Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 48
{Special} The First Time


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Enquanto deixavam Hikari, Yoru e Ikioi para trás, Rin, Sesshomaru e Ah-Hu foram para a mansão que Sesshomaru tinha “arranjado”. Jaken também queria ir com eles, mas Rin pediu para ele ficar com Hikari e avisá-los se algo acontecesse.

Também pedira a Ah-Hu, mas este estava demasiado atado emocionalmente a Rin para ceder ao seu pedido, por isso foi com eles.

Rin também não queria ficar muito longe dos filhos, tal como achava que Sesshomaru não quisesse. Tinha ficado combinado que os visitariam uma vez por mês. Dois meses, se vissem que estava tudo a correr bem.

Ao entrar na mansão ao lado de Sesshomaru, enquanto Ah-Hu ficava no quintal, Rin lembrou-se da primeira vez que tinha partilhado uma mansão com ele e, quando Sesshomaru lhe perguntou porque é que ela estava a sorrir, Rin respondeu, mas ele pareceu mais constrangido do que contente por se ter recordado.

Ela era tão inocente naquela altura, pensou Rin ainda a sorrir.

Vários Anos Atrás

Rin, com 18 anos, tinha fugido literalmente da aldeia com um daiyoukai. No entanto, ninguém tinha ido atrás dela. Tinha ficado a saber mais tarde que Inuyasha tinha-se limitado a encolher os ombros e a dizer a Kagome já era crescidinha suficiente para fazer as suas próprias escolhas.

Mas Rin não era. Pelo menos mentalmente e tinha dúvidas sobre a sua fuga pelo menos uma vez por semana. Depois do rápido beijo que Sesshomaru lhe tinha dado, ela não sabia bem o que é que se passava dentro da cabeça dele.

Tinham-se passado várias semanas e eles trocavam poucas palavras. Andavam bastante e passavam as noites na floresta, escondidos de potenciais perigos.

Quando o Inverno se instalou, Sesshomaru decidiu que tinha de arranjar algum sitio onde pudessem ficar, uma vez que Rin não parecia bem. Ela assegurou que era apenas uma constipação passageira, mas, depois de passar vários anos numa aldeia, Rin já não estava habituada a viver na floresta, nem as suas defesas imunitárias.

Por isso, Rin concordou com Sesshomaru, logo que ele não matasse ninguém. E tinha sido assim que aquela “tradição” tinha começado.

No dia seguinte, Sesshomaru encontrou uma mansão de um tamanho razoável não muito longe de uma aldeia. Não foi precisa muita coisa para tirar os residentes de lá. Para dizer a verdade, ele só precisou de entrar lá dentro e, alguns segundos depois, os donos fugiram em direção à aldeia.

Os primeiros dias foram esquisitos. Talvez fosse normal…principalmente quando rumores de que um daiyoukai tinha raptado uma humana tinham-se espalhado pela aldeia e Sesshomaru tinha de estar constantemente a afastar aldeões que queriam “resgatar” Rin.

As coisas acalmaram alguns meses depois e, apesar de a conversa entre eles continuar a ser mínima, Rin já não se sentia tão nervosa a sós com ele e já mal se lembrava do beijo.

À noite, dormiam no futão que o casal que morara ali antes tinha deixado para trás, mas, apesar de serem praticamente dois futões juntos, Sesshomaru e Rin dormiam de costas voltadas um para o outro, confortavelmente.

Foi numa dessas noites que Rin se apercebeu que, era provável que Sesshomaru só tivesse tido pena dela e não quisesse realmente ter filhos com ela. Afinal, ela era uma humana e ele não quereria um hanyou para seu sucessor.

Por isso, descontraiu um pouco mais ao lado dele, tal como nos velhos tempos. Algumas vezes saiam da mansão para irem fazer algumas compras a uma aldeia mais afastada, já que não podiam ir ao mercado da que estava mais perto.

Rin divertia-se e sentia-se como uma criança outra vez. Completamente livre.

Dois anos passaram-se e o 20º aniversário de Rin tinha chegado sem que acontecesse nada de especial entre os dois. Nesse dia, Sesshomaru decidiu sair mais cedo, enquanto Rin dormia, para comprar-lhe uma prenda especial, uma vez que os humanos gostavam dessas coisas. Pelo menos, Rin parecia gostar.

No entanto, quando voltou à mansão, três horas depois, viu Ah-Hu a sangrar no pátio da mansão e, quando entrou na mansão, esta estava virada do avesso e Rin não estava lá.

Até àquele momento, Sesshomaru transformou-se e atacou a aldeia, matando quem se pusesse à frente dele, até encontrar Rin.

Um par de horas depois de ter voltado à mansão com Sesshomaru, Rin continuava sentada no chão, com o kimono salpicado por gotas de sangue, com uma expressão vazia. Quando finalmente olhou para baixo e viu que as mãos também tinham um pouco de sangue, as lágrimas começaram a escorrer pela sua cara e o seu corpo começou a tremer com os soluços.

Sesshomaru limitou-se a sentar-se em frente dela, à espera que ela parasse de chorar ou explicasse qual a razão para o estar a fazer. Mas Rin teve de parar de chorar primeiro para explicar coerentemente porque é que tinha começado a chorar daquela maneira.

Para surpresa de Sesshomaru, ela não estava muito perturbada com os humanos que ele tinha matado para a resgatar.

— O Ah-Hu ficou ferido por minha causa. Ele estava tão assustado quando viu os aldeões aproximarem-se, mas eles só viram um monstro. – disse Rin, limpando as restantes lágrimas – Até o Sesshomaru-sama está ferido.

Sesshomaru olhou rapidamente para o sangue que manchava o tecido da sua perna esquerda. Um dos aldeões tinha-lhe acertado. Mas era por isso que ela estava a chorar?

— Eu tentei explicar-lhes que eu estava consigo porque queria. – continuou Rin – Mas eles pensaram que você tinha-me ordenado para dizer isso.

— Rin…

— Eles vão voltar. – interrompeu Rin, levantando-se – Temos de sair daqui.

Sesshomaru levantou-se também, sem sequer sentir a dor da ferida na sua perna esquerda. Pegou na prenda que tinha comprado para Rin e entregou-lha.

— Tu és mais forte do que isso, Rin. – disse Sesshomaru, surpreendo Rin – Nós não fugimos. Nunca fugimos.

Rin olhou para a saca que Sesshomaru lhe tinha dado e viu que, em vez de um kimono que ele lhe dava com frequência, ele tinha comprado várias coisas para a sua higiene. Sabonete, escova, etc.

Nunca fugiam, pensou Rin a sorrir. E também nunca mudavam. Ela começou-se a rir, confundindo Sesshomaru.

— Não precisas de te preocupar com o Ah-Hu. – disse Sesshomaru – Ele cura-se rapidamente.

Rin anuiu com a cabeça.

— Acho que vou usar alguns destes agora. – disse Rin, pegando no sabonete – E depois de voltar do rio, arrumo a mansão.

Mais descansada, Rin foi ao seu quarto e pegou num kimono que conseguiu encontrar naquela confusão. Voltou à sala principal e olhou para Sesshomaru.

— Quer vir comigo? – perguntou Rin como se fosse natural, aproximando-se dele – Também tem algum sangue na cara.

Quando ela levou a mão à cara dele para limpar um bocado de sangue com o polegar da cara dele e olhou para os olhos dele, alguma coisa dentro dela fez “click”, paralisando-a.

Sem dizer nada, Sesshomaru pôs uma mão por cima da dela, vergou-se um pouco e beijou-a, fazendo-a perder o folego.

Com o coração aos saltos, ela tentou dar um passo atrás para se libertar do beijo, mas sentiu o braço de Sesshomaru a envolver-lhe a cintura e a puxá-la para mais perto até estarem colados um ao outro. E, francamente, Sesshomaru só se afastou porque reparou que ela tinha sustido a respiração.

Depois de a largar, Rin deu dois passos atrás e quase tropeçou nos próprios pés.

— Eu…eu vou… - mesmo depois de Rin ordenar ao coração para bater normalmente, este não se acalmava – Mudar…roupa…

Sesshomaru limitou-se a ficar a olhar para ela, perguntando-se se ela já se tinha esquecido do que tinham “combinado”.

Rin tinha voltado do rio, sem manchas de sangue no corpo e um kimono diferente, lavando imediatamente o que estava manchado, sem trocar uma palavra com Sesshomaru. Fez a mesma coisa quando serviu a comida e depois quando foi lavar os pratos.

Teve de ser Sesshomaru a quebrar o silêncio, depois de Rin já se ter trocado para ir dormir.

— Pareces confusa, Rin. – disse Sesshomaru, enquanto deitavam-se os dois no futão.

— Eu…eu…não…quer dizer…

— Tu pertences-me. – interrompeu Sesshomaru, chocando Rin – Desde o dia em que te trouxe comigo que és minha. Concordaste em dar-me herdeiros e assim o farás.

E aquela era a maneira dele de dizer que a amava e que não queria que ela se fosse embora, mas Rin não o percebeu.

Em vez disso, viu-o a virar costas e a adormecer, enquanto ela ficou toda a noite acordada.

No dia seguinte, foi ela que acordou antes dele, apesar de Sesshomaru persentir imediatamente quando ela deixou o quarto.

— Então, porque é que não fez nada até agora? – perguntou Rin, enquanto os dois comiam.

Sesshomaru olhou para ela.

— Estou a tentar descobrir. – foi a resposta que ele conseguiu arranjar.

— Descobrir o quê? – perguntou Rin.

Mais silêncio. Desta vez, durante mais tempo.

— A tentar descobrir a idade certa para me dares um herdeiro. – respondeu Sesshomaru – Sem pôr em risco a tua vida. E a tentar descobrir quando vais estar pronta para passar de “prisioneira” a “traidora”.

Dois anos a tentar descobrir isso, pensou Rin, enquanto arrumava os pratos e Sesshomaru falava com Jaken, que tinha acabado de voltar da aldeia onde Kagome e Inuyasha viviam. Ele ia lá às vezes, e andava por todo o lado, para levar potenciais crises até ao Sesshomaru-sama, uma vez que ele já não viajava tanto.

No primeiro ano que tinha passado com Sesshomaru, Rin tinha pedido a Jaken, um dia, para tentar descobrir onde estavam Miroku e Sango. Queria a opinião deles sobre a situação dela e, passados alguns meses, Jaken voltou com boas noticias…pelo menos para ela.

Na opinião de Sango, ela devia escolher o que a fazia mais feliz e se isso fosse ficar com o Sesshomaru-sama, ela devia fazê-lo. Só tinham uma vida para viver e não queria que a dela fosse miserável.

Passados aqueles anos, Rin continuava sem saber onde se encontravam Miroku e Sango, mas lembrava-se do que Sango lhe tinha dito. O facto de Rin já ter tido mais do que uma oportunidade para voltar à vida graças a Sesshomaru, pesou ainda mais na sua decisão.

E também porque, apesar de ainda ser de uma maneira inocente…Rin amava Sesshomaru.

E não tinha sido exatamente por isso que tinha fugido com ele? Porque o amava?

Tinha sido estúpida ao acomodar-se ao lado dele só porque ele não mostrava nenhum sentimento por ela.

Não queria estar confortável. Queria o tipo de relação que a Kagome tinha com o Inuyasha.

— Quando é que vai descobrir? – perguntou Rin, enquanto Sesshomaru a observava a lavar os pratos – O que é que há para descobrir?

Sesshomaru não respondeu, obrigando Rin a continuar.

— Eu estou numa idade apropriada para ter filhos. – disse Rin, corando. Mesmo assim, pousou o prato, decidida a continuar – E não me importo que os aldeões me chamem de traidora.

Quando se virou, estava a centímetros de Sesshomaru. Raios, ele era rápido e silencioso!

Sesshomaru pôs o indicador por baixo do queixo de Rin e levantou a cabeça dela ligeiramente para que se pudessem olhar nos olhos.

— Estás a dizer que estás pronta para me dares um herdeiro? – perguntou Sesshomaru, vendo-a a anuir com a cabeça.

Um bocado assustada, pensou Rin, mas definitivamente pronta.

Nessa noite, tinha-se tornado numa traidora aos olhos de todos os humanos naquela aldeia. Claro que só se começou a ver que ela era uma traidora passados três ou quatro meses depois, quando a sua barriga começou a crescer.

Depois de saber que Rin estava grávida, Sesshomaru tinha-se tornado um pouco mais afetuoso e muito mais protetor, mandando Jaken às compras por vez deles.

Punha várias vezes uma mão sobre a barriga de Rin, quando esta menos esperava, como se estivesse a tentar passar algum tipo de mensagem ao bebé e olhava frequentemente para Rin, como se fosse impossível que ela tivesse mesmo concordado em ficar com ele.

Recusava-se a dormir de costas para Rin, agora, mesmo quando ela o fazia, por vezes, e esperava que ela adormecesse antes de ele próprio.

De alguma maneira (Sesshomaru e Rin desconfiavam que tinha sido Jaken), Hanna tinha descoberto que Rin estava grávida e, com o mesmo olhar de suspeita, olhou para a barriga de Rin, que estava correntemente no seu 7º mês de gravidez.

— Tens a certeza que é teu? – perguntara Hanna, fazendo o filho virar a cara e sair para o quintal.

Hikari tinha nascido naquela mansão, com a ajuda de Hanna, enquanto Sesshomaru, Jaken e Ah-Hu afastavam os aldeões enfurecidos pelo acontecimento.

Rin tinha corrido risco de vida durante o parto e, por isso, Sesshomaru tinha decidido, depois de pensar bastante, que não precisava de outro herdeiro.

O nome “Hikari”, que mais tarde coincidiria com a sua personalidade, tinha-lhe sido dado depois de Rin ver a luz nos olhos de Sesshomaru, enquanto pegava na filha.

Atualmente

Depois disso, as coisas tinham-se desenrolado de uma maneira que nenhum deles poderia prever e que deram lugar ao nascimento de Yoru e de Ikioi.

A mãe continuava sem acreditar, às vezes. Três netos, quando achava que não ia ter um.

Já dentro da mansão, Rin olhou para Sesshomaru.

— Eles vão pensar que sou “prisioneira”. – avisou Rin, referindo-se ao aldeões.

— Nós nunca fugimos. – lembrou Sesshomaru, aproximando-se de Rin para lhe tirar o que tinham trazido para se acomodarem.

Rin encolheu os ombros e começou a ajudar Sesshomaru.

— Posso sempre tornar-me numa traidora, outra vez. – propôs Rin, com um grande sorriso.

No entanto, quando Sesshomaru ouviu isso parou de fazer tudo, fazendo Rin rir-se às gargalhadas.

A partir daquele dia, eles podiam fazer o que quisessem.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado por lerem até ao fim T_T
Foi uma das minhas fics mais queridas e fico muito agradecida por todos os comentários que foram deixados e por terem ignorado os tantos erros que dei.
Muito, muito obrigada.