Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 16
Capítulo 15 – Pedido


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, tudo bem?
Como começaram a semana? Espero que bem ^^
O capítulo de hoje tá bem pra quem gosta de um #mimimi e também pra quem gosta de romance, claro!
Aproveitem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247439/chapter/16

Inevitável entrar no chalé de Percy novamente e não me lembrar da última e única vez em que estive ali. Pensei no que tínhamos feito e no que eu tinha sentido. Ok, era melhor eu parar com aquilo antes que eu saísse correndo igual da outra vez. Era melhor relaxar e ao menos tentar agir normalmente. Percy foi entrando primeiro segurando minha mão. Ele foi até sua cama e se sentou da mesma forma que fez da outra vez. Sem se dar ao trabalho de pedir para eu ficar a vontade de novo, ele me puxou fazendo com que me sentasse a sua frente.

Ele segurou minha mão com suas duas mãos, acariciando e olhando-as. Ficou quieto por alguns segundos. Parecia estar tomando coragem para me dizer alguma coisa.

– Annie, queria te pedir uma coisa...

– Pode pedir – disse sem nem parar pra pensar. Não fazia ideia do que ele ia pedir, mas não importava. Acho que não tinha nada que eu não faria para ele.

– Quero que passe essa noite aqui comigo.

Soltei sua mão na hora e fiquei tensa. Meus olhos se arregalaram e eu não soube o que dizer. Percy percebeu o meu espanto. Acho que foi por isso que ele logo se apressou em completar:

– Só para que possamos passar um tempo juntos, nada de... você sabe... quero dizer... não faremos nada de mais. Você entendeu né?

Não pude deixar de rir quando ele começou a se engasgar com as palavras enquanto tentava explicar direito o que quis dizer. Nesse momento me aproximei dele e lhe dei um beijo rápido o que fez com que ele deixasse de ficar constrangido e sorrisse.

– Entendi sim, cabeça de alga.

– Achei que tinha parado de me chamar assim.

– Nunca vou parar, para o seu azar.

– Eu até que gosto.

– Mas claro que só eu posso te achar assim.

– Claro! – concordou ele ironicamente como se aquilo fosse óbvio – Mas e então...

– Então o que?

– Vai ficar ou não?

– Ahhh... – parei um momento pra refletir sobre aquilo. Se fossemos pegos estaríamos fritos. Era terminantemente proibido que os semideuses entrassem em chalés que não fossem os seus. Mas eu sabia que muita gente por ali já devia ter burlado aquela regra várias vezes. E como eu estava num momento de deixar a razão de lado e ouvir mais meu coração, resolvi aceitar o pedido do meu namorado – Está bem, eu fico. Mas teremos que acordar bem cedo amanha para eu poder ter tempo de ir até meu chalé sem que ninguém se dê conta.

– Fechado! – proferiu ele com um imenso sorriso no rosto. Depois ele foi até o fundo do dormitório e abriu as portas de um grande armário que havia lá. Tirou um travesseiro de lá e o jogou na cama próximo ao seu – Peguei emprestado do chalé de Hermes. Depois desse negócio de os deuses terem que reconhecer seus filhos acabou a superlotação lá e eles estão com muitas coisas sobrando.

– Então quer dizer que você já estava planejando isso faz tempo?

– É... Não há tanto tempo assim também – Tentou se defender ele – Mas o importante é que eu já estava prevenido caso você topasse! – Ele falava num tom super sem graça enquanto eu ria sem conseguir me controlar.

– Então, tudo que eu preciso pra passar a noite aqui é um travesseiro?

– Claro que não – respondeu ele e foi até o armário de novo. Trouxe uma muda de roupa com uma escova de dentes em cima. Percy me entregou aquilo e sorriu enquanto eu olhava incrédula – Também peguei isso do chalé de Hermes. Eles estão realmente com coisas sobrando.

– Isso dai não é usado não, né?

– Não, eles tinham umas reservas extras por que sempre que um semideus aparecia por aqui eles tinham que se alojar lá de início. E você bem sabe que alguns chegam só com a roupa do corpo.

– Sei sim – Concordei enquanto pegava a roupa que ele me oferecia.

Fui até o banheiro e me preparei para dormir. Depois Percy fez o mesmo. Enquanto isso eu me sentei em sua cama e fiquei observando o lugar. Estava escuro. Iluminado apenas com a luz de um abajur que ficava no criado mudo. Olhando para aquele móvel eu vi, no meio da bagunça, um caderno que parecia um diário. Me senti muito tentada a pegar e ler. Mesmo estando naquela “vibe” de seguir meus instintos, eu resolvi não fazer isso. Além de não ser nada legal da minha parte, eu poderia encontrar coisas das quais não queria saber.

Percy saiu do banheiro com um pijama de calor, camiseta e shorts que iam até o meio da coxa. Dei uma rápida olhada pras suas pernas, depois subi o olhar fitando seus olhos. Ele parecia não saber o que fazer. Foi até a cama e sentou ao meu lado. Eu tinha colocado o ‘travesseiro extra’ nas minhas costas encostando-me à cabeceira e esticado as pernas sobre a cama. Ele se acomodou a minha direita da mesma forma e colocou o braço em volta do meu ombro.

– Já disse que adoro o cheiro do seu xampu? – perguntou ele ao se aproximar mais de mim e encostar parte do rosto na minha cabeça.

– Já – respondi com um sorriso. Me aconcheguei em seus braços. Passei meu braço pela frente de seu corpo segurando na sua cintura – Acho que também gosto do cheiro do seu.

– E se eu disser que não lavei o cabelo hoje?

– Então esse xampu deve ser mesmo muito potente, porque o cheiro dele ainda tá forte.

– Ok, estou brincando. Eu lavei o cabelo sim, antes de ir jantar. Nem dava pra não lavar depois da “Caça ao Tesouro” supertranquila que Quíron inventou – ele falou ironicamente, tirando sarro da situação como sempre fazia.

– Falando em “Caça ao Tesouro”, como foi com a sua equipe? – Eu não queria tocar naquele assunto naquele momento. Poderia estragar o clima de romance que estava entre a gente. Mas era inevitável, eu queria saber se ele ia mencionar a conversa com Rachel.

– Foi legal. Conheci uns calouros bem legais. Não tivemos muitas dificuldades de conseguir as pistas, o pior foi encontrar o lugar. Sabia que nesse ponto você ganharia de mim – Ele encostou o dedo indicador no meu nariz ao falar aquilo.

– Eu sempre ganho, esqueceu? – Ri e voltei a insistir naquele assunto – Mas foi só isso? Não aconteceu mais nada enquanto estavam lá na floresta?

– Não, nada de incomum. Por que a pergunta?

– Nada, só curiosidade – Menti, e resolvi parar com aquilo.

– E você, como foi com a sua equipe? Foi muito difícil lidar com a Drew? – Percy sabia o quando aquela menina me irritava. Me lembrei das vezes que ela tinha tentado jogar seu charme pra cima de Percy quando nós ainda não namorávamos, e senti o ‘monstrinho’ do ciúmes me importunando de novo.

– Mais ou menos. No começo ela deu trabalho. Mas depois resolveu colaborar porque queria o tesouro, e até que foi de grande ajuda.

– Que bom! Ainda bem que pudemos dividir o ‘prêmio’, se não a briga seria feia.

Passamos as seguintes duas horas conversando sobre diversas coisas. Às vezes parávamos um pouco pra trocar alguns beijos e carinhos. Nessa acabamos ficando mais a vontade e deitamos na cama, embaixo das cobertas, um de frente para o outro. Depois Percy se deitou mais confortavelmente de barriga pra cima. Meio que instintivamente fui e deitei a cabeça em seu peito, colocando também uma de minhas mãos sobre ele. Ele respondeu ao meu movimento colocando a mão nos meus cabelos e acariciando.

Não sei se tinha caído num daqueles meus sonhos malucos, mas eu sentia como se todo o mundo ao nosso redor tivesse sumido. Era como se só existíssemos eu e Percy em todo o universo. Ou pelo menos era desse jeito que eu me sentia. Estando ali com ele parecia que eu não precisava de mais nada para viver. Me sentia feliz e plena.

Depois de acariciar meus cabelos até me deixar sonolenta, Percy desceu a mão e começou a acariciar minhas costas. E eu, sem perceber, comecei a passar os dedos levemente por seu peito. Nesse momento o silêncio era quase total. Erámos interrompidos apenas pelo som das ondas que arrebentavam na praia, e das folhas das árvores que voavam com o vento. Não era preciso preencher aquele momento com palavras, entretanto eu me senti no dever de dizer aquilo:

– Percy?

– Hmmmm – foi a resposta que ele conseguiu dar enquanto seus olhos já estavam ficando pesados.

– Acho que está faltando alguma coisa para que isso fique perfeito.

– O quê?

Me apoiei sobre o cotovelo para me erguer e alcançar seus lábios. Depois de lhe dar um selinho fiquei fitando seu rosto com um sorriso.

– Eu te amo!

– Também te amo, Annie!

A mão de Percy voltou a minha cabeça e ele fez com que eu me abaixasse novamente para tocar seus lábios. O beijo dessa vez foi mais profundo e longo. Meus cabelos soltos caiam ao redor de seu rosto. Minhas pernas já estavam quase totalmente sobre as dele. Aquele beijo aumentou a temperatura do meu corpo numa velocidade impressionante. Quase tão rápido quanto Percy em baixo d’água. Minha vontade naquele momento era de estar cada vez mais perto dele. Já não me lembrava de onde estávamos, nem de como havíamos chegado ali. Não lembrava nem do meu nome. Só era consciente de nós dois e do nosso beijo cada vez mais intenso.

Dessa vez foi Percy que resolveu dar ouvidos ao ‘chamado’ da razão em sua cabeça. Ele foi diminuindo o ritmo do beijo até parar. Quando nossas bocas se desgrudaram eu estava ofegante. Demorou pra eu me dar conta do que havia acontecido e finalmente sair de cima dele. Eu me deitei de barriga pra cima ao seu lado, com o corpo ereto, sem conseguir mover nenhum músculo. Estava extremamente envergonhada. Eu tinha praticamente o atacado, um pouco mais e eu perderia o controle. Sorte que meu namorado era um cara muito legal e não deixou as coisas continuarem fluindo. Se não eu não sei onde iríamos parar.

Percy não disse nada, pra minha sorte. Eu não conseguiria responder a nenhuma pergunta. Ele se limitou a segurar minha mão e acariciá-la tentando me acalmar. Aos poucos eu tentei relaxar. Fiquei pensando no que tinha acontecido comigo há pouco segundos atrás. Meu corpo me disse para seguir em frente e eu simplesmente havia obedecido sem pensar nas consequências. Típico de uma menina boba e inexperiente. Eu tinha que aprender a controlar aquela “vontade” ou poderia acabar estragando tudo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

twitter: @SarahColins_
blog: http://triipe.blogspot.com.br/
beijos,
Sarah
Pitaco da Manu: Nao Ana, nããão... Você não tem que controlar a vontade. Esse seu autocontrole é que estraga tudo, saca?
E Saritah, manda um Percy desse aqui pra casa? Todo lindo arrumando travesseiro extra e pijaminha! Um amor de menino!