Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 37
Capítulo 36 - Vivo ou Morto


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/247383/chapter/37

Mariah já tinha posto Rin na posição para o ritual, Hikari continuava inconsciente, agora num futon no chão e Sesshomaru estava à porta do quarto com o filho a observar cada passo de Mariah.

No entanto, ficaram todos chocados quando ela pegou num punhal e cortou-se, fazendo o seu sangue começar a correr rapidamente. Sesshomaru deu um passo em frente mas Mariah limitou-se a levar um indicador ao sangue que lhe escorria pelo braço e a começar a desenhar símbolos na pele de Rin como se fosse tinta.

Como não parecia incomodar Mariah de todo, Sesshomaru manteve-se onde estava e continuou a observar cada passo do ritual.

–Eu já lhe expliquei isto, Rin-sama. - disse Mariah depois de se ajoelhar ao lado da cama onde Rin estava deitada - Mas o procedimento vai doer um bocado.

Rin olhou para Sesshomaru, mas este ficou calado. Rin estava à espera que ele dissesse que não era preciso e que ele ficaria bem sem ela quando ela começasse a envelhecer. Mas ele parecia apoiar aquele ritual com toda a sua força, por isso Rin decidiu fazer o seu melhor e fechou os olhos.

–Vou começar. - avisou Mariah, fechando os olhos também.

Sesshomaru deu dois passos em frente quando ouviu Rin gritar mas Yoru parou-o. - A bruxa avisou que ia doer. Não podemos parar o ritual a meio. Não sabemos o que pode acontecer.

Quando o coração de Rin parou e ela deixou de respirar, Mariah começou a proferir algumas palavras em latim repetidamente, enquanto levava as mãos ao peito de Rin.

Tudo o que Rin era antes daquele ritual. Todas as suas memórias e sentimentos. Tinha de ficar tudo na mesma. Por isso, Mariah tinha de se concentrar, não só para não a matar, mas também para não danificar nenhuma das suas memórias.

Alguns anos atrás

–Porque é que eu não posso ir com o Sesshomaru-sama? - perguntou Rin, na noite do seu 15º aniversário - Porque é que não me deixam?

–Deves aprender o que é estar rodeada por um hambiente normal, primeiro. - respondeu Kagome - Estiveste com ele desde pequena. Sê paciente. Vais-te habituar à aldeia eventualmente.

–Sim. - concordou Inuyasha - Podias começar por fazer amigos.

–As crianças não querem aproximar-se de mim. - amuou Rin - Porque veem o Sesshomaru-sama a vir-me visitar constantemente. Eles pensam que ele é mau e têm medo de estarem perto de mim.

–Bem, ele é mau. - murmurou Inuyasha.

–Ele não é mau. - protestou Rin - Nem todos os demónios são maus. O Sesshomaru-sama não é mau.

–Como é que sabes? - perguntou Inuyasha - Como é que tens tanta certeza?

–Porque ele salvou-me quando mais ninguém o fez!

–O que é que está a dizer, Midoriko-sama. - perguntou um dos seus ajudantes, surpreendido.

Ela olhou em voltou e reparou que estava num Templo, com a armadura vestido.

–Do que é que estávamos a falar? - perguntou ela, levando uma mão à cabeça.

–Eu perguntei porque é que acha que o demónio que tem percorrido esta aldeia não é mau. - lembrou o ajudante - Às vezes acho que é demasiado boa para a sua própria segurança.

–Midoriko...? - ela olhou para a mão com as sobrancelhas franzidas mas depois sorriu - Eu sou forte. Mesmo que seja demasiado boa, ninguém me vai deter por essa razão.

–Não pretendia mencionar isto, Midoriko-sama. - continuou o ajudante - Mas, ontem, quando estava a dormir, murmurou "Sesshomaru-sama".

–Sesshomaru-sama? - perguntou ela, pegando na espada antes de sair do Templo - Eu não conheço nenhum Sesshomaru.

No entanto, quando abriu a porta do Templo, deparou-se com um rio a brilhar com a luz do sol, olhou para baixo e viu Kagome a lavar a roupa.

–Afinal porque é que estás sempre a falar no Sesshomaru? - perguntou Kagome, enquanto Rin ajoelhava-se vagarosamente ao lado dela - O que é que sentes mesmo por ele?

–Bem... - Rin corou - Não sei.

–Devias começar a considerar casamento daqui a um par de anos. - disse Kagome - Parece que por estes tempos as pessoas têm de se casar cedo.

–Eu não quero casar-me com ninguém. - disse Rin, levantando-se - Porque eu amo o...

Chocada, uma onda de areia passou pela sua frente e o rio desapareceu.

–Midoriko-sama, afaste-se do demónio! - disse um dos aldeões armados que estavam à sua frente - Não pode protegê-lo! Ele vai matá-la!

–Ele não vai matar-me! - gritou Midoriko, esticando os braços - Ele é bom!

–Midoriko, já chega. - pediu o demónio que ela estava a proteger - Não me podes proteger para sempre.

Com as lágrimas nos olhos, Midoriko ficou a ver a pessoa que ela amava a ser assassinada pelos aldeões da vila que achavam que estava em perigo. Quando ele caiu ao chão e olhou para ela com um sorriso suave, ela pegou na espada, correu até ele e espetou a lâmina no seu coração.

–Midoriko-sama! - exclamou um dos aldeões, insatisfeito - Ele merecia sofrer mais um pouco. Porque é que o matou assim?

Ela virou-se e afastou-se dos aldeões sem dizer nada. Não ia voltar à aldeia deles. Só parou no meio de um floresta.

Encostou-se a uma árvore e levou as duas mãos gentilmente à sua barriga. A criança que carregava dentro de si era o produto do seu amor por aquela pessoa e, agora, a única prova que existia.

Não ia deixar que lhe fizessem mal. Até ter esta criança...

–Então, o que é que sentes realmente por ele? - perguntou Kagome.

Ela virou-se com as lágrimas a cobrir o rosto, ainda com as duas mãos na barriga. - Eu amava-o.

As mãos de Mariah tremiam sob o corpo imóvel de Rin. Finalmente, quando acabou de falar, levou uma mão à testa de Rin e suspirou, ainda com os olhos fechados. Só os abriu quando ela começou a respirar outra vez.

Mariah levantou-se e só entou limpou o sangue do seu braço.

–Correu tudo bem. - disse Mariah, ouvindo os suspiros de alivio de Yoru e Sesshomaru - Ela só está a dormir agora porque o ritual deixa-a exausta. Deve acordar não tarda nada. Daqui a uma ou duas horas...

–O que é que se passa?

Surpreendida, Mariah virou-se e viu Rin com os olhos abertos.

–Rin-sama! - Mariah correu para ela, um pouco aliviada - Como é que se sente?

–Bem... - Rin sentou-se devagar e olhou para o que estava a vestir - Eu...foi o ritual...não foi?

–Não se esforce, Rin-sama. - pediu Mariah - O ritual correu na perfeição.

–E o meu bebé? - perguntou Rin, levando as mãos à barriga -O meu bebé não foi prejudicado durante o ritual, pois não?

–Bebé? - perguntaram Mariah e Sesshomaru ao mesmo tempo.

–Sim. - confirmou Rin - Eu disse-lhe que estava grávida, não disse?...não estou?

Mariah olhou para Sesshomaru, esperando desesperadamente ouvir que eles estavam à espera de um terceiro filho, mas ele abanou a cabeça. Isso significava que ela tinha mexido nas memórias de Rin sem se aperceber. Mas porque é que ela pensava que estava grávida?

–Rin. - Sesshomaru aproximou-se - Nós já temos dois filhos. - ele apontou para Yoru e depois para Hikari que estava a dormir no chão - Lembras-te?

–E porque é que eu teria um filho contigo? - perguntou Rin, chocando Sesshomaru que depois olhou para Mariah com as sobrancelhas franzidas.

–O que é que se passa? - perguntou Yoru, aproximando-se também.

Mariah estava a ficar nervosa.

–Rin-sama, do que é que se lembra? - perguntou Mariah, rezando por uma resposta positiva.

–Eu lembro-me do ritual. - respondeu Rin, com uma dor de cabeça horrível - Ele morreu. A pessoa que eu amava. Fui eu que o matei. E esta criança que carrego. - Rin olhou para a barriga e sorriu - Vou contar-lhe tudo sobre a pessoa que amei.

Sesshomaru começava a ficar cada vez mais irritado.

–Rin-sama, reconhece esta criança? - perguntou Mariah, apontando para Yoru. Rin abanou imediatamente a cabeça. A suar, Mariah apontou para Sesshomaru - E aquela pessoa?

–É um demónio, não é? - perguntou Rin - Não, não sei quem ele é.

–O nome Sesshomaru não lhe diz nada? - perguntou Mariah, sentindo o olhar de Sesshomaru em si - Nada de nada?

–Sesshomaru...sama. - murmurou Rin - A Kagome-san falou-me dele.

–Sabe quem é a Kagome-san? - perguntou Mariah, vendo uma luz ao fundo do túnel.

–Sim, ela foi a pessoa que cuidou de mim quando mais ninguém... - Rin fechou os olhos - Não. Não foi ela. Foi outra pessoa. Uma pessoa parecida com o Inuyasha-san.

–Uma pessoa parecida com o Sesshomaru-sama? - perguntou Mariah, com cuidado.

Rin olhou para Sesshomaru fixamente e corou sem saber porquê.

–Sim. - respondeu Rin, desviando os olhos - Uma pessoa parecida com ele. Para quê tantas perguntas? Eu só perguntei se o meu bebé estava bem.

–Porque, Rin-sama, o bebé que tentou proteger é ele. - disse Mariah, apontando para Yoru - Quase morreu para que ele sobrevivesse.

–Mas...isso quer dizer que ele é o filho daquela pessoa? - perguntou Rin, confusa - Já dei à luz?

–Duas vezes. - confirmou Mariah, apontando para Hikari - Aquela é a sua filha mais velha.

Rin abriu a boca. Queria negar. Dizer que aquilo era impossível. Mas, quando Hikari começou a abrir os olhos, não conseguiu dizer uma palavra. Não queria negar que aquela era sua filha, apesar de não ter a certeza se aquele tal de Yoru era.

–Os meus filhos... - murmurou Rin, com um sorriso - Com aquela pessoa.

–Sim. - Mariah apontou para Sesshomaru - Com a sua pessoa amada.

Rin olhou para Sesshomaru outra vez e abanou a cabeça.

–A minha pessoa amada já morreu. - insistiu Rin - Fui eu que o matei.

–O que é que se passa!? - exclamou Sesshomaru para Mariah, enquanto Rin falava com Yoru e Hikari.

–Parece que as memórias da Rin-sama foram misturadas com as memórias da Midoriko-sama. - explicou Mariah, a medo - Apesar de parecer lembrar-se que viveu na aldeia com a Kagome-san e o Inuyasha-san, e se lembrar que alguém parecido consigo a salvou quando ela era pequena, recusa-se a acreditar que você é o parceiro dela. Em vez disso, acredita que o pai da Hikari e do Yoru são do demónio que a Midoriko-sama amou.

–E está morto. - concluiu Sesshomaru - Os sentimentos que ela tinha.

–Ela não se lembra que o ama. - disse Mariah, sinceramente - Não tem quaisquer sentimentos por si. Peço imensas desculpas. Mas a alma dela é imortal. Isso correu bem.

Sesshomaru queria matá-la!

Numa situação daquelas, o que é que podia fazer.

–Ela parece ter amnésia seletiva.

No final, tinha decidido levar Rin aos curandeiros do tempo da mulher do cachorro e era aquilo que um deles tinha dito. Kagome tinha ido com eles, não só porque estava preocupada com Rin, mas também porque tinha quase a certeza de que Sesshomaru não ia perceber o que o médico ia dizer-lhe.

–Isso quer dizer que ela esqueceu-se apenas de certas partes da sua vida. - explicou o médico - Mas não de todas. Já fizemos alguns exames e o cérebro está completamente bem.

–E então? - perguntou Sesshomaru, fazendo o médico suspirar.

–Bem, é óbvio que você é o marido dela, certo? - perguntou o médico, mas não obteve resposta - No entanto, a Rin-san pensa que o seu amante já morreu há muito tempo. Não pode forçar as memórias dela. Ela deve ter escolhido esquecer-se de si por alguma razão. Basta descobrir porquê e pode ser que isso ajude a que a Rin-san melhore.

Kagome sentou-se, deprimida.

Sentia-se mal por Sesshomaru.

Ele não chegaria à razão sozinho, mas ela também não sabia exatamente porque é que Rin tinha escolhido esquecer Sesshomaru, já que o amava tanto.

Se estivesse a mentir para saber se Sesshomaru realmente a amava, seria bom. Mas, enquanto estavam a ir para o hospital e ela tinha-lhe dito que Sesshomaru era mesmo a pessoa que ela amava, Rin tinha-a olhado com puro ódio. Disse simplesmente que era impossível apaixonar-se por outra pessoa a não ser o pai dos seus filhos. O demónio morto.

Sesshomaru, que estava com elas na altura, devia ter ficado destroçado mas não o tinha mostrado de todo.

Devia estar destroçado agora, depois de ouvir que Rin lembrava-se de toda a gente menos dele, mas continuava sem o mostrar.

E isso deixava-a destroçada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?