Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 19
Capítulo 18 – Praia


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amores, tudo bem?
Capítulo de hoje é pra quem gosta de romance e muuuuuito #mimimi ;)
Aproveitem!



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Ainda faltavam umas quatro horas para o horário de almoço. O sol da manhã estava ameno e agradável. Muito propício para um dia na praia. Percy já estava me esperando quando cheguei perto do píer. Ele carregava uma cesta de piquenique e uma esteira. Quando me aproximei, ele sorriu pra mim e me beijou. Depois segurou minha mão e me conduziu até a areia da praia. Vi que já havia um guarda-sol e duas cadeiras de praia colocados ali de frente para o mar. O que deixou claro que ele havia pensado naquilo muito antes de me chamar. E mesmo sem saber da minha resposta já tinha preparado tudo. Esse era o meu namorado.

Sorri sozinha enquanto andávamos calmamente até o guarda-sol. Quando chegamos, Percy estendeu a estrei na areia e colocou a cesta de piquenique em cima. Também coloquei minha bolsa ali e fui me sentar em uma das cadeiras. Sem me dar nenhuma chance de me preparar para ver tal cena, Percy tirou a camiseta, ficando apenas de bermuda. Prendi a respiração por alguns segundos, evitando assim soltar algum suspiro ou exclamação de admiração. Ele estava distraído olhando o mar nesse momento, então aproveitei para deixar meu olhar passear pelas suas costas de pele clara e músculos definidos.

Quando ele virou o rosto pra mim, desviei o olhar rapidamente. Ele veio até mim e se colocou a minha frente de pé. Levantei o olhar e fitei o seu rosto. Ele tinha os olhos semicerrados por causa da claridade da areia refletindo os raios de sol.

– Não vai ficar ai sentada o dia todo, né?

– Claro que não.

– Ah bom! Então vem, vamos dar um mergulho no mar...

– Tá bom, pode indo na frente, eu te alcanço.

– Mas... ok. Só não demora muito.

Provavelmente ele ia perguntar por que eu não ia de uma vez com ele, mas acho que desistiu. Não sei se ele entendeu que eu queria um pouco de privacidade pra me livrar da roupa e ficar só de biquíni, ou então se ele simplesmente resolveu não começar uma discussão. De qualquer forma eu me sentia mais relaxada ao ver ele se afastando em direção ao mar. Aproveitei enquanto ele ainda caminhava de costas pra mim e tirei meu short e minha blusa. A temperatura estava alta, o vento que batia me refrescava. Um banho de mar seria ainda melhor naquele momento.

Percy permaneceu de costas quando chegou ao mar. Ele ficou parado ali onde a água era bem rasa. Eu comecei a caminhar ao encontro dele. Percebi que ele movia os braços e as mãos como se estivesse ansioso. Como se fizesse um esforço extremo para não olhar para trás. Mesmo assim eu não acelerei o passo. Fui andando calmamente até chegar a ele. Segurei em sua mão esquerda que estava solta ao lado de seu corpo, e me postei ao seu lado. Ele, ainda sem desviar os olhos do imenso mar, começou a falar:

– Espero que não tenha medo de agua fria.

– Por quê?...

Não tive tempo de dizer mais nada, nem de reagir. Percy me pegou no colo num movimento tão rápido que por um segundo eu pensei que fosse cair. Mas ele me segurou agilmente e começou a correr em direção as águas do mar como se eu não pesasse quase nada. Meus protestos não fizeram com que ele parasse, muito menos que diminuísse a velocidade. Quando chegou até um ponto que era suficientemente fundo Percy me jogou na água e eu afundei quase totalmente. Bati os braços e me coloquei de pé conseguindo voltar facilmente à superfície. Mas aquilo não ia ficar assim. Se ele queria guerra, então ele ia ter.

– Não devia ter feito isso, cabeça de alga. Agora você vai me pagar!

– Olha lá, não se esqueça de que estamos no meu território. Pode não ser a melhor ideia do mundo querer me enfrentar aqui – disse ele com um imenso sorriso de triunfo no rosto.

Fui na direção dele. Ele se virou e começou a fugir tão lentamente que ficou óbvio que ele queria mais era ser pego. Ao alcança-lo eu coloquei as mãos sobre seus ombros e empurrei pra baixo fazendo-o afundar na agua completamente. Ele não ofereceu resistência alguma. Segundos depois eu percebi o quão estúpida tinha sido a minha ‘revanche’ e me afastei dele. Percy continuou em baixo d’água por mais alguns minutos. Cruzei os braços e fiquei esperando a hora que ele ia resolver para de zombar de mim.

– Tentar afogar um filho de Poseidon com certeza não é a melhor estratégia para uma vingança – a voz dele veio de algum lugar as minhas costas. Então eu me virei e o encarei com uma expressão emburrada.

– Não tem graça brigar com você aqui. Sempre vai levar vantagem – reclamei ainda contrariada.

– Ainda bem que não viemos aqui para isso – ele estava há alguns metros de mim. Então mergulhou e voltou a sair da água bem na minha frente em menos de um segundo – viemos aqui para algo muito mais interessante.

Seus lábios tocaram os meus no mesmo instante em que ele me abraçou. Suas mãos tocaram as minhas costas e meus braços subiram até alcançar seu pescoço. Estávamos de pé, com o mar batendo em nossa cintura. A maré parecia não querer nos derrubar. Apenas nos fazia ir poucos centímetros para lá e para cá. As ondas eram bem fracas, nos faziam tirar os pés do chão por alguns segundos apenas. O fato de eu estar pendurada no pescoço de Percy também ajudava. Ele simplesmente parecia não ser afetado por nenhum movimento do mar.

Fomos avançando mais para o fundo. Percy segurava a minha mão, o que me dava mais confiança de ir cada vez mais para o mar aberto. Chegamos num ponto onde a água batia quase em meus ombros então eu refreei a marcha tentando fazer Percy parar.

– Acho que aqui já é suficiente né? Mais um pouco e não dá mais pé pra mim.

– Não tem problema, eu te carrego – disse ele voltando-se para mim com aquela expressão serena que me fazia lembrar seu pai.

– Não, nada disso. Já tive aventuras submarinas suficientes para o ano todo! Vamos ficar por aqui vai? – fiz um cara de pidona enquanto segurava suas mãos por baixo d’água.

– Tá bom, amor! Quem é que resiste a um pedido desses? – ele sorriu e me beijou de novo.

Com a água cobrindo boa parte dos nossos corpos nossos movimentos ficavam mais lentos, mas nem por isso menos intensos. Minhas mãos subiram pelos seus braços até seus ombros e depois deslizaram até seu pescoço. Deixei uma das mãos ali e a outra levei até seu cabelo molhado, acariciando-o. Enquanto isso ele desceu as mãos pelas minhas costas esbarrando de leve no laço do biquíni.

Depois de um longo tempo, Percy começou a colocar sua criatividade pra funcionar, inovando nos beijos e carinhos. Ele terminou de beijar minha boca e depois foi beijando meu rosto até chegar ao maxilar. Depois foi descendo devagar pelo meu pescoço, ora dando beijos, ora apenas passando os lábios de leve pela minha pele. Mesmo eu estando dentro da água fria aquilo me fez sentir um calor imenso. Eu nem consegui reagir direito, apenas fiquei me segurando nele pra não acabar escorregando. Acho que esqueci até de como se respira, porque quando ele parou com os carinhos e me abraçou, eu precisei retomar o folego.

Experimentar o toque dos lábios dele em outras partes do meu corpo era algo que eu não podia definir com palavras. Já tinha imaginado essa possibilidade uma ou outra vez, mas nunca poderia adivinhar o quão bom seria. E ele fazia como se aquilo fosse algo natural. Como se não tivesse premeditado nada. Apenas feito o que estava com vontade. E eu estava nesse mesmo clima quando me atrevi a morder o lóbulo da orelha dele de leve e depois dar um beijo suave logo abaixo em seu pescoço. Senti o corpo dele se estremecer com a sensação que aquilo lhe causava. Deduzi que havia gostado, então repeti o beijo algumas vezes.

– Se continuar assim vai me deixar louco.

– Louco em que sentido?

– Louco pra que não pare nunca mais – disse ele me apertando ainda mais em seus braços.

– Então é melhor eu parar, né?

– Não, pode continuar. Eu não ligo de ficar louco.

– Não liga porque você já é um pouquinho louco de nascença – disse rindo e ele se soltou um pouco para poder me olhar.

– Já disse pra você que o piadista aqui sou eu!

– Ok, eu sou só uma aprendiz. Mas estou me saindo bem, não é?

– Dá pro gasto.

– Dou pro gasto é? – disse me soltando dele e me afastando cerca de uns dois metros – então acho que vai ter que voltar sozinho até a areia, herói.

– Ei, aonde a senhorita pensa que vai? Volta aqui – ele me alcançou facilmente e logo estava me abraçando de novo, dessa vez pelas costas – Não vai me abandonar assim, vai?

– E eu tenho chance contra você dentro d’água? – disse já me rendendo – Mas vai ter que me carregar até lá, porque eu não nado muito bem.

– À suas ordens, heroína!

Ele se posicionou a minha frente. Coloquei minhas mãos e seus ombros e dei um impulso para subir em suas costas. Ele agilmente segurou as minhas pernas de cada lado de seu corpo. Ele parecia não estar com a mínima pressa, pois foi caminhando bem devagar pela água rumo a areia. Eu segurava firme em seu pescoço e ele parecia não se incomodar nenhum pouco com isso. Fui montada nele de cavalinho até o raso. Ele me colocou no chão e depois me deu sua mão para que eu seguisse o resto do caminho a pé. Olhei para o céu e vi que o sol já estava bem alto e havia poucas nuvens

– Tenho que pegar o protetor solar na minha bolsa antes que eu vire um camarão.

– Apesar de eu gostar de você branquinha assim, também ficaria linda vermelha como um pimentão – Percy riu e deu uma leve olhada no meu corpo ao falar. Logo ele percebeu o quanto eu fiquei constrangida com a sua observação.

– Você também tá precisando pegar uma cor, cabeça de alga. Tá parecendo um fantasma de tão branco – revidei.

– Ah é? Mas bem que você estava gostando do fantasma lá no mar há uns minutos atrás né? – ele se inclinou até mim para beijar meu rosto sem parar de andar.

– Nunca disse que não gostava de você parecer um fantasma.

Ainda de mãos dadas, chegamos até o local onde havíamos deixado nossas coisas. Percy foi até a cesta de piquenique e pegou uma lata de refrigerante, a abriu e tomou um gole. Recusei quando ele me ofereceu e fui até minha bolsa pegar o tal do protetor solar. De pé ao lado da esteira eu comecei a passa-lo pelos meus braços e no meu rosto, que eram os lugares onde eu mais costumava ficar queimada. Percy se aproximou de mim, pegando o protetor de mim sem nem pedir e despejando um pouco em sua mão.

– Eu te ajudo – foi o que ele disse antes de ir até minhas costas. Colocou meu cabeço sobre o ombro e começou a espalhar o creme branco pelos meus ombros e minhas costas. Tentei agir naturalmente, mas é claro que isso foi impossível. Não conseguia mover um musculo sequer enquanto Percy passava protetor em mim. Quando terminou, ele se postou a minha frente, me entregando o frasco de volta. Logo imaginei o que ele queria.

– Será que você pode p...

– Claro! – respondi sem que ele precisasse terminar a frase.

Coloquei o produto nas mãos e logo comecei. Não tinha muita habilidade com as mãos, ainda mais quando se tratava de passar protetor solar no meu namorado. Mas tentei espalha-lo da forma mais uniforme que conseguiu enquanto minhas mãos percorriam suas costas. Depois ele pegou o frasco e terminou de passar o restante sozinho, para meu alivio. Não sei se conseguiria ter concentração suficiente para aquilo por muito mais tempo.

Depois nos sentamos nas cadeiras reclinando-as para ficarmos meio deitados. Coloquei meus óculos de sol e tentei manter a cabeça em baixo do guarda-sol. Enquanto isso Percy e eu conversávamos. Pouco depois tomei um dos refrigerantes que Percy tinha trazido. Ainda fomos mais umas duas vezes para o mar, apostando corrida em uma delas. Não tenho certeza, mas acho que Percy me deixou ganhar. Quando chegou perto da hora do almoço, nós comemos o lanche que Percy havia trazido. Quando ele me disse que foi ele mesmo que os tinha preparado, fiquei com uma vontade imensa de mordê-lo, mas não fiz isso porque estávamos muito longe um do outro nesse momento.

Perguntei se já íamos voltar para o acampamento e Percy disse que ainda era cedo. Não me importei, apesar de já não ser tão cedo. Poderia ficar ali com ele o resto do dia todo. A vida inteira. Eu juro que não me importaria. Estávamos os dois sentamos na esteira quando Percy pegou nossas coisas e colocou numa das cadeiras, liberando mais espaço para poder se deitar. Ele segurou minha mão e me puxou para que eu deitasse ao seu lado. Me deitei de lado apoiando minha cabeça em seu ombro. O sol era forte, mas nós ainda conservávamos um pouco da água do mar no corpo. Percy estendeu a mão e puxou um pouco o guarda-sol para que fizesse sombra sobre nós.

– Chega de sol por hoje – ele reclamou num tom descontraído – acho que já não pareço mais um fantasma.

– Não, agora você parece um cavalo marinho.

– Cavalo marinho?

– É, mas dos normais é claro. Não daqueles encantados que nos levam para onde quisermos.

– Ah sim. Acho que gosto de parece um cavalo marinho então – ele riu. Eu sentia o vibrar de seus pulmões estando tão próxima do seu peito. Apesar de estarmos à sombra, era impossível sentir frio estando ao lado dele. Encostando na sua pele.

Ficamos um tempão naquela posição. Falando uma coisa ou outra de vez em quando, mas sem nenhuma preocupação de preencher o silêncio. Chegamos a pegar no sono por alguns minutos ali na areia. Despertei com um vento mais frio que bateu em minhas pernas. Acordei e me levantei, fazendo Percy acordar também. Ele se sentou ao meu lado e deu um bocejo preguiçoso.

– Acho que está na hora de voltarmos, Percy. Logo já começa a escurecer.

– Tem razão, vamos - ele se levantou e foi até a cadeira para pegar nossas coisas.

– Me passa a toalha que está aí na minha bolsa, por favor?

Ele pegou a toalha, mas antes que pudesse me entrega-la, alguém vindo do acampamento surgiu gritando nosso nome. Era Connor Stoll, ele vinha correndo ao nosso encontro. Quando chegou mais perto ele parou de gritar, pois parecia estar ofegante. Seu olhar parou em mim de uma maneira nenhum pouco discreta e percorreu-me dos pés a cabeça. Percy pareceu perceber que ele não tirava os olhos de mim, então se aproximou e colocou a toalha em volta do meu corpo de uma forma protetora e ao mesmo tempo possessiva.

– O que quer aqui? – disse Percy esquecendo completamente da educação e bons modos.

– Estão procurando vocês dois há horas lá no acampamento. Quíron quer falar com vocês!

– Está certo, pode falar pra ele que já estamos indo – Percy havia se colocado a minha frente de forma defensiva e nem ao menos me deixou entrar na conversa.

Connor saiu andando de volta ao acampamento, não sem antes me lançar outro olhar carregado de interesse. Percy, ainda parecendo alterado virou-se para mim.

– Isso que dá querer trazer minha linda namorada a praia. Fica cheio de urubu em cima – ele falava entre dentes sem me olhar nos olhos.

– Do que você está falando Percy?

– Nada. Vamos ver o que Quíron quer.

Ele terminou de pegar nossas coisas. Me entregou minha bolsa e depois enrolou a estreia. Segurou minha mão e fomos andando rumo ao acampamento meio-sangue.



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Notas finais do capítulo

Ui, o que será que o Quíron quer com o nosso casal hein? E qual é a desse Connor? Saibam nos próximos capítulos ;)
Visitem meu blog: http://triipe.blogspot.com.br/
beijos,
@SaranColins_