sincronia, como se fosse algo meticulosamente ensaiado para funcionar. Os sons do nosso prazer ecoavam por todo o quarto. No entanto, não era algo escandaloso ou exagerado.

Naquele momento, me senti como se Manuela e eu fôssemos uma só. E de fato éramos, um só corpo, uma só alma. Não saberia identificar onde começava uma e terminava a outra naquele encontro de corações.

Chegamos ao ápice juntas, ofegantes e sorrindo uma para a outra. Fazer amor com Manuela era quase surreal, me arriscaria a dizer que era perfeito. E lá no fundo, sem entender ao certo como, eu sabia que nunca encontraria alguém que me completasse como ela me completava.

Ficamos algum tempo deitadas na em minha cama, Manu me abraçava e sua cabeça repousava sobre o meu ombro. Um silêncio confortável pairava no ar, não havia nada forçado naquela quietude. Acho que estávamos envolvidas na magnitude do nosso momento.

Acariciava os cabelos da minha menina quando a sua risada gostosa cortou o silêncio. Olhei-a questionadora.

— Olha pra cima, amor – ela falou rindo ainda mais da minha cara de espanto

Repousando no ventilador de teto, pendurada pelo salto, estava a sandália de Manuela que eu procurava mais cedo.

— Só queria saber como ela foi parar ali – falei acompanhando Manu no riso, mas logo fomos interrompidas pelo estrondo da porta batendo contra a parede.

 

— Eduarda Ribeiro, o que significa isso?


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Notas finais do capítulo

Meeninaas lindas! Tava com saudade de postar por aqui! Mais uma vez, minhas inúmeras desculpas pelo sumiço, eu não estou tendo muito tempo disponível

Mas me digam moças, o que acharam do capítulo? Ficou bom, ficou ruim, posso apagar e reescrever tudo de novo? Me digam, e sejam sinceras, pfvr!

Viish,parece que as nossas meninas foram pegas no flagra hein! Quem será o indivíduo totalmente sem noção que chegou no quarto já exigindo explicações da pobre da Duda?


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bjos e até a próxima