“Prefiro encarar que seja o fim, prefiro, que não volte a me encontrar.”

Quando Você Some – Victor e Leo

[Jennifer]

Era uma menina bem bonita. Os olhos castanhos claros e um loiro delicado nos cabelos. Ela olhou pra mim com uma expressão estranha e chegou mais perto.

– Tá tudo bem? – Ela perguntou com uma voz meiga. – Ah claro, Isabella! Ela tá chorando e deve estar tudo as mil maravilhas. – Ela ironizou pra si mesma e eu tentei sorrir.

– Não, não, eu tô bem! Obrigada.

– Não, você não está. – Olhei pra ela. – Desculpa, me chamo Isabella. Eu acho um nome estranho, mas eu gosto! Você pode me chamar de Isa, ou de Bella, melhor Bella, mas é, me chama de...

– Jennifer. – Falei.

– Jennifer? O que tem a ver “Jennifer” com Isabella?! Eu...

– Não, não! Jennifer é o meu nome.

– AH TÁ! – Ela falou um pouco alto e riu. – Desculpa, eu falo de mais.

Ela se sentou do meu lado.

– Não, tudo bem...

Ela sorriu.

– Mas e aí... O que aconteceu?

Suspirei lembrando do meu cachinhos.

– Sabe quando você faz uma coisa que não queria fazer, mas acaba acontecendo e uma pessoa que você ama sai atingida?
– Haaaaaaaaaaam, sei bem como é... Você viu eu saindo estressada ali né?

– É... Pareceu...

– Pois é... Isso aconteceu comigo e a pessoa atingida foi meu pai... Estávamos discutindo ali, acabou que ele cortou minha mesada e mandou eu sair e arranjar um emprego!

– Hm... Sinto muito...

– Pois é! E você? O que aconteceu?

– Bom... A pessoa foi meu namorado, e agora ele vai viajar e ficar três meses longe e provável que com raiva de mim e eu não sei o que vai ser de nós dois...

Ela me encarou.

– E eu reclamando de mesada...! – Ela falou em um tom repreendendo a si mesma. – Nossa, desculpa! Desculpa mesmo!

Eu meio que ri.

– Tudo bem...

Ela me encarou por um instante, fez uma expressão de pena e parecia estar pensando no que dizer. De repente, ela soltou:

– Ai! Mas você não pode ficar aqui remoendo isso! Vamos sair daqui! Vamos fazer compras! Sei lá!

– Não, não Bella. Realmente agradeço, mas tá tudo bem! E-Eu vou pra casa dormir um pouco, é o melhor a fazer.

– Qual seu apartamento?

– 503.

– Tudo bem então...

– Obrigada, mesmo. – Me levantei e fui em direção a escada.

– O elevador tá com problema?

Eu ri.

– Não, eu sou claustrofóbica, tenho medo.

– Ah! – Ela riu. – Vamos superar esse medo então! – Ela foi me puxando pro elevador.

– Não! Eu fiquei presa um dia!

– Ah para Jennifer! Quem nunca? – Ela fez uma posa engraçada e me puxou novamente. – Eu vou com você.

– Obrigada, Bella.

Ela sorriu e entramos no elevador.

– Aqui... De onde você é? Você não tem sotaque britânico...

– Arh... Sou do Brasil!

– BRASIL?! – Ela gritou.

– É...! – Falei um tanto assustada. – E você? Também não tem sotaque...

– Sou brasileira também! * – Ela falou em português e com os olhos brilhando.

– Sério?! *

O elevador abriu e ela saiu comigo.

– Aham! Eu vim pra cá morar com meu pai por uns tempos... Meus pais são separados e tals...

– Ah, sim. Sinto muito.

– Que nada! – Ela sorriu. – Acredita que é a primeira vez que conheço uma menina brasileira aqui em Londres?!

– Sério?

– Sim! Doideira.

– Umas amigas minhas brasileiras estão aqui também... Depois as apresento a você.

– E fazemos uma festa de pijama! – Ela disse com um sorriso enorme e contagiante.

– Claro!

– Só marcar! – Ela tirou seu celular do bolso. – Põe seu número aqui e me dá o seu celular pra eu colocar o meu.

Assenti e fiz o que ela pediu. Fiquei feliz! Pelo menos não vou estar sozinha nesse momento um tanto difícil. Claro, tenho Ash e Mary, mas elas começaram a trabalhar e a faculdade delas começa na próxima semana. E nessas horas eu me sinto uma sem-serviço. Preciso arranjar um emprego!

Bella se despediu e então entrei em casa, tranquei e me virei pra sala.

O sofá branco e super aconchegante... Vazio. A televisão de plasma... Desligada. Nenhum barulho irritante de vídeo-game... Nenhuma gritaria do Lou... Sem pipocas, biscoitos, hambúrgueres, ou qualquer outra comida jogada pelo Niall... Sem eles! Sem... Ele. Meu cachinhos... Sem o sua risada escandalosa, sem o seu perfume... Ele não estava ali comigo... Meu príncipe de All Star como às vezes o chamo, estava bem longe... E sem falar comigo. Olha que bala!

Senti uma lágrima descendo. Eu não podia chorar por ele! Eu não podia ficar três meses trancada em casa me afogando em lágrimas! E não ia ser fácil, mas eu tinha que tentar esquecê-lo. Resolvi dormir! Dormir, sempre bom.

Entrei no nosso quarto... Olhei nossa cama de casal bem arrumada, nosso guarda-roupa de madeira brilhante, e então me virei pra estante. E lá estava o quadro digital... Inúmeras fotos minhas e do Harry passavam, uma mais linda, ou mais retardada que a outra e eu ia começar a chorar, mas me segurei. “BANHO JENNIFER, BANHO!”, pensei. Tentei ocupar minha cabeça com outra coisa então entrei no banheiro... E dei de cara com uma cueca do Harry! Harry e sua mania de não colocar as cuecas no cesto de roupa-suja. Ignorei, me despi – coloquei minhas roupas no cesto, e as do Harry que estavam no canto – e então entrei no chuveiro. Acredite ou não, o shampoo do Harry estava lá e me fez me sentir mal. AAAAAAAAAAAAAAAAAARGH! Joguei no chão o seu shampoo e ele acabou abrindo e derramando um pouco no chão. O cheiro se espalhou e veio no meu nariz... O cheiro de seus cachos.

Merda. Limpei mais ou menos, entrei de baixo do chuveiro e finalmente tomei um banho. Saí, abri o guarda-roupa e dou de cara com um papel em cima de uma caixa. Peguei o mesmo e li:

“Abre se a saudade estiver te matando. xx Harry”.

Ele só pode estar brincando comigo.

Peguei a caixa e me sentei na cama. Era meio grande, mas era leve. Abri e então lá estava sua blusa do Ramones antiga, com um papel em cuna escrito, “Usa pra ficar mais linda!”, o frasco do seu perfume com outro papel colado, “Borrifa no quarto, é bom!”, ri com aquilo, mas meus olhos já estavam marejados. Então tinha ali, a primeira foto que eu tirei com ele. A primeira das primeiras, era do nosso encontro. Me lembrei dela... Eu tava tentando bater a foto e a merda da máquina não funcionava. Harry então tentou me ajudar, apertou lá e o flash foi na nossa cara! Ficamos com uma cara surpresa, confusa e sinistra pelo flash ter nos deixado cegos. Eu lembro que o Harry deu uma crise de risos! Eu pedi pra apagar e ele disse que queria guardar pra sempre... Foi a primeira foto. Eu não sabia que ele tinha revelado! Peguei a mesma e a virei, tinha uma coisa escrita:

“Lembra dessa foto? Eu sei que não é a mais bonita, mas é a mais importante pra mim. Foi a primeira que nos registrou juntos... É a primeira foto que mostra o casal Styles! Eu só queria te dizer que eu te amo, e muito! E quando a saudade estiver doendo muito... Lembra da minha promessa! Eu nunca vou te abandonar, princesa! :) x”.

Preciso dizer que comecei a chorar?

[Liam]

Chegamos no hotel e tinham muitos fãs a nossa espera. Tirei foto com quase todos, mas eu não posso esconder que tava com a cara um pouco fechada porque.. Eu tava sentindo falta da Mary. Meu Deus, eu nunca vi alguém chorar tanto igual ela chorou! E era por causa de mim! E eu não sabia se eu ficava feliz com aquilo ou chorava com ela.

Lembrei da nossa “despedida”. Nós combinamos de ficar o dia anterior da viagem inteirinho juntos. 24 horas, colados. Claro, só pra ir no banheiro que não né? Mas é, onde ela estava, eu estava com ela. Nós fizemos tudo que podíamos fazer e foi muito divertido. Mas acho que foi pior na despedida, por isso ela chorou aquilo tudo, mas eu prometi pra ela que nos falaríamos todos os momentos que eu pudesse, e eu vou cumprir essa promessa porque eu sei que não vou conseguir ficar muito tempo sem falar com ela. Eu acabei me acostumando com ela, e eu já tava sentindo saudades.

Harry, no meio do negócio foi pra dentro do hotel. Eu acho que pra ele foi pior ainda. Ele não ficou colado com ela por 24 horas como eu e a Maryane, ele ficou mais de um mês colado com a Jennifer, então pra ele se acostumar vai ser difícil pra caramba! Eu fiquei com um pouco de pena, eu ia atrás dele, mas Paul disse que iria, então deixei quieto.

Terminamos a sessão, Paul disse que Harry tava dormindo num quarto separado e eu e os meninos tínhamos que dividir. Ficou eu e Zayn em um quarto e Louis e Niall no outro. Estranho, porque o Harry sempre fica com o Louis e geralmente, eu fico sozinho ou ficamos eu, Zayn e Niall, mas deixa ele, ele tá mal. Nem discutimos e fomos pros nossos quartos. Eu entrei já jogando minhas malas e ligando meu celular pra ligar pra Mary, eu precisava falar com ela.

– Mary?

– Oi? – Ouvir a voz dela me estremeceu por dentro.

– Oi, amor! Não reconheceu a minha voz?

– LIAM! – Ela gritou. – Foi mal, nem vi a identificação, só atendi. – Eu ri. – Mas, oi! Como você tá? Como foi o vôo? E os meninos? Alguma fã te agarrou? Seu hotel é legal? Tá sentindo minha falta? Vo...

– Calma, Mary! – Falei e ela riu.

– Desculpa... – Ela riu de novo. – Mas responde!

– Ok. – Eu ri. – Eu tô bem, o vôo foi tranquilo, Harry tá mal, os meninos tão de boa, Zayn tá falando com a Ash, nenhuma fã me agarrou, o hotel é bonito e eu tô sentindo muito sua falta. Muito mesmo.

– Awn! Você acabou de chegar?

– Aham!

– Ai que bom! Mais tarde a gente conversa por Skype, agora não, porque eu tô feia e com os olhos inchados.

– Tudo bem. E você tá sempre linda.

– Sabia que mentir pra namorada é um erro fatal?!

Eu ri.

– Mas eu vou ficar vivo, porque não menti. Você é linda o tempo todo e...

– Para, Liam! – Ela me interrompeu, eu sei que estava corada, então eu ri. – Enfim! Eu tô tão feliz que você me ligou! Eu pensei que ia esquecer de mim e ia me ligar tipo... Sei lá, nunca.

– Sério que pensou isso?! Muda esse pensamento, eu vou te ligar sempre, sempre, sempre, sempre, sempre, sempre, sempre!

– E sempre!

Eu ri.

Nós ficamos conversando por uns minutos sobre várias coisas retardadas e quando desliguei, alguém bateu na porta, Zayn atendeu e Louis entrou.

– Vamos comer alguma coisa! – Niall falou entrando atrás.

– É, a gente veio chamar vocês pra lanchar no refeitório do hotel. – Lou continuou.

[Harry]

[...]

Chegamos no hotel de NY e tinham alguns... Alguns não, muitos fãs nos esperando. Tinha umas meninas bem bonitas, mas quem disse que eu consegui olhar pra elas como eu olho pra Jennifer?! Claro, eu sou homem, eu olhei pra umas meninas, mas elas não são a Jennifer e eu não me interessei. Sei lá... Cocô.

Coloquei um óculos escuro, arrumei mais ou menos o cabelo e fui ao encontro delas. O amor delas eu sei que é verdadeiro. Enfim... Atendi algumas, Eu juro que tentei sorrir nas fotos, assim, com os dentes, mas eu não consegui. Eu tava mal...

Vi uma menina, tipo, bem bonita. A Jen dá 201841380439184018 a 0 nela, mas eu sou muito suspeito pra falar. Mas...! Como eu queria esquecê-la... Que tal enfiar outra pessoa na minha vida? Certo? É certo, né? Cheguei mais perto dela e resolvi jogar o charme Styles:

– Oi, tudo bem linda? – Falei o mais sexy possível.

Ela me encarou por um instante. Eu fiquei feliz que ela não gritou, eu lembrei da Jennifer, é.

– Você já pensou em cortar seu cabelo? – Eu a encarei, confesso que um pouco surpreso. – Corta igual o do gostoso Malik!

– Ham...

O Zayn chegou mais perto, a menina começou a gritar igual uma retardada e pulou em cima dele. Legal.

Procurei outra menina e vi uma até bonitinha então fui até ela.

– Oi! – Falei normal só pra ver sua reação.

Ela deu um grito tão alto que acho que quase furou meus tímpanos! –‘

Eu olhei pra ela, ela continuou gritando e uma, acho que amiga dela, tentou acalmá-la. Foi estranho. Me virei e achei uma mulher, parecia ser mais velha, tipo uns 30 anos. Eu não ligo pra idade, então cheguei mais perto da mesma.

– Oi, tudo bem? – Falei pegando sua mão pra beijar a mesma e vi uma... Aliança. -.-, Harry Idiota Styles.

Ela sorriu pra mim.

– Você é o Louis que minha filha fala?! – Ela perguntou.

– Não, sou o Harry... – Falei coçando o cabelo.

Ela ficou me encarando estranhamente e eu saí andando chateado. NÃO É SÓ A JENNIFER DE MENINA NO MUNDO! Merda.

Deixei as fãs com os meninos e entrei na recepção amassando meus cachos de raiva.

– Harry, que foi? – Paul chegou mais perto.

Temos outros seguranças, mas o Paul é como nosso pai e preocupa em outras coisas além de nos proteger.

– Ham... Nada...

– Harry... Eu te conheço, cara.

Olhei pra ele por um segundo. Peguei meu celular e coloquei numa foto da Jennifer meio que abraçada comigo.

– Ela... – Falei o entregando meu celular.

Ele sorriu ao ver a foto e perguntou:

– Sua namorada?

– É... – Falei, mas na mesma hora pensei, “ou era...”.

– O que ela fez? – Ele perguntou passando as fotos e parou em uma que me fincou vendo-a. Foi uns três dias atrás, estávamos na poltrona branca da sala, ela estava no meu colo com os braços enroscados em meu pescoço e me dando um selinho.

– N-Nada... Saudade dela. – Falei me sentando num sofá pequeno e bege que tinha lá. Era extremamente confortável, por sinal. Observei a recepção bem arrumada, um hotel bonito mesmo. Tinha uma mesa com uma flor falsa e uns quadros pendurados, diferentes e estilosos.

– Por que eu não acredito em você? – Ele perguntou sorrindo com uma ponta de sarcasmo nos lábios.

– Porque você é retardado. – Falei ainda admirando o local e ele então riu.

– Hm... Não sei não... – Ele me entregou o celular. – Muito bonita ela.

Sorri.

– Eu sei... Muita areia pro meu caminhãozinho essa princesa de All Star. – Falei e ele riu. Me lembrei que ás vezes a Jen me chamava de príncipe de All Star, mas ela também usa toda hora e era pra eu esquecê-la, caramba!

Mas ela ama All Star igual a mim! Princesa mesmo... Sério, vou parar de ser gay.

– Harry, suas fãs vão estranhar... Volta pra lá. – Paul falou me fazendo voltar pra realidade.

– Eu só quero dormir...

– Você dormiu o vôo todo!

– Eu tenho um sono profundo! – Ele me encarou. – Por favor, Paul... – Falei um tanto manhoso.

Ele olhou pra mim e depois andou mais um pouco indo pro recepcionista. Sorri. Ele falou uns trens lá com o cara e depois me deu uma chave.

– Vai, eu levo as malas depois.

– Eu vou dormir com quem?

– Você dorme sozinho e os meninos fazem duplas lá. Tudo bem?

Hehehe.

– Claro! – Peguei a chave. – Obrigado, Paul.

Bati em seu ombro numa forma de agradecimento e fui rápido pro elevador do hotel. Adivinha quem veio em minha mente?! Af.

O elevador fechou e eu, sério, senti a mão da Jennifer apertando a minha. Ela sempre faz isso quando o elevador fecha, porque ela tem medo, e eu amo isso, é como se ela sentisse que eu posso protegê-la e eu sinto que estou protegendo-a. Mas enfim! Eu senti a mão dela apertando a minha! Porra. Balancei a mão e o elevador abriu. No corredor tinha uma menina, acho que ela tinha uns 10 anos. Ela ficou completamente sem reação quando me viu e eu sorri.

– Oi princesa! – Falei simpático e me aproximando. Quem eu chamo de princesa mesmo? Ah é, a Jennifer.

– Você é o Harry da One Direction? – Ela perguntou se encolhendo de timidez.

– Sim! – Sorri de novo. – E você, quem é?

– Eu sou a Jennifer!

Alguém jogou macumba pra mim, só pode.

19358035890 NOMES E ELA TINHA QUE SE CHAMAR JENNIFER?!

– Você tá brincando comigo! – Falei baixo olhando pro outro lado.

– O quê?

– Arh, não, nada. – Me virei pra ela de novo. – Jennifer?

– Aham! – Ela disse sorrindo. Ela tava banguela de uns dentes, mas era linda.

– Acho que todas as Jennifer’s são lindas... – Falei lembrando da Jennifer Lopez, da Jennifer Love... E da Jennifer, né.

– Obrigada! Eu só não falo a mesma coisa porque o Harry Potter é feio! – Ela disse e eu ri alto. É verdade, aquele Daniel R. é feio pra caramba.

– Eu sou bonito? – Perguntei fazendo uma pose retardada e muito gay, ela e riu e depois assentiu com a cabeça um pouco tímida sorrindo e eu sorri de volta. – Obrigado, linda.

– Jennifer, o que você tá... – Uma moça saiu do quarto falando e quando me viu, parou de falar. – Boa tarde. – Ela continuou.

– Boa tarde...! – Falei sorrindo.

– Mãe! Ele é o Harry da One Direction! – “Jennifer 2” falou e sua mãe sorriu.

– Tá explicada a gritaria ali fora! – Eu ri. – Ham... Você se importaria de tirar uma foto com ela? Claro, se não for incomodar, eu enten...

– Claro que tiro! – A interrompi e ela sorriu em forma de agradecimento.

– Vou pegar a máquina! – Ela falou e saiu andando meio atrapalhada. A “Jennifer 1” é atrapalhada, lembrei dela.

Fiquei conversando com a “Jennifer 2” e a mãe dela voltou. Bateu a foto e papapa, eu entrei no meu quarto, tranquei a porta e me atirei na cama. Se fosse uns dias atrás, a Jennifer ia me dar um tiro por pular na cama de tênis, mas é. Fiquei ali quietinho pensando nela... Por mais que eu tentasse, eu não ia conseguir esquecê-la. Pelo menos não hoje, sei lá. Fechei os olhos na tentativa de dormir e fiquei batendo na minha testa pra tirá-la da minha cabeça e quem disse que deu certo? Eu não sei por que ela beijou o Justin! Quero dizer, ela gosta dele né. Mas eu devia ter a escutado. Ela tava chorando! Com certeza tinha uma explicação... Mas, nããããão! Eu tinha que ser o bocó da história. Eu tinha que ter feito aquilo sendo que eu ia ficar três meses longe dela e só aí ela poderia me explicar. É sempre assim! Eu acabo ficando com raiva de mim mesmo.

Definitivamente, eu estava perdido. Comecei então a chorar igual um macaco pra não admitir que chorava igualzinho um bebê. Eu queria ela ali mais do que qualquer coisa. Só ela, nada mais. Me afoguei em minhas lágrimas, o travesseiro ficou bem molhado pra não dizer encharcado, e então, resolvi ligar pra ela. Não fazia a mínima ideia do que dizer, mas eu precisava falar com ela. De qualquer jeito. Mas quando eu pego o celular, ele toca.

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