Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 5
Capítulo 4 – Convite


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas leitoras! Ai está o capítulo 4 pra vocês! Espero que gostem do que o Percy escolheu como presente da Annabeth ;)
Quero avisar que vou tentar postar todos os dias mais ou menos no mesmo horário. Entre 19h e 21h, que é quando eu sempre estou no pc ^^ Dai é mais fácil pra vocês saberem quando tem capítulo novo por aqui ;)



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– Tá bom, agora pode falar sério! – Disse depois de rir por alguns minutos seguidos.

– Estou falando sério Annie – Disse ele com a cara mais séria do mundo.

– Percy, você não pode estar falando sério! É alguma daquelas suas brincadeiras de muito mau gosto não é? – Eu insisti. Afinal aquilo que ele tinha dito era no mínimo inacreditável. Seria mesmo esse o “presente” que ele queria que eu lhe desse?

– Eu estou rindo por acaso, amor? Não é brincadeira nenhuma. E espero que você se lembre da promessa que me fez ontem – Eu nunca tinha visto Percy tão sério na vida. Ela sempre levava tudo na brincadeira, tudo mesmo. Aquilo deveria ser realmente importante pra ele.

– Me lembro perfeitamente. E não pensava em quebra-la. Mas...

–Mas?

– Tem certeza que quer isso? Quer dizer, não é algo muito mais difícil pra você do que pra mim? Eu esperava que, sei lá, você fosse me pedir pra fazer algo mais romântico, ou então algo do que pudesse rir por um bom tempo.

– Tenho certeza sim! Não tem graça eu pedir um “presente de 1 ano de namoro” que só eu vá aproveitar. Temos que aproveitá-lo juntos. E tenho certeza que você vai gostar tanto quanto eu!

Sorri sem jeito. Quando eu menos esperava Percy conseguia ser o garoto mais gentil e doce do mundo. Somente quando estávamos nesses momentos juntos, sem mais ninguém por perto, é que isso acontecia. Ele esquecia um pouco seu lado brincalhão e se tornava tão convincente com todas aquelas coisas românticas que falava. Eu então segurei seu rosto, passando os polegares por suas bochechas de leve. Sorri e me aproximei. Beijei sua boca de forma lenta e suave e depois me afastei. Olhei em seus olhos enquanto dizia.

– Está bem , meu herói. Vou fazer o grande sacrifício de ir com você conhecer o palácio de Poseidon. Mas só uma dúvida...

– Sim

– O Palácio do seu pai não foi destruído na Guerra dos Titãs?

– Foi sim

– E então porque quer que o visitemos? Ele já foi reconstruído?

– Mais ou menos. Acredito que os Ciclopes ainda estão trabalhando nele até hoje. Mas de qualquer forma não é só pra ver o palácio que eu quero te levar lá.

– Sabia que tinha alguma coisa por trás desse inocente convite. Vai, pode me dizendo o que é! Já que eu prometi e não tenho mais como escapar mesmo...

– Não é nada de mais. Achei até que você já iria desconfiar do que eu pretendo fazer quando chegarmos lá.

– Hmmmm, não Percy, eu não tenho nem ideia do que pretende.

– Não arrisca nem um palpite? – Ele já havia perdido o semblante sério e já começava a sorrir e fazer piada de novo.

– Deixa eu ver. Quer que eu dê uma volta com você e Tyson, todos montados na Bessie, enquanto fazemos uma excursão super educativa pelo reino de Poseidon.

– Há há há! Muito engraçadinha! Andou tendo aulas comigo, é? Obvio que não é nada disso. Eu só quero te apresentar ao meu pai como minha namorada.

Gelei. Tinha alguma possibilidade de eu ter ouvido errado? Ele tinha dito isso mesmo? Poseidon. O Deus dos Mares. Pai de Percy. Ele iria me conhecer como a namorada de seu filho meio-sangue? Não acho que essa foi a melhor ideia que Percy já teve. Só de pensar nela me dava náuseas. E se ele não gostasse de mim? E se ele não permitisse nosso namoro por que eu era uma filha de Atena, que por acaso não se dá muito bem com ele? Não tinha nada que eu pudesse pensar que contasse a meu favor. Poseidon iria confirmar o que eu já sabia: que eu sou a pior namorada que seu filho poderia haver escolhido!

– Annie? Hey, Annabeth Chase! Ainda está no mesmo planeta que eu? – Perguntou Percy depois do meu silêncio e da cara de paisagem que eu tinha ficado enquanto refletia sofre o meu futuro no fundo do mar.

– Hein? O que? – Tentei disfarçar fingindo que olhava pra alguma coisa muito interessante no chão – Foi mal, me distrai. Mas então, quando é que vamos pra guilhotina... quer dizer, pro palácio de Poseidon? – Deixei escapar sem querer um pensamento muito criativo e dramático que havia passado pela minha cabeça sobre como seria recebida por lá.

– Também não precisa exagerar vai. Tenho certeza que todos por lá serão legais com você e que meu pai, principalmente, irá te adorar! – Ele disse aquilo com tal confiança e compreensão que cheguei até a me sentir melhor. Mas ainda não acreditava que ele estivesse certo. Duvidava muito que seria aprovada pelo Rei dos Oceanos como a “nora ideal”. Não seria aprovada nem como a “nora mais ou menos”.

– Você tem razão, não vai ser tão ruim assim – Sorri pra que ele acreditasse em mim. Queria que aquele realmente fosse como um presente meu pra ele. Ou seja, eu tinha que fazer com que tudo desse certo! Mesmo que ainda não soubesse como...

***

Mais tarde, depois de um treinamento intenso durante o dia e a tarde, eu voltei pro meu chalé pra tomar um banho e me preparar para o jantar. Dessa vez arrumei minha parte e até ajudei aos outros com as suas tarefas. Tirei um 5 com louvor na inspeção, o que me deixou muito satisfeita. Depois da aula de arco e flecha, na qual nem eu nem Percy tínhamos muito habilidade, havíamos combinado de nos encontrar próximo a casa grande antes do jantar. E pra lá eu fui assim que sai do chalé.

Ele estava sentado numa mureta que ficava em frente àquela casa azul tão grande e velha. De longe ele já me viu e ficou me observando a cada passo que eu dava até ele. Cheguei e nem falei nada. Apenas coloquei meus braços em volta de seu pescoço e o beijei. Ficava mais alta que ele naquela posição, ele sentado e eu em pé. Tinha gostado dessa ‘vantagem’ então continuei assim. Apenas inclinando a cabeça pra trás para olhá-lo e para podermos conversar.

– Dia pesado, hã?

– Pois é, achei que esse ano a coisa seria mais leve, mas parece que Quíron quer nos deixar ‘em forma’ sempre!

– Ele está certo! Nunca se sabe quando precisaremos entrar em combate real de novo. Fora essa tal de nova Grande Profecia, que ninguém ainda sabe do que se trata.

– Está preocupado com isso?

– Não! – Afirmou ele pouco convincente – Quer dizer, sei lá. Mas espero que ela demore bastante pra acontecer, ou que então seja sobre outros semideuses que não a gente. Acho que já tivemos o suficiente por essa vida e pela próximas 200 encarnações.

– Eu te entendo. Deve ser um peso muito grande ser o ‘alvo’ de uma profecia tão importante. Mas fique tranquilo, mesmo que essa tal nova Grande Profecia aconteça em breve, sei que nos sairemos muito bem.

Tentar confortá-lo era o mínimo que eu podia fazer. Mesmo que não soubesse muito bem como fazer isso. Mas ele pareceu grato quando estreitou ainda mais os braços que estavam em volta de minha cintura. Não precisou dizer mais nada, ele sabia que eu estava ali por ele, sempre! E eu sabia que ele estava imensamente grato por isso, ainda que não precisasse. Já que eu sabia que também podia contar com ele pra tudo.

– Adoro o cheiro do seu xampu! – Disse ele do nada, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– Obrigada? – Respondi em tom de pergunta.

– Sim, foi um elogio, afinal não seria assim tão bom no cabelo de mais ninguém.

– Ah é? Nossa, assim você me deixa sem graça até! – Ri após empregar o melhor tom irônico que consegui naquela frase. Então me lembrei de algo que queria falar, e não dava pra ficar adiando mais. Precisava perguntar – Percy, você sabe que pra chegarmos até o Palácio de Poseidon teremos que sair por pelo menos uma semana do acampamento não é?

– Sei sim.

– Então, como pretende fazer para conseguirmos sair? E quando exatamente estava pensando em ir?

– Já tenho tudo planejado. Falei com Quíron usando a desculpa de que tinha que pegar umas coisas que encomendei com Tyson das forjas. Ele engoliu ou então fingiu que engoliu a história muito bem. Nós partiremos amanha.

– Amanha? Mas já? Eu nem tive tempo de arrumar minha mala nem nada e...

– Não precisa levar muita coisa pra uma ‘excursão’ ao fundo do mar.

– Não é só esse o problema. Achei que teria mais tempo pra, você sabe, me preparar para enfrentar o Deus dos Mares.

– Se preparar por que? Para com isso vai. É só você ser você mesma que tudo dará certo. – Ele sempre falava com aquela convicção de quem está dizendo a coisa mais obvia do mundo. Mas dessa vez não me tranquilizou. Eu não sabia se algum dia estaria preparada para aquilo na minha vida. Talvez mais tempo não ajudasse em nada, e até piorasse as coisas.

– Tá certo, não vou reclamar mais ok? Afinal é seu presente, seu convite. Você é quem decide como tudo vai ser. Só não se acostume muito com todo esse poder, porque não durará para sempre!

– Não mesmo? Acho até que você estava gostando de ter que fazer tudo do meu jeito, sem reclamar. Fazer as vontades do seu herói aqui não é assim tão ruim vai?

– Não é ruim, não! Desde que você não deixe isso subir a sua cabeça e comece a abusar, está ótimo.

– Não sei do que você está falando. Nem curto essa parada de liderança – Sua risada entrou em meus ouvidos como música. E no momento seguinte, antes que eu me desse conta, já estava de novo tocando meus lábios nos dele.



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Notas finais do capítulo

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