Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 49
Capítulo 48 – Enredo


Notas iniciais do capítulo

Oi geeeente! Tudo bem?
Me perdoem a demora para postar! Essa semana comecei a fazer um cursinho o que me atrasou muito. Mas enfim terminei e ficou bem legal o capítulo
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______________ATENÇÃO__________________
Estou pensando em fazer uma 2ª TEMPORADA dessa fic e preciso saber se vocês irão me acompanhar nessa! Depois do último capítulo(50) Vou apresentar a sinopse para vocês para ver se gostam da ideia ok? ;)
Boa leitura!



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Desastre. Essa palavra define bem a minha tentativa de acertar as coisas com Percy. No começo parecia que estávamos indo bem. Mas no fim das contas acabamos pior do que havíamos começado.

Depois que ele me encontrou na área dos chalés, fomos até o refeitório almoçar. Ficamos em silêncio a maior parte do tempo. Nos comportávamos como se nada tivesse acontecido, mas ao mesmo tempo, ambos saibam que aquilo era só fachada. Sabíamos que ainda estávamos ressentidos um com o outro. E sabíamos que cedo ou tarde teríamos que resolver esse assunto. Terminamos nossa refeição e eu sugeri que fossemos até a praia dar uma volta. Percy pareceu gostar da ideia, pois aceitou sem titubear. Ele segurou minha mão e juntos fomos caminhando até lá. Tirei minhas sandálias e as segurei na mão para poder caminhar descalça sobre a areia. Andamos por cerca de cem metros beirando o mar até que paramos e nos sentamos virados na direção do oceano.

- Recebi uma mensagem de íris do Tyson ontem à noite – disse Percy para quebrar o gelo. Eu instantaneamente fiquei aliviada de ele estar me contando aquilo. Eu não queria ter que dizer que já tinha ficado sabendo daquilo tudo através de um sonho.

- E o que ele te disse? – perguntei fingindo estar curiosa para saber.

- Disse que meu pai quer que eu ajude com a reconstrução de seu reino depois que terminarmos as atividades aqui no acampamento – ele fez uma pausa para conferir qual seria minha reação. Tentei parecer surpresa e ao mesmo tempo calma.

- E você vai? – perguntei sem hesitar. Não sabia se ele tivera tempo suficiente para pensar naquilo, mas eu estava realmente ansiosa para saber. Sua resposta talvez definisse o rumo de nossas vidas daqui para frente.

- Ainda não sei – respondeu ele inseguro – Tenho que pensar melhor. Sobre todas aquelas coisas que você disse de que talvez nossos planos futuros não estivessem assim tão sincronizados – ele respirou fundo e depois continuou – Devo admitir que talvez você tenha razão sobre isso. Por que por um momento eu pensei que poderia aceitar essa proposta de Poseidon e ir viver um tempo por lá...

- Percy, se for isso que você quiser, eu vou entender – coloquei minha mão sobre a dele que estava repousada sobre sua perna. No mesmo instante ele me olhou e sorriu – Eu não vou gostar de ter que ficar longe de você tanto tempo, claro. Mas posso aguentar isso e muito mais se for o que te fará feliz...

- É ai que está o problema, Annie. Eu não tenho certeza se quero ir ao fundo do mar e dar uma de “o filho do Deus dos Mares que quer uma parcela do reino”. Por que no fundo eu acho que é isso que meu pai quer. Que eu assuma uma posição de importância por lá. Se não ele simplesmente chamaria um de seus milhões de servos para fazer esse trabalho. Eu sei que ele tem outras intensões lá para mim. E eu realmente não sei se é isso que eu quero. Ainda não tenho certeza do que quero fazer para o resto da vida. Minha única certeza nesse momento é você. Só o que sei é que eu te amo e que quero ficar do seu lado sempre.

- Sabe que eu sinto o mesmo, não é? – ele concordou com a cabeça enquanto virava a palma de sua mão para cima para poder segurar a minha que estava sobre ela – Mas você também sabe que um dia terá que resolver o que quer fazer. Vai ter que dar uma resposta a Poseidon. Vai ter que se dedicar a alguma profissão. Estudar, trabalhar, etc...

- Pra que a pressa? A gente nem sabe se estaremos vivos amanha – ele mudou o tom de sua voz assumindo uma postura mais defensiva – Com essa vida louca de semideuses que levamos você acha mesmo que vai sobrar tempo para pensar nisso? Coisas mundanas como estudo e trabalho não tem importância para quem tem que lutar pela sobrevivência todos os dias.

- Percy, eu não acho que seja assim tão complicado – argumentei – Já não estamos vivendo tempos tão difíceis para os semideuses. É possível sim que consigamos construir uma vida normal, com tarefas e rotinas normais de qualquer ser humano.

- Sinto muito, mas eu não acredito nisso – ele balançava a cabeça e fitava o solo de areia ao dizer aquilo – Para um semideus a vida nunca será completamente normal. Nunca poderemos viver como qualquer ser humano comum. Nem ao menos podemos pensar em ter um bicho de estimação sem que ele corra o risco de ser devorado por algum monstro!

Esse seu exemplo fez uma referência tão direta ao caso da minha mascote Lilo, que eu não pude deixar de tomar aquilo como uma cruel provocação. Senti até como se ele estivesse me acusando por ter exposto o pobre animal a um perigo daqueles. Mesmo que essas não tivessem sido as reais intensões dele, já era tarde demais. Eu já havia sido atingida por aquelas duras palavras. Percy estava tão convencido de que era impossível para um semideus viver uma vida normal, que usaria qualquer coisa como justificativa. Mesmo que isso significasse ferir meus sentimentos. Nesse momento eu perdi totalmente a vontade de continuar aquela discussão. Não me importava mais se ele não concordava comigo. Eu não queria estar ali, não queria ouvir mais nenhuma palavra que ele dissesse.

- Annie, você sabe que eu não quis dizer isso – ele tentou remediar a situação quando percebeu o que havia dito. As lágrimas em meus olhos acentuaram ainda mais seu arrependimento – Me desculpa, eu sou um imbecil mesmo! Você sabe que não teve culpa em relação... ao que aconteceu quando era criança.

- Eu sei Percy, não me esqueci de que foi você que me ajudou a superar isso – eu respondi de forma fria enquanto soltava sua mão e me levantava – Mas isso não muda o fato de que você ainda acredita que não podemos ter planos de uma vida normal para nós. Não muda o fato de que para você basta que estejamos juntos e para mim não.

- Quer dizer que o nosso amor não é suficiente para você? – perguntou ele ao se levantar também.

- Não foi isso que eu disse – falei já parecendo bastante irritava – Você tem que parar de ficar distorcendo o que eu digo e tentar me entender...

- Acontece que eu não entendo. Não entendo por que é tão importante para você que nós tenhamos que nos preocupar tanto com o futuro. Não entendo porque quer tanto que tenhamos nossas vidas como mortais. Tanto que esta disposta a ter que ficar longe de mim para isso. Realmente eu não entendo...

- Então é isso. Não tem mais nenhuma razão para continuarmos discutindo – falei de forma séria, tentando retomar o controle de seus sentimentos e emoções naquele momento – Nenhum dos dois vai consegui mudar o que o outro pensa, então não tem sentido continuarmos falando o que quer que seja. Isso simplesmente não vai funcionar mais...

- O que quer dizer com isso? – eu senti o medo e a tristeza em sua voz ao se dar conta do que eu acabara de dizer. Ao se dar conta do que estava prestes a acontecer.

- Exatamente o que você entendeu, Percy – disse olhando-o nos olhos e fazendo um esforço tremendo para não deixar as lágrimas escaparem de novo – Se não temos um futuro para nós, então não temos nada. Melhor que tudo termine aqui, no presente.

Me virei e sai o mais depressa que eu pude. Não olhei para trás e rezei aos deuses para que Percy não viesse atrás de mim. Já não pude suportar segurar o choro e meu rosto ficou ensopado em poucos segundos. Eu não acreditava no que tinha acabado de fazer, mas tentei não me arrepender. Eu tinha que tomar uma atitude. Já não estava aguentando aquela divergência de opiniões tão grande entre nós. Ainda não sabia se havia sido a melhor decisão, mas foi o que eu senti que devia fazer. Aquilo me destroçava por dentro e eu chegava a não saber se conseguiria suportar. Porém não ia voltar atrás. Deixei que minhas pernas me levassem até algum lugar onde eu pudesse ficar sozinha. Queria poder chorar tudo o que eu conseguisse, até que tivesse sanidade e consciência suficientes para encarar o mundo de novo.

***

Quando me dei conta estava no meio da floresta. Com certeza já havia passado da área segura há tempos. Ali a mata era bem mais densa e eu podia ver e ouvir muitos animais selvagens. Mas eles seriam o menor de meus problemas. Podia me deparar com coisa muito pior por ali. Mesmo não sendo o lugar mais agradável do mundo, resolvi ficar. Pelo menos era longe e escondido o bastante para ninguém me encontrar por um bom tempo. Sentei-me em uma raiz protuberante de uma imensa árvore ficando a sombra de suas folhagens.

Olhei para o vestido que eu usava e mexi em meus cabelos. Me senti muito tonta por achar que uma aparência melhor poderia fazer com que eu fosse mais confiante e destemida. Sem dúvida nenhuma eu havia parecido completamente frágil e insegura durante aquela conversa com Percy. Ele provavelmente estava com muita raiva de mim agora, e acho que é exatamente assim que ele deveria estar. Afinal eu havia literalmente surtado e tomado a medida mais drástica possível. Não podia dizer se estava arrependida ou não. Mas de um jeito ou de outro aquilo me doía demais. E se ele não quisesse nunca mais saber nada de mim? E se nunca mais voltássemos a ficar juntos? Eu estremeci com essas suposições. Era melhor eu parar de pensar sobre aquilo ou iria ter um colapso nervoso a qualquer momento.

Decidi então focar minha mente em outras coisas. Precisava de algo interessante e trabalhoso que conseguisse ocupar meu cérebro por completo. Não deixando nenhuma brecha sequer para outros pensamentos. Arquitetura. Claro! Quando eu me concentrava num projeto o mundo poderia cair a minha volta que eu nem me daria conta. Tratei de me levantar e me por em marcha de volta ao acampamento o mais rápido possível. Por um momento achei que tivesse me perdido, pois não havia prestado atenção no caminho que fizera até ali. Alguns minutos depois, porém eu consegui retomar o caminho de volta. Eu precisava chegar ao meu chalé antes que alguém me encontrasse. Por ironia do destino ou não, a alguns passos de alcançar meu destino me deparei com uma pessoa inesperada e nenhum pouco desejada naquele momento.

- Olá Annabeth – disse Rachel ao cruzar meu caminho. Ela também não me parecia tão feliz de haver me encontrado. Mas me cumprimentou porque não teve outra escolha – Como vai?

- Bem – menti, para me livrar logo dela e poder seguir meu caminho – e você?

- Melhor – respondeu ela com um leve sorriso – Soube que você e Percy deram uma escapada até São Francisco, é verdade?

- É... mais ou menos isso – respondi sem graça. Eu ainda me surpreendia com a velocidade com que as notícias corriam naquele acampamento – Quíron já se encarregou de nós dar o devido castigo por isso. Mas e você quando voltou para cá? – eu não estava realmente querendo entrar naquele assunto. Mas foi a única maneira que me ocorreu para mudar o rumo da conversa.

- Voltei hoje mesmo. Não podia perder o encerramento do verão por nada – ela parecia animada para alguém que já sabia da grande furada que seria essa última grande atividade coletiva do acampamento – E como está Percy? Ainda não pude falar com ele direito desde que cheguei – quando ela tocou no nome dele senti como se minhas entranhas virassem gelatina e aquela dor aguda que vinha tentando ignorar voltou a me atormentar.

- Aposto que logo você o encontra por ai e poderão conversar com mais calma – fiz um esforço para que aquilo não soasse tão forçado. Então percebi que se ficasse mais um minuto ali eu desabaria – Agora preciso ir, até mais...

Nem dei chance para que ela se despedisse também. Simplesmente sai correndo, em direção ao chalé de Atena. Nem sequer conferi para ver se o local estava vazio, entrei e fui direto para minha cama onde me deitei. Enfiei a cara no travesseiro e deixei que mais algumas lágrimas rolassem sem tentar contê-las. Provavelmente os outros semideuses estavam lá fora aproveitando seu sábado, então acho que eu não seria incomodada tão cedo. Peguei o laptop de Dédalo na minha mala e me pus a analisar seus mais mirabolantes desenhos. Estava completamente concentrada na planta baixa do que seria um imenso aparato que aparentemente servia para limpar e polir espadas quando me sobressaltei ao ouvir alguém batendo na porta. Fiz o maior esforço para não emitir nenhum som.

Bateram de novo e na terceira vez também pude ouvir uma voz. Meu coração foi parar na garganta, pois no mesmo instante a reconheci. Era meu namorado, ou melhor ex-namorado, ou o que quer que seja. Percy chamava meu nome e insistia em bater na porta. Ele dizia que sabia que eu estava ali já que havia me procurado pelo acampamento todo. Eu espremi os lábios um contra o outro e senti novamente aquela dor cortar meu coração. Tinha que fazer um esforço tremendo para não ceder ao impulso de abrir ir até a porta e falar com ele. Mas eu não podia fazer aquilo, não agora. Era capaz de eu conseguir arruinar ainda mais as coisas. Se não fosse pra gente se acertar era melhor eu evitar qualquer tentativa que certamente seria fracassada. Ele insistiu mais um pouco dizendo que precisávamos conversar. Ele dizia estar arrependido do que disse. Porém ao perceber que não obtinha resposta alguma, Percy desistiu e foi embora.

Eu pude respirar aliviada por um momento. Mas logo em seguida voltei a ficar tensa. Como é que eu iria resolver aquela situação. Dessa vez nem Clarisse, nem Quíron, muito menos Rachel iriam me ajudar. Eu tinha que fazer aquilo sozinha. Afinal de contas fui eu quem começou toda aquela história de planos para o futuro. Cheguei a conclusão de que o assunto não era realmente assim tão importante quanto eu dizia. Não que eu estivesse dando razão a Percy, ainda achava que ele estava errado em sua posição. Mas talvez eu devesse tratar disso com mais tranquilidade e menos pressa. Ainda mais depois do que Afrodite havia me dito naquele sonho. Se essas coisas tão ruins que estavam para acontecer conosco realmente estivessem tão próximas, então não era hora de pensar em ter uma vida normal. Por outro lado ficar esperando que as profecias se concretizem também seria insano demais. Eu tinha que encontrar um meio termo.

Tentei voltar a analisar os projetos de Dédalo, mas não deu certo. Minha mente não conseguia se concentrar em nada no momento. Eu estava agitada por causa da recente visita de Percy. Não era novidade que eu já estava começando a sentir sua falta. Isso acontecia cada vez que nos separávamos por um curto espaço de tempo. Mas eu já havia decidido. Só iria encará-lo quando eu estivesse completamente segura e confiante para resolver de uma vez nossa briga. Enquanto isso não acontecia eu ficaria naquela: sem saber se ainda tinha um namorado ou não.

***

Consegui evitar Percy o restante do dia. Pedi a um de meus irmãos para pegar comida para mim no refeitório e jantei no quarto. À noite eu custei a conseguir dormir. O mesmo assunto me atormentava e eu dei várias voltas na cama até conseguir pregar os olhos. Quando isso enfim aconteceu, eu pude pelo menos descansar sem ser interrompida por nenhum sonho indesejado. Despertei cedo na manhã seguinte e percebi que muitos de meus irmãos andavam de forma apressada pelo quarto e se preparavam como se fosse um dia de treino. Até onde eu me lembrava ainda era domingo. Foi então que me lembrei de que aquele seria último dia no acampamento para os que teriam de voltar para a casa. Ou seja, era hoje a incrível “Maratona de Reforma” que Quíron havia inventado para o encerramento. Aquilo não me animou nenhum pouco para sair da cama, mas fiz um esforço e me dirigi ao banheiro.

Enquanto tomava banho me dei conta de que por causa dessa competição eu seria obrigada a encontrar Percy. A coisa iria piorar se nós estivéssemos na mesma equipe. Pela primeira vez achei o fato de essa ser uma tarefa árdua, uma coisa muito boa. Teríamos que nos concentrar ao máximo no que estaríamos fazendo então eu não teria que dar atenção a mais ninguém. Depois de pedir aos deuses que assim fosse, terminei de me arrumar, peguei minha adaga e meu boné por precaução e deixei o chalé de Atena.

Todos os semideuses estavam se reunindo perto da arena. Havia diversos tipos de materiais de construção ali perto. Quíron se encontrava em cima de um pequeno palco que fora montado perto das arquibancadas. Ela estava ainda mais alto do que já era em sua forma de centauro. Ele fez um sinal para que todos prestassem atenção nele e então começou a falar:

- Caros campistas. Hoje realizaremos a primeira “Maratona de Reforma” do acampamento meio-sangue. Espero que estejam empolgados para essa disputa – sua empolgação se contrastava com o total desânimo que pairava sobre todos os semideuses – Nós os dividiremos em três grupos por um sorteio e em seguida daremos o sinal para que comessem. Espero que tenham trazido suas armas e estejam prontos para usar de seus dons divinos – essa declaração despertou o interesse de alguns heróis que começaram a se questionar – Não acharam que essa seria uma reforma ao estilo mortal, acharam? Vocês terão uma “ajuda” muito especial! 


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de dizer o que acharam da ideia da 2ª temporada. Deixem seus reviews e se puderem recomendem a fic ;)
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Visitem meu blog: http://triipe.blogspot.com.br/
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beijos ;**
@SarahColins_