Já passara da hora do café e o irmão não havia descido. Era estranho! Ichigo sempre foi muito pontual. Alguma coisa estava errada e elas sabiam e tiveram certeza quando o pai impediu Yuzu de acordá-lo. Em raros momentos o irmão não se sentia bem e se trancava no quarto. Não porque não quisesse dividir o sentimento com a família e sim porque não gostava de levar a tona o seu lado fraco. Desde o dia da morte da mãe jurou que seria forte e cuidaria das meninas que o mesmo nomeara. Era inaceitável se mostrar fragilizado perto delas. Por isso se mantinha preso no quarto. Mas era realmente uma situação curiosa. Embora poucas, outras vezes já se mostrou triste; a diferença no caso estava no fato do pai está apoiando-o desta vez. Alguma coisa aconteceu nessa noite. Elas sabiam que não obteriam respostas se perguntassem. Quando aqueles dois decidem entrar no mundo deles ninguém mais podia entrar. São nessas horas que pareciam realmente pai e filho.

–Karin-neecham, eu não gosto quando as coisas ficam assim.

–Eu sei, mas nós não podemos fazer nada nesse momento.

–fico me perguntando o que deve ter acontecido.

–Deve ter relação com o nome daquela espada que mencionaram no jantar, Zangetsu. Eu não sei, mas acho que já ouvi esse nome certa vez.

–Ichigo-niisan mal começou e já vai faltar às aulas. – Yuzu ignorou totalmente o comentário da irmã. Mas Karin não deixou se abalar por isso.

–Bom, Ichi-nii é inteligente. Isso não vai afetar as notas deles. Yuzu, agora que me dei conta. Se o Ichi-nii não vai à aula quem nos levará?

–Otousan já saiu. Vamos faltar também. Oh não! É o fim! – Ficou evidente o desespero de Yuzu. Se, tinha uma coisa que ela detestava era faltar às aulas. Nem mesmo quando ficou doente deixou de ir. Já Karin não se importava com isso. Sua única preocupação era ficar entediada o dia inteiro dentro de casa.

NO CASTELO...

As duas serviçais percorriam os arredores em busca da princesa.

–Kemy, a culpa é sua.

–Minha? Mika você que deu a ideia.

–Eu não achei que a princesa levaria a sério.

–Quando vossa alteza descobrir...

–Me sinto mal em dizer isso, mas ainda bem que ele está nesses dias. Seria demissão para nós duas. Tenho certeza.

–Demissão? Você está sendo otimista. Bom, você sabe que o rei sempre foi contra ela frequentar escolas e agora que ele deu permissão ela decide faltar? Claro que ele vai coloca-la de castigo, mas quando descobrir que nós quem implantamos a ideia nela seremos expulsas de Karakura.

–Mas do que nunca estou feliz pelo o rei está deprimido.

–Nossa! Isso saiu tão mesquinho, Mika.

–De-mi-ssão...

–er-er... Pensando bem até que não é tão mesquinho assim. Mas droga, onde será que ela se enfiou?

MANSÃO DA FAMÍLIA ISHIDA

–Que surpresa! Você não vem aqui há anos.

–Não acho um lugar bom de estar.

–Sincero como sempre. Então, diga-me o porquê da sua visita.

–você já deve saber. É sobre o novo aluno.

–Hum você não perdeu tempo.

–O que vamos fazer com o Kurosaki?

–Por enquanto não aconteceu nada anormal.

–pode ser também que não seja ele. Kurosaki não é um nome tão incomum assim.

–Não, mas se Chamar Ichigo e ter cabelos daquele Tom diferente seria muita coincidência.

–Isso vai ser um saco. O que eles vieram fazer aqui?

–Talvez, reaver o que é deles.

–Entendo. O festival...

–já sabe qual a sua missão não é mesmo Uryuu?

–Sei. Devo protegê-lo.

–Exato. É a honra da nossa família que está em jogo. Uma vez nós falhamos e perdemos a Rainha. Não vamos deixar que isso tornasse a se repetir.

–certo. Retornarei agora.

–Você não quer ficar mais um pouco e rever sua família?

–Não seria apropriado. Ishyda também não é um sobrenome incomum, mas seria bom evitar que me associem a essa casa. Para todos os efeitos eu sou um aluno simples que conseguiu com muito esforço uma bolsa no colégio principal. Já basta o incidente do ano passado.

–Keigo Asano. Foi um infortúnio ele ter descoberto que você não é pobre.

–Foi um descuido da minha parte. Tenho que encarar os fatos. Mas fico agradecido por ter sido ele. Até hoje jamais mencionou a ninguém a minha real situação. Imagino quem nem contará, mas o problema é que ele mostra não gostar de mim.

–Ora ora e desde quando isso é um problema? Está amolecendo Uryuu?

COLÉGIO PRINCIPAL DE KARAKURA

Estava calmo sem a agitação do dia anterior. Tudo porque a princesa não compareceu as aulas. Alguns comentários surgiram como: ela não deve ter gostado do ensino – deve está doente, ela não é acostumada a ficar fora do castelo. – desistiu de frequentar quando percebeu que as coisas não seriam como ela queria só porque é uma princesa, entre outros. Claro que os comentários mais maldosos surgiam da parte de Awanami.

Rukia ter faltado logo na primeira semana de aula era um prato cheio para ela. Faria de tudo para que a reputação da princesa fosse pelo ralo a baixo. Mas hoje era um dia diferente. Além da falta da princesa, o novo aluno, e o Ysshida também faltaram. Sobre o novo aluno ninguém sabia nada ainda, mas Ysshida jamais faltou um dia sequer de aula. Estaria ele doente? Era uma coisa inédita.

–Três da sala faltaram hoje.

–poxa, eu ia pegar a matéria com o Yshida-kun.

–Não faz diferença esse kara aqui Orihime.

–Keigo-kun, porque você não gosta do Yshida-kun?

–não é que eu não goste. Só não gosto de quem mente para tirar vantagem.

–Como assim?

–Nada. Bom melhor do que falar desse cara, vamos falar da princesa. Que pena que ela não veio hoje.

–Não a chame de princesa. Ela gosta de ser chamada pelo nome.

–Ele te disse isso?

–Sim, sim. Ela quer ser tratada como todos. Rukia-cham é uma pessoa muito boa.

–Nossa Orihime! Quanta intimidade. Nós estudamos juntos há quatro anos e você não me chama pelo primeiro nome.

–Er-er é que eu me senti muito a vontade. Sinto como se fossemos amigas há muito tempo.

–Ouviu isso Senna?

–A tapadinha é amiga da princesa.

–Meu, é tapada, mas eu pegava.

–Você pegava qualquer um que te desse mole, Grimmjow.

–Eu não tenho culpa de ser homem, Cifer.

–Já vai começar esse papo chato outra vez. Vocês são um saco.

–Nossa! Ela tá nervosinha. Tudo isso só porque a sua caça não veio hoje.

–Não enche Rangiku.

–Ah já entendi. Você tá zangazinha porque a sua caça não veio e a princesa também não. Talvez esteja pensando que os dois estão juntos, né.

–Cala a boca Rangiku. Não tem nada a ver. E eles terem faltado no mesmo dia é coincidência. O nerd de óculos também faltou.

–é, mas talvez eles estejam mesmo juntos, quem sabe treinando? Afinal, serão par no festival.

–“como se todo o treino do mundo fosse tirar o meu primeiro lugar sua vaca”.

MANSÃO DA FAMÍLIA AWANAMI

–Tudo correndo como o planejado. Suas ações foram excelentes Haykiraco.

–Foi mesmo uma boa ideia te mandar para cá depois do ataque a rainha em Mistigan.

–Agradeço por ter me dado essa chance mi lorde.

–Fez por merecer. Vejo que arrumou outras coisas para fazer aqui. Sua casa é bonita.

–Sim, tudo fruto das minas de diamantes. Obrigado por ter me dado à dica de onde elas estavam.

–Por tudo o que conquistou, não teria soldado melhor para trazer a esta cidade. Você foi uma ótima aposta, Sombra.

–Sombra? Há muito tempo não me chamam assim.

–Imagino. Faz muito tempo desde que nos reunimos. Em breve estaremos todos juntos de novo.

–Então a operação Fênix está próxima?

–Vamos todos alcançar os nossos sonhos. Teremos de volta o que de direito é nosso.

–Sim, mi lorde.

TERRA DO LESTE. CIDADE SÁTELITE DE AKIMOUA

–Em breve viajaremos.

–Para onde?

–Já deve imaginar. A princesa já completou 16 anos. Devemos ao menos fazer uma visita. Faz tempo que não vamos até Karakura.

–a princesa com nome de diamante já tem 16 anos? O tempo passa rápido.

–sim. Com toda a educação do mundo devemos fazer uma visita e nos desculparmos pessoalmente por não termos comparecido ao desfile em sua homenagem. Foi a primeira vez que foi apresentada como herdeira aos seus súditos.

–imagino que o Rei não tenha se chateado. Nós não fomos devido a um problema de Estado.

–Ainda assim, nós vamos, Renji.

–Não faço objeções, afinal eu também quero ver como está a minha noiva.

EM ALGUM LUGAR PERTO DA CASA DOS KUROSAKI

–Karin, você tem certeza disso?

–Tenho sim. Esses dias eu estive por aqui e vi esse lago.

–você não acha que deveríamos ter avisado ao Ichigo-niisam?

–Ele com certeza não vai descer tão cedo.

–Ainda assim...

–Vamos Yuzu. A gente nunca tinha visto a neve até nos mudarmos para cá. E eu sei que você sempre quis fazer isso. Se não fosse, você não teria essas coisas no armário – Karin mostra os patins para a irmã.

–Tá. Você me convenceu. E de qualquer jeito eu trouxe alguns curativos caso a gente se machuque.

As meninas caminharam por um caminho estreito cheio de relva e folhagens congeladas que tinha atrás de sua casa. Karin já havia percebido que embora a sua nova casa fosse afastada da cidade e longe de qualquer outra casa. Ela possuía alguns caminhos interessantes. Sacou isso quando passaram pela primeira vez pelo caminho da estrada principal e a entrada para casa deles era um bem pequeno quase imperceptível. Desde daquele dia imaginou se havia outros caminhos assim e ficou muito feliz ao constatar que sim. O sonho de Karin é ser exploradora e não havia lugar melhor para se morar do que aquele lugar em sua opinião.

–Karin, esse lugar não chega nunca?

–Shiiii – sussurrou tampando a boca da irmã. – tem alguém suspeito ali.

–Que? – falando baixinho – achei que esse lugar era deserto!

–Por isso eu disse que tinha alguém suspeito ali.

CONTINUA...