Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 18
Capítulo 18 - Mentira


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Yoru acordou com o barulho de alguma coisa a bater contra a cabana com força. Quando abriu os olhos, a sacerdotisa estava a preparar chá mas não havia rastos de mais ninguém em casa. Talvez fosse uma boa oportunidade para matar a sua “tia”.

– Bom dia. – cumprimentou Kagome, surpreendendo Yoru – O teu pai está lá fora com a Hikari e a tua mãe. O Inuyasha foi buscar tecido para a Rin fazer roupas novas para a Hikari.

Yoru olhou para o arco e as flechas ao lado dela e decidiu que era melhor não tentar nada…por enquanto.

Levantou-se e saiu para ver o que é que eles estavam a fazer e viu a hanyou a atacar o seu próprio pai. Este impediu o ataque com o braço e agarrou-a pela perna com a outra mão, pondo-a de cabeça para baixo.

– A tua guarda continua baixa. – disse Sesshomaru, olhando para a filha que tentava conter o riso por estar de cabeça para baixo – Apesar de notar que continuaste a treinar.

– Já chega. – disse Rin, cruzando os braços, apesar de ver a filha a sorrir quando Sesshomaru a pousou no chão – Já estão a treinar há duas horas.

Como Yoru previra, a hanyou não conseguia derrotar o pai, mas a verdade era que Sesshomaru tinha as roupas esfarrapadas e ligeiramente rasgadas devido à luta.

– Se conseguires melhorar a tua defesa, vais conseguir ficar mais forte. – disse Sesshomaru – Afinal, um combate não depende só do quão forte tu és. Um exemplo disso é o teu tio. Ele é fraco mas, de alguma maneira, consegue derrotar demónios mais fortes do que ele.

– Pai… - murmurou Hikari – O tio Inuyasha está atrás de ti.

– Eu senti-o. – disse Sesshomaru – Porque é que achas que disse aquilo?

Rin levou uma mão à cara. Tinha a certeza que eles não se matavam um ao outro por causa dos filhos. Foi buscar o tecido a Inuyasha e entrou na cabana, sorrindo a Yoru quando passou por ele. No entanto, Yoru limitou-se a virar a cara.

– Pai. – começou Yoru, embaraçado – Também me podes treinar a mim?

Sesshomaru olhou para ele com as sobrancelhas franzidas.

– O treino é de madrugada. Agora, a Hikari precisa de comer. – respondeu Sesshomaru, vendo Yoru a olhar para a irmã – Hikari, depois de comeres, vens comigo para procurarmos um sitio para ficarmos. Não podemos ficar nesta cabana durante muito tempo. É demasiado pequena.

– Bem, desculpa-me por não ter as condições necessárias para o grande Sesshomaru. – disse Inuyasha, sarcasticamente – Quem é que veio pedir ajuda porque a Rin estava doente?

– Nós já sabemos o que é. – disse Sesshomaru – Agora já podemos ir.

– Estejam à vontade. – disse Inuyasha, passando pelo irmão para entrar na cabana – Quanto mais depressa melhor.

– Posso ir convosco? – perguntou Yoru, que tinha ficado para trás, com a irmã e o pai – Ir procurar algum sitio para nós ficarmos?

– Tu não devias estar no castelo com a minha mãe? – perguntou Sesshomaru. Quando sentiu Hikari a puxar-lhe a manga, inclinou-se um pouco. Depois olhou para Yoru, enquanto Hikari lhe sussurrava ao ouvido e anuiu com a cabeça – Está bem. Podes vir connosco.

Sesshomaru endireitou-se e dirigiu-se para a cabana, seguido por Hikari. Yoru queria saber o que é que a hanyou tinha dito ao pai para ele mudar de ideias, por isso decidiu puxá-la para ficarem a sós mas, quando estava quase a tocar-lhe, Sesshomaru virou-se para trás rapidamente e deu-lhe um estalo na mão.

– Não lhe toques. – disse Sesshomaru, olhando para Yoru – Mantem-te afastado dela.

Yoru olhou para o pai e depois para Hikari.

– Vou ficar aqui à espera. – disse Yoru, sentando-se na erva.

– Então vão os três? – perguntou Rin, enquanto acabava de costurar um fato novo para Hikari. Estava preocupada por irem apenas os três, já que Sesshomaru não tinha problemas em matar Yoru e Hikari não se importava de ficar a assistir, ou vice-versa – Sozinhos.

– A Hikari insistiu para que o Yoru fosse connosco. – confirmou Sesshomaru, fazendo Rin olhar para a filha – Vamos arranjar um mansão vazia e depois venho buscar-te.

“Mansão vazia” era, no dicionário de Sesshomaru, encontrar uma mansão e “esvaziá-la”. Não sabia o que é que ele fazia, já que ele nunca deixava que ela o acompanhasse. Hikari já tinha visto, quando Rin estava grávida de Yoru, mas nunca tinha dito o que é que ele fazia.

– Vou mandar o Ah-Hu e o Jikan para te vir buscar. – corrigiu Sesshomaru – Já que eles estão a meio do caminho.

– Sesshomaru-sama, tem a certeza que está bem assim? – perguntou Rin – Você não gosta de estar num sitio só durante muito tempo.

– Eu quero acabar de treinar a Hikari e, estar num sitio durante isso, vai facilitar as coisas. Também é mais seguro para ti. – referiu Sesshomaru – Depois tenho de ir até ao meu clã para esclarecer que a Hikari é que é a minha herdeira.

Rin olhou para Sesshomaru.

– Sesshomaru-sama, eu posso ficar aqui. – disse Rin, chocando os presentes – Você já não precisa de mais herdeiros. O que quer dizer que já não precisa de mim.

Sesshomaru ficou a olhar para ela intensamente durante um par de minutos que pareceram duas horas. Depois levantou-se, seguido pelos olhares de Kagome e Inuyasha.

– O Ah-Hu e o Jaken virão buscar-te depois de encontrar uma mansão aonde possamos ficar. – disse Sesshomaru – Hikari, se já acabaste, vamos embora. Trás o bastardo contigo.

Naquele caso, Sesshomaru não estava a referir-se a Inuyasha, mas sim a Yoru, o que deixou Rin triste e um bocado deprimida porque ele ainda não considerava Yoru como seu filho.

– Achas que eles vão ficar bem? – perguntou Rin, ignorando os olhares de Inuyasha e Kagome, que agora estavam focados nela…pelo menos até Hayato começar a chorar.

– Eles vão ficar bem. – respondeu Kagome, enquanto Inuyasha ia buscar o bebé – Mas tu precisas de abrir os olhos. Estás a magoá-lo.

– A magoar quem? – perguntou Rin.

Kagome limitou-se a abanar a cabeça e a levantar-se para ir ter com Inuyasha e Hayato.

Sesshomaru demorou dois pares de horas para encontrar uma mansão suficientemente longe da vila de que gostasse. Claro que viviam lá pessoas, mas isso não era um problema para Sesshomaru.

No entanto, desde que conhecera Rin, decidira fazer as coisas de uma maneira mais pacífica. Da primeira vez, tinha sido quando Rin ficara grávida de Hikari, da segunda vez, tinha sido Hikari a fazê-lo, quando Rin ficara grávida de Yoru. Agora, era a vez de Yoru. Tinha sido Hikari a sugeri-lo…porque sabia que o irmão nunca seria capaz de fazê-lo. Ela mal conseguira fazê-lo.

Porque, o pai não matava ninguém para ficar com a mansão. Sabia que Rin não iria gostar de viver numa mansão coberta de sangue. O que ele fazia era simplesmente entrar e intimidar as pessoas que viviam lá, de maneira a que elas saíssem.

Para ele tinha sido fácil. As pessoas tinham saído a correr dois minutos depois de verem o pai. Ela tinha sete anos quando o pai lhe pedira para fazer o mesmo. Tinha sido difícil, já que ela era uma criança e as pessoas que viviam na mansão eram todas adultas. Para acumular, ela tinha a aparência de uma criança humana, com um laço a cobrir-lhe as orelhas de hanyou. Só as marcas na cara garantiam que ela era filha de um demónio mas isso não era do conhecimento geral. Um humano podia ter traços daqueles. Quando entrara na mansão, com ordens de não magoar os humanos nem mostrar os seus poderes, Hikari quase desistira mas, no fim, conseguira. Como? Como é que um hanyou de sete anos fez um par de adultos fugir? Ela não queria contar e o pai não queria saber? Cada um fazia o que podia. Sesshomaru sabia disso e sabia, no fundo, o que a filha fizera, mas também sabia que ela nunca lho diria porque achava que tinha sido uma vergonha.

“Eu sou filha de um demónio chamado Sesshomaru e ele está lá fora, à espera para vos matar. É melhor fugirem.” Tinha sido o que Hikari tinha dito. Sesshomaru não a culpava. Ela tinha sete anos e a aparência de uma humana. Mas ela achava que devia ter sido capaz de assusta-los sozinha, por isso não contava.

Yoru tinha dez anos, uma vantagem, comparado com Hikari. Também não era tão inocente e pacifico como ela era, outra vantagem. Quando Hikari propusera que fosse ele a fazer aquilo daquela vez, Shesshomaru não percebera até lembrar-se de que Yoru tinha um problema em “comunicar” com humanos sem os atacar.

Estava orgulhoso pela filha ser esperta e ter pensado numa justificação para se livrarem de Yoru de uma vez mas, de certa maneira, sentia um aperto no peito. A Hikari que conhecia nunca pensaria num esquema tão cruel. O que significava que ela já não era a mesma menina inocente que ele tinha mandado para o mundo de Kagome, três anos atrás.

– Não podes magoá-las. – explicou Hikari a Yoru, em frente à mansão onde eles ficariam – Se conseguires fazer isso, podes ficar connosco. É uma promessa.

Yoru olho para o pai.

– Uma promessa vinda de demónios? – perguntou Yoru, achando aquilo muito difícil de acreditar.

– É uma promessa. – repetiu Hikari, com um sorriso brilhante.

– Pai. – Yoru continuava a olhar para ele.

– A Hikari pediu-me que te deixasse fazer isto. – disse Sesshomaru, sem olhar para ela – Se é o que ela quer, que assim seja.

Yoru não gostou muito da ideia de poder estar com o pai só porque a hanyou queria, mas era isso ou nada. E ele aceitava aquilo.

– Está bem. – concordou Yoru – Basta ir lá dentro e fazer com que eles fujam, certo?

– Exactamente. – respondeu Sesshomaru.

– Mas não podes magoá-los. – repetiu Hikari – Nem um arranhão.

Yoru anuiu e entrou. Quinze minutos depois, ele ainda não tinha saído. Uma hora depois, Sesshomaru estava encostado ao portão da mansão e Hikari estava sentada no chão mas ainda não havia sinais do Yoru nem dos humanos. Cinco minutos depois, Hikari suspirou e levantou-se. Atou o cabelo de maneira a que as orelhas não se notassem e usou mais algum para tapar as marcas na sua cara. Quando acabou, parecia uma humana normal.

– O que é que vais fazer, Hikari? – perguntou Sesshomaru, quando viu a filha a preparar-se para entrar – Não disseste que ele tinha de fazer sozinho.

– Provavelmente já matou os humanos. – disse Hikari – Vou tirá-lo de lá para começarmos a procurar outra mansão. A mãe está à espera.

Sesshomaru encolheu os ombros e deixou-a entrar. Se ouvisse alguns barulhos suspeitos, entraria, caso contrário, confiava completamente na filha.

Quando Hikari entrou na mansão, estava preparada para ver as paredes salpicadas de sangue mas o que viu chocou-a mais do que um banho de sangue.

Os habitantes encontravam-se encostados a um canto de uma das paredes, a mulher abraçada ao homem, e Yoru encontrava-se parado, à entrada.

Quando a viu, Yoru olhou para ela como se tivesse acabado de cometer um crime. Nunca tinha visto uma cara tão branca como a dele. Depois os olhos encheram-se com lágrimas.

– Hei, hei! – chocada, Hikari levantou as mãos para tentar que ele parasse de chorar – O que é que aconteceu?

– Eu entrei… - começou Yoru – Eu entrei e eles automaticamente encostaram-se à parede. Eu já lhes disse para fugirem…que eu não ia fazer nada…mas eles continuam ali.

Hikari soltou o cabelo e afastou-o para que eles vissem as marcas.

– Esta casa agora é nossa. – disse Hikari calmamente, começando a andar em direcção aos humanos – Têm cinco segundos para saírem daqui. 1…2…3…

Quando viu os humanos a fugirem, fechou os olhos e relaxou os ombros. O pai ia entrar a qualquer momento, quando visse os humanos a saírem a correr. O que é que ela lhe diria?

– O que é que se passou? – perguntou Sesshomaru, quando entrou – Porque é que demorou tanto tempo e tão pouco depois de a Hikari entrar?

Hikari olhou para Yoru e depois para o pai.

– Os humanos estavam escondidos e o Yoru não conseguia encontra-los. – mentiu Hikari – Quando eu entrei, encontrei-os e o Yoru livrou-se deles.

– O Yoru não conseguiu encontra-los numa hora? – perguntou Sesshomaru, sabendo que a filha estava claramente a mentir – Como é que não os encontrou com o olfacto?

– Ele não está treinado. – continuou Hikari – Mas foi bem-sucedido, por isso merece ficar connosco, por enquanto.

– Está bem. – concordou Sesshomaru, relutantemente – A tua mãe deve estar a chegar. Preparem a mansão.

Quando Sesshomaru saiu, Hikari olhou para Yoru.

– Eu nunca tinha mentido ao meu pai. – disse Hikari – Não me faças arrepender por tê-lo feito pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

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