Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 47
Capítulo 46 - O Trono


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem do último capítulo.
Espero que tenham gostado de ler a fic (para aqueles que leram do príncipio ao fim)
Obrigado por lerem e terem escolhido a minha história



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Hikari queria mesmo falar mais com os pais e despedir-se apropriadamente, mas o pai bateu o pé e nem sequer olhou para trás quando a deixou e voltou com Rin e Yoru para o clã. Por muito que lhe custasse ver as lágrimas da mãe e o desprezo nos olhos do pai, Hikari tinha tomado a decisão de dar continuação à linha da Midoriko-sama há algum tempo atrás e não ia voltar atrás. Mariah decidiu desfazer-se do seu corpo humano e continuar a observar a vida de Sesshomaru como a Deusa que era, uma vez que era mais fácil fazê-lo daquela maneira.

Hikari voltou ao tempo de Kagome e começou a viver na casa da mãe dela. Acabou a escola e entrou na Universidade de Tóquio onde, como tinha garantido ao pai, conheceu um rapaz que a aceitava por quem ela era e não se importava de onde (ou quando) é que ela tinha vindo.

Depois de acabarem a Universidade, Hikari e Aoi (o rapaz que amava), casaram-se numa pequena igreja, apenas com a família de Aoi. Como o rapaz gentil que era, Aoi decidiu ir viver para a Era Feudal com Hikari e, finalmente, conhecer os seus pais.

Apesar de Hikari lhe ter dito que não estava de boas relações com os pais, Aoi tinha dito que queria pelo menos tentar. Acedendo ao seu desejo, Hikari levou-o pelo poço para a Era Feudal e tentaram falar com os seus pais, mas, sempre que tentava, um dois guardas do clã iam até ela e aconselhavam-na a não o fazer.

Aoi finalmente desistiu e aceitou o convite de Kagome para irem viver para a aldeia onde habitavam. Hikari percebeu rapidamente porque é que o pai lhe tinha dito que seria difícil ser um hanyou e ter uma relação com um humano. Não um hanyou normal. Pelos vistos, como mais tarde descobrira, um hanyou como ela, vinda de um daiyoukai como Sesshomaru, envelhecia como um demónio normal envelheceria. Mas, quando disse isso a Aoi, este não se importou, gozando até com o facto, uma vez que teria uma mulher muito mais nova do que ele até morrer.

Hikari não gostou da ideia, mas não podia pedir ao pai (nem sequer falar com ele) e implorar que ele fizesse a mesma coisa que tinha feito à mãe. Para começar, Mariah tinha desaparecido no dia em que ela tinha ido para a Era da tia.

Enquanto isso, no palácio do clã de Sesshomaru, ele e Rin tinham assumido o cargo, depois de Hanna ter insistido. Quanto a Yoru, apesar do conselho ter ficado contente quando ouviram que Hikari não queria ser sucessora e terem pressionado Hanna para que Yoru tomasse o seu lugar, esta estava decidida a não o fazer.

Para dizer a verdade, também não sabia se Yoru ainda o queria. Parecia mais do que contente a treinar os guardas do clã e estar na frente da ação.

O filho, sentado no trono…não parecia muito feliz, tal como Hanna temera. E agora, não tinham um sucessor caso ele decidisse deixar o clã outra vez…apesar de Hanna não achar que o filho fizesse isso a não ser que Rin também concordasse em sair dali com ele.

Se isso acontecesse, Hanna teria de voltar ao trono e, apesar de não minimamente velha demais, estava cansada demais para liderar um clã tão poderoso e importante. Sesshomaru era a imagem perfeita que eles precisavam…ou um sucessor que ele treinasse pessoalmente.

Já que Hikari tinha sido a única a ter o privilégio de ter sido treinada diretamente (e exclusivamente) pelo filho e tinha tornado num hanyou com o poder de um daiyoukai, ela seria a escolha perfeita…mas isso também tinha ido por água abaixo.

A única solução viável agora era pedir ao filho que gerasse mais um herdeiro para tomar o seu lugar. Isso também tinha sido um desperdício de tempo. Por muito que ela implorasse, Sesshomaru limitava-se a dizer que não queria treinar outro filho e que Yoru podia ficar no seu lugar, quando ele decidisse que estava na hora de deixar o trono.

Hanna sabia que Sesshomaru ainda estava ressentido por Hikari o ter deixado para trás. Apesar de ser um orgulhoso daiyoukai, Sesshomaru tinha amado Hikari desde a primeira vez que a tinha visto, incondicionalmente, como um pai humano. Não apenas por ela se parecer extremamente com Rin, mas porque era uma herdeira que ele nunca pensaria que iria ter. Ao longo dos anos, enquanto Hikari crescia, Sesshomaru ficou ainda mais contente quando se apercebeu que, para além de se parecer com Rin, tinha herdado a sua persistência e vontade de querer sempre ter mais poder.

Quando Hikari lhe virou costas e recusou-se a ser sua herdeira, tinha sido mais do que um choque para o filho.

Mas Yoru não podia tomar o lugar do filho no trono. Hanna temia que ele pudesse descontrolar-se a qualquer momento.

Por isso, Hanna recorreu à única pessoa que talvez conseguisse persuadir o filho a dar-lhe outro neto. A sentir um pouco de culpa, Hanna foi falar com Rin que, depois de ouvir a explicação para Hanna querer outro herdeiro, concordou em dar-lho logo que Sesshomaru aceitasse ter outro filho com ela.

Rin, ao contrário de Hanna, não teve de implorar. Nem sequer teve de pedir para que Sesshomaru concordasse com ela. Sabia que tinha sido a mãe a falar com Rin, mas não se importava de todo.

Sesshomaru era orgulhoso demais para dizer a Rin que queria abraçá-la até adormecerem ou beijá-la quando o sol nascia e ela estava a sorrir, ainda com os olhos fechados e ela era tímida demais para dizer que o amava.

Mas, por muito que tentassem, Rin parecia não engravidar e Hanna começou a preocupar-se que o facto de Rin ser imortal tivesse afetado a sua habilidade de conceber um filho.

Nem Sesshomaru nem Rin estavam remotamente preocupados.

Tentar conceber um filho todas as noites não era um fardo. Pelo contrário.

Quando Rin anunciou, passados alguns meses, que estava finalmente grávida, todos os membros do clã festejaram…apesar de alguns não o quererem fazer.

As preces de Hanna foram mais do que ouvidas quando uma pequena hanyou nasceu, nove meses depois. Mesmo estando protegidos por guardas no castelo do clã, Sesshomaru continuava a recusar-se a deixar Rin durante os primeiros três meses de vida do bebé que chamaram Ikioi. Hanna pensava que, para além de querer proteger a recém-nascida, o filho queria ajudar Rin a tomar conta da bebé nesses primeiros meses.

Rin já estava habituada e agora tinha ajuda de algumas criadas, mas Sesshomaru insistia em ficar ao lado dela…a ajudá-la…o mais subtilmente possível.

Hikari também deu à luz poucos meses depois da sua irmã mais nova nascer. Um menino saudável chamado Mirai nasceu na aldeia, com a ajuda de Kagome, enquanto lágrimas enchiam os olhos de Aoi.

Hikari, que tinha sido bem-recebida na aldeia, juntamente com o seu marido, criou o filho até este fazer dez anos. Depois, deixou-o aos cuidados da sua tia, para que ela lhe pudesse ensinar tudo sobre demónios, hanyous, mikus e sobre a Midoriko-sama.

Ao contrário de Hikari, Mirai não sentiu nenhuma pressão para continuar a linhagem. Ficou maravilhado por ser descendente de uma miku tão poderosa e sentiu-se mais motivado para treinar. Tal como, no meio do clã, Ikioi não sentiu a pressão de suceder ao pai. Pelo contrário, ficava fascinada pelas histórias que Rin lhe contava sobre a sua irmã mais velha e ansiava ser como ela…pedindo várias vezes ao pai para a treinar.

No entanto, apesar de ter aceitado conceber outra herdeira, Sesshomaru recusava-se a treinar a filha mais nova, deixando-a aos cuidados do irmão mais velho. Por muito que Rin se surpreendesse com esse facto, Yoru e Ikioi tinham-se dado bem desde o principio.

Ikioi tinha o cabelo branco, olhos amarelos, marcas na cara e o grande cabelo que chegava a tapar as suas orelhas provenientes das suas raízes de hanyou. Ao contrário de Hikari, que parecia mais humana do que hanyou, Ikioi não parecia ter um traço de humana. Algumas vezes, Rin ouvia dizer que Sesshomaru tinha na verdade acasalado com uma serva para conceber Ikioi e era por isso que ela não era um hanyou.

No fundo, Rin ficava chateada com os rumores. Ikioi era uma hanyou e Rin era a sua mãe. Os outros podiam não as ver, mas Rin olhava para as orelhas dela sempre que a penteava, todos os dias de manhã.

Também ao contrário da irmã, Ikioi não gostava de mostrar as orelhas e não gostava que olhassem para ela como uma hanyou. Já Hikari, sentia orgulho das suas orelhas e de ser uma hanyou que conseguia superar daiyoukais.

Talvez fosse por isso que Yoru gostava mais da irmã mais nova do que gostava de Hikari. Talvez também fosse por isso que Sesshomaru não quisesse treiná-la.

Os anos iam passando e via-se claramente que Sesshomaru não se afeiçoava com o trono e as responsabilidades de ser o líder do clã. Yoru, por outro lado, estava contente por ser o líder das forças do clã e o treinador particular de Ikioi.

— Eu sei do que é que está à espera. – disse Rin, um dia, sentada ao lado de Sesshomaru, enquanto viam Yoru treinar Ikioi – Mas…o que é que vai fazer…quando ela voltar?

Sesshomaru olhou para Rin de lado. Já tinha tudo planeado. Bastava que a filha – o seu orgulho – pusesse um pé naquele lugar de onde ele queria sair. Só precisava disso para começar o seu plano.

Hikari, que não estava minimamente consciente do plano do pai, viu o marido envelhecer e o filho crescer muito mais rápido do que ela. Aliás, Hikari tinha parecia ter a idade da esposa do filho, quando este se casou com uma das mais novas mikus da aldeia (apesar de ser muito mais velha). Ela e Aoi viram a sua neta nascer – uma humana completa – um ano depois.

Hikari estava satisfeita por ter conseguido chegar ao seu objetivo. No entanto, quando Aoi morreu e Kagome adoeceu, Hikari começou a sentir-se presa e impotente. Ela não pertencia ali. Tinha sido isso que o pai tinha querido dizer.

Toda a gente estava a envelhecer muito depressa, enquanto ela parecia ter 21 anos humanos.

Finalmente, tal como Sesshomaru tinha planeado, Hikari não tinha aguentado mais e, depois de se despedir do filho e do neto em lágrimas, dirigiu-se ao clã, onde teve de dizer que estava ali para ficar antes de a deixarem entrar.

Foi como se tivesse finalmente chegado a casa, onde todos eram iguais a ela.

Completamente alheia que tinha uma irmã mais nova, Hikari ficou maravilhada ao conhecê-la depois de ter uma reunião emotiva com a mãe. No entanto, depois de passar anos a ser treinada por Yoru, Ikioi já não parecia ter um fascínio tão grande pela irmã.

O que lhe tinha contado Yoru?, perguntava-se Hikari.

Nos primeiros meses, o pai não lhe dirigiu uma palavra, limitando-se a olhar ocasionalmente para ela. Rin, que sabia qual era o plano de Sesshomaru, pediu a Hikari que tomasse o lugar do irmão e treinasse Ikioi, uma vez que Yoru estava demasiado ocupado com os guardas.

Nem Yoru, nem Ikioi ficaram contente com a decisão da mãe. Mas sabiam que se fossem contra a vontade da mãe também teriam de ir contra o pai, e preferiam evitar isso.

Algumas semanas depois, Sesshomaru começou a falar com Hikari, só para anunciar que ele e a mãe tinham de deixar o castelo para fazer uma coisa (inventavam sempre uma nova desculpa), e que, por isso, Hikari devia tomar conta do trono enquanto eles estavam ausentes.

Hikari perguntou-lhes porque não era a avó que tomava conta do clã, mas eles disseram apenas que ela estava demasiado cansada. O tempo em que ficavam fora foi aumentando aos poucos. Primeiro alguns dias, depois um par de semanas, até chegarem a demorar meio ano a retornarem.

Hikari ficava preocupada, pois não sabia se o clã aceitaria como substituta temporária do pai, mas eles começaram-se a habituar à sua liderança, aos poucos. Até Ikioi que, apesar de ainda ter vergonha das suas orelhas, já não tinha tanto medo que soubessem que era apenas um hanyou depois de ver com os próprios olhos como a irmã mais velha era.

Até um dia, os pais pedirem para falarem com Hikari em privado.

— Eu quero que fiques com o trono. – começou Sesshomaru.

— Por quanto tempo, desta vez? – perguntou Hikari, já habituada ao pedido.

— Permanentemente. – respondeu Sesshomaru, chocando Hikari – Desde o dia em que nasceste, estavas destinada a ele.

— O quê!? – perguntou Hikari, como se não tivesse ouvido bem – O próximo descendente é o pai!

— Eu não o quero. Nunca o quis. – disse Sesshomaru – É teu dever proteger e manejar o clã. Foi para isso que te treinei.

Era verdade, pensou ele. Com a sensibilidade da mãe e a sua coragem, Hikari era definitivamente a que devia preencher o trono. Esperava que treinasse Ikioi da mesma que ele a tinha treinado, para que esta pudesse herdar o trono mais tarde…quando Hikari acabasse por se fartar dele. Sesshomaru sabia que Hikari acabaria por se fartar de dar ordens e ficar no mesmo sitio todo o dia. Afinal, era sangue do seu sangue.

— Hikari, nós sabemos o quanto sofreste. Quando saímos da última vez, fomos visitar a aldeia da Kagome-san. – informou Rin – Sempre que o Sesshomaru dizia que ias ser a sua herdeira, tu sorrias. Eu quero ver-te a sorrir outra vez.

Hikari ficou surpreendida quando a mãe não usou “sama” depois do nome do pai. Tinha ficado assim tanto tempo fora?

— E vocês? – perguntou Hikari – Se eu tomar o trono, onde é que vocês vão?

— Nós vimos visitar-te, de vez em quando. – promoteu Rin – Mas, tal como tu nunca pertenceste ao mundo dos humanos, eu nunca pertenci a este mundo. E tu sabes como o teu pai odeia este lugar. Para ele, o mundo humano é mais apropriado do que este clã.

— Não te vou abandonar, como o meu pai me fez. – disse Sesshomaru, bruscamente – Vimos visitar-te com mais frequência do que a Rin fez parecer.

Sesshomaru disse aquilo como se fosse apenas visitar Hikari, ignorando os restantes filhos. Rin sorriu. Ele nunca ia mudar.

— Bem…nós já temos uma mansão perto de uma aldeia. – disse Rin – Não precisas de te preocupar. Só queremos que cuides bem da tua irmã, tal como o Sesshomaru cuidou de ti.

Era um grande fardo, pensou Hikari. Mas viu a esperança e orgulho a voltarem aos olhos do pai quando este olhou para ela e, no seu coração, voltou a ter cinco anos. Não queria desapontá-lo.

Por isso, aceitou o fardo e, tal como tinha sido decidido desde o seu primeiro dia de vida, Hikari ficou a comandar o clã.


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Notas finais do capítulo

Alguns leitores sugeriram que eu fizesse um capítulo onde o Sesshomaru e a Rin são mais...íntimos *cough*.
Um capítulo especial pode estar no futuro desta fic, por isso ainda não vou a fechar. No entanto, se decidir que esse capítulo não seria apropriado para esta fic. Este vai ser o último capítulo.
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