Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 33
Capítulo 32 - A Aldeia


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Tal como Sesshomaru tinha dito, Rin, Hikari, Yoru e ele próprio voltaram para a Era feudal no dia seguinte, depois de dizer à mãe para não os seguir, pelo bem de Hikari.

– Têm a certeza que a mãe já está boa para voltar? – perguntou Hikari, à beira do poço, um pouco preocupada.

– Salta! – protestou Yoru – Não podemos ir a lado nenhum sem ti…infelizmente.

– Eu estou bem, querida. – respondeu Rin, estendeu os braços – Agora, anda.

A fazer beicinho, Hikari saltou para dentro do poço, que se encheu de luz imediatamente e os transportou para a sua Era. Na verdade, Sesshomaru queria ficar na outra Era mais um bocado para a Kagome poder ensinar como usar os poderes de uma sacerdotisa a Rin. Mas tinham de se tornar nómadas outra vez, pelo menos até tratarem de Chronos e Aion. Como Rin não estava grávida nem doente, as caminhadas diárias tornavam-se mais fáceis.

Às vezes tinham de dormir no meio de florestas, o que o impedia de dormir. No entanto, quando chegava a altura do mês em que Hikari se transformava em humana, eles tentavam inflitar-se numa vila e persuadir alguém a deixá-los lá passar a noite.

Normalmente era Rin que conseguia fazê-lo, uma vez que Sesshomaru e Yoru pareciam ameaçadores aos olhos das pessoas normais.

Relutantes, a pessoa deixava Rin e Hikari entrarem depois de Sesshomaru e Yoru prometerem não o fazerem. No entanto, como Sesshomaru estava acostumado a dormir no quarto ou à porta do quarto da filha nessas noites, frustrado, Sesshomaru dormia por baixo da janela do quarto onde a filha ficava.

Para Yoru, aquilo tudo era um incómodo. Ele podia simplesmente acabar com os “deuses”. Quase que o tinha feito da última vez se eles não tivessem desaparecido no último segundo. O pai também parecia saber que o filho conseguiria fazê-lo mas, por alguma razão, não dizia nada.

Então, um dia, enquanto passeavam pela floresta, Yoru decidiu tentar espetar um espinho no assunto que os pais estavam a tentar esconder de Hikari.

– Quando é que vamos falar sobre a segunda personalidade da hanyou? – perguntou Yoru, levando imediatamente um estalo de Sesshomaru, que o atirou para longe.

– Segunda personalidade? – perguntou Hikari, confusa – O que é que ele quer dizer?

– Bem… - Rin deu voltas à cabeça para encontrar uma maneira de explicar aquilo à filha – É que…

– Temos de encontrar um lugar segudo para dormir. – interrompeu Sesshomaru – O sol já se está a pôr.

Ainda um bocado confusa, Hikari concordou com o pai, seguindo a mãe enquanto Sesshomaru olhava de lado para Yoru, à espera que ele se recomposesse e se aproximasse.

– É que é que pensas que estás a fazer? – perguntou Sesshomaru.

– Ela tem de saber. – respondeu Yoru.

– Porquê? – continuou Sesshomaru – Não estamos em perigo.

– Estamos constantemente a viajar porque temos medo que os “deuses” venham buscá-la ou matá-la. – explicou Yoru – Se ela soubesse, podia controlar-se.

– Se falares mais no assunto, deixamos-te para trás. – disse Sesshomaru, virando-lhe costas – Espero que estejámos entendidos.

– O Yoru estava a falar da voz na minha cabeça? – perguntou Hikari, depois de anoitecer e terem acendido um pequena fogueira – Essa é a “segunda personalidade” de que estavam a falar?

– Voz? – perguntou a mãe, intrigada.

– Sim. – respondeu Hikari, olhando para Rin – Normalmente falo com ela quando adormeço.

Fazia sentido, pensou Sesshomaru. Sempre que a segunda personalidade dela entrava em acção, Hikari pensava apenas que tinha adormecido.

– Mas…essa voz. – continuou Hikari – Ela parece-se um bocado com o Yoru quando está a falar. Mas como é que vocês sabem? Ouviram-me falar durante a noite?

– Como é que se parece comigo? – perguntou Yoru, um pouco ofendido.

– Não tem piedade. – respondeu Hikari, imediatamente – Está constantemente a dizer que eu podia descansar em paz se eu o deixasse tomar conta do meu corpo.

– Não podes deixar que isso acontessa, Hikari. – disse Sesshomaru, severamente.

– Claro que não. Eu não quero ficar como o Yoru. – disse Hikari, ofendendo de novo o irmão – É por isso que voltamos a ser nómadas?

– Na verdade, a tua voz já te possuiu um par de vezes. – confessou Rin – Tu não te lembras porque pensas que tinhas adormecido.

– Mas, até agora conseguia controlá-la. – disse Hikari, com um ar pensativo – Não sei o que mudou. Esperem…magoei alguém?

– Ninguém que importe. – respondeu Sesshomaru, começando a apagar a fogueira – Está na hora de dormir. Se algum demónio vir a fogueira pode atacar. Amanhã procuramos uma casa onde pussamos ficar.

Hikari franziu as sobrancelhas, tentando perceber como é que a voz tinha tomado conta dela, e depois apercebeu-se.

Quando o pai e a mãe a tinham enviado para a Era da tia Kagome, ela tinha lido alguns mangas e, nalguns deles havia uma personagem caracterizada por “yandere”. A personagem tinha uma espécie de duas personalidades. Era extremamente protectora dos seus entes queridos e fazia de tudo para os proteger. Se não tinha magoado ninguém da sua familia quando tinha sido possuída pela sua segunda voz, talvez essa voz fosse um tanto “yandere”.

“Yanderes” ao mesmo tempo, repeliam os seus entes queridos por estes terem medo dos seus actos extremos. Hikari não queria repelir a sua familía!

No dia seguinte, tal como tinha dito, o pai encontrou uma casa para eles ficarem. Claro que não era uma casa normal e claro que não estava vazia. Tal como tinha feito antes, Sesshomaru ordenou que a filha fosse lá dentro e os obrigasse a sair. E, tal como tinha acontecido antes, todos os que moravam lá saíram alguns segundos depois de Hikari entrar.

Rin teve pena quando viu uma jovem a sair da casa a correr com um bebé ao colo.

– Temos de ficar com esta. – murmurou Rin para Sesshomaru – Não pudemos estar sempre a expulsar pessoas. Para não falar que eles vão avisar a vila que alguns demónios ocuparam uma casa na vila deles.

– Tu vais ser a sacerdotisa desta vila. – disse Sesshomaru, chocando Rin.

– Eles nunca irão aceitar uma sacerdotisa casada com um daiyoukai. – disse Rin – O que é que está a dizer.

– Nesta altura, ter uma sacerdotisa é um privilégio para as aldeias. Porque é que achas que a Kagome recebe tantos pedidos vindos de outras aldeias? – perguntou Sesshomaru – Eles não vão se importar com quem és casada. Provávelmente vão fingir que nem sabem de nada só para terem uma sacerdotisa.

– Mas…

– Tens de ir lá agora. – interrompeu Sesshomaru – Antes de a família que expulsamos te carectarize como uma humana que idolatriza demónios. Fá-los ver que és uma sacerdotisa capaz. Mesmo que ainda não sejas capaz de mostrar todo o teu poder.

– Como queira. – disse Rin, baixando a cabeça, um pouco contrariada.

Talvez assim os aldeões os deixassem em paz, pensou Rin enquanto se dirigia para a vila.

Rin tinha-se dirigido para o Templo onde só moravam um par de monges que a reconheceram imediatamente como Sacerdotisa apenas pela sua aura.

No entanto, depois de a vestirem apropriadamente e a levarem ao chefe da vila, este não confiou na opinião dos monges.

– Uma família disse que a viu com três demónios. – disse o chefe, cruzando os braços – Como é que pudemos confiar nela?

– É verdade? – perguntou um dos monges, olhando para Rin.

– Bem, na verdade, apenas um deles é um demónio. – corrigiu Rin – O outro é um daiyoukai e a rapariga é um hanyou. Mas são…inofensivos.

– Porque é que andaria com tais criaturas, sendo você uma sacerdotisa? – perguntou o monge, um pouco desiludido.

– O daiyoukai salvou-me a vida quando eu era criança e não tinha ninguém. – explicou Rin, sorrindo – Os outros dois são meus filhos.

– Filhos…com o daiyoukai? – perguntou o chefe, abrindo a boca quando Rin anuiu – Ela não pode ser uma sacerdotisa!

– Só há pouco tempo é que descobri que era uma sacerdotisa. – continuou Rin – Descendente da…qual era o nome dela? Acho que era Midoriko. Disseram-me que era uma sacerdotisa importante.

– A Midoriko-sama!? – exclamou o chefe.

– Sim. – confirmou Rin – É uma história complicada.

Os monges e o chefe começaram imediatamente a conversarem entre si, de maneira a que Rin não conseguisse ouvir.

– Está bem. – disse finalmente o chefe – Nós aceitamos-te como a miko da nossa vila. Podes ir com os monges mudar para umas vestes mais apropriadas para uma sacerdotisa.

– Eu tenho uma roupa própria. – disse Rin, fazendo uma vénia – Eu vou para casa trocar de roupa. Se precisarem de mim, basta irem até lá.

– Mas…os demónios…

– Nós assim o faremos. – disse o chefe, interrompendo o monge.

– Mas, senhor. – disse o monge, quando Rin já ia longe suficiente para não ouvir – Como é que podemos ir lá quando ela vive com demónios?

– Cala-te monge. – ordenou o chefe – Ela é a descendente da Midoriko-sama. Achas que só a aceitei por ela ser uma sacerdotisa?

– Não percebo. – confessou o outro monge.

– Como é que ia aquele plano para reconstruir a Shikon no Tama? – perguntou o chefe, olhando para Rin de longe.

Escondido atrás de uma árvore, ali perto, Hikari ouvia tudo o que o chefe estava a dizer. Tinha sido o pai a enviá-la, porque havia menos hipóteses de os monges sentirem a presença de um hanyou.

Mas…eles queriam “usar” a mãe? Não sabia que os humanos podiam ser mais cruéis do que os demónios.

– Eles aceitaram-me como miko. – disse Rin, depois de chegar a casa e vestir a armadura – Não é bom? Quando começar a envelhecer, vocês podem ir embora já que eu sou práctimente parte da aldeia, agora. Onde é que está a Hikari?

– Ela foi analisar o terreno à nossa volta. – mentiu Sesshomaru – E, quando nós sairmos daqui, tu vens connosco.

– Sesshomaru-sama…

– Já chega! – exclamou Sesshomaru, interrompendo Rin – Para que fique esclarecido de uma vez por todas, Rin, quando tu morreres, eu morro contigo.

Rin abriu a boca, mas a filha chamou Sesshomaru do quintal. Quando Sesshomaru saiu, Rin caiu de joelhos no chão e tapou a cara com as mãos.

– O que é que eu faço Yoru? – perguntou Rin, sem sequer olhar para o filho, que se tinha escondido para ouvir a conversa – Não queres que o teu pai morra, pois não?

Yoru saiu do seu esconderijo, estranhamente tocado quando viu as lágrimas nos olhos da mãe. Ele sentou-se ao lado dela e, como se fosse uma pessoa completamente diferente, deitou a cabeça nas pernas de Rin.

– Eu vou encontrar uma maneira de mantê-la viva, para sempre. – murmurou Yoru – Entretanto, não morra.

Rin olhou para o filho e passou-lhe os dedos pelo cabelo quando viu uma lágrima a escorrer pelo canto do olho dele. Ela já tinha visto aquela mudança drástica uma vez. Quando ele a tratava simplesmente como mãe, como um menino pequeno.

Tinham-lhe explicado que era porque ele tinha crescido quase de um dia para o outro, sem mãe. Pelo que parecia, a mãe era uma figura importante para o clã de Sesshomaru. Enquanto o pai não tinha quase contacto nenhum com os filhos até o dia do combate, a mãe guiava-os.

Rin perguntava-se, como é que Yoru se tinha sentido ao ter a Hanna-Hime como figura materna e depois descobrir que a mãe era uma miko. Será que ainda assim, ele desejava que ela o guiasse? Já que tinha sido Sesshomaru a “guiar” Hikari desde pequena, Rin não sabia de nada.

Como é que ela fazia isso?

– Estou a ver. – disse Sesshomaru, depois de Hikari lhe contar o que é que o chefe lhe tinha dito – São eles que estão a tentar recriar a Shikon no Tama e nós acabamos de lhes entregar a Rin de bandeja.

– O que é que fazemos? – perguntou Hikari – Saímos desta vila?

– Não. A Rin não aguenta mais mudanças. Até as mikos são humanas. – murmurou Sesshomaru – Sempre que eles precisarem dela, tu tens de segui-la. Eu confio em ti para protegeres a Rin se eles tentarem alguma coisa.

– Com a minha própria vida. – disse Hikari, anuindo.

– Nessas alturas, se alguma coisa extrema acontecer, podes deixar a voz na tua cabeça tomar conta do teu corpo. – disse Sesshomaru, pondo uma mão na cabeça dela – Hikari, eu tenho muito orgulho em ti. Vais dar uma óptima sucessora.

Hikari sorriu, mas baixou os olhos.

O seu destino não era esse, pensou ela.


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Notas finais do capítulo

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