Capítulo 39

Aquilo era uma má ideia, já sabia disso assim que pensei no seu nome. Não a conhecia muito bem, apenas através de Elena e mesmo assim a memória dela a dançar com Klaus no Baile não me saía da cabeça.

Ela abriu a porta, surpresa por me ver. Eu sei, não era a pessoa que ela estava á espera de ver.

-Samantha.

Sorri educadamente.

-Olá, Caroline. Podíamos falar um pouquinho aqui fora?

-Claro – ela saiu de casa, fechando a porta. Sentámo-nos no banco que ela tinha no alpendre. – O que se passa?

-Eu e Klaus vamos casar – ela abriu a boca de espanto. – E eu queria pedir-te um favor: organizar o mais rápido possível o casamento.

-Eu?

Acenei com a cabeça e confirmei:

-Sim, tu.

-Mas…

-Ouve, Caroline: eu não estou interessada nesta guerra que envolve Klaus e os seres sobrenaturais de Mystic Falls. Pensa em mim como uma cliente comum, que pediu a tua ajuda a organizar tudo. Preciso de sair de Mystic Falls porque Klaus pediu e não sei quando volto.

-Então não vais estar cá?

-Mas em que século vives tu? Há Skype e telemóveis com videochamada! – exclamei, gargalhando. – Só preciso de alguém que seja muito bom a organizar eventos.

-E porque não Rebekah?

-Ela está ocupada com outros assuntos. E sei que ela irá contar tudo a Klaus e quero que seja uma surpresa para ele.

Caroline sorriu, sonhadora.

-Desculpa a pergunta, mas… o que vês nele?

Revirei os olhos, compreendendo o seu ponto de vista, e a saudade do que uma vez fomos abateu-se.

-Eu conheci Klaus quando ele era humano – respondi. – Assim que o vi, sabia que ele era o tal. O homem da minha vida. Então eles tornaram-se vampiros e ele afastou-se de mim. Mas eu não desisti e implorei para um dos irmãos dele me transformar. Então tudo mudou, ele já não me queria da maneira que era. O monstro que eu era.

-Lamento – sussurrou ela, com uma ruga na testa.

-Há uns dias atrás, Klaus explicou-me que todos os recuos que tivemos ao longo dos séculos foi para me proteger do único inimigo que ele temia: Mikael.

Caroline arregalou os olhos, surpresa pela minha afirmação e talvez pelo quanto Klaus me amava também.

-É, Caroline – concordei com a sua reação. – Quando estávamos em Nova Iorque, ele pediu-me em casamento. Podes achar estranho, mas desde que nos tínhamos tornado vampiros, esta ideia nunca nos tinha assolado a mente! Assim que me pediu, eu sabia que tinha que ser aqui, já que foi onde tudo começou entre nós.

-Que lindo – comentou e alargou o seu sorriso. – Podes deixar! Eu tomo conta de tudo! Sou a Miss Mystic Falls, a mim ninguém diz que não!

Levantámo-nos e trocámos os números de telemóvel.

-Obrigada, Caroline – agradeci e desci as escadas do alpendre.

-Samantha! – chamou Caroline e eu virei-me.

-Não sei como consegues manter o equilíbrio entre Klaus e nós, mas acho fantástico.

Abri o meu grande sorriso.

-Não é fácil, mas não é impossível. Quando conhecemos Klaus, ficamos a saber que ele é tão benevolente como todos nós, e vocês, amigos da Elena, são boas pessoas. Acreditam na bondade e gentileza das pessoas. Talvez se Klaus não tivesse aparecido só pelo objetivo de matar a doppelganger, talvez vocês o pudessem ver com outros olhos.

Ela olhou-me desconfiada.

-Estás a dizer que ele tem um lado misericordioso?

Acenei com a cabeça.

-Exatamente. Somos nós naturalmente maus, ou com uma perspetiva diferente do Mundo? Pensa, Caroline. Sei que és inteligente o suficiente para veres o lado dos Originais.

Ela sorriu.

-Talvez um dia.

Acenei com a cabeça.

-É, talvez um dia.

©AnaTheresaC