Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 13
Capítulo 13 - Salvá-la?


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Rin acordou e apercebeu-se de que tinha adormecido a falar com Kagome sobre Yoru e, quando olhou em volta, só a viu a ela a fazer um chá e a arranjar alguma comida que a mãe lhe tinha preparado. O bebé estava agora a dormir pacificamente à beira da mãe, com as orelhas do pai e o cabelo preto da mãe.

- Bom dia. – disse Kagome em voz baixa, para não acordar o bebé.

- Bom dia. – cumprimentou Rin, passando as costas da mão pela bochecha macia do bebé.

Rin levantou os olhos e olhou para a saída – Onde é que está a Hikari e o Seshomaru-sama? E o Inuyasha?

- Eles estão lá fora. – respondeu Kagome – Sabes, já estás com o Seshomaru há algum tempo. Até já têm dois filhos! Porque é que ainda não largaste o “sama”?

Nem Rin tinha resposta para aquela pergunta. Seshomaru nunca lhe tinha pedido para fazê-lo e já era normal que o fizesse já que já o fazia desde pequena. Mesmo que tivessem uma relação mais próxima, Sesshomaru só precisava dela para criar herdeiros, por isso não precisavam de tanta intimidade. Em todo o caso, voltaria a aldeia e provavelmente casaria com um dos aldeões quando o problema com Yoru estivesse resolvido, por isso, mesmo que quisesse agarrar-se à ideia de que iria ficar com ele até morrer, não conseguia imaginá-lo.

Ele dissera que ela podia ficar com ele até já não o desejar. Mas Rin não faria isso.

- O que é que eles estão a fazer? – disse Rin, ignorando completamente a pergunta de Kagome.

- Eles disseram que iam treinar. – respondeu Kagome, depois de suspirar – O pequeno-almoço está quase pronto, porque é que não os vais chamar?

Rin anuiu com a cabeça, levantou-se e saiu da cabana feita de madeira e palha. Quando viu a filha a voar pelo ar, abriu a boca. Estava prestes a ir a seu socorro quando Inuyasha apanhou antes que esta batesse no chão.

- Já te disse para não fazeres isso. – disse Sesshomaru, caminhando devagar em direcção aos dois – Ela tem que aprender a levantar-se sozinha.

- Estás a ser demasiado duro com ela. – disse Inuyasha, pondo a amuada Hikari no chão – Estiveram a treinar desde de madrugada. Ela deve estar estafada.

- Estás cansada, Hikari? – perguntou Sesshomaru, sabendo a resposta que ia receber.

- Não, papá. – respondeu Hikari, mantendo as expectativas do pai. Ela arrancou a manga ensanguentada do casaco que usava para treinar, mas nem sequer olhou para a ferida no seu braço ou para o sangue que escorria pelo mesmo – Vamos continuar!

- Não vão continuar! – gritou Rin, andando com passos pesados em direcção a Sesshomaru. Quando ela lhe deu um estalo, até Inuyasha abriu a boca – Ela é um hanyou! E olha para o estado dela! Quanto tempo é que achas que vai durar até que ela se cure!? Durante esse tempo, quanto é que achas que ela vai estar a sofrer!? – extremamente chateada com ambos, pai e filha, Rin olhou para Hikari – A tua tia já acabou de preparar a comida. Volta para dentro!

Com medo da mãe, Hikari começou a correr até estar dentro da cabana. Rin moveu-se e foi apanhar a manga ensanguentada que a filha tinha arrancado.

- Neste mundo, não existem curandeiros como na Era da Kagome. – disse Rin, olhando para Sesshomaru, que ainda não se tinha movido desde o anterior estalo.

Foi a última coisa que disse antes de voltar para dentro da cabeça e deixar os dois irmãos sozinhos. Foi apenas nesse momento que Inuyasha se levantou e Sesshomaru levou uma mão à cara.

- Ela só estava a tentar proteger a filha. – disse Inuyasha, recebendo um olhar letal de Sesshomaru – Não precisas de ficar chateado.

Sesshomaru suspirou e abanou a cabeça.

- Não percebeste o que acabou de acontecer? Uma mulher humana, sem hesitar, deu um estalo a um dayoukai. – explicou Sesshomaru – Porque é que havia de ficar chateado com isso, rafeiro?

Inuyasha teve de pensar um bocado até perceber que Sesshomaru estava orgulhoso por Rin ter feito aquilo, o que ainda os tornava num casal ainda mais estranho, pensou Inuyasha, dirigindo-se para a cabana depois do irmão entrar.

- Também estava sempre a acontecer com o Inuyasha. – disse Kagome, enquanto tratava das feridas de Hikari – Os hanyous não se curam tão depressa quanto um demónio, por isso não deviam agir como tal. Pronto. – finalizou ela, quando apertou a última ligadura – Agora, porque é que não vamos comer?

E foi o que fizeram, mas Rin não parecia muito contente enquanto comia, enquanto olhava de lado para Hikari e para Sesshomaru.

Kagome tentou animar o ambiente, mas não funcionou. Quando acabaram de comer, Sesshomaru saiu imediatamente e Rin seguiu-o poucos minutos depois, antes de Hikari ter tempo de o fazer.

Foi exactamente o que Sesshomaru tinha previsto.

- Sesshomaru-sama… - começou Rin, um bocado arrependida por lhe ter feito aquilo - …Eu não quero que a Hikari se magoe. Estive a pensar um bocado. Talvez fosse melhor levá-la para a Era da Kagome-san. Lá, a Hikari poderá ter uma vida menos violenta.

- Achas que ela gostaria disso depois de ter treinado durante todos estes anos? – perguntou Sessshomaru, contente por ela não ter pedido desculpa pelo estalo – Para adicionar a esse facto, eu não quero que o Yoru seja o meu herdeiro. Como a minha primeira nascida, ela é que tem o direito.

- Sesshomaru-sama, eu posso concordar ou virar os olhos a muitas coisas que você e a Hikari fazem para que ela seja a herdeira. – disse Rin – Mas não vou deixar que a Hikari lute contra o próprio irmão ou que sofra a derrota, pois a derrota significa morte.

- Ela não vai perder. – garantiu Sesshomaru. E acreditava mesmo nisso. Enquanto Hikari estava a lutar, era como se não visse mais nada a não ser o seu oponente e o poder dela aumentava a cada dia – Mesmo que ela esteja a perder, não vou deixar que ela morra.

- E eu acredito em si. – disse Rin – Mas depois de estar na Era da Kagome-san, acho mesmo que seja o mais correcto se a mandasse-mos para lá, quer ela quisesse ou não. Podia pedir à mãe da Kagome-san para que ela ficasse com a Hikari durante uns tempos.

Sesshomaru olhou para Rin e ficou em silêncio durante alguns segundos.

- Eu quero que ela seja a minha herdeira e que seja aceite pelo meu clã. – disse Sesshomaru, vendo Rin franzir as sobrancelhas – Mas a Hikari parece conseguir passar pelo poço como a Kagome conseguia. Ela não pode viver uma vida normal. Afinal, ela é uma Hanyou, filha de um dayoukai. Mas ela pode visitar a Era da Kagome de tempos a tempos.

- Acho que é uma óptima ideia. – disse Kagome, com um sorriso – A minha mãe tem dito que se sente solitária, ultimamente. Ela teria todo o gosto de acolher Hikari e ela podia experimentar uma vida normal.

- Ela não vai ficar lá durante o tempo todo. – protestou Sesshomaru – Ela tem treinos e…

- Não há problema. – disse Kagome – Ela pode ir à escola na minha Era e depois vir até aqui nos fins-de-semana.

Inuyasha achava que essa era uma óptima ideia. A mãe de Sesshomaru tinha-lhe dito que o filho queria inconscientemente passar mais tempo com Rin. Se a Hikari estivesse na Era da Kagome durante a semana inteira, para além de estar segura e longe de Yoru, dava mais espaço àqueles dois.

- Eu também acho que é uma boa ideia. – concordou Inuyasha – Durante a semana, tu podes treinar a Rin para não estar tão indefesa se se encontrar com Yoru.

Sesshomaru ficou a olhar para Hikari, que não parecia gostar muito da ideia, mas Rin parecia contente.

- Vamos experimentar durante uma semana. – decidiu Sesshomaru – Se as coisas não correrem bem, a Hikari volta imediatamente…

- Papá! – exclamou Hikari, olhando para Sesshomaru- Estás a mandar-me para a Era da tia Kagome porque achas que eu nunca vou ser capaz de superar o Yoru e tornar-me a tua herdeira?

Sesshomaru olhou para Hikari, com as lágrimas a escorrer pela cara abaixo e o corpo a tremer graças aos soluços. Era claro que ele não pensava isso, mas tinha de pensar na segurança dela.

- É isso mesmo. – disse Sesshomaru, surpreendendo Hikari, que estava à espera que ele negasse – O Yoru é um demónio completo e obviamente mais forte do que tu. Aliás, seria uma vergonha ter um hanyou como herdeira. Mais vale ires para aquela Era. Aliás, eu ordeno-te que vás para aquela Era, escondas as tuas raízes demoníacas e vivas como uma humana normal.

Hikari levantou-se, sem tirar os olhos do pai. No entanto, agora os seus olhos só mostravam desapontamento nela própria.

- Papá, até agora, eu tenho treinado a dobrar para que tenha orgulho em mim. – disse Hikari – Mas, se o papá acha que eu o desapontei…então eu vou. Mas não vou voltar, tal como quer. O Yoru será o seu herdeiro.

Hikari limpou as lágrimas, e começou a correr até à cabana. Quando chegou lá, pediu à tia para que a mãe dela a aceitasse na Era de Kagome. Kagome disse rapidamente que sim e Rin sorriu.

- Não te preocupes Hikari. – pediu Rin – Vais voltar sempre aos fins-de-semana. Nós vamos continuar nesta vila e, se não estivermos aqui, a tia Kagome pode dizer-te onde é que…

- Eu não vou voltar. – disse Hikari, surpreendendo Rin e Kagome – Vou ficar lá e viver uma vida de uma rapariga normal naquela Era, tal como o Papá quer.

- O Sesshomaru-sama disse isso? – perguntou Rin, levantando-se imediatamente para ir com ele mas, quando chegou lá, ele estava sentado no chão, claramente deprimido – Sesshomaru-sama. – começou ela – Porque é que disse aquilo à Hikari?

- Ela vai ficar a salvo na outra Era. – respondeu Sesshomaru – Tu sabes que o Yoru vai vir atrás de nós. Ele consegue cheirar-te e não vai descansar até te comer. Pelo menos a Hikari vai ficar bem. Se não me tiver de preocupar com ela, vou conseguir combater mais livremente.

Rin franziu as sobrancelhas.

- Ela não quer ficar lá para sempre. – disse Rin – Não pode obriga-la a fazê-lo. Ela vai viver miseravelmente se ficar lá.

- Ela pode vir quando quiser. – disse Sesshomaru – Mas não vai conseguir encontrar-nos, porque nós vamos partir mal ela atravesse o poço.

- Sesshomaru-sama, eu não posso deixá-la para trás. – disse Rin – E eu pensei que você tinha orgulho nela. Que queria mostrar ao seu clã que ela era capaz de ser a sua herdeira.

- Isso mudou.

- De um minuto para o outro? – perguntou Rin, vendo-o levantar-se.

- Rin. – disse Sesshomaru – Eu vou pensar e reconsiderar o que decidi mas, no fim, não é melhor que a Hikari esteja a salvo.

Rin abanou a cabeça. – Sesshomaru-sama, quando eu era criança e decidi segui-lo, alguma vez me obrigou a ficar para trás porque conseguia lutar melhor sem mim? Quando me tornei sua parceira, não foi você que propôs que uma humana o seguisse e lhe desse herdeiros? Mesmo sabendo que eu daria à luz hanyous e que provavelmente dar-lhe-ia mais trabalho do que escolhesse um demónio normal?

Sesshomaru ficou a olhar para Rin, porque não tinha resposta.

- Sesshomaru-sama, se acolheu uma humana sem nenhum poder para se defender, porque é que iria mandar embora uma hanyou que está disposta a treinar o dobro de um demónio normal para responder às expectativas do pai? – perguntou Rin – Ela tenciona partir amanhã de manhã. Reconsidere e deixe que ela continue ao seu lado.

Rin voltou para a cabana, deixando Sesshomaru sozinho. Era difícil falar com ele assim, mas Kagome e a sua mãe disseram que ela tinha de ser forte e agora ela estava a ser forte pela filha e por Sesshomaru, que não queria que os dois filhos lutassem pelo lugar de herdeiro.

Não podia estar arrependida.


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Notas finais do capítulo

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